domingo, 7 de junho de 2009

O mar de sal - Salar do Uyuni- Nossa Expedição





























13 de janeiro -Potosi
A viagem foi boa, chegamos a Potosi às 6 da manhã e fomos para o Hotel que o Agnaldo, que encontramos em Copacabana, nos indicou, “Companhia de Jesus”(47 bolivianos por pessoa), bonzinho com um pátio interno bem bonitinho.
A cidade de Potosi é conhecida pela prata, foi a mina mais importante do império espanhol, está bem preservada mas com o término, em parte, do metal, ficou com sua economia debilitada.
Hoje não sei do que vive a cidade, tem um bom comércio e muitos colégios. Muitas crianças trabalham também aqui na Bolívia, tal como no Peru.
Ficamos em Potosi 2 dias, terça e quarta,mas na quarta aproveitamos e fomos a Sucre, depois de comprarmos nossas passagens para o Uyuni . A viagem até Potosi foi de fato boa, quando vimos já tínhamos chegado. Ao chegar pegamos um táxi e fomos para o hotel que era bem central em Potosi, não tínhamos reservado, mas havia um quarto nos esperando, a sorte nos acompanhou durante todo o nosso trajeto, sempre encontrávamos algo. A cidade é grande mas o centro histórico pequeno.Como sempre fica preservado o miolo mas as periferias crescem de uma maneira absurda engolindo a cidade antiga e a descaracterizando bastante. Na verdade é o mesmo crescimento urbano desordenado e traz poucas coisas de interessante para essas cidades antigas.
A poluição é demais também aqui em Potosi, como em Lapaz, muitos ônibus soltando uma fumaça negra o tempo todo que asfixia a todos na rua, mas os da Terra parecem nem mesmo se tocar do que está acontecendo aqui, ainda soma a isso o pó das minas que deixa o nariz ressecado e com bolas de sangue por dentro.
Rodamos tudo pela cidade, depois a Lilia foi dormir e eu e Malu pusemos as capas de chuva, única vez, porque tinha dado uma chuva de verão de granizo, muito forte, e saímos.
Desse vez, deixamos de Aldo o centro histórico ou fomos no seu limite e no mercado municipal. A mesma coisa de sempre, poluição e muita sujeira, o povo na rua.
Acho que acabamos sempre saindo um pouco do convencionalismo do turismo organizado de city tours e coisas belas. Sempre que saímos andando nos embrenhamos por ruas sinuosas a procura de coisas diferentes e acabamos dando em locais que não são tão turísticos, pelo contrário, populares demais. Lugares onde nem a urbanização, nem a saúde pública chegam, onde não há água encanada, nem banheiros bons. De novo a higiene é precária. Fico com nojo de comer e o cheiro me causa intolerância, e eu não sou fresca.
Depois de andarmos muito procurando uma casa de câmbio que trocasse real, voltamos ao hotel para logo sairmos de noite com a Lilia para comer algo.
Saímos para tomar um lanche, tentamos comer uma pizza, mas na pizzaria o garçom era tão enrolado que desistimos , apesar da vontade da Malu de comer pizza. Acho que o filho dela nascerá com cara de pizza. Fomos então comer um sanduba em um café. Não tem muitas opções por aqui, a não ser coisas fritas, frango frito com batatas para variar. Nem mesmo tem muitos restaurantes perto da praça central.
Bem o sanduba , ma sinceramente sempre acho que tão sujo.Devo está psicótica com isso.
Nunca fui maníaca com limpeza mas a coisa por aqui é mesmo braba. Voltamos ao hotel e dormimos.
Ontem quarta feira, 14, fomos a Sucre, . A cidade é capital constitucional da Bolívia . Bonitinha, toda ou quase toda branquinha. É conhecida como A cidade branca, tem o centro turístico histórico e o resto é igual às outras, crescimento desordenado que descaracteriza a cidade. Andamos todo dia. Ou melhor meio dia porque chegamos já era quase uma da tarde e tínhamos que voltar as 18:30.
Gostei da cidade. Antes de voltarmos a rodoviária achamos um supermercado de verdade , como os nossos. Graças , tínhamos que comprar algumas coisas para levar ao Uyuni, ela tinha um banheiro limpo.Não sabíamos como seria a expedição ao Salar, então era melhor prevenir comprando cereais, chocolate e outras cositas.
Nessa viagem também conhecemos um grupo de argentinos que foram e voltaram conosco de Sucre. Universitários muito legais, estudantes de psicologia, eram de Córdoba . O papo foi bom, simpáticos, eram meninos e meninas. Foi muito divertido.
Em Sucre também vimos uma imagem que imaginava não ver mais. Uma criança fazendo coco no bueiro de uma esquina, também um mulher em trajes típicos junto da criança.
A população de Sucre é bem diferente. Parece mais mestiça, menos índios, bem menos que nos outros lugares. Mais brancos e parecem de classe mais alta. Casas mais luxuosas e tudo mais caro. Fui tentar trocar dólares e o cara teve a desplante de reclamar e não aceitar meu dólar porque estava amassado e rasgadinho no meio, na dobra do papel. Absurdo, já que o dinheiro deles, o boliviano é velho e muito sujo, da até nojo de pegar.
Aqui na Bolívia também está maior campanha pelo referendo da nova constituição, que é a primeira que tem elementos indígenas. Dentre seus preceitos exige que funcionário público fale duas línguas, o castelhano e o indígena, Kichua ou Kalamari( acho que é isso). Aí o cara da rádio pergunta se o Evo Morales será demitido porque não fala nenhuma língua indígena , Muito engraçado, o comentarista dizendo que vão demitir o Evo.
A campanha pelo referendo que ocorrerá dia 25 de janeiro está na rua com pichações pelo país todo, em pedras,árvores, galhardetes, etc.
Até o Lula aparece fazendo a campanha., dizendo que será bom para Bolívia .
Quando chegamos de Sucre, de novo em Potosi, entramos num a loja igual ao Mac Donald comemos e fomos dormir.
Despesas: Hotel em Potosi 141 bolivianos quarto triplo,passagem Uyuni 25 bolivianos, passagem Sucre- 22bol, ida 17,50 volta museu 10 bolivianos.


UYUNI

Hoje viemos cedo para o Uyuni. Saímos às 10 da manhã e só chegamos aqui às 17 horas,sem hotel, sem nada, estrada de chão o tempo todo.
A estrada de chão nos proporcionou momentos lindos, outros cansativos demais. È como uma estrada no meio do nada. Uma terra prateada, às vezes, arroxeada, uma cor escura mais não é negra. A vegetação é baixa, vegetação de frio.
Muitas pedras, alguns riachos, nesses riachos que formam lagoas, muitas lhamas, alpaca, vicunhas soltas nas pastagens verdes e na parte seca. Muitas pedreiras. Às vezes a mesma paisagem por horas. Uma planície imensa, depois morrinhos, muita terra desabitada. Penso no conflito entre Palestinos e Judeus. Podia alguém vender um pedaço dessa terra para os Judeus que tem dinheiro e podiam comprar. Assim, acabava essa guerra e tudo isso e a matança de gente inocente civis e crianças por uma faixa de terra seca. Se é que é mesmo só isso, porque nossas notícias nem sempre são as mais corretas. E tudo que diz respeito ao oriente médio fica sempre sem que possamos entender de fato o que se passa.
Depois de quase 7 horas de viagem chegamos ao Uyuni, não ao Salar, que só vamos amanhã.
Uma baixada imensa sem árvores, seca, árida, uma cidade no meio do nada. A entrada da cidade parece um grande lixão, plásticos, lixo espalhado, grudados na vegetação rasteira. Tudo seco demais. Hoje havia uma grande feira ,mas só passamos por ela rapidamente a procura de hotel.
A indicação de hotel que tínhamos não rolou, estava lotado, fomos a um outro muitíssimo caro então achamos um hotel novo, que tinha vagado um único quarto, tudo novinho e 50 bolivianos por pessoa sem café da manhã , o preço mas alto da Bolívia,mas valeu a pena. Tem uma coisa que é interessante, é que quando deixamos de fazer a conversão do dinheiro, tudo parece caro, se fizermos a conversão, aí vemos que é muito barato.
Achamos o hotel, deixamos as coisas porque o quarto ainda ía limpar e fomos comer, Entramos num restaurante bonito, vazio aquela hora e pedimos, foi a pior comida da viagem, um macarrão feio e ruim, frio, uma carne queimada e uma salada insossa
Saímos indignadas e muito caro.
Fomos a feira para Lilia comprar um toalha para levar ao Uyuni, já tínhamos fechado a expedição, com a agência do mesmo nome, muito boa, indicada pelo Agnaldo . Mariza dona , muito simpática com um bebe, ela disse que devíamos comprar água, papel higiênico, e outras coisas para levar. Então fomos às compras. Não tinha muita loja, mas a feira estava terminando e deu para ver algo.
Depois disso, fomos telefonar e votamos ao hotel, para dormir, mas uma vez não saímos a noite, o cansaço era muito..
Despesas: Hotel Uyuni, 150 bolivianos quarto triplo, Expedição ao Salar- 600 bolivianos.


17 janeiro ,Reserva da lagoa Colorado 4900 de altitude-

Ontem dia 16 saímos do Uyuni em direção ao Salar. Tudo no carro, expedição montada, 6 turistas e dois da terra para dirigir e cozinhar ( Mário e Léo sua mulher). O carro parte, uma 4x4 com a bagagem em cima, pegamos os melhores lugares e depois fomos revezando com os outros Sebastian, Kim, e Kelly. Vimos primeiro um cemitérios de trens, um monte de trens abandonados e enferrujados no meio do deserto. Bom para fotos interessantes, depois direto para o salar.
Uma enormidade de sal que mais uma vez faz a gente se sentir um nada diante daquela coisa tão grande e branca, que ofusca os olhos e os sentidos. Lá temos a dimensão de quanto a Terra é redonda, é como quando estou indo para Ilha grande, no meio da baia tenho a mesma sensação de que de fato é redonda.
O Salar é um mar pré-histórico, um dia tudo aquilo foi água e agora é sólido e branco, temos que estar de óculos escuro todo tempo para não queimar as retinas .
Andamos muito, o branco do sal nos dava sono, o motorista cochilava e estávamos controlando também para não dormir. Era meio dia, olhávamos para os lados e muito longe víamos algum vulto de terra marrom. De resto tudo branco, branco. Já tínhamos parado no meio da salinas, montes de sal que é arrumado em montinhos para depois ser levado para a industrialização e refino,muitas pessoas trabalhando e os turistas fotografando. Os montes ficam duros e podemos até subir neles. Passamos também pelo hotel de sal e o museu de sal. Eles constroem com o próprio sal fazendo blocos como tijolos e fica muito sólido e seco. Nos museus tem esculturas de sal com motivos andinos, tiramos fotos. O hotel é bonitinho e quente, tudo branco o que dá um aspecto de limpeza. Nos quartos as camas são largas e com colchas coloridas, camas de viúva que eles usam.
No meio do salar não tem pistas definidas para o carro, cada um vai por onde quer, onde sabem que não é mole o sal e não tem água. Pelo salar tem cruzes como aquelas que encontramos nas estradas para marcar alguma coisa, acidentes etc . Ficamos preocupadas porque nos avisaram que tinham motoristas que dirigiam bêbados nas expedições.
A Malu fica preocupada com o sono do motorista e eu também, embora não tivesse como bater em ninguém ficamos tensas.Finalmente chegamos a Ilha do Pescado. Um bloco de pedra grande no meio do salar. Ali inúmeros cactos milenares compõem a paisagem linda.
Pagamos os 15 bolivianos necessários para entrada e subimos. Fomos ao ponto alto da Ilha, eu e Malu. Por causa da altitude Lilia voltou, não se sentia bem.
Do alto é belíssimo. O sal do alto parece um mar, aquele branco condensado, as veias ficam marcadas como se tivessem composto um quebra cabeças. Não podemos ficar sem os óculos porque dá um desconforto, como na neve. Nossas retinas não estão mais fatigadas mas sim alertas, acordadas para tudo de novo que possa surgir.
Eu sempre preferi viagens por cidades, sempre pensei em ver o que o homem criou, porém hoje vejo que nos últimos anos tenho ido mais em busca do que existe e que não foi criado pelo homem.
Cânions, desertos, morros, neve, florestas, águas, sal, mares, tudo isso tenho visto e é de fato impressionante como impactam nossa visão e nossos sentidos.
Várias pessoas tem optado por esse tipo de viagem, roteiros ecológicos, mas eu..., jamais pensei em fazer o tal turismo Eco e vejo que sempre foi o que fiz. Aqui agora na laguna colorado na fronteira da Bolívia com o Chile estamos num abrigo que mais parece a Antártida. Eu chamei de estação Antártida e realmente parece.
Um lago congelado a frente, morros com neve no alto, minério cinza no chão, as casinhas com o telhado de resina, acho eu, que fazem um barulho enorme quando começa a cair a chuva de granizo que insiste em cair. Não molha nada mais o granizo faz um puta barulho.
Nosso quarto tem sete camas, dessa vez ficamos todos juntos menos o casal que nos leva. Somos 3 brasileiras, duas neozelandesas e um argentino, único homem depois do Mario.
É quente aqui, muito quente, aquecido, porque lá fora é gelado.
Chegamos ao cedo ao abrigo, nos lavamos como pudemos, de novo lenços umidecidos, não tem chuveiro. Eu peguei uma água mineral na garrafa e ensaiei um banho. Brasileiros sem banho não vivem. Com os lenços umidecidos , aqueles de limpar bunda de bebê, tomamos um banho tcheco,como digo.
Nossa!!!, depois de tanta poeira minha vontade era de mergulhar na lagoa. Finalmente uma certa sensação de banho. Eu e Malu colocamos biquini por baixo da roupa pois amanhã as 5 da manhã iremos sair e depois de ver os geisers iremos as termas onde podemos mergulhar numa água de 35graus.
Depois do processo de limpeza sentamos numa mesa e começamos a tomar vinho e conversar com as meninas do grupo Kim e Kelli, trouxe o amendoim que compramos em Sucre e ficamos ali trocando experiências, foram duas garrafas que elas trouxeram. Meu parco inglês dá ainda para conversar, se eu não ficar com vergonha . O álcool me destrava a língua e falo o que sei no meu pouco inglês , elas me entendem bem,e eu as entendo e ainda sirvo de interprete para Lilia e Malu.
Odeio ter esse bloqueio lingüístico . Chega então o povo da terra e com eles exercito meu italoportunhol e sirvo de intérprete entre as neozeolandesas e os bolivianos, Deus que terror. Acho que tô falando espanhol, mas é italiano. As vezes não distingo, mas me sinto mal por não falar inglês como deveria, recalque brabo.Isso é péssimo, falo ,mas me soa mal aos ouvidos, minhas frases são capengas, verbos mal empregados. Que mierda!!!
Durante o vinho chega a Leo(Leônidas) nossa cozinheira. Vestida como o povo inca, como nos Andes, tranças longas, chapeuzinho, saias rodadas.Léo tem um único dente na frente, seu sorriso é vazio. Pedimos para torrar o mani(amendoim) que as neozelandesas tinham comprado cru. Damos a ela um pouco de vinho e ela aceita e senta e conversa conosco.
Com o sempre minha curiosidade me faz de entrevistadora.Todo mundo quieto e eu perguntando. Pergunto quantos anos ela tem. Diz que tem 39 e tem 6 filhos, pergunto se é esposa de Mario ,nosso chofer, ela diz que sim.
Tem seis filhas, não tenho certeza se suas filhas são todas com ele. Quando dissemos nossa idade ela ficou olhando.
Caramba!!! ela parece mais velha que minha mãe, que não é velha, tenho que corrigir isso. A dureza da vida castiga demais essas pessoas, e as tornam muito sofridas inclusive na aparência, os homens não parecem muito,mas as mulheres são castigadas e ainda tem muitos filhos. Esse povo é aparentemente muito calmo, dócil , acho que isso deve ser uma característica deles, sem pressa para nada. As vezes sugere uma certa passividade, não são explosivos, assim me pareceu, desde as crianças que são lindas e dóceis,e calminhas demais.
As meninas do nosso grupo também acharam que nós éramos mais novas . Elas tem 30 e 29 anos . São maneiras, depois do vinho saímos para fotografar o lado de fora do abrigo, era final de tarde. Mas não agüentamos , o frio era enorme e eu e Malu estávamos de havaianas no pé. Voltamos, comecei a escrever e a chuva, agora de verdade, caiu. Deitamos um pouco e Mario nos chamou para a ceia.
Macarrão com molho de tomate e sopa de legumes e mais vinho.
O forte da expedição foi a comida. A sopa deliciosa e o resto da comida também, muito gostosa. Comemos e bebemos, tiramos foto de nossa mesa e depois fomos fotografar o lado de fora, que estava com uma cor linda depois da chuva. Não agüentei o frio mesmo tendo posto uma meia com as havaianas. Muito frio.
As lhamas chegam junto com os carneiros.A cor do horizonte da lagoa é maravilhosa. Um vermelho que se mistura com o branco da neve e a água. Um visual lindo que contrasta coma s pedras cinzas do em torno. O alojamento é coletivo mas muito melhor que o de ontem, o primeiro dia da expedição.
Ontem depois da ilha do pescado que fotografamos e onde ficamos muito tempo, comemos etc, quando saímos pegamos uma longa estrada pelo meio do deserto, umas 2 horas até chegamos a San Juan nosso primeiro alojamento. Nesse, ficamos num quarto para nós três ,mas o banheiro era embaixo no primeiro piso junto como o comedor ,como eles chamam o refeitório. Nesse alojamento não tinha água, muito menos no chuveiro, se tivesse água dava para tomar banho, mas bomba não funcionou, nos lavamos como pudemos numa biquinha no quintal e depois lenços de bebê.
Quando chegamos subimos ao quarto horrível, feio,mas limpo e depois logo descemos tentando um banho. Que nada. Eu entro no chuveiro tiro toda roupa, vou abrir o chuveiro e nada, um filete de água que se dissipa no mesmo segundo,ainda o castelo do registro estava quebrado. Fiquei puta da vida, parti para a parte das pias, nada de água. Que Merda!!, Ainda bem que tínhamos tomado banho de manhã antes de sair do hotel no Uyuni.
Então mudei de roupa depois de tomar um banho com os lenços. Mário veio nos chamar para um chá. Descemos e tomamos chá, achando que seria a única comida. Não, depois do chá subimos, uma hora depois nos chamam para jantar. Deus, como comemos, ontem e hoje, Acho que foi a maior comidaria de toda viagem. Comemos sopa e um outro prato com uma mistura de carne, salsicha e papas fritas, uma bomba atômica.
As meninas subiram e fiquei conversando com Sebastian na mesa, falamos sobre política, sociologia, ele é sociólogo, falamos sobe nossos países e suas crises etc e tal. De repente, já era tarde ,a luz se apaga ,eu ainda não havia escovado os dentes, a galera que tava no comedor levanta toda. Eu, ele e outros saímos do comedor para o quintal , tudo escuro,o gerador havia pifado. Mas olhamos para o céu e estava deslumbrante. Tanta estrela, nos desnorteamos com a beleza e a intensidade. Acho que foi o céu mais lindo que já vi e mais perto também, pois há 4900 de altura...
Vi o cruzeiro do sul e outras constelações, lembrei do céu da ponta do bispo que é tão estrelado,mas não tanto quanto este. Deu saudade de casa, Como é lindo meu canto, minhas estrelas, meu céu.
Escovei os dentes e subi, as meninas já dormiam.Não dormi bem, embora estivesse quente tive sonhos entrecortados até Mario nos chamar as 6 da manha . Sebastian me falou que teve os mesmos sonhos. Falei para ele que eram os espíritos incas no rodeando.
Tomamos os café com todos os outros grupos no comedor e saímos. Várias paisagens diferentes, lagoas, desertos, vulcão fumando, inúmeros coisas a toda hora.
Certas horas, entretanto, ficava cansativo olhar tão vasto espaço sem qualquer construção humana.
Nos revezamos no banco de meio que era o melhor para aquele terreno, na verdade eu e Malu acabamos o dia inteiro atrás porque Kelly estava com o braço quebrado e o solavanco do carro estava fazendo sua mão ficar muito inchada.
Subimos há mais de 4900 de altitude chegando ao topo da montanha onde estava nevando para ver pedras deformadas pela erosão do vento. Uma pedra se parece com uma árvore,muito frio para tirar fotos. Almoçamos a beira de uma lagoa . Frango cozido, couve flor, todas as coisas fritas, macarrão com legumes, de sobremesa papaia,e para beber coca cola.
Depois do almoço saímos para lagoa onde passamos a noite.
Esses passeios no geral acabam sendo sempre a mesma coisa. São muitos os carros com turistas. De fato é um lugar muito difícil de chegar, não vejo carros que não são de expedições como a nossa. Acho inclusive que o salar tá na moda. São muitos grupos, só não sei se para esse roteiro a coisa poderia ser diferente. Creio ser perigoso ficar perdido por aqui, a não ser que tenham uma bússola , é deserto demais. A noite deve ser maravilhosa, só que as expedições não ficam até tarde na estrada.percebemos que a vida dessas pessoas em San Juan e outros vilarejos vem mudando muito com esse acesso rotineiro de turistas. Sua economia passa a ter um outro direcionamento. Novos contatos levam a transformações e também a uma nova forma de viver e ver as coisas, valores que são questionados e é preciso uma identidade muito forte para não se deixar levar. Como tem muitas crianças, essas, com esse contato já se norteiam por outras observações, outras formas de ver e contar as coisas . novas formas de representações.