terça-feira, 5 de outubro de 2021

Cidades

Cidades
 Atualmente  ao  flanar pelas  cidades temos a sensação de que sempre estamos nos  mesmos lugares.  Estejamos em  nosso país ou  não.  Isso pode parecer uma heresia, mas  a modernidade e a pandemia nos causam essa sensação. Por isso ao percorrer  as ruas ficamos ávidos por um espaço que tenha algo de diverso.  
Em Curitiba,  sinto o mesmo que  no Rio.  O Centro se transformou num espaço que lembra algo  em plena decadência.  Não se encontra um café legal,  uma vitrine  bonita, uma galeria que lembre  o fim do século xix.
O consumo transformou  as lojas de rua em espaços estranhos e o brilho  das luzes foi mandado para o shopping center. Entretanto, nesse lugar  não temos dia, noite, vento,   especificidades, eles são iguais em qualquer lugar do mundo. Recuso_me  a ir ao shopping para ver a cidade. A vida está na rua, no shopping ela é uniformizada.
 Saio entrando nas vias transversais em busca de  novas imagens.  Meus olhos se perdem numa imagem povoada de cartazes feios,  de letreiros disformes,  de produtos inúteis.  Nunca vi tanta quinquilharia. Produtos chineses,  plástico, plástico.
Nos labirintos citadinos sentei- me na Boca Maldita,  que já não é mais maldita.    Talvez um único espaço para  poder observar a rua mais importante da capital, mas logo levanto-me.  Os pedintes não me deixam observar ou escrever, ainda mais quando me chegam sem máscaras. 
Levanto-me  entro em outra viela e vejo uma ladeira no fim com um prédio diferente. Aperto o passo, antes que a miragem se perca.   Uma praça no alto do morro, pinheiros em volta,  uma ruína,  um café.   Cansada, sento e peço  um cappuccino para esquentar e do alto conseguir   olhar.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Limites

Não me queixo,  não estou presa em casa, me conduzo por lugares vazios onde o vírus não pode estar.
Tento no máximo  possível fotografar  os espaços públicos que não mudaram. A natureza, o mar, a Lagoa, a floresta e os animais.
Penso se a humanidade de fato mudará mas não vejo  como. Sinto-me num filme de ficção, escrevo a ficção quando o tédio não assola.
 Viver, ah viver supera o entendimento.

Férias limitadas com pandemia