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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Desde Albi

Na estação, esperando o trem aproveito para escrever. Trem bala partindo,  lembrei da música. Isso mesmo, cada dia  que acordamos um trem sai da estação e ao final do dia já foi,menos um, menos um.   Temos mil trens  em nós e podemos fazer  qualquer caminho, a escolha é nossa, digo, em termos, pois não sou ingênua de pensar que  todos nesse mundo têm a mesma oportunidade.  Lógico que não, a perversão do sistema impede que isso aconteça, infelizmente.
Mas eu tenho sorte, muita sorte de ter nascido onde nasci e de ter os amigos que tenho. 
Mas tá muito  lenga, lenga isso.
Então,  hoje  meus anfitriões me largaram numa rua aqui nessa cidade, Albi, para eu conhecer e depois voltar de trem.   Viemos  de carro, acho que eles foram a um shopping,  foi o que entendi. Parei  na cidade velha e fui.
Cidade pequena, local de nascimento  de Toulouse Lautrec. Linda demais, vermelha, cheia de Belas visões. A grande ponte sobre o rio Tarn e aquela vista de conto de fadas.
Vindo  na van vermelha deles,eu sentada na frente junto com os dois e o Toff( o cachorro ancião) no nosso colo.  Minha roupa preta chegou aqui lotada de pelo branco. Aff!!!
Saltei e fui a luta. A Catedral principal  é de Santa Cecilia, por dentro  gótica,com o teto azul, vitrais e  altares com ouro.
É óbvio que entro em todas as igrejas que encontro e em todas peço o mesmo. É de praxe.
Margareth,minha anfitrian não gosta do Lautrec, prefere Renoir.  Mas eu me amarro.  Amo essa fotografia em pintura que ele faz dos bordéis, das mulheres,  da sensualidade da pintura sem querer ser.   Ele  pintava   aquilo que estava na borda da sociedade,  os marginais da história. Daí bordéis que ficam fora da Cidade. Sim, aqueles que não tinham voz, e de passagem continuam sem ter.
Não é a esbórnia,  que ele pinta.  Não vejo isso, mesmo na dança mais sensual. Comprei um cartão de uma mulher seminua colocando as meias, vou colocar sobre a minha cama,no Rio.
Toulouse Lautrec também acho que foi o que mais fez cartazes.  Eram muitos e muito legais.  O capitalismo transforma tudo em souvenir,mas  mas  da vontade de comprar tudo, mas  o grande dilema como carregar?
Benjamin nesse ponto foi ingênuo,  Adorno acertou, tudo virou mercadoria na era da reprodutibilidade técnica.  Afinal o Museu com suas lojinhas  precisa sobreviver.
E eu andando,  17 h, meu trem deve estar chegando.
Cheguei a ville France e Yves me aguardava na estação, junto com Toff.  Ligo que chegamos  fui a cozinha agradecer  a dica.  Margareth, sorriu, mandou eu tomar a ducha e ir jantar.
Quando lá estava ela veio com um roupão para mim. Disse que era para eu usar quando fosse ao banheiro de noite.  Sim ,  ainda bem,  pois o banheiro é do lado de fora. Eu rezo para não ir a noite, pois esfria muito e ainda tem que ir com a luz na mão. Europeus querendo voltar a idade da pedra.
Mas acho que eles estam fazendo outro banheiro ou casa, sei-la.
Ou seja,  acho que pretendem receber mais gente, ela fica muito cansada, não terá força para tocar isso tudo sozinha.  Ele é do tipo bonachão.  São legais. Talvez tenha passado o primeiro momento.
  São pessoas bem simples e são também muito metódico ela nem se  fala.  É capricorniana , do dia 3.     Ele é desligado.  Ela me parece bem pé no chão.  Pelo contato meu recente com um capricorniano ela tem seu próprio método e tem uma coisa chamada teimosia. Impressionante. Também isso depende do decanato.
  E assim quase uma semana  depois me sinto ambientada no lugar, amanhã retomo o trabalho tem ainda muitos cômodos, 3 na verdade.
Escrevi a meus outros anfitriões e ambos disseram que se eu quiser posso ir antes.
Tô concorrida.kkkk
Queria muito e vender meus anéis, acho que vou oferecer numa lojinha no centro. Afinal para que que eu trouxe isso  tudo.
Pois então que a França é realmente  muito bonita, essas vilas enchem o nosso imaginário , já vi muitas casas de João e Maria, de Cinderela e de   de tantas outras coisas, mas gosto mesmo é do fin de siecle.  Dos poemas do Rimbaud  com sua efervescência e de Baudelaire.  Hoje falei que tinha pai poeta,  também já falei de mãe artista. Tô bem na fita.
Tá chato eu não conseguir postar as fotos no blog, não sei o que acontece.