13\7 Barreirinhas
No segundo dia de ficamos
em barreirinhas,queríamos ir à praia, todavia isso se torna impossível
de se fazer sozinhos. Queríamos ir a Athim comer o tal camarão na brasa no restaurante
da Luzia. Mas não conseguimos. A dificuldade está em conseguirmos uma condução. Há um
monopólio dos donos de toyota, e não há transporte público. E os particulares
não tem interesse em atender aos turistas. Eles sonegam informação, não dizem que
há uma toyota de linha,que leva e traz passageiros fora dos passeios
convencionais das agências.
Athins é um lugarejo que não tem nada, exceto o tal camarão.
É distrito de Barreirinhas e por isso
deduzimos que a população deve ir à Barreirinhas para compras , banco,
hospital. Logo deve ter um transporte, mas o mesmo é sonegado aos turistas.
O mais triste é que havia uma linha de barco, meio que seria
o mais viável se o barco fosse rápido,
todavia o tal barco, por ser lento, não roda mais, e todos do local ficam na
mão do toyoteiro. OU seja,o transporte
fluvial foi substituído pelo terrestre muito pior, abandonando a possibilidade do barco, que de longe seria uma viagem mais agradável,só que
necessitaria de barcos ágeis.
Nesse dia então
depois de rodamos conseguimos arranjar um barco do seu José
Orelha cuja foto colocamos, ele através de sua filha Shirlene nos levou a sua prainha de rio, com o restaurante do mesmo nome restaurante- José Orelha, a comida é muito boa, e ficamos lá o
dia inteiro. Tem a melhor farofa amarela que comi durante toda viagem.
Ficamos todo dia lá , toda hora chegavam os barcos dos ricos
do Maranhão pediam comida e depois voltavam para comer. Além do peixe, o
restaurante tinha a galinha caipira.
Voltamos ao hotel já tarde e a noite encontramos a Malu e o
pessoal. A Jana não passou muito bem. Eu fiquei com o povo e fui comer pizza
num forrozinho pé de serra muito gostoso. Na praça de Barreirinhas estava
acontecendo uma festa e tinha o boi sendo dançado por muitos grupos diferentes.
Muito bonito de se ver, muito
enfeitados, as crianças participando disso e das quadrilhas.
Ou seja, a dica desse dia é o restaurante do José Orelha que
todo mundo conhece no cais do rio, ele leva e traz por 10 reais.
NO terceiro dia fomos ao passeio do Rio Preguiças,
tradicional, parando em vários lugares para ver os macacos, o farol, o
artesanato de buriti. Todo lugar tem
tendinha, para vender as peças. O farol é muito legal pois olhamos de cima a
região e os pequenos lençóis que também
são muito bonitos.
Chegando na barra, pois é o encontro do rio com o mar,
muitos restaurantes, quadriciclos para alugar, praia e rio juntos. Todos os
barqueiros param ali. Levam seus turistas para os restaurantes e as 14h todos
retornam.
Os barcos todos
são de 2 donos, se não me engano um tal Nemésio, que tem os barcos e contrata
os pilotos guias, na maioria jovens, o nosso foi o Francisco, e no passeio aos
lençóis foi o Maicow, que havia chegado do RIO DE Janeiro
há pouco tempo .
Nesse dia a noite, as
meninas foram embora de carona com Fátima, eu fiquei e voltei no dia seguinte,
tendo a segunda de manhã para passear na cidade com seus habitantes originais,
nas feiras e no comércio em geral. Falei
com o povo, vi sua hospitalidade e sua carência
que em muito difere dos pousadeiros e do tipo de turismo que compramos
pronto nas agências de viagens.
Tal turismo, que não é mais ecoturismo,mas sim de massa, se
torna vazio,oco, sem descobertas. O passeio é cronometrado pelos guias, se
antes levava todo dia, agora se restringe há 3 horas, tudo milimetricamente
feito, ajustado. Todos fazem o mesmo,
sem possibilidades de algo diverso e quem quer fazer algo é engolido pelo que é
de massa.
Esse turista é o da vivência e não da experiência, sua
memória é banalizada, uniforme, massificada. Tudo igual. Nem mesmo conversar eles se arriscam.
Parece que chegam aos lugares para ver algo e se vão. Não há
entrosamento, não ouvem o da terra e não são ouvidos por ele.
A cidade todavia cresce com o movimento do turismo,espero
que, melhorando a vida das pessoas e dividindo os lucros,trazendo riqueza que
de fato torne a vida do local melhor,com mais saúde, educação,etc .
No ultimo dia de
Barreirinhas fui a rua, andei pela feira, fui ao mercado
municipal, andei e conversei por lá. Creio que
um dos maiores problema é de locomoção,não há Ônibus.
Hospitais e escolas não sei se são bons. A contar pelo baixo nível educacional do Estado do Maranhão dentro da
federação, deve ser muito ruim.
Mas temos esperança que com o dinheiro do turismo sendo
dividido possa a população local crescer melhor.
Algo me chamou atenção no
Maranhão, o excesso de funcionários publico. Tudo lá o tempo todo é relacionado
ao Estado, à política,as conversas,as ambições ,os problemas falados pelas pessoas e sempre apontado a
família Sarney como causadora de tudo.
Todavia todos querem, são, ou serão funcionários públicos e isso por sua vez gera um Estado inflado e
improdutivo. Com todos que estive conversando, pessoas do Maranhão, todos são
funcionários públicos. Ou seja, as empresas privadas são poucas,e querem também
vender para o Estado.
Lógico, na minha
avaliação, isso gera uma política paternalista, e o Estado assim gasta mais com
folha de pagamento do que com investimento em coisas para melhorar a vida das
pessoas,ou coisas que trarão outros
tipos de investimentos gerando empregos e renda.
Pode ser que minha análise seja incorreta, mas...
O que se vê em São Luis, é que fora dos bairros ricos, a
vida é muito sofrida. Calhau e a litorânea parecem a Barra da Tijuca e não há ônibus para se chegar lá.Aliás é
precaríssimo o número de ônibus em São
Luis. Só uma linha passa na litorânea, e deve ter um único Ônibus, velho,
sujo,desconfortável.
Para o resto da cidade o mesmo acontece. Os bairros populares
são muito mal servidos de condução. As ruas são esburacadas obrigando os
motoristas a pegarem atalhos. Os
terminais de Ônibus são bonitos e grandes, mas com poucos ônibus. Um sistema
que funcionaria se tivesse o ônibus.
Colado ao terminal do centro histórico há um trenzinho de superfície, parado,
com 50 metros de linha construído. Uma piada, dizem os moradores. O trem está
lá se estragando, pois a linha não foi feita.
Os engarrafamento para a periferia são eternos. Todo dia, pois tem carro demais
e pouco transporte coletivo.
Os bairros são grandes conjuntos habitacionais e tem esse
nome. Não vi urbanização nos mesmos. Não são bonitos, cada morador faz sua
calçada de um jeito , logo é grande a diversidade. Poucas árvores nos bairros,o que intensifica o calor, e
quase nenhuma praça. Ou seja vê-se que foi feito o loteamento e depois
largou-se ao Deus dará.
Apesar de tudo isso as pessoas são amigáveis, recebem
bem o turista.Reclamam de seus
governantes, mas por que não mudam? Eu perguntei. Disseram que seria trocar
meia dúzia por 6. Senti falta de esperança nesse sentido. Vai entender.
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