terça-feira, 16 de julho de 2013

Os relatos da viagem





13\7 Barreirinhas

No segundo dia de ficamos  em barreirinhas,queríamos ir à praia, todavia isso se torna impossível de se fazer  sozinhos. Queríamos  ir a Athim comer o tal camarão na brasa no restaurante da Luzia. Mas não conseguimos. A dificuldade está    em conseguirmos uma condução. Há um monopólio dos donos de toyota, e não há transporte público. E os particulares não tem interesse em atender aos turistas. Eles sonegam informação, não dizem que há uma toyota de linha,que leva e traz passageiros fora dos passeios convencionais das agências.
Athins é um lugarejo que não tem nada, exceto o tal camarão. É  distrito de Barreirinhas e por isso deduzimos que a população deve ir à Barreirinhas para compras , banco, hospital. Logo deve ter um transporte, mas o mesmo é sonegado aos turistas.
O mais triste é que havia uma linha de barco, meio que seria o mais viável   se o barco fosse rápido, todavia o tal barco, por ser lento, não roda mais, e todos do local ficam na mão do toyoteiro. OU seja,o  transporte fluvial foi substituído pelo terrestre muito pior, abandonando a  possibilidade do barco, que de longe  seria uma viagem mais agradável,só que necessitaria de barcos ágeis.
Nesse dia então  depois de rodamos conseguimos arranjar um barco do seu José  Orelha cuja foto colocamos, ele através de sua filha Shirlene  nos levou a sua prainha de rio,  com o restaurante  do mesmo nome restaurante- José  Orelha, a comida é muito boa, e ficamos lá o dia inteiro. Tem  a melhor  farofa amarela que comi durante toda viagem.
Ficamos todo dia lá , toda hora chegavam os barcos dos ricos do Maranhão pediam comida e depois voltavam para comer. Além do peixe, o restaurante tinha  a galinha caipira.

Voltamos ao hotel já tarde e a noite encontramos a Malu e o pessoal. A Jana não passou muito bem. Eu fiquei com o povo e fui comer pizza num forrozinho pé de serra muito gostoso. Na praça de Barreirinhas estava acontecendo uma festa e tinha o boi sendo dançado por muitos grupos diferentes. Muito bonito de  se ver, muito enfeitados, as crianças participando disso e das quadrilhas.
Ou seja, a dica desse dia é o restaurante do José Orelha que todo mundo conhece no cais do rio, ele leva e traz por 10 reais.
  

NO terceiro dia fomos ao passeio do Rio Preguiças, tradicional, parando em vários lugares para ver os macacos, o farol, o artesanato de  buriti. Todo lugar tem tendinha, para vender as peças. O farol é muito legal pois olhamos de cima a região e os pequenos lençóis  que também são muito bonitos.
Chegando na barra, pois é o encontro do rio com o mar, muitos restaurantes, quadriciclos para alugar, praia e rio juntos. Todos os barqueiros param ali. Levam seus turistas para os restaurantes e as 14h todos retornam.
     Os barcos todos são de 2 donos, se não me engano um tal Nemésio, que tem os barcos e contrata os pilotos guias, na maioria jovens, o nosso foi o Francisco, e no passeio aos lençóis foi o Maicow, que havia chegado do RIO DE  Janeiro  há pouco tempo .

Nesse  dia a noite, as meninas foram embora de carona com Fátima, eu fiquei e voltei no dia seguinte, tendo a segunda de manhã para passear na cidade com seus habitantes originais, nas feiras e  no comércio em geral. Falei com o povo, vi sua hospitalidade e sua carência  que em muito difere dos pousadeiros e do tipo de turismo que compramos pronto nas agências de viagens.   
Tal turismo, que não é mais ecoturismo,mas sim de massa, se torna vazio,oco, sem descobertas. O passeio é cronometrado pelos guias, se antes levava todo dia, agora se restringe há 3 horas, tudo milimetricamente feito, ajustado. Todos  fazem o mesmo, sem possibilidades de algo diverso e quem quer fazer algo é engolido pelo que é de massa.
Esse turista é o da vivência e não da experiência, sua memória é banalizada, uniforme, massificada. Tudo igual. Nem mesmo  conversar eles se arriscam.
Parece que chegam aos lugares para ver algo e se vão. Não há entrosamento, não ouvem o da terra e não são ouvidos por ele.
A cidade todavia cresce com o movimento do turismo,espero que, melhorando a vida das pessoas e dividindo os lucros,trazendo riqueza que de fato torne a vida do local melhor,com mais saúde, educação,etc .
No ultimo dia  de Barreirinhas  fui a  rua, andei pela feira, fui ao mercado municipal, andei e conversei por lá. Creio que  um dos maiores problema é de locomoção,não há Ônibus.
Hospitais e escolas não sei se são  bons. A contar pelo baixo nível  educacional do Estado do Maranhão dentro da federação, deve ser muito ruim.

Mas temos esperança que com o dinheiro do turismo sendo dividido possa a população local crescer melhor.
Algo me chamou atenção no Maranhão, o excesso de funcionários publico. Tudo lá o tempo todo é relacionado ao Estado, à política,as conversas,as ambições ,os problemas  falados pelas pessoas e sempre apontado a família  Sarney como causadora de tudo. Todavia todos querem, são, ou serão funcionários públicos  e isso por sua vez gera um Estado inflado e improdutivo. Com todos que estive conversando, pessoas do Maranhão, todos são funcionários públicos. Ou seja, as empresas privadas são poucas,e querem também vender para o Estado.
Lógico, na  minha avaliação, isso gera uma política paternalista, e o Estado assim gasta mais com folha de pagamento do que com investimento em coisas para melhorar a vida das pessoas,ou coisas que trarão outros  tipos de investimentos gerando empregos e renda.
Pode ser que minha análise seja incorreta, mas...
O que se vê em São Luis, é que fora dos bairros ricos, a vida é muito sofrida. Calhau e a litorânea parecem a Barra da Tijuca  e não há ônibus para se chegar lá.Aliás é precaríssimo  o número de ônibus em São Luis. Só uma linha passa na litorânea, e deve ter um único Ônibus, velho, sujo,desconfortável.
Para o resto da cidade o mesmo acontece. Os bairros populares são muito mal servidos de condução. As ruas são esburacadas obrigando os motoristas a pegarem atalhos.   Os terminais de Ônibus são bonitos e grandes, mas com poucos ônibus. Um sistema que funcionaria  se tivesse o ônibus. Colado ao terminal do centro histórico há um trenzinho de superfície, parado, com 50 metros de linha construído. Uma piada, dizem os moradores. O trem está lá se estragando, pois a linha não foi feita.
Os engarrafamento para a periferia  são eternos. Todo dia, pois tem carro demais e pouco transporte coletivo.
Os bairros são grandes conjuntos habitacionais e tem esse nome. Não vi urbanização nos mesmos. Não são bonitos, cada morador faz sua calçada de um jeito , logo é grande a diversidade. Poucas árvores  nos bairros,o que intensifica o calor, e quase nenhuma praça. Ou seja vê-se que foi feito o loteamento e depois largou-se ao Deus  dará.

Apesar de tudo isso as pessoas são amigáveis, recebem bem  o turista.Reclamam de seus governantes, mas por que não mudam? Eu perguntei. Disseram que seria trocar meia dúzia por 6. Senti falta de esperança nesse sentido. Vai entender.

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