Hoje sai pela manhã e fui direto ao centro novo de taxi comprar a passagem para a montanha Chefchoen . Um taxista muito simpático me levou , esperou e trouxe de volta à Medina.
Andei pelas ruas da cidade nova de carro e não achei nada de mais. É uma cidade como qualquer outra do século xix e xx , na Europa e nos outros países com sua influência. Certamente tem os bairros chiques mas não passei. Descubro que o diferente é o que interessa. E esse diferente está na descoberta das coisas na Medina.
Saltei no portão Blue e fui descendo por outra rua diversa da de sempre. No caminho um rapaz insistiu tanto que me vendeu três porta níquel de couro.
Fui descendo e cada entrada uma nova descoberta.
Vi lojas de roupa, de cerâmica, de comida , de tecido , de roupas íntimas e artigos comuns, creio que é o mercado popular. Saara. Mas é também onde tem os restaurantes típicos.
Tudo escondido . Você passa numa porta, por vezes pequena e quando entra um pátio interno se abre com uma claraboia e toda luz. Coisa de louco. Se um dia eu construir uma casa será assim.
Fui descendo a rua e é muita gente ou não, pois as ruas sendo estreitas sempre aparenta estar lotado. Segundo o guia as mulheres fazem compra todo dia para fazer a comida. Tudo fresco .E se vê mesmo , tudo vivo. Um modelo completamente primitivo. O povo não é gordo. Não vi ninguém obeso. Comem muitos legumes, tudo tem legumes. O Tejine o cuscuz.Descendo mais descobri ainda lugares que vendem eletrônicos. Lógico que tem também coisas da China.
Voltei ao hotel pois havia combinado de ir ao hamman. Imane me levou , achei que fosse também entrar, mas não. Era um hamman tradicional deles, não turístico. Fiquei apreensiva. No caminho comprou henna e argan.
Lá chegando uma senhora vai comigo. Lá dentro baldes de água quente e um certo vapor. Tem várias mulheres tomando banho, só com a parte de baixo vestida. Algumas nuas, crianças também brincando com a água. Aí começa o ritual. Ela passa a henna misturada com o oleo no nosso corpo, depois massageia, passa o shampoo no cabelo massageando, isso vc fica sentada, depois tira isso é passa uma luva co o uma lixa e depois com seu sabonete faz massagem de novo, tudo com água quente em várias temperaturas. Me parece um ritual das mulheres , pelo menos uma vez por semana elas vão lá. Eu achei bom, tentei olhar sem preconceito o ritual, a senhora que me atendeu só falava árabe eu tentei falar algo em francês ELA também não sabia. É um banho público feminino, pois só entram as mulheres. Os homens são em outro horário.
Saí do banho leve ,entrei no restaurante, mesmo que fui ontem e logo disseram: a brasileira voltou. Ri muito.
Como hoje um tejine de legumes com carne e antes uma lentilha. Fiquei um pouco no restaurante e não quis voltar para o hotel preferi ir de novo ao parque, sentar e observar.
Reparei hoje no jardim onde fui depois do almoço ,que as mulheres passeiam com outras mulheres e os homens com os homens. Não Sei se há lugares que ficam juntos.
Tem casais de namorados no jardim, mas poucos.
No jardim conheci outras duas mulheres mãe e filha, sentamos no mesmo banco. Começamos a conversar e fomos falando . A menina de 22 anos falava ingles. Cheguei a conclusão que converso mais com quem fala mal. Assim ocorre a interação. Ela me explicou que fazia aula e que é solteira , filha única e a mãe divorciada. Pediu logo para tirar foto comigo e me adicionar no Facebook. Eu aceitei.
Aqui de hora em hora tem o chamamento para oração , mas tirando a Medina , não vi pessoas parando e virando para Meca a rezar.
Já era quase 6 da tarde quando elas iam embora e eu vi que o cara de ontem, o tal esquisitinho, estava num banco próximo filmando, olhando. Falei com elas sobre isso e saí com elas do parque . E ele ficou lá. Vim direto para o hotel. Aqui já com Imane ficamos conversando no terraço.
Ela não conhece a Europa , estando a uma hora de lá. Disse que o visto é muito caro. Aí me dei conta da questão da imigração. Muita gente vai e não volta.
Depois me disse de sua vontade de ir a Veneza. Chamei para ir ao Brasil.
Realmente o país é muito pobre. E existe uma ostentação do rei. O cara tem um palácio em cada cidade que fica fechado para quando ele for. Enorme. Deve ser maravilhoso mas não é aberto para o público.
O povo trabalhador pelo que vejo tem mínimas condições de vida . Difícil também medir na condição de turista.
Mas no geral é pobre. Não dá para dizer que todos que moram na Medina são pobres. O espaço parece um beco de favela insalubre com portas pequenininhas , mas quando vc entra, é inusitado. As coisas co.o móveis entram por cima na claraboia aberta.
Bem, hoje o Pedro também não apareceu , enquanto ele não vem vou andando.