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sábado, 14 de julho de 2018

Fui hamman!!

Hoje sai pela manhã  e fui direto ao centro novo de taxi comprar a passagem para a montanha Chefchoen . Um taxista muito simpático me levou , esperou e trouxe de volta à Medina.
Andei pelas ruas da cidade nova de carro e não achei  nada de mais. É uma cidade como qualquer outra do século xix e xx , na Europa e nos outros países  com sua influência. Certamente tem os bairros chiques mas não passei. Descubro que o diferente é o que interessa. E esse diferente está na descoberta das coisas na Medina.
Saltei no portão Blue e fui descendo por outra rua  diversa da de sempre. No caminho um rapaz insistiu tanto que me vendeu  três porta níquel de couro.
Fui descendo e cada entrada uma nova descoberta.
Vi lojas de roupa, de cerâmica, de comida , de tecido , de roupas íntimas e artigos comuns, creio que é o mercado popular. Saara.  Mas é também onde tem os restaurantes típicos.
Tudo escondido . Você passa numa porta, por vezes pequena e quando entra um pátio interno se abre com uma claraboia e toda luz.  Coisa de louco. Se um dia eu construir uma casa será assim.
Fui descendo a rua e é muita gente  ou não, pois as ruas sendo estreitas sempre aparenta estar lotado. Segundo o guia  as mulheres fazem compra todo dia para fazer a comida. Tudo fresco .E se vê mesmo , tudo vivo.  Um modelo completamente primitivo. O povo não é gordo. Não vi ninguém obeso. Comem muitos legumes,   tudo tem legumes. O Tejine o cuscuz.Descendo  mais descobri ainda lugares que vendem eletrônicos. Lógico que tem também coisas da China.
Voltei ao hotel pois havia combinado de ir ao hamman. Imane  me levou , achei que fosse também entrar, mas não. Era um hamman tradicional deles, não turístico. Fiquei apreensiva. No caminho comprou henna e argan.
Lá chegando uma senhora  vai comigo. Lá dentro baldes de água quente e um certo vapor. Tem várias mulheres tomando banho, só com a parte de  baixo vestida. Algumas nuas, crianças também brincando com a água. Aí começa o ritual. Ela passa a henna  misturada com o oleo no nosso corpo, depois massageia, passa o shampoo no cabelo massageando, isso vc fica sentada, depois tira isso é passa uma luva co o uma lixa e depois com seu sabonete faz massagem de novo, tudo com água quente em várias temperaturas.  Me parece um ritual das mulheres , pelo menos uma vez por semana elas vão lá. Eu achei bom, tentei olhar sem preconceito o ritual, a senhora que me atendeu só falava árabe eu tentei falar algo em francês ELA também  não sabia.   É um banho público feminino, pois só entram as mulheres. Os homens são em outro horário.
Saí do banho leve ,entrei no restaurante, mesmo que fui ontem e logo disseram: a brasileira voltou. Ri muito.
Como hoje um tejine de legumes com carne e antes uma lentilha.   Fiquei um pouco no restaurante e não quis  voltar para o hotel preferi ir de novo ao parque, sentar e observar.
Reparei hoje no jardim onde fui depois do almoço ,que as mulheres passeiam com outras mulheres e os homens com os homens. Não Sei se há lugares que ficam juntos.
Tem casais de namorados no jardim, mas poucos.
No jardim conheci outras duas mulheres mãe e filha, sentamos no mesmo banco. Começamos a conversar   e fomos falando . A menina de 22 anos falava ingles. Cheguei a conclusão que   converso mais com quem fala mal. Assim ocorre a interação.  Ela me explicou que fazia aula e que é solteira , filha única e a mãe divorciada.  Pediu logo para tirar foto comigo e  me adicionar no Facebook.   Eu aceitei.
Aqui de hora em hora tem o chamamento para oração , mas tirando a Medina ,  não vi pessoas parando e virando para Meca a rezar.

Já era quase 6 da tarde quando elas iam embora e eu vi que o cara de ontem, o tal esquisitinho,  estava num banco próximo filmando, olhando. Falei com elas sobre isso e saí com elas do parque .   E ele ficou lá.  Vim direto para o hotel. Aqui já com Imane ficamos conversando no terraço.
Ela não conhece  a Europa , estando a uma hora de lá. Disse que o visto é muito caro. Aí me dei conta da questão da imigração. Muita gente vai e não volta.
Depois  me disse de sua vontade de ir a Veneza.  Chamei para ir ao Brasil.
Realmente o país é muito pobre. E existe uma ostentação do rei. O cara tem um palácio em cada  cidade que fica fechado para quando ele for.  Enorme.  Deve ser maravilhoso mas não é aberto para o público. 
O povo trabalhador pelo que vejo tem mínimas condições de vida .  Difícil também medir  na condição de turista.
Mas   no geral é pobre. Não dá para dizer que todos que moram na Medina são pobres. O espaço parece um beco de favela  insalubre com portas pequenininhas   , mas quando vc entra, é inusitado.  As coisas co.o móveis entram por  cima na claraboia aberta.
Bem,  hoje o Pedro também não apareceu , enquanto ele não vem  vou andando.