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domingo, 17 de novembro de 2024

Recife - Pernambuco






O Cão Sem Plumas ( João Cabral de Melo Neto) 
 A cidade é passada pelo rio como uma rua é passada por um cachorro;
 uma fruta por uma espada. O rio ora lembrava a língua mansa de um cão ora o ventre triste de um cão, ora o outro rio de aquoso pano sujo dos olhos de um cão. 



 O poema, a cidade, o rio, a vida, antes João era o que mais falava daquele lugar . Hoje temos novas imagens pelo viés de Assis e Mendonça os cineastas. Certamente tem outros que falam, a música fala, Mangue Beach, Chico que já se foi, tão cedo. Mas a cidade apesar de tudo sobrevive e me encanta sempre. Terceira vez que lá vou e encantada fico com seu espaço entre os rios e seu traçado. Mas mesmo com todo encanto não deixo de ver a poluição dos rios, o cheiro de matéria pútrida que não é do mangue, mas do esgoto. Todo tipo de plástico e outras coisas que jogamos, nós humanos, no rio. O Rio Beberibe, Capibaribe parecem mortos. E eu ao olha-los fico imaginando se fossem limpos. Será que um dia serão? Tanta coisa que não se faz. Mas a cultura insiste, o fervor da rua e do frevo, e do galo, e das pessoas. Eu gosto. vale sempre a visita.