Uma nova viagem se inicia, dessa vez sem que o roteiro esteja rigorosamente definido, sem estar acompanhada, é como da primeira vez, à vontade dos ventos.
quinta-feira, 21 de julho de 2022
terça-feira, 5 de outubro de 2021
Cidades
Cidades
Atualmente ao flanar pelas cidades temos a sensação de que sempre estamos nos mesmos lugares. Estejamos em nosso país ou não. Isso pode parecer uma heresia, mas a modernidade e a pandemia nos causam essa sensação. Por isso ao percorrer as ruas ficamos ávidos por um espaço que tenha algo de diverso.
Em Curitiba, sinto o mesmo que no Rio. O Centro se transformou num espaço que lembra algo em plena decadência. Não se encontra um café legal, uma vitrine bonita, uma galeria que lembre o fim do século xix.
O consumo transformou as lojas de rua em espaços estranhos e o brilho das luzes foi mandado para o shopping center. Entretanto, nesse lugar não temos dia, noite, vento, especificidades, eles são iguais em qualquer lugar do mundo. Recuso_me a ir ao shopping para ver a cidade. A vida está na rua, no shopping ela é uniformizada.
Saio entrando nas vias transversais em busca de novas imagens. Meus olhos se perdem numa imagem povoada de cartazes feios, de letreiros disformes, de produtos inúteis. Nunca vi tanta quinquilharia. Produtos chineses, plástico, plástico.
Nos labirintos citadinos sentei- me na Boca Maldita, que já não é mais maldita. Talvez um único espaço para poder observar a rua mais importante da capital, mas logo levanto-me. Os pedintes não me deixam observar ou escrever, ainda mais quando me chegam sem máscaras.
Levanto-me entro em outra viela e vejo uma ladeira no fim com um prédio diferente. Aperto o passo, antes que a miragem se perca. Uma praça no alto do morro, pinheiros em volta, uma ruína, um café. Cansada, sento e peço um cappuccino para esquentar e do alto conseguir olhar.
terça-feira, 5 de janeiro de 2021
Limites
Não me queixo, não estou presa em casa, me conduzo por lugares vazios onde o vírus não pode estar.
Tento no máximo possível fotografar os espaços públicos que não mudaram. A natureza, o mar, a Lagoa, a floresta e os animais.
Penso se a humanidade de fato mudará mas não vejo como. Sinto-me num filme de ficção, escrevo a ficção quando o tédio não assola.
sábado, 18 de abril de 2020
Rotina -Covid19
Vejo filmes, ando
disciplinadamente na minha rua deserta,
faço yoga, lavo louça, faço comida, lavo roupa, leio, escrevo, arrumo. Rotina boa, conveniente, nada diferente de sempre. Descobri Acrópolis, palestras, tudo
que gosto, como se estivesse assistindo a uma aula me atualizo, me formo e não
me informo sobre o que acontece do lado
de fora do meu reino.
Faço conexões com a vida pregressa, a minha e a dos outros,
analiso amores, detenho os mitos e
penso na importância dessas
histórias para a humanidade.
Tenho em mente que aquele que
sofreu o trauma e não consegue dele falar, não o superou. Isso só vai
acontecer quando falar, elaborar,
reinterpretar o que foi o trauma. Não falar é colocar embaixo do tapete mais uma vez o que viveu e não vai crescer nunca.
Crescer é ultrapassar uma coisa para
viver outra, crescer exige desacomodar,
sair do cômodo, sair do estabilizado e ir viver. Parado não se vive, parada é a condição de quem desiste de viver. Viver
é perigoso, viver não é preciso. Viver da medo. Viver é se expor, é se deixar,
é se questionar e se rever, Viver é rir
de si mesmo, rir das merdas que faz tendo consciência delas, mesmo que te doam, é assumir que fez e
ser responsável por si mesmo, viver é não servítima, é não fazer culpado todo o resto, é assumir que você foi quem fez e por isso paga a conta, viver é se dar conta, é cuidar de si, se amar
e se odiar, saber que pode errar mil vezes, e que pode depois de errar acertar, viver é entender que
existe um sopro, uma energia que te impele para falar, para sentir, para
experienciar e não parar. Viver é dançar, é chorar, é ficar com raiva e
também com amor e se permitir as duas faces da
moeda, pois que somos assim, temos anjos e demônios em nós, e saber
disso nos faz forte para controlar o que de pior temos e não deixar que
nos façam mal, a nós e aos outros. Viver
é acima de tudo, amar a vida, gostar de ver, gostar de sentir, ter tesão pela
vida por mais árdua que seja. Viver é isso, se permitir ser quem você é, sem se
iludir.
quinta-feira, 19 de março de 2020
Série quarentena Covid19
Desde sexta feira passada vivemos a quarentena, certamente deve ser bem diferente das outras quarentena vividas pela humanidade, pelo simples fato de todos estarmos conectados e sabendo p que acontece no mundo pela internet.
Comecei tímida meu processo como todos, saí sozinha para caminhar sábado na minha própria rua, e descobri que o museu Chácara do céu terminou sua obra, o funicular e um imenso terraço de onde se pode ver toda cidade e todo meu bairro. Ou seja, ponto positivo, pensei que se ficasse no Rio, poderia fazer ali o tour diário, já que estaria vazio e preciso compensar o que tenho comido de doce,mesmo de dieta. Sim, corro o risco de terminar a quarentena diabética, pois não consigo ficar sem o doce. Ansiedade? Não sei, mas se em casa tem um histérico pode de 1kg de doce de leite uruguaio, aqui na fazenda tem doce de goiaba, doce de mamão, de banana tudo que faço.
Adiante me falo, vamos ao mais importante.
Depois de ir ao médico na segunda feira, tive que trazer minha mãe de volta à sua casa, então eu e Alice viemos.
Mas hoje é quinta feira 19 6 horas da manhã. Já acordei e escrevo antes do dia começar.
Nossa rotina na fazenda é diversa. O primeiro dia foi muito movimentado, cozinhei, mexi na horta, andei, fiz yogurte da Rita Lobo, eu e Alice.
Mas com isso tudo o dia ainda foi tenso, estávamos mesmo daqui resolvendo a burocracia da cirurgia do papai. Ele precisa , segundo o médico, operar o câncer do estômago e durante a pândemia. Como será não sabemos. Acho que estamos apreensivos. ... afinal somos humanos.
Depois de mexer na horta, tomar café com o aipim que colhemos, fomos caminhar aqui dentro mesmo. Fiz mais meia hora com Alice, meu pai que fez meio roteiro e Titi, ela é a gatinha que apareceu aqui, chamei de Tigresa porque é rajada e Alice apelidou de Tito. Acho que ela é meio cachorro. Porque acompanha quando andamos, vai correndo, muito diferente dos gatos que conheço. Tudo bem que deve ser filhote.
Mas assimvai transformando, mas subi na goiabeira tentando capturar os últimos frutos da estação, quando desci escorreguei e ralei o braço feio e a pele da queimadura saiu. AFf! dói...
A sensação é de que aqui pode ser um mundo paralelo.
Os sons são diversos, o clima é diverso, cono se fossemos puxados a outra dimensão. Se quiséssemos desligariamos tudo e pronto. Mas não écessa a intenção, precisamos estar atentos para o que fazer. Ontem por exemplo batemos panelas e #ele não me representa!!, o mundo sairá melhor dessa pãndemia? Quais São nossas chances, levantei imaginei o efeito da bomba de nêutron, tudo em pé, sem a humanidade, nós nos auot destruímos quando invenramosca bomba. Escuros os pássaros, a galinha tô fraco, tô fraco...
Vamos levantar, tenho fome..
Série quarentena- Covid19
Quando a liberdade faltar
Olhando os amigos europeus fico pensando no que fazer quando de fato a liberdade temporariamente faltar.
Acho que vou colocar a leitura em dia, vou arrumar a casa e organizar estantes de livros e papeis, vou ver os filmes que deixei de ver e que tenham na plataforma, vou escutar música, caminhar no corredor de casa, falar pelo aplicativo, ligar para todos que estiverem de plantão e quiserem fofocar um pouco sobre a falta de liberdade, vou olhar pela janela e ver a cidade silenciosa. Não haverá o samba que hoje ainda soa, não sei bem em que local, não haverá o burburinho que a cidade tem de dia e que eu escuto de casa. Mas os pássaros que passam pela janela continuarão, os periquitos na palmeira também, quem sabe não se animam e aparecem para comer o girassol que eu coloquei no parapeito, aí eu ficarei feliz se conseguir fotografá-los e enviarei para todos os amigos e isso vai virar festa, pois todos os presos em casa se imaginarão como os periquitos da cidade, que fazem uma imensa algazarra pela manhã.
Todos também terão tempo de pensar um pouco mais sobre sua vida, sobre suas escolhas, sobre seu país e seu desgoverno e quem sabe alguns dos presos não consigam de fato ver a realidade sem a lavagem cerebral que lhes foi imposta, mas isso somente se a máquina de fake news não for alimentada, pois se for, é capaz de tudo ainda ficar pior depois que liberdade vier.
Mas eu sou otimista, o tempo vai passar, o vírus vai mudar e se fizermos certo a pandemia passa, como passou a peste e a gripe espanhola, e eu sinceramente espero que com ela passe também a imbecilidade dos que nos governam e a cegueira dos que o seguem. E para todos fica a dica, “O ensaio sobre a cegueira”.
sexta-feira, 3 de janeiro de 2020
Fazenda da Lapa
A Fazenda da Lapa é histórica e está situada na Estrada de São João Marcos, em frente à entrada do Matutu.
É a única fazenda da estrada que ainda preserva características históricas.
Estamos abrindo para visitação externa, temos um bazar e brechó, uma piscina natural e uma queda d'água.⁹
segunda-feira, 9 de dezembro de 2019
Um novo
O que é o novo se não a elaboração de tudo que acontece e aconteceu,o entendimento, a reflexão o discernir do que foi cada passo dado e cada coisa conquistada na trajetória.
Quando tudo parece indefinido surgem muitas possibilidades que nos tornam um pouco indecisos, confusos, tudo bem que sou do grupo dos indecisos, dos que demoram a sair porque ponderam, mas que decidem as vezes apressadamente para não ter que ficar pensando.
Como um personagem que criei acho que eu também fujo, fujo de ter que decidir qualquer coisa, de ter que escolher o que vai ser para o futuro.
De fora, parecemos fortalezas muradas,armadas até os dentes, com canhões apontados para quem ousar se aproximar. Mas a quem consegue penetrar nessa murada vê que não é nada disso.
No fundo existe uma criança esperando para ser mimada, que quer ser mimada mas não consegue pois precisa ser forte. Só alguns percebem isso e são condescendentes com essa criança. Nunca tive convicção de nada, balanço como o galho de árvore em ventania, na pré tempestade mais forte .
Óscilo, tenho receio, penso, penso e me calo. Arte que preciso aprender mais e mais.
Todavia preciso ir, nem bem cheguei, preciso fazer, me cobro, me cobro, mas não quero me cobrar.
SER não é fácil, amar também não, SABER também não. Tem uma angústia pairando, um não saber,mais que bem querer. É um saber que posso fazer o que eu quiser. Vida, ai minha vida!!!
Um novo livro, uma deportação, uma reivindicação o que?
Paris, Atenas, Paros,Naxos, Edimburgo, espaços e vozes...
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
E os 3 meses se foram
Hora de partir, ontem foi domingo e não escrevi, acho que não escrevi nada depois que voltei da Grécia. Procurei lá, e aqui nos últimos dias, não pensar muito para não ficar ansiosa.
Antecipar a volta não foi fácil, mas ao mesmo tempo foi bom, a tal moira sabe o que faz, e é melhor estar em casa e começar a nova estação com as novas propostas. A avaliação final eu só terei mais tarde, depois que tudo voltar ao normal. Mas muita coisa aprendida,muita coisa vista, muitas experiências , muita solidariedade, e muito amor recebido de muita gente.
Tirando a Escócia, não tive nenhum problema, tudo transcorreu bem, tranquilo e na paz.
É lógico que quero mais, não sei quando será, mas o mundo é grande , tem asia, Austrália, China, Japão, África e Europa também, sem contar a própria América. Não tem porque parar. Novas formas de viagem , e de experiência e a viagem.
Mas agora rumo ao projeto,ao filme, ao b&b e tudo mais. Começando dia 7 com os Anéis de saturno.
No aeroporto eu acabo perdendo o pote de creme de oliva que comprei na Grécia. Merda!!! Burra eu , fui colocar na mochila..
O vôo vai lotado, gente de outro que não foi pela manhã. Parece que não tem jantar pois o embarque é tarde. Ou seja quanto mais você paga,menos você tem.
Almocei já eram 16 horas, fui com Movita a República, ontem com Amélia e hoje com Movita. Devo ter engordado uns 5 kg, aff, chegar ,chegando com o projeto verão pois o pé já começou a doer. Oh saga!!!
domingo, 24 de novembro de 2019
sexta-feira, 22 de novembro de 2019
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Quanto encanto... olhar não faz mal
Não sei se já é Natal na líder magazine, mas na Galeria Lafaiete já é.
Todos os caminhos levam a Paris
Mas uma vez, a terceira nessa viagem passo por Paris, mais 5 dias e me vou. Estou no avião que vai de Athenas a Barcelona espero lá 5 horas e pego o vôo, chego a Paris depois de 9 da noite, ou seja, um dia de viagem é perdido só no trajeto. Aeroporto de Athenas tem tanta parada e passa tickete e anda, caramba, realmente trem é muito melhor,sem essa burocracia.
Duas noites sem dormir direito não sei porque, sei que é horrível, hoje vou tomar um vinho para relaxar ou outra droga qualquer. Ainda bem que o vôo para o Brasil é a noite e não terá esse problema de acordar cedo para pegar o trem, táxi ou o que for.
Já tô cansada, mesmo, hora de voltar para casa, de programar a vida,espero que não tenham muitas expectativas sobre mim. Sou e serei o de sempre. Lógico que pensando em tudo que acho que posso fazer. A certeza de que seja o que for, nós sempre podemos nos reinventar e fazer as coisas que quiseremos e as que não pensávamos sem medo.
O avião sobrevoa o mar, acho que é o adriático. Parece que agora vai por cima da Itália, uma longa costa consigo ver, ou é alguma ilha muito grande, será a Sicília? não me parece ilha.
Agora as nuvens cobrem toda a terra, mas parece que tem mar do outro lado , deve ser a a Sicília. Pergunto ao 'aeromoço' o infeliz não sabe. De fato essas profissões perderam seu status, são garçons e garçonetes do ar, sem preconceitos, mas o cara não ter interesse de saber por onde passa.
Tô com fome, tomei um bom café mas já é uma hora, e para comprar só tem troço ruim e caro. PQP. Sanduiche gelado de avião ninguém merece, eu devia ter comprado algo fora. Agora só Barcelona,nem meu chocolate,só tenho tâmaras, que descobri e é minha nova paixão. Vou levar as sementes ,vai que nasce, ontem quase comprei uma oliva, tava 3.50euros o pezinho plantado. Mas fiquei com medo do aeroporto, embora eu tenha despachado a mochila. Perdi minha bolsinha de dinheiro, deve ter caído na cama quando peguei a rolha do ouvido, nem sei quanto tinha de dinheiro, que alguém ache, tinha comprado no Marrocos.
Consegui dormir um pouco, mas o Grego que está do meu lado me acordou me dando um pãozinho. Não sei de onde veio. Ficou meu amigo, ele é de Larissa, vai a Madrid com um grupo de negócios, me falou com parco inglês, é produtor de algodão, me mostrou as fotos no tablet, entrou nervoso pois é sua primeira viagem de avião. Eu o ajudei com o cinto e sei lá como conversamos. Não é velho deve ter menos de 60 anos.
O celular é dos antigos, tem uma senhora na minha frente que acho que é do grupo. O sol tá batendo dentro do avião e está quente. Muito seco. Horrível.
Estou numa secura horrorosa e aquela boca queimando, um saco.
Chegamos e no aeroporto de Barcelona, como outros é um imenso shopping, comi um sanduíche e um chocolate. Não entendo porque as coisas em aeroporto tem que ser sempre mais caras. Uma água de 50centavos aqui custa 2 euros. Eu burra joguei fora minha garrafinha na hora do raio x. E aqui tem bebedouro em todos os banheiros, isso é bom. Andei tudo agora sentei ao lado de um lindo coroa,como se eu não fosse.
Continuo com sono, uma hora a menos em Barcelona e na França.
Cheguei tarde, minha amiga me esperava, com sopinha e vinho. Tomei um banho quente, morta comi e deitei. Como cansa, uma viagem de 3 horas que dura todo dia, absurdo.
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Madrugada infinita
Segunda noite que não prego o olho,andei o dia todo pela cidade e mesmo assim não consigo dormir. Não entendo porque. Devo estar ansiosa de Tom, ou qualquet bosta da minha louça cabeça, os astros, deve ser isso,minhas amigas dos astros de plantão, help-me. Expliquem aías conjunções regentes nesse momento.
Athenas é uma cidade interessante, além de linda. A vida noturna me parece boa, escuto ao longe ainda o barulho. Esse hotel é bem melhor situado que o outro, que apesar de bom, mais caro, ficava numa zona ruim. Aqui tô do lado do museu da Acropoli com tudo perto. As 9 da noite me deu vontade de comer doce, coloquei o casacão por cima do pijama e fui comprar sorvete, tomei uma bola de chocolate no hall do hostel e subi.
MIRrta é uma grega que está no quarto , tem 31 anos eparece uma menina. Conversarmos em inglês, dei um anel de presente para ela, ficou como criança, olhando o dedo. Depois viu minhas coisas numa ecobag e Me deu um michilinga que tinha sobressalente, disse que era, sei lá da onde ecque não precisaria, eu não quis aceitar , mas ela fez questão. Me abraçou, trocamos email. Acho que ela tá numa fase de transição. Organizando a vida. Como eu talvez, reorganizado.
Meu dia amanhã será longo,saio as11 e só chego a Paris as 21.Affe.
Tentei falar com Mirta sobre a repatriação das obras tiradas daqui que estão em outros lugares, mas acho que ela não me entendeu. Até o George Cloney entrou nessa vibe, quando defendeu isso.
De fato,hoje no Museu,lindo, moderno,com uma vista maravilhosa da Acropoli fiquei pensando sobre isso.
O que tem aqui de fato são caquinhos, o museu impressiona pela estrutura e tecnologia de imagem, a mostra do processo de restauro,mas estátuas como Vitória de samotrácia,Vênus de milo e outras, não estao aqui.
Louvre,Vaticano, museu da Inglaterra e onde mais pelo mundo, que tem coisas daqui, do Egito, do Peru. Saques autorizados por eles mesmo. Isso dá discussão.
Mas o grego de fato é simpático, atencioso, e hospitaleiro, segue a lenda.
Quero dormir, e não consigo aí escrevo para ver se o sono vem. Ontemdeitei muito cedo,mas hoje não.
segunda-feira, 18 de novembro de 2019
Adeus às ciclades
18 novembro -Toda saída é uma despedida, toda ida, toda fuga, todo caminho que se precisa bifurcar seja lá pelo motivo que for. O sentimento pode ser e é para mim sempre dúbio. Ou se deixa para trás, ou se é deixado, ou se parte com foco no que ficou, ou só se mira o que vem a frente. Para ser fiel ao que devo pensar da vida como ideal, o foco deve ser o momento. O caminho do meio, o que foi nos torna o que somos e como seremos daqui para frente dadas as novas experiências vividas.
A dimensão de tudo é impossível de se ter no momento, somente depois de passado e acentuado tudo é que olhamos, ' apenas quando queremos,' e vislumbramos o que foi e que nos tornou o que somos hoje.
Esse caminho intrigante é que é a vida. O presente, a força que temos para poder fazer o para frente ser diferente, dentro do que nós temos ingerência. Pois que não é tudo. Bem diz a moira.
Aqui olhando de frente este espaço, que tanto pode ser de paraíso quanto de inferno, vejo que nosso dedo vai até um ponto, depois é impossível de determinar.
Tudo planejado para estar a essa hora em outro lugar é tô aqui, nesse céu azul,nessa água esmeralda, nessa arquitetura singular, comendo coisas gostosas, desfrutando dessa hospitalidade milenar, num lugar que eu certamente não viria em janeiro.
Ou seja, a moira foi mais forte e determinante, vim, vi, conheci, busquei,pensei como os filósofos, no sentido da existência, lembrei situações, pessoas, histórias, novas conclusões e novos planos surgiram e vou mais rica pelas experiências que tive aqui e em todos esses 3 meses.
domingo, 17 de novembro de 2019
Domingo em Naxos
Dia nublado, o sol sai vez por outra,sem turistas, cidade vazia, poucos restaurantes abertos na rua principal, mas o suficiente para os poucos que na rua passeiam. Como vim viver a vida grega acordei muito cedo, pois fui dormir as 9 . Levantei, tomei um cafezinho no quarto e saí, decidi que iria hoje a uma igreja assistir cerimônia ortodoxa do domingo. Me arrumei, pois tudo mundo vai arrumado à igreja, não de preto , mas de vermelho. Não que quisesse chamar atenção, mas porque meu espírito está para vermelho e Branco, São Jorge.
No caminho comprei logo meu tickete para amanhã cedo, saio 9:30 rumo a Athenas, chegando lá às 15. Ou seja, todo dia no barco. A moça da agência Mila,arranhou um bom dia, eles sabem vender, eu fui a primeira cliente do dia. Dei o passaporte e ela, e ela disse _ mas esse nome é grego, _sim,é. Expliquei a história . Depois fui para igreja.
Entrei, perguntei com o olhar se podia, - sim, pode. Entro, sento. Vai chegando gente o tempo todo. O povo chega,dá umas moedinhas, pega uma vela fina,acende, coloca na bandeja e sai a beijar as imagens no vidro, não são os santos são imagens pintadas planas num vidro. Depois vou fotografar.
Todo mundo beija,aquilo me parece mais anti higiênico que a aguinha na igreja católica. Bem, até as crianças são carregadas a beijar. Uma beijação só, em todo canto e ao fundo o povo canta como um mantra,uma ladainha mesmo.
Uma hora eu cruzo as pernas e a moça vem me pedir para descruzar. Ok!
Fico lá tentando meditar,às 9 horas entra o patriarca com as crianças de roupa e velas na mão e ele segurando um quadro também. Vão para frente, continua a ladainha. Ele fica de costas dentro da casinha . O povo o todo tempo faz uns sinais da Cruz, eu acho. Tava demorando muito e fiquei ansiosa, aí saí. Andei,andei até um bairro colado que tem uma vista do Porto e da portada. E depois desci dei de cara com outra igreja maior ainda, entrei de novo, estava muito cheia, queria ver algo diferente. Ali um patriarca novo, teve uma hora que cantava de frente,e logo virava. Caramba, impossível ficar,mesmo querendo o brinde do final. Esperei um pouco e sai. Olhei se tinha Ônibus para algum lugar,mas creio que não.
Comprei um café e tô na beira mar escrevendo. Aqui sentada vejo todo o povo que estava na igreja passando.
Meu plano de fazer um cruzeiro de um dia morreu, não tem isso essa época. Eu tinha pensado em ir a Delos e Míconos,mas nada feito. Ficarei mesmo por aqui.
Na Marina, tal como em Paros não tem mais barquinhos coloridos agora são lanchas de fibra,catamarãs,voadeiras.
A modernidade chegou por todo lado. Tudo se aluga, mas o barco inteiro. A água é claríssima e calmíssima.
A vida vai devagar, tudo já está descoberto, Ulisses já mostrou ao mundo, aos bárbaros, a sua ideia de superioridade. Hoje ela não vale nada, mas ficou marcada no imaginário da civilização europeia, pois que sempre acham que são melhores que todos.
A ideia de democracia ganhou fôlego todos esses séculos, talvez porque não tenhamos desenvolvido outro modelo melhor até agora. O lugar da Grécia depois de tanto, é tão pequeno quanto a sua faixa de terra. Subdesenvolvida e cheia de caquinhos arqueológicos, já que as grandes estátuas foram roubadas e estão no Louvre, como a Nike, e em outros países.
Resta pouco aqui, mesmo depois da campanha de repatriação dos monumentos gregos.
Lutam para sobreviver como muitos pequenos e alguns grandes como o Brasil.
O povo é demais simpático, sou bem recebida em todos os lugares, sem falar grego. Não são como os italianos,ou os venezianos. Aliás, a Grécia teve durante muito tempo uma Dominação veneziana.
A história grega recente é por demais polêmica, tem questão com a Turquia, com a Itália, Albânia, tem território que era, que foi, que não é mais, que voltou. Ou seja, um samba doido.
( um casal vem falar comigo, surpreendem que sou turista e me dão aquele papelzinho do Testemunho de Jeová, me dão em inglês e com endereços na internet. Caraca os caras são profissionais.
A produção é americana. Ou seja...
Voltando ao assunto, mas essa tal democracia, certamente não era a grega de verdade, onde se tinha escravos e a mulher tinha um papel menor. O mundo vive um momento negro, muitas mudanças , muitas revoltas por pouco tempo, muita indignação sem ação, e uma alienação terrível. Líderes perversos e despreparados, chucros, fazendo o que o capital manda, violentado o povo. O que ganha a humanidade com o lucro exacerbado de alguns e pobreza de muitos?a doença e fome de milhões?
Sei que falo de um lugar privilegiado, que me permite ver também outros lados, e quero ve-los. Tento não me alienar com o consumo, com as idéias retrógradas, preconceituosas que estão mais aparentes agora, pois que há um festival de horrores em voga.
Parei. Chega!! Não quero me deprimir, já tomei minha sertralina hoje.
As crianças aqui andam sozinhas a brincar pela ilha. Esse grupinho passou aqui com caniço e malinha de pescar. Lindos!
Aliás os homens gregos são muito bonitos, pelo aplicativo tem uns verdadeiros deuses. Na rua também. Possuem os olhos claros,cor de azeitona, o nariz acentuado mas que compõe bem.
As mulheres têm algumas muito bonitas,elas são elegantes, se vestem bem. Os cabelos não são muito compridos,na maioria castanho. Loiras só as da televisão.
Algumas maduras se parecem muito com minha tia Penha. Mais velhas com minhas outras tias e minha mãe. Não são altas. Mas são Elegantes. As roupas das lojas são bonitas, tem muito salão de beleza também e olha que to falando de ilhas não tão grandes,com pouca gente, menos de 20mil moradores.
Chama também atenção o fato de o Povo, mesmo com sol estar encasacado.
Também as casas são mais limpas, me parece. Tudo é muito branco, se não estiver de fato limpo ferrou. As paredes brancas e o chão branco. As roupas de cama são cheirosas.
Sai caminhando para o lado da praia de São Jorge,muitos hotéis e restaurantes bem bonitos. A Praia é enorme e tinha um povo andando de caiaque, olhei o mapa e vi que era perto do hotel e fui tateando pela ruas numa lógica do meu GPS mental e deu certo. Fui até lá DEI um tempinho e rua, quase uma hora fui enveredando pelo labirinto da velha cidade, como numa mesquita, porque diferente de outras ilhas, pois tem muitos túneis o que quase não tem lá em Paros, lá é plano aqui é subida,e aqui muitos sobrados e a cidade está no morro, não tão alto como Santorine. Embora lá a cidade fique no topo do morro.
Sai caminhando para o lado da praia de São Jorge,muitos hotéis e restaurantes bem bonitos. A Praia é enorme e tinha um povo andando de caiaque, olhei o mapa e vi que era perto do hotel e fui tateando pela ruas numa lógica do meu GPS mental e deu certo. Fui até lá DEI um tempinho e rua, quase uma hora fui enveredando pelo labirinto da velha cidade, como numa mesquita, porque diferente de outras ilhas, pois tem muitos túneis o que quase não tem lá em Paros, lá é plano aqui é subida,e aqui muitos sobrados e a cidade está no morro, não tão alto como Santorine. Embora lá a cidade fique no topo do morro.
Procurei o restaurante que vi ontem, do lado da boulangerie, tava fechado aí fui descendo e achei uma taberna
Comi tudo e não pedi outro prato e ainda teve sobremesa,um bolinho molhadinho com gosto de laranja. Fiquei ali observando a mesa do lado cheia de velhinhos comendo calamares, lula.Até que o sol saiu muito forte e resolvo sair, fui pelo labirinto.Tentando ver se algo estava aberto. Nada, mais entrei por vielas diferentes.
Agora tô aqui sentada de novo conversando com a escrita, é assim quando se viaja sozinho. Não é ruim, eu gosto desse exercício, mas certas hora não ter com quem debater o que se vê é chato.Um monte de gente tomando banho nesse cantinho, a água é morna, mas eu detesto sair da água e sentir frio.
Em vários lugares por onde passei tem gente pintando, reformando, arrumando,nas luminárias são colocados plásticos para aguentar inverno. Parece que tudo vai hibernar até abril.
Olhando daqui tem um mal educado no meio do portal onde é proibido, pois tem uma corda,assim como lixo no chão,não tem jeito, o bicho homem nunca se satisfaz com o que tem. Precisa sempre de mais e até que mudemos isso , talvez a terra não suporte, não é pessimismo. É pena mesmo, é tudo tão lindo com cores tão bonitas naturalmente, que precisam fazer ainda mais intervenções que no passado.
Fiquei por ali todo dia e ao final andei pelo cais a ver os ba5cos de pesca que chegavam, os restaurantes vem com seus carros comprar e os rapazes manuseiam caixas de isopor branco. Tudo muito cuidadoso.
São bonitinhos e pequenos. Depois já era quase 5 horas, resolvi vir para o hotel e inda comprei um bolinho de laranja dos deuses.
Que delícia.
Agora são 8.20 e já tô caindo de sono. Vejo na TV um programa em grego e já vi dois filmes um em alemão com legendagem grego e um em inglês com mesma legenda.
No jornal passou umas manifestações, mas não consegui identificar se era athenas e também não achei nada na internet.
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