terça-feira, 26 de dezembro de 2023

O que os olhos não viam

2014,estava na Copa do mundo do Brasil quando passei por Roma na última vez. O vexame contra Alemanha. É  difícil para  um turista saber o que mudou.  As estátuas e monumentos continuam ali.É verdade que  mais desgastados pelo tempo e poluição.   Muitas lojas são as mesmas,muitas diferentes.  O fluxo de pessoas no feriado ,é o mesmo, e gigantesco. Hoje dia 26,ainda é feriado. Sempre aqui tem um feriado depois do feriado normal, Natal, Páscoa etc. Mas muita coisa abre. Restaurantes e outros.  As filas são enormes, mesmo para  um pedaço de pizza.
Fui andando sem rumo muito certo.  Via del corso até Piazza  Venezia   virei a direita para Teatro Marcelo, capitólio e boca della veritá.
No capitólio fui ao café com um belo terraço, que não lembro se conhecia e o melhor com um banheiro.  Se anda muito, mas não se vê qq posto público para fazer xixi.  Preciso não beber para aguentar 5 horas direto andando.
O foro do alto é muito grande assim como todo complexo em torno dele.  Muito bonito. Recordo de ficar ali sentada escrevendo  em 2003, especialmente qdo sentia saudades e me perguntava o tinha vindo fazer aqui, naquele momento.  De certo que fugia da dor da separação, fim de casamento. Cruz, que brabo que é isso.   Mas foi uma boa escolha, melhor fugir aqui  do que  em casa,  ainda mais estudando, pesquisando   e sendo paga para isso.
Todavia, acho que eu podia ter aproveitado  mais a época. Mas era meu tempo,lento diga-se de passagem. Marcha lenta essa minha.
Talvez nesse campo eu tenha mudado pouco.
Então,  mudemos o rumo da prosa.  Impressões da rua:
As vitrines estam cheias de vestidos vermelhos,curtos e decotados, muito brilho Tb.
As bocas das mulheres,muitas, com preenchimento. Todo mundo com lábios de Angelina Jouli, um pouco mais talvez.
Jovens  ou não. Muita maquiagem, isso sempre foi. Talvez pelo frio.
Mas  não está muito frio. Está agradável para andar por toda cidade.
 A rua lotada de gente de todo canto. Muitos brasileiros, passeando e trabalhando duro.
Depois do café de capitólio, desci ao Teatro de Marcelo e fui beirando o Rio e entrei no bairro judeu.
Ali mercado de kosch( não sei se escreve assim) , Sinagoga e uma exposição sobre o nazismo e campo de concentração. Entrei, vi rapidamente e saí. Muito forte, mas as imagens de crianças não tão diferentes das de Gaza hoje.
O ser humano, eu não sei ,  parece sempre um animal caçando.  Saí logo porque não queria  ver imagens dialéticas,   como diz  Walter Benjamim.
Vários Restaurantes com comida judaica e antiquários.  Não me lembrava dessa área.
Segui até o Campo dei fiore hoje tinha feira. A maioria das barracas com trabalhadores paquistaneses.  Esses são aqueles que  muito trabalham por aqui. Qualquer dia, qualquer hora.  Sempre me olham esquisito, quando  podem perguntam se sou indiana. Eu sempre brinco,   e peço para adivinharem.  Faço isso sei lá quantas vezes na rua.  Também os Senegaleses perguntam. Agora não  falam mais nomes dos jogadores. Mas falam SAmba!!! 
É engraçado do jogo.
Passei no Panteon, lotado, e na  Fontana  de Trevi , mais que lotada. E ainda na igreja de Santo Inácio,  onde  havia fila para um espelho no meio do salão onde se faz  foto do teto. Não fiquei na fila. Outro   dia volto lá.
Voltei  para casa.  A chave abriu a portaria, mas não saiu ,que fazer?Tirei a chave da casa e larguei na porta a da portaria. Agora não posso sair, pq não poderei entrar no prédio outra vez. Pqp.  Aguardo minha anfitriã.

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