terça-feira, 15 de outubro de 2019

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Uma tarde, uma hora, um minuto, um segundo


                




                    16h 20 minutos, dia 14 de outubro, a casa estava vazia,  nenhum  ser trafegava naquela tarde,  estava apenas eu e meu computador . Sentada na sala aristocrática  com móveis e acessórios ingleses do Lord Dolmer tudo parece escurecer. Olho pela janela e uma imensa tempestade se avizinha. A sala naturalmente clara tem que ter as luzes acesas,  a trovoada de verão que se dá no outono traz junto consigo os raios e a chuva.
               Saio correndo para pegar as  roupas na corda, dois imensos lençóis brancos e fronhas também brancas, o vento é tão forte que quase perco os têxteis, retiro todos e me dirijo a lavanderia escura, uma porta dá somente para aquele espaço, não sei onde é a luz, por isso deixo a porta aberta e começo a dobrar, mais ou menos, os lençóis.  Vejo vários interruptores e disjuntores, aperto todos e  um deles faz a luz de repente acender. Termino o trabalho, fecho a porta que da  para  fora e   apago a luz , começo a sair e  outra  porta atrás de  mim bate com toda força.  Do lado de fora os roncos da trovoada  aumentam.  Descubro que  deixei aberta a janela da cozinha, um grande janelão de  vidro que bate sem parar, corro lá fecho, mas o trinco normal está emperrado, o fogão  vai molhando e finalmente consigo um outro trinco.  Penso nos outros cômodos da casa, estaria algum aberto, são 3 andares, do solo ao topo e ainda tem um subsolo que é um mafuá  só de  tanta coisa que tem numa bagunça terrível, tudo junto e misturado. 
                  Volto para sala, tudo está muito escuro, acendo a luz principal, pego meu o computador e começo a   usar. A internet não funciona,  roda, roda e nada acontece. O barulho da  chuva fica mais forte, forte, forte. Sentada no sofá chique,  vejo pelo vidro a minha frente o reflexo das árvores do lado de fora se debatendo e dançando com o vento.  O céu tem aquela cor esbranquiçada mas está escuro. A luz da sala é amarela e a parede também, os sofás verde e rosa pálido, esse mesmo que o povo usa na boca agora, nude, num tecido sofisticado. Sobre o cravo, ou seria piano,  três fotos, uma de um casal com máscaras, outra de uma mulher vestida de noiva e outro de uma menina.  Na parece o Lorde em trajes  de nobreza e aquele cabelo ou peruca brancos. Embaixo do piano uma mala velha daquelas antigas, não está deitada, estranho, está em pé. Quem colocaria uma mala de decoração em pé?
                  Passo os olhos pelo resto do ambiente, atrás do sofá verde a minha frente tem uma porta de vidro e do lado esquerdo da porta uma mesa cheia de retratos, embaixo da  mesa  um objeto interessante, dois círculos de madeira na horizontal com vários carreteis de  linha de coser.   Na mesma parede a lareira e sobre ela um grande espelho, o espelho aumenta o tamanho da sala.
                De repente  o silêncio invade a sala,  nem trovão, nem  chuva, nem  vento, nem  nada, apenas a respiração do computador. Enfim, tudo não passou de  alguns minutos  na observação da natureza das coisas.         



domingo, 13 de outubro de 2019

Feira de campo, nada de anéis

Domingo 13 de outubro.
Estou numa  feirinha de campo e tomei coragem  e sentei do lado com meus anéis.  Coloquei a 8 euros. Não sei se o público  é para isso.
Mas imediatamente veio uma chata  e me perguntou  se eu era amiga da Paula , eu disse que sim,  eu disse que fazia os  anéis, e perguntei se podia ficar.  Ela meio sem graça disse que não.  Então enfiei a viola no saco e fazer o que? Nada.
Fotografar o resto da feira  e pronto. Voltar para  casa e ficar o dia inteiro de boas  como diz meu amor.
 No fundo achei uma sacanagem, em nada  afetaria a feira, certamente os vendedores deveriam pagar uma taxa para a organização.
 Voltei para casa, ajudei Susan com algumas coisas, almoçamos e eu descansei. Bom,  pois de fato andava muito cansada com toda aquela trabalheira na casa e eu com toda dedicação. Depois que Su e Peter se foram eu e Alexander ficamos sozinhos, fomos caminhar com Ella e voltamos a casa. tomamos chá e conversamos todo tempo. Lógico que o assunto foi política, e ele me contou que está na condição de  exilado político da Ucrânia pois estava sofrendo ameaças lá. Sem maiores detalhes pois quanto mais se sabe, mais comprometido se  fica. Mas mesmo assim fomos falando sobre tudo, ele  parece que escrevia e  alguns não gostaram. Acho que é  poeta e se interessa por isso.   Ficou então menos tímido só comigo e fala mais alto  para fora e não para dentro com medo. Afinal é um  homem de 27 anos, podia ser até meu filho. Já sorri . Eu hoje perguntei se ele tinha namorada ou namorado na Ucrânia, disse que nenhum dos dois.          

 Fiz o jantar e  conversamos ainda mais, ele preguntou da poesia do meu pai  e eu mostrei a ele.

Fico pensando na vida dessas pessoas, exiladas,  que não sabem o que farão da vida. Um caminho incerto, um medo das coisas e das pessoas, uma  condição que não se explica. Bem certo então que ele não é um workaway,  pelo jeito, é  sério que devia estar passando fome. Disse-me que não quer ficar na França e  também não sabe ao certo onde vai. De onde será que ele vai tirar dinheiro? 
Ou seja, as  condições políticas do mundo  nunca serão plenamente de paz. Sempre haverá alguém  oprimido, pois que sempre se tem um opressor, seja lá em que nível for.  A  liberdade de expressão e de vida é  uma grande ambição e muitas vezes as  pessoas se aprisionam e depois não conseguem sair. Tem gente que foge, outras que se aprisionam em seus casulos e passam a viver para dentro com medo de tudo. Uma  vez meu professor disse: liberdade é o sonho de quem se deixou aprisionar.  Mas como isso se dá? de várias  formas, por querer ou sem querer, na verdade   todos temos a ilusão de  que a liberdade é algo de fora para dentro, mas primeiro ela tem que estar dentro e faz parte de  como você entende o de dentro com o de fora. 
As vezes a  pessoa tá tão presa e não se dá conta disso, outras vezes a prisão é nos sentimentos, nos costumes, nas relações abusivas. Também tem prisão na culpa, quando se deixa de fazer, ou se faz e dá ruim,e não tem como consertar e aquela sensação ficará eternamente te culpando e te aprisionando. Pessoas que  não sabem perdoar e que guardam rancor ficam presas por inteiro a esses sentimentos e parece que são infernizadas por eles. Essas acho que nunca terão paz  e sem paz não há liberdade.Acho eu. Ambas vem de dentro, uma vez que você tem de verdade paz ela te dá liberdade de  ser e fazer o que você quer, sem culpa de nada, sem querer mais ou menos, apenas o necessário.
Muita coisa tem passado pela minha cabeça esse tempo, de fato  é um tempo que me dei para não pensar em nada, não saber de nada, não tentar entender nada. O que mais faço é desenvolver o senso de observação que nunca me foi bom, de atenção no que faço, com calma e tempo. Quando estou cortando no jardim, estou plena ali, concentrada, também quando limpando e arrumando. A responsabilidade em fazer bem feito.
Engraçado, me dou conta que estou sozinha nesse imenso casarão, ex mosteiro com suas paredes de pedra e suas madeiras rangendo. E tá fazendo um barulho esquisito  de vez quando parece uma água caindo ou algo ligando e desligando. Levantei para ver e nada. deixa pra lá,  não vou ficar ligando para isso. Amanhã novos afazeres, pretendo arrumar uma cabana do jardim  onde tem todo material de jardinagem, muitos potes e instrumentos e sementes que vou plantar. Minha dor melhorou, talvez por um processo de desobstrução  intestinal. Que saco isso.
 Mas como ia dizendo, acho que esses meses são um tempo para mim, mas que tudo, de fato sabático, lógico que certas preocupações persistem, e pensamentos repetitivos também, mas tudo também tem a ver com os hormônios e datas, somos seres hormonais, químicos  e  físicos.     Ou seja,  substâncias e energia, é isso, e nossos pensamentos não seriam diversos disso também, continuo com a minha sertralina e  a ignácia e um champanhe vez por outra como hoje. Prometi a minha amiga Emilia que tomaria por ela, logo quando tem eu tomo, de noite, longe do remédio. Aqui o povo bebe sempre, um bom vinho junto às refeições. Coisa normal.
E vamos indo, mais 10 dias por aqui e me vou para a cidade luz.
Muitas coisas ainda por decidir, o natal, o ano novo, as férias efetivamente em  janeiro. Preciso  resolver pois tudo que se compra encima da hora é muito mais caro.
Ontem falei com Alice e achei ela meio tristinha, me disse que estava com sono. Tô com saudade da minha garotinha que reclamou que eu não mandei pelo correio o presente dela, vê-se mal acostumada pela tia. 
Vou a partir de amanha mudar meus métodos em duas coisas, estudar pelo menos 20 minutos por dia,  comer menos pão e caminhar .  Metas a serem cumpridas antes do frio chegar.
Ai os barulhos, devem ser os esquilos do lado de fora. Vi dois, ontem e hoje, com uma linda cauda  felpuda. Também vi bichinhos como porquinhos da índia. Muito fofinhos, E galos que parecem estar  de  meias.    


sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Sextou mais uma vez

11 de outubro.
Os fantasmas não apareceram na noite passada  e olha que eu ainda assisti a um programa sobre os subterrâneos de Londres.  Depois comi sozinha todo o chocolate que ganhei no aniversário numa linda caixinha e fui dormir. Sonhos não muito agradáveis  eu tive com furtos e perdas de documentos.
 Mas nenhuma freira  veio me visitar, apaguei tudo. Nem Ella, a  cachorra, dormiu aqui. Hoje fiz minha mudança para o novo quarto, ficarei junto com os hóspedes uma vez que Paula  viajou. Não é minha função atende-los, vieram de carro da Inglaterra até aqui para um casamento. Tudo arrumado para recebe-los, Chá com  bolo de limão e champanhe.
Acontece que aqui não tem  nada e  o povo tem que ir ao mercado em Thenezai e  vai sobrar para Susan organizar  a comida. Susan é amiga de Paula e também  como  uma empregada de   longa data que mora na  Inglaterra e veio junto com o marido Peter para ajudar Paula e preparar o quintal para o inverno, eu a estou ajudando,  não é  novinha, são ingleses com cara de ingleses    são simpáticos e não falam  francês.  Hoje no mercado
 Eu arrumei muita coisa e  hoje estava de folga mas , nada para fazer fui arrumar uma mesa na lavanderia. Meu Deus  que é aquilo.  Tudo e  mais um pouco, acho que ela  não joga nada fora, não é possível e com essa coisa de  ter que estar com os quartos livres sem ocupação dos armários  tudo é colocado naquele cômodo, impressionante. arrumei um pouco a mesa separando as coisas, mais inviável de  se  organizar tudo num dia, ela teria que  sentar e jogar muita coisa  fora.  E pelo que vejo é assim que acontece, as pessoas procuram, não acham, então compram outros objetos, isso é o consumismo e acaba tendo muito de  tudo e tudo de muito boa qualidade.
A tarde  saí para andar um pouco, não fui de bike, pois depois do tombo de ontem,  fiquei meio baqueada na  mão e no quadril.  Pois então bike leve com marcha, na marcha errada ela parou e fui movimentar e pow, no chão.
 Diferente de Ville franche, mas também    deserto é isso por aqui. As estradas se cruzam, tudo muito bem cuidado e tratado, até porque é área de produção tem que ter  estrada para escoar a produção. Mas me pergunto cadê o povo. o banco crédito agrícola é o mas encontrado pela região. Tem sempre uma boulagerie, padaria, mercado, e igreja fechada, hoje arrisquei e meti o olho pela buraco da fechadura da igreja para vê-la por dentro, mas  só consegui ver o altar  ultimo e seu vitral.
Já estou com minha passagem para dia 24 ir para Paris e  29 Edimburgo. Oxalá tudo corra bem aqui e no    Brasil principalmente.
 Olhando esse vilarejos lembro do filme de Vardá, VillagesVisages, ou o contrário,sempre erro e  fico pensando se de fato nesses lugares a vida corre diferente. Lugares que não são turísticos. O cara do caixa do mercado hoje ficou me olhando que parecia que eu era um ET.Não sei se  me achou bonita ou feia.
No jantar que hoje foi na casa anexa terminamos e ficamos conversando, o casal eu e Alexander,  i lógico que o papo fui política e  comunismo e não comunismo. E  de novo tenho que explicar em inglês a questão  da Amazõnia.
Susan é um amor e acha que eu entendo tudo que ela tá falando, ai meu Deus. mas  duas coisas eu sei bem, a gíria Super, tudo eles falam supeeeér  e  o copotea, Inglês a cada duas horas pelo menos toma uma caneca de chá com leite ou não.
 
 

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

https://www.youtube.com/watch?v=fGWRXOmjhss

viagem sentimental workaway aos 50

Dama da noite


Fantasias


aniversário, surpresas, queijos e cogumelos



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 9 de outubro
  Ontem  meu aniversário, então   vivi um dia inesperado  para  compensar  toda incerteza que existe no mundo. No meu níver,  nem tive tempo de escrever, emoções e festas inesperadas .  Surpresa para mim a  essa altura da  vida e segundo  os amigos de  minha anfitriã a festa foi boa que devo voltar ano que vem para outra festa. Como chovia depois do  almoço, eu os chilenos e   a chinesa,  respectivamente, Pâmela, Felipe e Helena, fomos para  a sala de TV e  brinquedo e como crianças nos vestimos com muitas fantasias  e  fotografamos, depois quando íamos  passear na vila, não deixaram-nos ir e depois me chamaram e  era uma linda mesa como nunca  eu vi, comidinhas deliciosas, champanhe,  chá, docinhos, sanduíchinhos, caramba, ainda ganhei chocolate  de presente. Eu de fato não desconfiei, nem vi nada, pois também ontem me entretive  com uma grande tesoura a dar uma Eduard mãos de tesoura.  Podei várias  plantas em formatos diversos e  tão  concentrada que não vi Jayne passar com várias coisas o tempo todo. Daí a  surpresa ser tão grande. Recebi muitos parabéns, muitas mensagens    de amigos, família, da ex sogra, todo mundo. Senti-me muito querida, mas do que já me sinto normalmente. Uma mimada definitivamente.
Não me sinto com a idade que fiz, parece que sou muito mais nova que essa boa ideia. Olhando a moça que está aqui como  workaway e disse que tem  44 anos,  eu fiquei pensando que, talvez o não sentir  a própria  idade,  ajude a não parecer, só rindo da  minha tese. Não que me  sinta mal com isso. Não sinto,  mas nada é o mesmo, segundo uma médica que tive, tudo cai, a única coisa que sobe é a gengiva. Pois então  que  ralei para emagrecer e  só um mês e  já sinto que a calça tá apertada, a pele tá diferente. A água é muito calcária, fica uma crosta na  panela , nos metais, imagino isso dentro da gente. Procuro  lavar pouco o cabelo, para não detoná-lo de vez.
 Sei que  ontem  o   dia transcorreu sem os  mil pensamentos esquisitos, que andam me rondando.  Embora  com preocupações  com família e tudo o mais.
 Mas como   a vida é esquisita fico pensando em como   vim parar  numa casa  no meio da França mais longe ainda de tudo, mas com muito movimento interno. Como  diz meu pai, se tem destino ele tá traçado e vamos caminhando sem muito saber por onde e com quem. 
São tantas as veredas e as bifurcações que os jardins apresentam que nem Borges dava conta e ninguém dá.  Não sei o que podemos fazer com  essa consciência,  em saber sobre isso, talvez viver mais intensamente  o presente sem esperar muito de tudo, pois que de fato tudo é temporário e provisório em  nossas vidas. Tudo  passa, o amor, as pessoas, as experiências e fica aquela sensação apenas de  alguma coisa que foi, que é, e que não sabemos de  verdade para que serve.
Tudo isso para tentar entender como vim parar aqui,  como a  vida é tão inexplicável para mim, pelo menos. Ontem eu conversava com Pâmela e Felipe, ela tem 38 anos e ele 32 são casados, ela arquiteta e ele engenheiro de informática e   pela segunda vez estão  pelo mundo. Disseram-me que ficaram 9 meses pela Ásia, voltaram ao Chile e abriram mão de novo de um trabalho e vieram para Europa,  vão ficar na área  do Shenguem 3 meses, depois vão para Romênia, outros ainda não definidos  e depois voltam, meio indefinido e um pouco definido  com algumas  casas.  Acontece que foram a uma feira de  antiguidades e  já compraram  coisas para sua casa em Val Paraiso. Falei que  serei host  e querem ir também para o Brasil pois adoram o Rio e a Ilha Grande e querem falar português . São uns amores os dois e também Helena a chinesa.
Percebo que tenho dado muita sorte, como sempre, graças eu dou, sorte com as pessoas,  com a comida, pois  em  minhas duas casas a comida foi  boa. Aqui  cheguei tem menos de uma semana e come-se muito bem, embora não tenha muitos vegetais como eu gosto nem, coisas integrais ou seja,  o intestino tá uma bomba, por isso engordo. Na Escócia acho que vou ter que cozinhar, aí será  pode ser que melhore esse aspecto, mas certamente a comida não vai ser  tão gostosa. Segundo consta a comida inglesa não é boa, não tem quase nada, tudo é importado, ou melhor tem tudo.
Pelo jeito aqui não passearei muito. Daqui a pouco já parto, Como eu previa o tempo  vai voar.
Hoje   arrumando a casa eu pensava,  talvez  mais que o inglês, que continua uma bosta,  minha profunda intenção tenha sido provar para mim mesma que eu podia fazer qualquer coisa em qualquer lugar. Eu já sabia disso, é bem verdade, mas,  todavia,  nesse tempo em que somos dispensados por  nada, isso talvez bata um pouco mais forte. Parei aqui quando me chamaram para colher cogumelos, fiz o vídeo e  depois fui a uma  fazenda onde tem uma conserva de queijo de  cabra que também filmei. A fazenda é feia, um vilarejo com umas 3 casas. Tem rosas na  porta, lá de  dentro  sai uma francesa    camponesa  que parece mais uma portuguesa e vem com a chave para nos abrir o seu tesouro, uma sala cheia de pequenos queijinhos de várias idades. Mais clarinhos, mais morenos, negros, o cheiro é inconfundível o sabor também,  chegando em casa, fomos come-los,  a francesa que nos levou até a produtora  trouxe uma espécie de  geleia para colocar  por cima, ou seja uma lasquinha com a geleia, um sabor inigualável  com vinho pois não resisti.  Em cada idade um sabor diferente . O mais  cremoso é mais gostoso o de 2 anos, mais curado de cor escura parece que é uma pimenta, eu não gostei.
Depois do queijo o cogumelo que colhemos foi preparado com manteiga e comemos com pão, depois veio mais uma queijo, agora como uma coalhada, mas diferente, de  cabra com  a tal geleia e  vinho. Ferrou e  a pessoa ainda quer emagrecer.,
Fica de fato difícil , cada comida é uma nova experiência, o povo come   gemendo, anhm, anhm. Um prazer para o  paladar. Enfim, quem não tem cão , caça com gato... fazer o que??  
Esse  fim de semana  minha anfitriã vai viajar, ficarei aqui com Alexander e mais um casal de ingleses( Susan e Peter),  terei que mudar de quarto, vou para a Torre, ficarei lá sozinha, o casal  americanos  vai embora amanhã e a casa  foi alugada para  ingleses que  vem para um casamento. O café da manhã  será servido pro Justine e Jayne também  vai embora, ela é amiga de Paula. Ou seja, bem podia aparecer um príncipe  ou um sapo, na atual conjuntura em que  me encontro. Instalei um aplicativo mas não sou boa nisso. Um francês, tem lá notificações , mas  eu não vejo. “Minha mente  nem sempre tão lúcida. É fértil e me deu a voz”,  Certas vezes acho mesmo que   sou do tipo que não tem jeito. Que  me pergunto  o que espero de certas coisas que  ocorrem na minha  vida. E  por que  certas cismas persistem em atormentar a nossa existência . Queria mesmo algum botão  mágico que desligasse as estações. Flutuei, e olha que nem comi aquele cogumelo proibido que peguei, crente que estava abafando peguei 4 para botar na cesta ,  fui correndo com eles na  mão, aí a francesa me interpelou , não esse não. Ou seja,  fui tolhida naquele que deveria dar o maior barato... kkkk     
          Assim é que o dia transcorreu, A  agora  virou meu amigo, me acompanha  nos serviços, me pergunta, ou seja,  virei sua tutora, ele  está até sorrindo, não sei se papo dele ser  terrorista ou algo assim procede.  Para  mim tanto faz, acho que ele se sentiu seguro comigo. E eu sorrio tanto, brinco com ele, que aos poucos ele vai se abrindo.
 É dessa forma que o dia transcorre,  a  outra moça foi embora hoje, e recebi também  parabéns atrasados  de amigos e etc.  É  viver realmente ultrapassa qualquer entendimento,  ainda mais quando pessoas  não conseguem se soltar  perto de você, que magoas carregam que até suas  vozes soam reticentes pela  maquinas que as transmite.
Lá embaixo o vinho deve estar rolando, só escuto os risos..




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domingo, 6 de outubro de 2019

Domingo pré- véspera de aniversário

  6 outubro,  domingo. Mais um fim de semana como workaway. Será que existe  pré-véspera de aniversário?  Cansada,  com as mãos inchadas de tanto cortar planta ontem. Espero que hoje a " escravidão moderna"  esteja em baixa. De fato, eu vou com toda intensidade e por isso me   exijo tanto.
 Parece que quero fazer tudo em um dia e  isso é impossível, o jardim tá muito detonado. Meu exercício aqui no meu auto conhecimento será controlar a minha ansiedade, trabalhar devagar com o tempo a meu favor.  Preciso exercitar isso, ir com calma, como todos fazem. Eu tenho atenção no que faço, mas  parece que  essa ansiedade me coloca acelerada.
Ontem  na  hora do café da manhã fui colocar geléia no pote e ele caiu e quebrou, acidentes, uma M arrumei tudo, mas é chato. Paula  entendeu bem. Depois fui para o jardim cortar a erva de passarinho  e depois todo mundo foi junto arrumar a garagem.
A noite  teve um jantar com todos que aqui estão e  um casal convidado, ele escocês e ela inglesa, tinha ainda Damian, francês amigos de Anain,  ela canadense, eu,  Alexander ucraniano e  um a casal de  americanos.
Caraca, eu entendia muito pouco, o francês também não entendia  inglês direito. Eles falavam  rápido e durou um tempão, comi pra burro. Aí meu deus,  isso está um horror, o menu foi, uma salada de  grão de  bico primeiro, depois frango assado com bacon e  batata assada, e depois sobremesa, e vinho e queijinho especial com  mel. Caraca!!!   Tudo muito gostoso. Como o pessoal estava muito de papo e já passava da 22 h, aproveitei a deixa de    Anain que foi para a  sala da lareira e  me mandei para não ter que tirar a mesa e lavar os pratos, pois os verdes são enormes e não cabem na máquina de lavar louça.
Acho que escrevi algo ontem, mas estava com tanto sono que esqueci o que foi.
 Dormi, sonhei com alguém do supremo tribunal federal,  fala sério meu inconsciente, não tem mais o que fazer? tudo bem que   certas coisas ficam na cabeça para  sempre,  fazer o que?
Hoje acordei e  não desci de imediato, é domingo, folga me  dei, mesmo assim depois do café da  manhã,  esperei os hóspedes e arrumei tudo, pois Paula estava conversando com o cara americano que estava ajudando ela  no site. acho que ela  tem pouco hóspede e quer aumentar a frequência.
Aquela questão complexa, mesmo sendo campanha, um pouco perto de Poitiers, tem que ter carro para chegar, é longe  do resto. A estrada não tem movimento e a  vila mais perto é  6 km, ainda  não fui mais vou . Queria ir lá  hoje, mas chove e faz frio. Lá tem  Carrefour, o mercado.
Espero   que nessa semana ela comece a me dar umas aulas. Ou então tudo isso não vai ter adiantado muito.       
Sei que não vai ser assim, temo até não acelerar muito, mas  deixa pra lá, vale a experiência.
Gravei   2 videos de  fantasia e  depois  vou gravar mais. Tenho que primeiro fazer o roteiro.

Bem, analisando os fatos realmente  é interessante, ter um B&B nesse esquema. Ela não tem funcionários, tem  ao todo 6 quartos na casa e  na torre um, eu acho, deve ser um apartamento  e  uma casa a mais fora, onde está  Alexander que ela aluga também .  Como disse ela trabalha sozinha com ajuda de workaway.  Ou seja, sem custos trabalhistas, sempre gente nova, a Anain acho que já é amiga e disse que vem aqui pela quarta vez.Disse-me também que vai a lugares pequenos.
 Paula cozinha também para os hóspedes que quiserem, se  não é só para o povo da casa, no momento 4 pessoas.
 Ontem o almoço foi ao ar livre, foi  ovo com maionese, pão, sopa de  tomate  e sanduíche com a sopa.  Disse-me que  bem inglês.
 A chuva parece que parou, vou dar uma andada.   
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sábado, 5 de outubro de 2019

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Segunda Casa.

Vim parar ainda mais longe da civilização,  no entanto na casa, como é uma guest house, ou B&B,  tem gente o tempo todo para jantar.
Pessoas que ficam um dia, dois,três. Hoje é  meu primeiro dia, cheguei ontem à tarde.  Fiquei meio estressada pois  na rodoviária não encontrava a Paula.  Depois de quase uma hora é que consegui atender ao telefone e finalmente encontramos. Ela muito simpática e atenciosa. Pelo caminho fomos conversando, ela me contou tudo  e explicou que no momento estava com 2 workway.  Anais e Alexandro , ela canadense e ele ucraniano. Dois tipos exóticos.  A mulher deve ser mais velha que eu e acho que usa uma peruca, tenho quase certeza,  ele um rapazola de 27 anos, todo afetado nos modos.  Segundo Paula, ele não  é de fato workaway,  parece que tem algum lance na Ucrânia de veio parar aqui.  No espaço são 3 casas, a principal,em que estou, uma outra moderna e a torre.  Eu estou hospedada no último piso,  acho que era uma cela monástica, meu banheiro é em frente,   só que tá sem água e luz,   tudo muito requintado,  no entanto tirando os quartos e a sala, o jardim e cozinha são uma bagunça sem fim, isso sem contar a lavanderia e  depósito embaixo da casa, na garagem . Impressionante a zona.  Parece que tem coisa demais.   O tipo acumulador.  Mas tudo de muito bom gosto e do tipo caro.
Quando cheguei fomos almoçar, ela preparou um  mexilhão, já é a Segunda vez que como aqui.
E depois do mexilhão, queijo. A noite jantamos  primeiro omelete de cogumelos frescos que o visinho deu, frango com batata, torta de sobremesa e queijo.  Vixe vou virar uma bola. Tomei vinho ontem e hoje.   É muito requinte para não tomar.
De  manhã  fui a última a chegar a mesa, linda, tomei café e fui para o jardim,  arrumei todo o jardim colado a casa e depois  parti para podar a lavanda. Fiquei quebrada.   Muita rosa  e  fiquei toda lanhada.
Tem muita coisa para fazer no jardim, tem hora que nem sei por onde começar.
O garoto parece que não faz nada, ou se faz de lesado. E a moça trabalha costurando e limpando eu acho. Só sei que agora a noite quem lavou e colocou na máquina fui eu.
Minha mão tá um  bagaço. Preciso aprender a pegar mais leve. Sou intensa demais, quero fazer tudo num dia, não sei pra  quê. A vila é minúscula não tem nada e nada tem. O caminho do paraíso fantasma, deve ser isso.  Ninguém para perturbar ou apurrinhar.
Saí a tarde para andar e não vi viva alma.
Onde o povo fica?  Tem uma escola maternal, ou seja, deve ter alguém.
Hoje falei com meu pai,mãe, Alice e Emili, até me emocionei. Bateu aquela saudade além da preocupação .
Realmente  é cada coisa,  acho que aos poucos vou acostumando com a língua, mas eles conversando eu consigo entender por alto, tudo não.
Na caminhada vi uma casa cheia de pássaros, estranho, achei. Não sei onde fica o cara que faz permacultura. Mas sei que é muita coisa para fazer aqui na casa.

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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Em trânsito, bus Bordeaux / Poitiers

Definitivamente não posso comprar chocolate, pois s3 comprar como tudo, sem intervalos  e haja  peso.
Saí cedo, estava escuro e não gosto de acordar de noite ainda. A sensação  é estranha.
Preocupada estou, pois a Paula não deu News. Ontem ela errou e foi me buscar.  Não tenho culpa  eu mandei tudo. EU mandei cópia da passagem é também o endereço.  Mas essa porcaria não tem internet.  Nem meu telefone nem a do ônibus .  Mas falei que tinha sms.
Na estrada muitos cata-ventos nas plantações.  Dá um sono. São 10:30 Eu devo chegar  daqui a uma  hora. Espero que ela esteja me esperando no lugar certo.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Hora de partir


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São Francisco e Santa Clara.

Amanhã cedo deixo Bordeux cidade que me encantou. Hoje perambulei pelas mais belas igrejas, fiz minha  peregrinação com afinco e  agradecia e  pedia, recorrentemente como sempre, mas hoje com muito mais empenho e  fé que tudo correrá bem. 
Em   busca dos  vitrais maravilhosos,  flanei por bairros multicoloridos de muitas influências. Encontrei  todos  os tipos possíveis,  muçulmanos, africanos, espanhóis e franceses é claro. Dessa cidade saiam muito navios que iam povoar as  Américas, pois para o atlântico é  perto e o rio é navegável, por isso tantos navios ancorados  no porto .
Fui ao mercado dos capucines  e almocei num restaurante libanês para quebrar  o costume e a noite comi crepe na casa da Gabriela que tão gentilmente me recebeu e acolheu.
A vida  é feita de  amigos, e  é bom quando fazemos novos e  podemos compartilhar nossos planos. Tenho muitos amigos e cada um faz parte do meu universo pessoal com sua singularidade e com cada um eu aprendo um  pouco.
Minha próxima anfitriã se confundiu e  foi me buscar hoje. Só vi quando cheguei em casa.  Que chato. Espero que  seja tudo legal, antecipei por  uma semana a ida para la. Mas também sairei antes do que previa, la para o dia 24 ou 25 quando vou  para casa da Amelia,  uma grande amiga portuguesa que mora em Paris.
Partir e chegar, dos polos  do mais importante, o caminho, esse é o que sempre importa mais.     

São Michel e muito mais, dando ciao a Bordeaux

Dentro da catedral inspiro-me para escrever.  Ela fica escondida, seu entorno é sujo e sem a pompa de de Santo André. Mas também gótica tem vitrais maravilhosos.  Paro em frente ao principal e fico a  contemplar a beleza das luzes coloridas que refletem pelos vidros,é de fato um espetáculo que  seduz. O vidro é sempre muito bonito e as cores mais ainda. Os formatos aqui não são fiéis as formas,  parecem figuras como  as mulheres  do Picasso, a demoiselle,  um tanto cubistas nas mais variadas cores. Fotografei,  o que não costumo fazer dentro de igreja. Mas aqui pode.  As pedras são encardidas aqui nessa igreja, ainda não houve a restauração que houve na de Santo André.
Ao adentrar esse tipo de espetáculo ficamos embriagados e penso que para o povo antigo isso era Deus. Algo enorme desse jeito, belo, reluzente e que sem dúvida devia promovia a verdadeira epifania.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Torres gótica de Bordeaux


Catedral de São André


Em português Bordéus














 Minha  amiga Ana Inácio, me disse como em Português de  Portugal é chamada essa cidade, Bordéus. Não sei se tem algo a ver com o nome da coisa, creio que não,  pode ser borda do Rio Gironde, ou a cor do vinho. Não sei, sei que a cidade me encantou.
Hoje  flanei  mais pela  rua descobrindo pontos que não tinha visto. Cheguei a catedral já estava aberta, estacionei a bike,  coloquei o cadeado e  parti.
Entrei fiz meus agradecimentos e pedi muito, com muita força e  atenção pela saúde de meu pai e minha  mãe. Foram duas as  igrejas de Santo André e  a Notre Dame que  tem muitas pela França, nessa muito bonita também repeti meus agradecimentos e pedidos e reparei que vários dos murais tem como foco a figura feminina. Também  que Santo Antônio também aqui é muito reverenciado, com imagens em todas as igrejas que visitei.
Saindo da  catedral passei pelo palácio de  justiça, uma construção que mistura o sagrado e o moderno com umas coisas  redondas como uma coisa meio indígena, e depois descobri a biblioteca, toda de vidro arredondada, ultra moderna com uma arquitetura arrojada. Ali o pessoal também senta nas mesas para lanchar. Coisa muito comum cada um com seu sanduichinho ou marmitinha.
Não fui a beira do rio hoje, mas descobri outros pontos da  cidade com lojas chiques e caras, as famosas etiquetas e o refino parisiense. Fui descobrindo passo a passo cada lugarzinho, sem o mapa, o que é melhor, comi chocolate e acabei sem fome para almoçar e quando vi já passava  das 14h, aí os restaurantes já estão vazios e os preços diferentes. Acabei comendo uma  salada  com queijo brie no Paulos que já conhecia da estação.
Descobri o Grande  Teatro e o Allées de Tourny uma grande alameda com jardim no meio e  em uma das ruas que dava nela o grande anjo com sua fonte imensa  e tudo do lado de onde hoje tinha um grande parque de  diversões, era o Valdeville, a Place da república e  ainda um Carrefour no meio de uma praça, uma estrutura também ultra moderna espelhada que  mostrava os prédios antigos do lado refletidos.
















  Vários pontos aqui são patrimônios da humanidade  e quando cheguei ao office de turismo  vi que já tinha  visto todos.
Andei todo dia e não me cansei, hoje  até choveu,  somente na volta  me perdi de  novo e parava para consultar a foto do mapa que tinha  feito, até que me achei sem  consultar ninguém..
Tudo já combinado para  quinta feira encontrar minha nova anfitriã.
Um pouco agitada,  faz parte com tudo que está acontecendo.  De novo mudarei de idioma, espero dar conta do recado, que não sei qual de  fato será, mas tudo indica que o lugar é um pouco mais próximo da  vila principal.
Combinei com minha amiga Amelia que passarei em sua casa no fim do mês antes de ir para  UK.
 Tô com medo do frio, espero que ele demore a chegar  e que nem venha, mas todos que  eu falo torcem o nariz, dizendo que não escaparei.
 Frio  não é muito  bom, pois dá sensação de abandono.  Mas  o lugar que ficarei com mais frio será o que pretendo  mais sair, pois que  tentarei fazer o curso. Vamos  a ver já que ser fada do lar não é  muito mole.
Muita apreensão e no corpo a adrenalina da espera.