Domingo 13 de outubro.
Estou numa feirinha de campo e tomei coragem e sentei do lado com meus anéis. Coloquei a 8 euros. Não sei se o público é para isso.
Mas imediatamente veio uma chata e me perguntou se eu era amiga da Paula , eu disse que sim, eu disse que fazia os anéis, e perguntei se podia ficar. Ela meio sem graça disse que não. Então enfiei a viola no saco e fazer o que? Nada.
Fotografar o resto da feira e pronto. Voltar para casa e ficar o dia inteiro de boas como diz meu amor.
Mas imediatamente veio uma chata e me perguntou se eu era amiga da Paula , eu disse que sim, eu disse que fazia os anéis, e perguntei se podia ficar. Ela meio sem graça disse que não. Então enfiei a viola no saco e fazer o que? Nada.
Fotografar o resto da feira e pronto. Voltar para casa e ficar o dia inteiro de boas como diz meu amor.
No fundo achei uma sacanagem, em nada afetaria a feira, certamente os vendedores deveriam pagar uma taxa para a organização.
Voltei para casa, ajudei Susan com algumas coisas, almoçamos e eu descansei. Bom, pois de fato andava muito cansada com toda aquela trabalheira na casa e eu com toda dedicação. Depois que Su e Peter se foram eu e Alexander ficamos sozinhos, fomos caminhar com Ella e voltamos a casa. tomamos chá e conversamos todo tempo. Lógico que o assunto foi política, e ele me contou que está na condição de exilado político da Ucrânia pois estava sofrendo ameaças lá. Sem maiores detalhes pois quanto mais se sabe, mais comprometido se fica. Mas mesmo assim fomos falando sobre tudo, ele parece que escrevia e alguns não gostaram. Acho que é poeta e se interessa por isso. Ficou então menos tímido só comigo e fala mais alto para fora e não para dentro com medo. Afinal é um homem de 27 anos, podia ser até meu filho. Já sorri . Eu hoje perguntei se ele tinha namorada ou namorado na Ucrânia, disse que nenhum dos dois.
Fiz o jantar e conversamos ainda mais, ele preguntou da poesia do meu pai e eu mostrei a ele.
Fico pensando na vida dessas pessoas, exiladas, que não sabem o que farão da vida. Um caminho incerto, um medo das coisas e das pessoas, uma condição que não se explica. Bem certo então que ele não é um workaway, pelo jeito, é sério que devia estar passando fome. Disse-me que não quer ficar na França e também não sabe ao certo onde vai. De onde será que ele vai tirar dinheiro?
Ou seja, as condições políticas do mundo nunca serão plenamente de paz. Sempre haverá alguém oprimido, pois que sempre se tem um opressor, seja lá em que nível for. A liberdade de expressão e de vida é uma grande ambição e muitas vezes as pessoas se aprisionam e depois não conseguem sair. Tem gente que foge, outras que se aprisionam em seus casulos e passam a viver para dentro com medo de tudo. Uma vez meu professor disse: liberdade é o sonho de quem se deixou aprisionar. Mas como isso se dá? de várias formas, por querer ou sem querer, na verdade todos temos a ilusão de que a liberdade é algo de fora para dentro, mas primeiro ela tem que estar dentro e faz parte de como você entende o de dentro com o de fora.
As vezes a pessoa tá tão presa e não se dá conta disso, outras vezes a prisão é nos sentimentos, nos costumes, nas relações abusivas. Também tem prisão na culpa, quando se deixa de fazer, ou se faz e dá ruim,e não tem como consertar e aquela sensação ficará eternamente te culpando e te aprisionando. Pessoas que não sabem perdoar e que guardam rancor ficam presas por inteiro a esses sentimentos e parece que são infernizadas por eles. Essas acho que nunca terão paz e sem paz não há liberdade.Acho eu. Ambas vem de dentro, uma vez que você tem de verdade paz ela te dá liberdade de ser e fazer o que você quer, sem culpa de nada, sem querer mais ou menos, apenas o necessário.
Muita coisa tem passado pela minha cabeça esse tempo, de fato é um tempo que me dei para não pensar em nada, não saber de nada, não tentar entender nada. O que mais faço é desenvolver o senso de observação que nunca me foi bom, de atenção no que faço, com calma e tempo. Quando estou cortando no jardim, estou plena ali, concentrada, também quando limpando e arrumando. A responsabilidade em fazer bem feito.
Engraçado, me dou conta que estou sozinha nesse imenso casarão, ex mosteiro com suas paredes de pedra e suas madeiras rangendo. E tá fazendo um barulho esquisito de vez quando parece uma água caindo ou algo ligando e desligando. Levantei para ver e nada. deixa pra lá, não vou ficar ligando para isso. Amanhã novos afazeres, pretendo arrumar uma cabana do jardim onde tem todo material de jardinagem, muitos potes e instrumentos e sementes que vou plantar. Minha dor melhorou, talvez por um processo de desobstrução intestinal. Que saco isso.
Mas como ia dizendo, acho que esses meses são um tempo para mim, mas que tudo, de fato sabático, lógico que certas preocupações persistem, e pensamentos repetitivos também, mas tudo também tem a ver com os hormônios e datas, somos seres hormonais, químicos e físicos. Ou seja, substâncias e energia, é isso, e nossos pensamentos não seriam diversos disso também, continuo com a minha sertralina e a ignácia e um champanhe vez por outra como hoje. Prometi a minha amiga Emilia que tomaria por ela, logo quando tem eu tomo, de noite, longe do remédio. Aqui o povo bebe sempre, um bom vinho junto às refeições. Coisa normal.
E vamos indo, mais 10 dias por aqui e me vou para a cidade luz.
Muitas coisas ainda por decidir, o natal, o ano novo, as férias efetivamente em janeiro. Preciso resolver pois tudo que se compra encima da hora é muito mais caro.
Ontem falei com Alice e achei ela meio tristinha, me disse que estava com sono. Tô com saudade da minha garotinha que reclamou que eu não mandei pelo correio o presente dela, vê-se mal acostumada pela tia.
Vou a partir de amanha mudar meus métodos em duas coisas, estudar pelo menos 20 minutos por dia, comer menos pão e caminhar . Metas a serem cumpridas antes do frio chegar.
Ai os barulhos, devem ser os esquilos do lado de fora. Vi dois, ontem e hoje, com uma linda cauda felpuda. Também vi bichinhos como porquinhos da índia. Muito fofinhos, E galos que parecem estar de meias.
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