Uma nova viagem se inicia, dessa vez sem que o roteiro esteja rigorosamente definido, sem estar acompanhada, é como da primeira vez, à vontade dos ventos.
quinta-feira, 19 de julho de 2018
Pra lá de Marraquexe
quarta-feira, 18 de julho de 2018
Tanger e vamos nós!!
Chefchouen-Acordei atrasada pois esperava sair mais cedo, mas tive insônia e foi preciso tomar um antialérgico para dormir. Algum mosquito me mordeu e o povo do hotel fazia barulho. Em todo lugar tem gente sem educação. Eram uns belgas, uma família, e deviam estar cheios de haxixe e sem noção do tom da voz.
Saí e fui morro abaixo para tomar um café bom e partir a Tanger onde agora estou sentada num centro de acolhimento feminino indicado por Hassim. Um novo amigo que fiz na igreja anglicana.
Eu saltei do Grand táxi de Chefchouen e tomei um pequeno táxi até a estação de trem, que está toda em obra, lá comprei o bilhete para o trem de Marraquexe que só sai as 11 :45 da noite. Feito isso, tomei outro táxi e vim para a Medina. Na vinda fui olhando a cidade grande, muito grande, com prédio altos e muitas lojas.
No fim de uma grande avenida quase a beira mar uma virada a esquerda daria na Medina. Desci do táxi e voltei a rua, pois tinha visto uma oficina de turismo. Fui lá peguei um mapa e sai com a mala. Sim, não tinha locker , ferrou!!
Aí fui andando com mala, mapa, bolsa e celular em punho e ainda puxando a roupa para os peitos não ficarem muito chamativos quando bate o vento e aparece a camiseta vermelha.
Então com mapa, fica fácil. Muitos vem para ajudar , mas recuso. Aqui o povo tem mania de vir falar carregar , te levar e depois cobrar.
Eu fui indo, entrei na Medina, fui até a mesquita vi o mar na rua principal e alguns pontos marcados no mapa. Até que saí, de fato, Medina é tudo igual. Ninguém me tira da cabeça que o capitalismo nasceu com o árabe , é muito comércio.
Saí da Medina fui buscar o jardim , vi uma igreja anglicana entrei e sentei no jardim com a mala para descansar era meio dia.
Hassim apareceu , ele é quem abre a igreja e deixa as pessoas entrarem , toma conta. Custa 20diram para entrar. Ele falou da igreja que tinha elementos árabes, judeus, Cristão e até budista. Fiquei curiosa e entrei.
Realmente uma igreja que é a mistura de tudo.
Ficamos conversando e conversa vai e vem , pois ele fala bem o espanhol , falo do livro que se passa aqui e ele disse que conhece a escritora, que ela veio várias vezes coletar material e que ali estava enterrado, tem um cemitério no jardim, o correspondente que foi usado como personagem do livro.Fui ver o túmulo.
Depois ele pergunta que se eu quisesse podia deixar ali a bagagem para dar uma volta. Eu pensei e disse que sim.
De valor na mala só minhas roupas todas e os textos que vou apresentar. Deixei.
Livre da mala pude andar até a kasbhar e sassaricar pela rua sem peso. Foi ótimo.
Voltei peguei a mala, nem conferi dentro.
E fui ao centro de acolhimento para mulheres para almoçar , mas não tinha nada. Sentei no pátio interno e pedi um chá de hortelã.
Não estou ainda com fome, embora tenha tomado café as 9 e já são 5h. Depois levantei e fui andando pela avenida liberdade. Até que vi uns restaurantes com mesa para rua que se via o mar e fiquei.
Almocei e depois fui caminhando toda liberdade , depois avenida Mohamed V, i entrando por bairros que beiram a praia , seguindo mais ou menos o trajeto do táxi de manhã e eis que estou quase na estação ferroviária. Um bairro tipo Barra da tijuca. Uma grande avenida para o mar e uma interna. A do mar com uma enorme área de lazer que está lotada e fica de frente para o Mediterrâneo. O ferry acaba de passar. Todo mundo sentado na grama, na areia da praia se divertindo. As mulheres, muitas, com sua roupa habitual . Mas o vento é forte e não devem sentir calor. Sempre a tardinha o povo todo vai para caminhar. Fico pensando que falta faz a segurança. Se fosse no Rio teria medo de ficar com no telefone na mão. Até cavalo tem na praia. Estou de frente para a Espanha. Uma hora pelo mar chego lá.
No canto esquerdo um bairro tipo Ipanema . Do outro lado tem uma pequena montanha que me parece cheia de mansões. AQUI prédios muito novos. Do lado da estação em obra tem um shopping.
Continuo sentada vendo o movimento, só troco de banco. Passa um grupo de mulheres e sentam no meu lado. Duas de Meckes e a outra com a filha daqui mesmo. As 3 sem lenço e uma , mãe da garota com lenço, justo essa sentou ao meu lado e começou a falar de Alá. Estranho parecia ela meio maluca. Nem a filha dava bola para ela. Me fizeram interrogatório. Eu falava em ingles e a menina que devia ter um vinte e poucos anos traduzia em árabe. Conversa vai e vem. Depois da pregação da mãe, e nem te nada para as outras. Me perguntam se eu não tinha filhos. A mãe pergunta, digo que não. Que era divorciada a muito tempo e que tinha me separado de outro a pouco tempo. As duas mulheres sem véu e com aparência bem normal , cabelos com tinta , meio parecidas com francesas falaram: bravo!!!
E a velha se levantou. Acho que daí por diante ela não sentou mais até ir embora.
Depois vou falar sobre essa opressão que vejo por aqui. Me parece uma imensa vontade das mulheres de sair do rótulo que a religião colocou para elas. As mais novas principalmente. Mas isso é papo para depois.
Estou agora na estação improvisada, pois está em obra, aguardando o trem para Marraquexe.
segunda-feira, 16 de julho de 2018
Caminhando no céu!!
Moro no morro e viajo sempre para estar também no alto perto del cielo.
Segunda feira,tudo cheio de turista todos encantados. Mas é uma cidade que em um dia se vê tudo.
É diferente o bastante para encantar ainda mais quando se gosta dessa cor.
Acordei com a questão da passagem. No hotel um tal de bater porta pois as mesmas tem um trinco forte, daqueles tipo papaiz ,que fazem uma barulho horrendo. Eu queria dormir e o povo abrindo e fechando. Acabei acordando puta da vida.
Aí levantei e fui a luta. Tomei café num terraço e já de dieta outra vez. Preciso guardar calorias para Portugal com seus vinhos verdes gelados que Aninha me ensinou a beber e ainda comer a francesinha quando chegar ao Porto. Aqui será só tejine.
Desencanei da passagem. Vou para Tanger e tento comprar o bilhete do trem noturno que parte as 11 da noite e se não conseguir fico lá, arrumo um hostel e "se fini" .
A tarde vou ao museu.
Fico pensando ,que talvez daqui por diante seja mais do mesmo.
Como fui a Fez o resto pode parecer menor. É como aconteceu quando fui a Machu Pichu. Fomos logo na maior e o resto acabou ficando sem graça.
As crianças brincam livremente na rua e parecem bem tranquilas também em Fez era assim.
Outra coisa que é diferente, em Fez como a Medina é mais antiga, é muito escura. Aqui tudo é solar. Mais ar, as casas tem janelas e isso confirma o porquê da peste não chegar facilmente.
Desci o morro e contornei uma parte da cidade por fora, partindo do hotel Parador.
Fiz fotos e descobri uma praça grande com comércio e depois fui subindo partindo de onde cheguei ontem. Hoje tem uma feira de legumes, galinhas, azeitona, se vê que são pequenos produtores que trazem sua colheita para vender na cidade. Muitas senhorinhas velhinhas produtores rurais. Ficam as mulheres conversando com o chapeuzinho de palha com uns pompons coloridos que alegra a dureza da labuta diária. Algumas não gostam de ser fotografadas e eu não faço. Outros até pedem ,com o vendedor de cenoura com uma camisa da mesma cor, quase sem dentes .
domingo, 15 de julho de 2018
Saindo de Fez
Sai cedo do riad Imane, no caminho ela atropelou um gatinho com minha mala, se não dou um grito no meio da Medina o bichinho ia se machucar, é muito caro aqui, tudo solto na rua, filhote tem aos montes. Alice, se quiser te levo um .
O taxi marcado não foi e Eu tinha pago. Tive que pegar um outro que me levou e paguei de novo. Tudo bem o senhor foi honesto e usou taxímetro. Saindo de Fez poucas cores nos prédios, todos pequenos. Não vi edifícios com mais de 3 andares. Bairro de casas grandes bem bonitos ,todavia quase tudo é bege o que constrasta com o colorido de dentro das casas. Ou seja, comprova que tudo é um mistério e o belo está por dentro das coisas e não por fora.
Na parada do ônibus, banheiro limpo. Na lanchonete não tem nada , do lado um açougue que vende a carne crua e vc leva a tostar na hora. É uma kafta e quando assa vc leva com um cesto de pão.Todo mundo come. É uma hora da tarde e o ônibus só chegará às 15. Tomei um super café da manhã e comi uma bananadinha de Terê. Deixarei para almoçar na hora do jogo no meu destino.
O ônibus agora é puro cheiro de comida. É bom pois tá na hora do almoço. Tem como passageiros uns chineses ou japa, não sei, mas eles não comeram a kafta preferiram um pedaço de chuleta que acho que é de cordeiro. Muitos asiáticos pelo caminho. Também vem casalzinho bem novinho. Ela toda estilosa.
Encontrei com a estilosa já no meio de Chefchaouen o namorado ,creio, tirava foto. Deve ser coreana, uma boneca e tantas fotos que até eu fotografei.
Isso foi depois de ter chegado ao hotel bem fraquinho , mas no estilo Riad e agora estou no terraço que compensa o resto.
Almocei num restaurante no meio da praça. Já se nota a influência espanhola pois muitos falam espanhol além do árabe ( ufa!). Também na comida os espanhóis chegaram , ou, as batatas chegaram. Hoje aproveitei que é domingo e comi comida espanhola e não marroquina. Espetinho com batata frita e salada e depois ainda tomei um corneto . Ou seja ,meti o pé na jaca.
Andei a cidade quase toda. Muito movimento creio por ser domingo. É de fato um lugarejo para se fotografar, bem mais frio pois é montanha. Depois sentei na praça e um berebere que vendia coisas puxou conversa e ficamos falando. Muito simpático. Dei minha última bananadinha de Terê para ele. Me chamou para ir ao deserto. Falava do país e depois me fez sentar no seu tapete e explicou as peças que fez. Muito bonitas de âmbar. Só que pesadíssimas, eu nunca ficaria com uma no pescoço.
É viva la France!!
sábado, 14 de julho de 2018
Fui hamman!!
Hoje sai pela manhã e fui direto ao centro novo de taxi comprar a passagem para a montanha Chefchoen . Um taxista muito simpático me levou , esperou e trouxe de volta à Medina.
Andei pelas ruas da cidade nova de carro e não achei nada de mais. É uma cidade como qualquer outra do século xix e xx , na Europa e nos outros países com sua influência. Certamente tem os bairros chiques mas não passei. Descubro que o diferente é o que interessa. E esse diferente está na descoberta das coisas na Medina.
Saltei no portão Blue e fui descendo por outra rua diversa da de sempre. No caminho um rapaz insistiu tanto que me vendeu três porta níquel de couro.
Fui descendo e cada entrada uma nova descoberta.
Vi lojas de roupa, de cerâmica, de comida , de tecido , de roupas íntimas e artigos comuns, creio que é o mercado popular. Saara. Mas é também onde tem os restaurantes típicos.
Tudo escondido . Você passa numa porta, por vezes pequena e quando entra um pátio interno se abre com uma claraboia e toda luz. Coisa de louco. Se um dia eu construir uma casa será assim.
Fui descendo a rua e é muita gente ou não, pois as ruas sendo estreitas sempre aparenta estar lotado. Segundo o guia as mulheres fazem compra todo dia para fazer a comida. Tudo fresco .E se vê mesmo , tudo vivo. Um modelo completamente primitivo. O povo não é gordo. Não vi ninguém obeso. Comem muitos legumes, tudo tem legumes. O Tejine o cuscuz.Descendo mais descobri ainda lugares que vendem eletrônicos. Lógico que tem também coisas da China.
Voltei ao hotel pois havia combinado de ir ao hamman. Imane me levou , achei que fosse também entrar, mas não. Era um hamman tradicional deles, não turístico. Fiquei apreensiva. No caminho comprou henna e argan.
Lá chegando uma senhora vai comigo. Lá dentro baldes de água quente e um certo vapor. Tem várias mulheres tomando banho, só com a parte de baixo vestida. Algumas nuas, crianças também brincando com a água. Aí começa o ritual. Ela passa a henna misturada com o oleo no nosso corpo, depois massageia, passa o shampoo no cabelo massageando, isso vc fica sentada, depois tira isso é passa uma luva co o uma lixa e depois com seu sabonete faz massagem de novo, tudo com água quente em várias temperaturas. Me parece um ritual das mulheres , pelo menos uma vez por semana elas vão lá. Eu achei bom, tentei olhar sem preconceito o ritual, a senhora que me atendeu só falava árabe eu tentei falar algo em francês ELA também não sabia. É um banho público feminino, pois só entram as mulheres. Os homens são em outro horário.
Saí do banho leve ,entrei no restaurante, mesmo que fui ontem e logo disseram: a brasileira voltou. Ri muito.
Como hoje um tejine de legumes com carne e antes uma lentilha. Fiquei um pouco no restaurante e não quis voltar para o hotel preferi ir de novo ao parque, sentar e observar.
Reparei hoje no jardim onde fui depois do almoço ,que as mulheres passeiam com outras mulheres e os homens com os homens. Não Sei se há lugares que ficam juntos.
Tem casais de namorados no jardim, mas poucos.
No jardim conheci outras duas mulheres mãe e filha, sentamos no mesmo banco. Começamos a conversar e fomos falando . A menina de 22 anos falava ingles. Cheguei a conclusão que converso mais com quem fala mal. Assim ocorre a interação. Ela me explicou que fazia aula e que é solteira , filha única e a mãe divorciada. Pediu logo para tirar foto comigo e me adicionar no Facebook. Eu aceitei.
Aqui de hora em hora tem o chamamento para oração , mas tirando a Medina , não vi pessoas parando e virando para Meca a rezar.
Já era quase 6 da tarde quando elas iam embora e eu vi que o cara de ontem, o tal esquisitinho, estava num banco próximo filmando, olhando. Falei com elas sobre isso e saí com elas do parque . E ele ficou lá. Vim direto para o hotel. Aqui já com Imane ficamos conversando no terraço.
Ela não conhece a Europa , estando a uma hora de lá. Disse que o visto é muito caro. Aí me dei conta da questão da imigração. Muita gente vai e não volta.
Depois me disse de sua vontade de ir a Veneza. Chamei para ir ao Brasil.
Realmente o país é muito pobre. E existe uma ostentação do rei. O cara tem um palácio em cada cidade que fica fechado para quando ele for. Enorme. Deve ser maravilhoso mas não é aberto para o público.
O povo trabalhador pelo que vejo tem mínimas condições de vida . Difícil também medir na condição de turista.
Mas no geral é pobre. Não dá para dizer que todos que moram na Medina são pobres. O espaço parece um beco de favela insalubre com portas pequenininhas , mas quando vc entra, é inusitado. As coisas co.o móveis entram por cima na claraboia aberta.
Bem, hoje o Pedro também não apareceu , enquanto ele não vem vou andando.
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Os jardins e as ruas, a velha medina e seu povo.
Fiz hoje também um passeio com um guia que contratei. Muito bom pois possibilitou conhecer mais da história local.
O jardim está enchendo com as pessoas que chegam para passear no fim de tarde. E hoje ainda é dia do descanso.
Andei tanto com o guia que tô cansada até para escrever. Aqui nessa sombra dos bambus e laranjeiras e uma outra árvore que não sei o nome ,tipo um pinheiro, tenho vontade de deitar no banco, mas o guarda não vai deixar.
Passa de tudo a minha frente. TUristas e locais.
Que preguiça de escrever.Mas acho que penso com os dedos e contemplo escrevendo.
Tem 2 dias que saí de casa e parece que já estou aqui a muito mais tempo. Impressiona como a distância faz com que tudo pareça de fato distante ,longe e nem é tanto tempo.
Estava pensando sobre isso ao atravessar a praça com o sol tinindo sobre a cabeça.
Tanta coisa que pode ser simplesmente deixada de lado e que ficamos amarrados. Eu fico. E coisas que não ajudam em nada na existência. Meu questionamento é sobre nossas próprias amarras provocadas pelo medo de algo que,deveras, nunca sabemos bem o que é.
Pensando que o que temos é apenas um corpo com vida e é isso nosso único e maior bem e com ele podemos conseguir ir um pouco adiante.
Lógico que tememos sempre por isso. E é justo pois se formos violentados podemos perder o precioso da vida física e mental.
A mental é primordial para que possamos viver com bem estar e o que leva o corpo. Se a cabeça não pensa o corpo padece, ou a cabeça é o chicote do corpo. Dois ditados que me vem . Parar para pensar na vida é então viver.
Pensar sobre o que é e o que pode ser. Não sair no automático de deixar a vida levar sem dar-lhe direção. Pois que se assim não fizer , a corrente pode levar para um lugar que vai te fazer sofrer, que vai te penalizar.
O que fazemos de nós é nossa responsabilidade, sempre. Talvez tentemos vez por outra culpar alguém, dizemos que fomos enganados. Mas na verdade nós nos deixamos enganar.
Falo hoje o de sempre .
O que intriga a mim e a humanidade. A finitude desse espaço tempo pois é nesse que tenho minha consciência. Se tem algo antes e depois não tenho disso lembrança. Logo, convivo com o hoje e dele busco fazer o melhor com toda intensidade e paixão.
Como essa viagem, dentro de mim mesma e num lugar muito diferente. Tão diferente que parece implica em mim a meditação que falávamos no kundaline do silêncio. E olha que falam comigo e como.
As mulheres me sorriem, os homens me chamam. Kkkk
Falam comigo e eu finjo que nada sei. Nunca fui tão dissimulada.
Ontem me ofereceram marijuana. O cara falava muitas línguas até que entendi a palavra.
Hoje sentada no parque chegaram 3 mulheres uma mãe com a filha de uns vinte poucos anos ou mais e uma amiga delas, presumo.
Lógico que falando em árabe como se eu entendesse tudo. Eu olhava e ria. E Disse que era brasileira. Ela no gesto falou que eu parecia marroquina ao tom de pele também , engraçado que veio me beijou no rosto e quis tirar foto comigo. Tiramos . A filha saiu e a mãe ficou sentada como que rezando. Depois a filha voltou . Me mostrou seu cabelo por baixo do véu , tinha luzes e uma piranha de flores azuis. Fiz um elogio. Elas se foram. Depois fui caminhar e sentei em outro posto. Deu 7 horas e parque começou a fechar. Veio a multidão e elas juntos de novo falou comigo e me beijou.
Antes disso no banco sentou outra moça com uma criança. Também falou,eu apenas respondi - Salamaleicon. Mas a criança estava com um pacote de miojo na mão achando que era outra coisa. Quando eu junto com ela vimos falamos macarrão, e descobri que também em árabe , talharim é talharim. Dei a criança cujo nome era Raul pós estava escrito na camiseta uma balinha de menta.
Fiquei no parque até fechar esperando o sol abaixar. Sai e fui adestrada para a porta Blue, azul é a cor de Fez e verde a cor do islã. Por isso nos minaretes tem verde.
Atravessei a praça lotada. E pensei como nos falta isso no Rio. Estar nas praças para observar o tempo passar. Estar nos jardins sem medo de ser assaltado.
Aqui na velha medina onde estou hospedada vejo crianças andando o tempo todo. Hoje que tá quase tudo fechado e ontem a noite elas ficam jogando futebol na rua. Muitos meninos.
As meninas não vi.
Quando atravessava um outro rapaz veio falar comigo em ingles dizendo ser filho de marroquino com italiana e que morava em Paris. Disse que era gay. Ficou de papo. Vestia de fato uma roupa sui generis.
Despedi pois estava cansada e fui descendo a Medina até o hotel.
Na andança com o guia fui a muitos lugares. Bairro judeu, Mesquita, fui ao curtume e vi os lugares onde se prepara o couro. Tudo manual e é usado cocô de pombo para tirar os pelos do couro. Cada banheira tem algo diverso. Um trabalho muito árduo. Também árduo é o trabalho dos caras que ficam colocando resto de cedro para queimar e esquentar água nos hamman, tipo banho turco que vou amanhã com Imã, que me chamou.
Também fui as várias zonas da Medina.
É muito louco. A Medina de Fez é a maior do país e a mais antiga e tradicional. Mas é uma sujeira. Pqp. Gato tem aos montes na rua. Mas diferente de Istambul na tem cheiro de cocô de gato.
Muitos filhotes. Se minhas amigas Silvia, Malu e outros aqui chegassem iam sair com uma gataiada na mala.
Uma coisa me chama atenção aqui e pergunto para Imã se dentista aqui é muito caro. Disse que sim. Pois o povo tem os dentes horríveis. Dentes cariados. Dentes da frente. Parece que não escovam os dentes.
Hoje ainda almocei num restaurante bem legal. Comi um couscus. Muito bom. Mas muita comida. Eles não misturam as coisas. Colocam no pratinho tudo por cima. A comida tem muito cominho e é meio adocicada.
Também fiz fotos todavia não consigo postar junto com a escrita.
quinta-feira, 12 de julho de 2018
Trem para Fez
Saí do hotel 9:30 para pegar o trem de 10:05 tomei um táxi, Petit táxi vermelho que por 30 diran me levou a estação dos viajantes, que está sendo reformada. A maior fila para comprar o bilhete, achei que não ia dar mas deu. Esqueci de pedir primeira classe e fui com o povão. As cabines de 8 pessoas como alguns trens antigos europeus. Uma moça simpática me ofereceu lugar ao seu lado. Aqui estou.
Pela velocidade do trem devemos chegar pelas 3 h.
Está calor mas parece que as mulheres se acostumam com tanta roupa. São umas camisolas e a cabeça também coberta. Alguns de cetim grosso.
Vamos desvirtuando a paisagem seca sem morro e sem muito verde, pelo menos por aqui.
O trem vai parando em várias estações e os passageiros vão mudando na cabine. Saiu moça que me deu lugar do seu lado que vestia azul claro de cetim e entrou uma nova de roupa marrom com 4 filhos.
Todos devem ter menos que 9 anos.
Ela deve ter uns trinta. As crianças querem o celular da mãe, que vai passando de mão em mão.
Já passamos por Rabat uma gare enorme que também está em obra de modernização.
As casas na maioria é sobrado. São brancas ou então conjuntos de prédios de 4 andares tipo minha casa minha vida, muitos em construção.
Tudo leva a crer que o país está te do investimentos. As pessoas me parecem felizes. Aqui como no resto do mundo o celular está fazendo parte da vida das pessoas.
As crianças brigam pelo celular. Até o bebê quer pegar.
De repente saca-se o pão, reparte-se com todos. Crianças e adultos . Me oferece e eu digo que não. Antes já tinha perguntado se eu queria seguraro bebê.
O trem para em Meknes cidade no meio já do país. A paisagem muda. Muita Oliveira plantada algumas montanhas, outras cidades a margem da linha.
Aqui entram 2 mulheres com mais duas crianças. Duas meninas. Uma bebezinha que deve ter 2 anos. Lindinha. Começam a brincar com as outras crianças e as mães conversam . O papo fica animado. O árabe é muito difícil. Não dá para entender uma palavra. Consigo um lugar na janela e me distraio com a passagem. Continuam as visões de muitos prédios sendo construídos. As crianças que entraram pedem algo a mãe a que já estava no trem abre a bolsa e da pão as duas que chegaram. Até eu já comi biscoito.
quarta-feira, 11 de julho de 2018
Passagem expressa por Lisboa!!
O voo tá atrasado. Eu aqui buscando um sinal para internet. E preocupada em falar francês e o pior ,o tradutor só funciona com internet . Logo, babou. Muitas mulheres já com o véu. Cabeça coberta com lenços coloridos. Vesti túnica para não diferenciar muito, mas com os cabelos soltos. Muita expectativa. E voila.
Isso vai ser muito diferente.
Sem problemas com a mala. Nem minha bananinha diet de Terê implicaram.
Comida horrível na Tap, cada vez pior.
terça-feira, 10 de julho de 2018
E lá vou eu!!😊😊😊😊
Minha amiga me falou:só um pouco de emoção antes da hora. E assim foi. Graças ao Alfredo tudo se resolveu no tempo correto e fica a lembrança de que, na prática seu passaporte vale sempre 6 meses menos do que a data que tem.
Muita expectativa, por tudo diferente, toda a mitologia em torno desse oriente próximo, muito próximo, mas que encanta da mesma forma desde o ladrão de Bagdá, da princesa Yasmim , que eu assistia quando criança. Não sei se a imagem foi criada por nós, mas o fato é que ela é por tudo, exótica e misteriosa.
sexta-feira, 29 de junho de 2018
A cidade azul
História de Chefchaouen
Contudo, há quem conteste esta origem do azul de Chefchaouen, atribuindo-o a razões mais práticas, como afastar os mosquitos das casas ou oferecer uma sensação de frescura nos meses quentes de Verão. Há também quem aluda à representação da água e diga que as tonalidades de azul que se encontram na cidade correspondem a todas as variações que as águas do Mediterrâneo apresentam, ou que o azul foi adoptado em Chefchaouen como homenagem a Ras el-Maa, a queda de água onde os habitantes recolhem a água para beber.
Não encontrei o Humphrey Bogart
O vôo atrasou, entrei no avião para Casablanca depois do horário, chegamos tarde. Do alto a paisagem árida sem montanhas me parece uma imensa planície toda recortadinha. No aeroporto Bogart e Bergman não me esperaram. O transporte dentro do aeroporto foi feito de ônibus e logo quando entramos mostrando o passaporte o cara encrencou comigo . Pegou meu passaporte me levou para verificar tudo. Acho que foi a data do passaporte , pois ele perguntou se Eu nunca tinha viajado. Encarei com maior bom humor e tirei tudo, passei no raio x corporal e ele nada achou. Acho que consultou Interpol e veio dizendo que eu estava clean. Ri na cara dele. E falei :Lógico. Me levou para carimbar o passaporte e me deixou na fila. Tranquilo,nada me tira o sorriso, depois na saída ainda outro Guarda pediu para revistar minha mala, Pqp , diz que é brasileiro e acham logo que é ladrão.
Enfim sai e fui buscar um mapa. Não havia.
Sabia do trem para a estação Central "Casa port" , peguei o trem junto com um rapaz português que estava na minha frente na fila. Viemos juntos e ele depois foi ver seu mapa do celular para me ajudar. Segui o que ele falou e me perdi . Perguntei a duas moças, eram turistas. Depois perguntei a um cara que vendia coisa, ele não conseguiu, aí fui andando e um senhor veio atrás de mim falando o nome do hotel , fiquei meio com medo mas fui seguindo ele , que percebeu minha apreensão, puxava conversa, quis saber meu nome, encontramos uma moça com duas crianças que era conhecida dele caminhando no meio da Medina, ela com os filhos me trouxeram. O menininho de uns 6 anos com camisa do Neymar fala para a mãe me dizer que ele sabe o nome de todos os jogadores de time . Um fofo ,veio sozinho na porta do hotel. Recepcionista bacana conversamos em todos os idiomas, já que não sei nenhum direito.
Vim para o quarto tomei banho frio pois o quente não funcionou. Tudo bem. Saí fui até a mesquita , maravilhosa. O povo na rua, curtindo o fim de tarde. Passei por uma pracinha a criançada brincando e a mulherada sentada, os homens todos nós bares, cafés vendo o jogo Croácia e Inglaterra, impressionante, mulher não pode entrar ali. Parecem verdadeiros clubinhos. Muito homem e sem nenhuma mulher. Elas com suas roupas coloridas e seu véu. Sempre conversando entre elas. Eu sorrio para todas que me retribuem, assim como as crianças.Me perguntam se sou indiana.
A cidade é muito suja. Tá tendo muita obra a estação está nova, mas o lixo come solto, jogam tudo na rua.
Voltei estava anoitecendo, são 10:45 agora. Entrei num restaurante com um terraço em gente ao hotel e comi uma tejine de frango com legumes. Delícia. Não almocei só comida de avião. Gostaria de estar acompanhada pois seria mais divertido, mas está sendo muito bom. Vamos ver se amanhã encontro o Bogart , de qualquer maneira vou ao Ricks na última noite. Amanhã vou a Fez.
Já senti que tem muitos anjos no meu caminho. Salamaleiko salaim.
Fez sem o Pedro!!
Fez lounge é o nome do restaurante, a menina do riad me trouxe. É de uma espanhola de Barcelona , que me explica que os marroquinos não saem para comer fora,normalmente estabelecimentos vivem do turista e que esse mês é vazio e não é alta temporada como pensei.
Restaurante vazio. Não sei se porque amanhã tudo fecha . Sexta feira é algo na religião islâmica e dia de comer cuscuz.
Cheguei à cidade as 14:30 de trem , linda estação já moderna .
Tanger dados informativos
Tânger Marrocos
sexta-feira, 22 de junho de 2018
A metrópole
E vamos lá, Araraquara e depois São Paulo.
Depois de passar por Araraquara chegamos a Sampa. 4 horas de viagem por baixadas enormes, realmente este estado é enorme.
Chegando ao terminal Tietê pegamos um uber para o hotel, que fica bem no centro perto da Praça da República ao lado de tudo. Tão ao lado que saímos na hora do jogo e andamos pelo centro, teatro municipal, 25 março, Pátio do Colégio, Igrejas lindas que eu não conhecia, e entrei em todas desejando e fazendo sempre os mesmos pedidos : Santo Antonio, Santa Edwiges e Conceição, igreja do mosteiro de São Bento, Igreja da Sé, e por último ainda uma capela na liberdade. Fomos também ao Casa da boia, uma fundação particular de um engenheiro armênio inovador que viveu em Sampa .
Andamos e fomos almocar na Liberdade no restaurante de sempre aquele enorme da rua paralela à Galvão Bueno.
O estilo horroroso mas a comida muito boa. Muitos japoneses almoçando.
Depois ficamos a andar pelo bairro entrando e saindo das lojinhas. Tentação de comprar aquelas coisinhas,mas me contive, afinal o que me espera em julho é de um estilo que gosto mais.
Todavia nem tudo é festa, impacto me causou a quantidade de moradores de rua em São Paulo. Muito, muito mesmo pedintes. Sei que no Rio tem , mas aqui está demais. É o Estado mais rico do país, e está um horror. Assusta e causa indignação. Pelo centro onde ficam é um número assustador , velhos,novos e as pessoas do edifício que caiu.
Sei que nos bairros chiques eles não aparecem .