segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Em trânsito de novo

29 de Outubro- Nova jornada começo hoje, começamos eu e meu paizinho.   Partindo cedo para Escócia. Uma casa de artistas com crianças e bichos.  Novos afazeres, novas vivências, 4 dias em Paris renovaram o ânimo. Na casa da minha amiga que sempre me acolhe tão bem que acho que  nunca terei condições de retribuir a altura.
 E vamos que vamos.  Galeria Viviene

sábado, 26 de outubro de 2019

DIA de tour, Paris com céu azul e muito turista como sempre

Chegando a ela,para mim a mais linda de onde se vê toda cidade do alto da colina, Sacre Cuer.
Entro e sento para observar, contemplar, têm missa nesse momento, e o padre fala da idealização da igreja. Pelos lados o povo louco pela foto. Sentada  na  escadaria da  Sacre Cuer escuto um português curitibano,  um casal conversa sobre   a luz do sol para foto.

26 outubro-

Paris de  novo é uma festa, parece que  quando ficamos muito tempo sem vir aqui e voltamos é que  tudo fica latente. Um dia é pouco para percorrer sua ruas não lembradas. Fazia quase 10 anos que  eu aqui  não vinha. Os monumentos  continuam os mesmos , mas  o povo, quanta diferença. Acho que a cidade talvez não seja mais dos franceses, mas do mundo. Escutei todos os idiomas possíveis hoje e pouquíssimo francês.  Árabe é quase uma língua corrente e também muita língua africana e  um outro idioma que parece do leste europeu, além de indiano, paquistanês e chinês, muito chinês. Caramba  virou uma  Babel,  nas ruas já s e vê uma sociedade mestiça. Podem me dizer,  você hoje foi pelos lugares turísticos , é verdade mas eu peguei metrô  para o subúrbio  e não é  o subúrbio muito distante. Babel,  quando agora cheguei no metrô já estava noite e passei por café e bares e  de fato me surpreendi com   os salões cheios de homens, olhei e parecia que eu estava no Marrocos. Ou seja, o que li  era verdade. E se eu entrasse ali, sentasse e  pedisse um café? Os rostos são de árabes com certeza. Não vi nenhuma  mulher de burca , mas de cabeça coberta, muitas, muitas mesmos. Mas o que mas me surpreendeu foi entrar na Galeria Lafayete e ver um mundo de chineses comprando, embora possam ser coreanos, japoneses sei que não eram. Muitos compradores e muitos vendedores também. Acho que não tinha um quiosque que não tivesse um vendedor de olho puxado. Sinal que há um mercado consumidor nesse língua.

Saí  de casa pelas 10 da manhã, fui direto a Sacre Couer e Monmartre. O dia lindo apesar do vento forte, quando saltei do Metrô Anvers em frente a rua que dá direto na Igreja já vi o mundo de gente, chegando ao pé do monte um carro berrava música árabe cantada em francês. O ritmo era bom e fazia todo mundo mexer, devia ser uma  10:30 da  manhã. Subi  e fui direto para a fila  para entrar na igreja, a primeira vez que pego fila, entrei e rolava uma missa, onde o padre falava da  idealização que  as pessoas fazem da igreja. Fiquei ali a contemplar, rezar, agradecer e pedir o de sempre.  Depois que saí fui por Monmartre caminhando vendo, era muita gente. Voltei pelo mesmo caminho,sentei na escadaria  e fiquei ao sol, ao meu lado um casal do sul do Brasil, Roberta e Vinicius, conversei um pouco com eles e depois me  despedi. Fui descendo e como passava do meio dia resolvi comer um Croque Monsier,  pois nunca tinha comido, comi e desci vi uma lanchonete bio  e entrei, arrependi do Monsier embora tivesse bem gostoso mas peguei um  bio natural de yogurte mel e granola de sobremesa para poder usar o banheiro deles. Muito gostoso, depois comecei a caminhar em direção à Pigalle e o Moulin Rouge, ali já não tinha tanto turista, um clima meio decadente de pessoas sentadas na alameda e nas ruas os sexshop que  fotografei. É um lugar muito interessante, desci até a Praça Blanche e  desci toda a rua do mesmo nome que foi mudando até se chegar os grandes Magazins.  Entrei na Lafayete porque estava com placas de  saldos e fui subindo até o terraço, que agora é um grande pátio com lugar para sentar como uma arquibancada ou quase isso, lá também um mundo de gente sentada olhando a cidade.

Talvez Paris seja a cidade mais fotografada do mundo, pois tem pontos especiais para se ver. Do terraço do magazine se vê a torre e da lateral a Sacre Couer, lá longe  os edifícios  e olhando para baixo o fervor das ruas por trás da opera.  Fiquei ali um bom tempo e  até entrei em fila para fotografar a loja de uma passarela de vidro que dá para a  linda abóbada  com todos aqueles vitrais.

Saindo  passei pela Opera, que de fato é a inspiração para o  nosso theatro municipal   no Rio. A frente um músico e uma turista cantando Edith Piaf e depois ele começou outra música uma garota começou a dançar,  um que parecia bêbado  foi dançar com ela, o ritmo esquentou outra entrou, de repente um monte de belos  homens espanhóis entraram e virou uma festa, filmei várias vezes e tome labamba.  O povo se divertia com a performance do próprio povo. Nas escadinhas muita gente filmando e batendo palma, rindo, no clima agradável  de quase verão que estava na tarde.

Dali  fui em busca da praça Concorde descendo a rua e chegando nos jardins de Tuliers  fiquei então sentada, não me lembrava que  ele saía na Concorde, pensei em ir embora era já 5 horas da tarde, mas desisti, perder um por do sol ali de frente para a Torre no jardim, e ainda com wifi livre. Sentei de novo agora a beira do repuxo cheio de guarda chuva dentro dágua  submerso e patinhos nadando, as cadeiras verdes em torno.

Veio a mente observar quem conversava, lia livros, ou estava ao celular. Esse último venceu  a minha competição.  Eu vencida tentei ligar para casa, mas ninguém atendeu, era 12;30 no Brasil e eu queria mostrar a praça para meu povo.

Ainda sai dali e fui até o Champs Elisier  caminhando. O dia passou sem pressa,  sem necessidade de correr para ver, pois tudo já estava visto, meus pés já doíam pois infelizmente engordei e isso me causa essa tormenta de  dor no pé.

Percebo agora que  viajar assim calmamente é muito melhor. Ver as pequenas vilas também  é algo muito especial, o clima é diverso, a sensação é outra de  estar nas metrópoles, embora essas tenham seu charme. Paris nem se fale, é sempre uma paixão para todos, um encantamento. Espaço e tempo suspensos para todo o brilho, charme e sofisticação dessa cidade que  merece de fato esse adjetivos, embora eu saiba que nem tudo é florido por aqui.

Não  ser tudo florido sempre é parte do trajeto de qualquer um.  No entanto como já disse acima, creio que  no aspecto humano a cidade  tem se modificado muito, hábitos  são mudados  sempre que mudam as pessoas que aqui vivem e quando se  tem  gentes diversas, diversas também  são as muitas formas de se conviver.  As  assimilações, os hibridismos  que tudo isso provoca.

    No Brasil esse processo é natural, em partes, não é algo que esteja  mudando agora, nós somos a síntese de  3 ou mais povos que juntos  nos miscigenaram, mas aqui, podemos dizer que a  ideia de Estado Nação  é que fez com que houvesse um pouco mais de união nos espaços  do que hoje são os países.

A grande discussão teórica talvez seja  se  esse processo de  hibridação acaba com  as culturas primitivas, ou se   por um sentimento de nacionalismo se  acabe voltando ao local. Stuart Hall fala muito sobre isso, também Cancline, Barbeiro etc. De fato  eu  não sei, sei é que  a máxima “em Roma como os romanos”  tá valendo muito, principalmente para os árabes, pois que para os africanos o processo é diferente, eles rapidamente se hibridizam  e assimilam elementos culturais  daqui. No caso dos árabes,  essa forma ajuda a criar preconceitos, guetos  e toda certa intolerância.  E fico pensando o que leva um povo  a sair do seu lugar e vir para um país como esse  e querer aqui  viver como lá, dentro de  dogmas e costumes que oprimem, se é que é isso. Se não se busca a liberdade  desses costumes por que  se  quer viver em outra sociedade? para ter acesso aos bens de consumo, dinheiro, apenas? Pois os mesmos dogmas e impedimentos continuam.

Acho que eu preciso de um professor que me explique isso. Porque  não é como o processo de colonização, não existe mais esse pensamento, confuso mas  faz parte.   

O descanso  é bom para esperar o que virá.

        

                        

 

 

 

 

                    

 


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Em trânsito

A cada badalada do sino da igreja eu contava as horas, atenta ao meu horário de partida. Sabia que teria tempo meu ônibus em Poitiers era as 11:35 mas sempre a mala e seu  peso.  Eu juro que  nunca mais vou viajar com roupa em excesso. Não sei pra quê,  21 kg e  a maioria em 2 meses não foi usada. E a necessaire,  estorvo, isso porque trouxe tudo em vidrinhos. Aff!!
Tomei meu café com Paula, ainda conversamos,ela me pediu desculpa pela estadia sui generis, onde não teve tempo de sentar comigo para ensinar inglês.   Sempre muita gente, sempre muitos afazeres. Ela com muitas coisas. Enfim foram 20 dias que voaram, bons , poucos passeios, mas muita gente.  Ela sugeriu nos encontrarmos em Edimburgo, eu voltar com ela. Enfim,me agradeceu muito a ajuda e o mais legal ao conversar comigo ficou surpresa com o inglês da conversa.  Entendeu que meu problema é o dia a dia,  coisas domésticas, não conversação mais  organizada.
Vivências diferentes,amigos que ficarão  na mente. Jayne, Pamela e Felipe, a Paula, Susan e Peter. Até mesmo os americanos partidarios de Trump. Pessoas legais apesar de politicamente diverso. Aceitando as diferenças.  Não conheci  nenhum francês, exceto por Nadine e seu marido.
Então sai com Paula até a casa de outro inglês onde estam Susan e Peter tomando conta e eles é que me trouxeram a  rodoviária.   Uns amores.  A casa  muito bonita, por dentro uma decoração moderna muito show. Muitos quadros  na parede, uma cozinha linda aberta para sala.  Nada de azulejo na parede toda, apenas sobre a pia. Luzes que  valorizam o espaço, composições bonitas.  Muito bom gosto.
No depósito a mesma coisa, bagunça geral. Acumulação. ACho que vou montar uma empresa de organização. Não que eu seja muito boa, mas em terra de cego...   A máxima para inglês ver,  nessas casas inglesas é ordem.  Agora entendi.  Ontem eu ainda limpei toda torre para um casal americano que ia chegar e depois de ir ao centro da vila mecdespedi do jardim.
Enfim, 4 dias de descanso na casa da  minha amiga. Ainda na  rodoviária e ao andar escuto dois barulhos, ferrou a porra da alça da  mala, a alça de empurrar rompeu-se. Pqp,foda!!! Essa mala pdp, chinesa que comprei em Portugal, vai me deixar na mão, já não bastava  o zíper. Devia ter comprado uma  que vi no bazar Emaus.  Dei mole.
Sentada aqui, aguardo Panela e Felipe, que pelo jeito não viram. Tinham falado,  que viriam despedir, mas sem internet aqui, vai ser difícil contatar. 
Algumas pessoas aguardando o ônibus.  Se vê que sempre mais  pessoas de fora. Lógico é a passagem mais barata.  Mas que também não tem restrição de Peso.  Incrível , aténo avião seria mais em conta, mas sem bagagem. Kkk
Finalmente Wi-Fi do ônibus.  Essa coisa de internet é uma bosta. Qdo cheguei comorei cartão,crédito 20 euros e só funciona o telefone comum.  Ou seja, antes não tivess3 comprado nada ou usado sms.
Deixando Poitiers, bela cidade.  Quem sabe passo por aqui ainda, ou Lá Rochele,ao final da viagem. 
Ônibus atrasado, vou parar de escrever.  Chuva do lado de fora, frio,  só falta ser inverno rigoroso.  






terça-feira, 22 de outubro de 2019

Vamos falar de contemplação

Como assim? o ato de contemplar talvez seja  um dos mais interessantes. Olhar fixamente  com admiração. Fiquei pensando no que seria e significaria  para nós dias de hoje  esse ato.
 Não é o fazer nada que já falei, é olhar vendo na coisa a sua forma mais profunda e bela, talvez mais minuciosa, ou mais emocionante, ou aquela que te faz pensar e periquirir, ou perscrutar, se não errei na escrita é  assim.
Um ato  que exige que você esteja atento, desprendido de preocupações, e a fim de mergulhar de fato naquilo que vê.
A ansiedade não pode fazer parte disso,pois tira do ato toda a diferença que tem da simples necessidade de olhar.
Ninguém contempla com ansiedade,  com pressa, tem que ter acima de tudo tempo e tesão no ato.
 Sentada ontem na beira da marina em La Rochelle, me pus a contemplar o espaço com sua vida,pessoas e coisas,  e a pensar na sua beleza e energia.
A partir desse ato é que escrevi a crônica, seria isso, de ontem.
Para brincar com as palavras é preciso contempla-las primeiro e depois torná-las reais, tira-las do estado de palavra, de dicionário e fazê-las com sentido no que você está contemplando.   Ou seja, desrealizar o real colocando nele a palavra escrita, e ao contrário transformar a palavra escrita em imagem. Mais ou menos isso.  
Pensava eu  na falta de tempo  para assim proceder. Nesse momento,  eu tenho todo tempo,  no dia-a-dia  nem tanto,  mas  necessito, pois  não teria  minha  vida sentido se não fosse assim.  Se eu fosse apenas    um tubo digestivo não sei como seria.  Mas muita gente é, ou necessita ser.  A escravidão das produções em série são um pouco dessa forma.
Hoje o  dia não foi de contemplação, ao contrário disso foi de ansiedade, de nervoso de lá, de tentativa de   organizar  o que resta por aqui, da beleza das flores, dos canteiros e jardins.  As rosas são muito bonitas e cheirosas,  mas também são as que mais  machucam, oh! espinho dolorido que entra até pelas luvas fazendo acordar qualquer contemplação.


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Cidade sem gente não é cidade

Todo mundo sabe que minha pesquisa é sobre cidade. Cidade e cinema, cidade submersa, cidades fantasmas e outras mais.
Aqui nesse pedaço famoso do mundo tenho me deparado com uma coisa muito triste,  as pequenas cidades  a cada dia perdem sua vida.   Hoje em  La Rochelle, da foto acima, me dei conta da importância das pessoas para a  cidade ter vida, ter luz, ter colorido. Uma cidade fantasma apenas com seus prédios  e monumentos não nos serve para nada. Não provoca em nós a sensação de vida, energia,movimento.
 Ali em La Rochelle, diferente do que tenho visto, as pessoas andam pela rua, sentam nos bares ao sol, respiram o ar do mar,  andam de bicicleta, é lógico que eu sei  que com um frio medonho e com chuva isso é quase impossível, mas o frio não chegou ainda de forma plena.  Cadê o povo dos vilarejos? A cada vilinha  que passo nada vejo,   e nem sempre é domingo. As pessoas ficam dentro de casa vendo TV, na maioria das vezes.
 De que serve uma cidade fantasma?  uma praça sem gente? A praça é do povo.  Talvez aqui tenham esquecido disso.  Se fosse no Marrocos, no Peru,  mesmo com o frio a praça tá cheia. Era preciso expulsar o povo para fechar o grande jardim de Fez,   em Arequipa no Peru os bancos da praça principal são disputadíssimo, assim como em Cusco.
 Ou seja,  os lugares  precisam dessa vida, e quem as traz são as pessoas.
Em Villefrance de Rouergue, o dia do mercado pela manhã de quinta feira, era o melhor da cidade.  De resto um completo abandono. Lojas bonitas para quem?   O povo  é que colore as cidades.  Sem ele não tem graça é um museu  vazio   com sensação de abandono.
Fiquei imaginando o que seria La Rochelle no verão.  A praça em torno da marina com seus restaurantes de mesas na calçada, o caminho para a torre,a rua do comércio, a rua do muro que da para a foz do rio, como a ribeira  no Porto.
O bateau Ivre,  que não era a poesia do Rimbaud, mas tão somente um restaurante. 
O músico com sua canção francesa. 
Mas lógico,estamos na França, apesar dos ingleses . E os vários retratos de gente  famosa espalhados pela cidade, em preto e branco com imagens antigas de pessoas  como Ives Montan, Jeane Morreau e outras. 
Pois então a cidade é isso, formada   por pessoas e para as pessoas que passam e para as que ficam fazendo parte de sua vida, de sua história, criando suas memórias.  Gostei, voltaria, como  diz  o autor, carne e pedra, um sem o outro não é cidade.
E completando o passeio, uma varanda com a bandeira do Brasil de cabeça para baixo. SERIA isso um sinal?  Ou apenas uma  real representação? ...
 

domingo, 20 de outubro de 2019

Nada como dois dias de passeio para relaxar

Então que você se estressa na semana, vem o sábado e domingo e   te dão folga  com direito a passeio. Nada melhor, até a queimação na boca que voltei a sentir passou, hoje não tive, também não comi o dia todo.  Acordei as 9 tomei café e saí com Jayne  e  Keith, de van para um Market  de domingo. Isso que dizer uma feira de tralhas e não tralhas que ocorre cada domingo num lugar, tipo feira da praça xv,  só que hoje por estar chovendo muito e frio tinha quase ninguém negociando.   Ainda bem, eu digo pois se não acabaria caindo em tentação.  Tem de tudo,   tudo mesmo. E é incrível a atração deles por isso. Parece que ninguém compra nada novo. Ficam procurando as coisas antigas e baratas e haja tralha, o Keith vai todo domingo. Infelizmente hoje como ele chamou a Jayne e ela me chamou  não deu para os chilenos irem, acho até que eles propuseram,  mas pelo que senti ele queria ir sozinho com Ela, mas ela me chamou e eu não ia recusar. Para mim foi ótimo, mas creio que estava pintando certo clima. Passeamos todo dia  por estradas  grandes e pequenas e depois chegamos a POITIERS, que eu não conhecia pois só cheguei na  rodoviária. Linda cidade. Várias Igrejas,  ruas bonitas, e espaço  bem interessantes, entramos no Palácio de justiça e estava tendo uma exposição do kimsooja uma sulcoreana  que  givi em Nova York, arte pos moderna,  tinha uma grande mesa onde as pessoas pegavam argila e moldaram como quisessem,a maioria bolas e a ideia era  ter naquele espaço o universo.  Minha bola ficou um peão. Gostei e deixei.  Depois numa sala um filme  com os vários trabalhos , o filme é no Marrocos, e vi ali Coisa a belíssimas, o trabalho de bordar, de moldar o barro para fazer Tajine,   o trabalho do povo nos tanques de amaciar o couro, como o que vi em Fez ,  o barro para fazer aqueles azulejos que montam os mosaicos árabes,  e também as tecelans que fazem os tapetes.  Lindo mesmo.  Depois fomos caminhar  e tomar um café.  Não almoçamos.  Ele nos trouxe, e aqui  tomei sopa e depois eles saíram  de novo. Eu não quis ir , talvez eu esteja errada , ambos são casados, mas eu não quis empatar mais do que todo o dia.
Precisaria de alguém mais sagaz para avaliar. 
Ontem também foi ótimo pois  fomos a vários lugares,  e comemos num  blog restaurante de comida do mundo todo.  Tipo selfservice   só que sem balança, comi japonês, chinês e outras coisas.Depois  cau nos doces francesa. Aff. E sem caminhar porque chovia demais .
Vimos ontem uma casa para Jayne, estranho que a casa tinha 3 espaços em lugares diferentes. Um era um primeiro andar  no piso da rua onde funciona um tipo galeria, encima os 3 quartos e banheiro. Depois em outra rua um cave,  um beco, ondetembarril de vinho guardado e depois uma barracão com um jardim atrás , acabado , mas um excelente espaço. Esses 3 espaços por 47 mil euros, isso dá menos de 200mil reais.  No coração da cidade de San Lois.   Dá para fazer um negócio  e ainda  construir uma casa.  Ela já pensou em fazer um b&b pois a casa atual dela é um antigo hotel que ela dá, isso.  Aqui também na Paula é isso. Ou seja,  principalmente no verão é que o povo ganha dinheiro . Pois no inverno nada tem.
 Reparo que tem muita coisa sendo vendida, nessas pequenas vilas.  EM Ville Franche de Rouergue  também muita coisa sendo vendida e como disse as cidades parecem fantasmas. 
Por aqui ainda é pior nas vilinhas, em cidade como Potiers não, tem muitas lojas e muito movimento durante a semana. 
Essa semana fará 2 meses que estou por essas bandas. Muito já vi e muito por ver.
Muitas ideias e possibilidades para levar. 
O que as pessoas estão procurando agora,  será que temos  no Brasil, eu tenho na  cidade , o mesmo potencial por desenvolver, ou Lá é tudo tão diferente assim.Acho  que num mundo que busca a sustentabilidade certas coisas são essenciais. Um novo olhar sobre os produtos, uma sobrevida mais longa para tudo que se tem. Não dá mais para produzir em excesso e criar cada vez mais lixo e cada vez mais consumir os recursos naturais, pois vai chegar uma hora que não mais terá petróleo, água, etc,o mundo caminha para exaustão dos recursos. 
 O que tenho visto por aqui são os dois lados,  nas duas casas muita desorganização,  entretanto na mais rica, um excesso de coisas,  coisas muito boas, nada  é jogado fora,   Nada, mesmo.  Produz-se muito lixo também na casa rica.  As coisas industrializadas são muito embaladas e enquanto em uma  se reutilizável até os sacos de papel, na outra  nada disso.  Se separa  um pouco. Por exemplo tudo que  é verde ou comida vai para compostagem.   Mas  as  vezes a compostagem é uma zona.
Não tem os níveis separados. 
 Eu na jardinagem  separei muita coisa pois podei muitas plantas, mas tudo foi jogado junto no mafuá. 
Outra coisa que se faz, terrível eu achei, e queimar  os galhos. Semana passada foi muita queima, minha roupa que estava na corda ficou um horror.  Também a lenha para as lareiras. Muito tronco para o inverno é  separado, creio eu que a lenha deve ser mais barata que o gás que aquece aqueles aparelhos.  
O que não sei  é se há reflorestamento suficiente. Toda casa tem uma reserva de lenha. Será que só tiram?  
Sei que a Madeira é renovável , mas tem que ser plantada e esperar crescer.  É cada tora de madeira que não sei em quanto tempo chega ao tamanho em que é colhida.
 Nessa região em que estou agora, tem muita plantação, muita mesmo, é comportamento agrícola.   Óbvio que algumas devem ser orgânicas, mas tenho certeza que  não tudo.  Girassol e outras coisas é o que vejo.  Grandes máquinas e terrenos preparados para a plantação.  Essa semana a chuva chegou generosa e é incrível  a marcação da mudança de estação.  Folhas caindo, verdes que viram vermelho e marrom, outras amarelas no matiz de cores fabuloso. De fato uma paisagem singular.  FRIO ainda não é demais,   o vento é chato. E aqui como tem pouca montanha nesse meio, o vento é muito forte, aqui perto tem vários enormes cataventos e redes de transmissão sobre as plantações. Ou seja energia limpa, bem diverso  do midi Pirineus, que era muito montanhoso. 
Assim vou conhecendo tudo.  Talvez ainda veja mais por aqui em janeiro. Tudo vai depender. Tudo mesmo.
 Em cada igreja que entrei hoje e sempre meu agradecimento e meus eternos pedidos, que serão e são atendidos.


sábado, 19 de outubro de 2019

Novas vilas, antigas, muito antigas

Sant Louis

Paternay

Mais uma na rota do caminho de Santiago na França

Outono e suas cores

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

No quarto

Sextou de novo

Sextou por aqui e o trabalho não pára, a jardinagem,  e o pior o cara foi embora e eu agora além de cortar também tenho que tirar o que cortei e levar no carrinho para a compostagem. Buaaaá. Pior sem ele.
Mas semana que vem a essa hora não estarei mais aqui.
Nova etapa, novos caminhos e descobertas. Crianças, cidade, aulas. Ou seja, talvez tudo diverso.
Parece que depois que falei com Jayne e expressei meu tédio e que queria sair para passear resolveram sair comigo amanhã, assim espero, se me dão o carro eu vou sozinha, mesmo com o volante do lado direito. De bike é que fica brabo, pois têm vento e não é descida.
Cortei muita coisa de manhã e terminei o jardim da frente da casa na rua. Meu quadril doi, tensão ou trabalho,nunca sei. Dormi bem. Mas a preocupação continua. 10 dias para fazer 2 meses. Talvez considere a possibilidade de voltar  antes.
Saí para caminhar com Ella, andamos uma hora, peguei hora sois secos para semente, plantei, espero que nasça.
Almoçamos tarde, camarão, pão,maionese salada, patê e queijo.
 Tomei meu banho cedo,  e tô aprendendo a me controlar.  O contrato é de 5 horas por dia, cumpri as minhas, na verdade muito mais.  Então agora vou ficar de bobeira no quarto escrevendo. Tentando ver se meu computador conecta.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Arrumando o anexo para fotos

A casa

Momento de tensão

Nem sempre  as coisas são simples.  Depois de ontem do estresse  aqui na casa com o  rapaz da Ucrânia,  ele me mandou mensagem pedindo o endereço de onde fiquei antes de vir para cá. Tive dúvida,   receio,  não sabia o que fazer. Então resolvi que mostraria a  mensagem.   Afinal eu estou na casa  e mal conheço qualquer dos lados.
 Hoje  o Kis, inglês veio para conversar  com o rapaz e levá-lo. Eles decidiram assim. Eu nada tenho com isso.
Na saída eu estava na cozinha e o rapaz veio.   Me pediu para guardar sua bagagem no meu quarto, que tinha  coisas de valor,  eu disse que não, que guardasse na lavanderia.  Eu não queria   complicação para mim.  Sei lá o que tinha ali, talvez ele não tivesse entendido que esteja sendo despejado.
Ele insistiu, disse que seria umas horas apenas.  Eu disse não.  O que eu faria, morri de pena,mas  aquilo poderia me comprometer.   Não queria levá-lo ao meu quarto, com  meu dinheiro e passaporte, muito menos  guardar as coisas dele. Não era para ele voltar. Eu  de  fato não entendia o que ele dizia,  e fazia mais ainda sinal que não entendia.
 Achei melhor falar com Jayne, explicar o que ele pedia,  e assim fiz.   Talvez ali quando Paula  foi falar com ele é que ele entendeu.
Na verdade, ela  já estava de saco cheio dele faz tempo. 
Ele não tinha iniciativa,  só ficava  no quarto. Contou uma história que tinha asilo político , mas não se sabe.
Talvez eu o tenha decepcionado. Mas o que eu poderia fazer? 
Eu pensava e se tem uma  bomba na mochila.  Quem é ele,   se não é  um workaway,   um exilado político é um  refugiado,  não imigrante. E por que espera para saber onde vai?  E  por que não decide a própria vida?   E por que  se faz de sonso?   Ele entendia o que diziam, ele escreve em inglês, fala.   Qual seria a intensão dele.  Escreveu uma carta para Paula e depois diz que ela era estranha.
Não sei,  não quero ser injusta, mas o que esperaria. 
Achei que ele ficou me rondando queria  falar ou pedir, e eles não levavam. Até que falei com Paula,  por que esperam?  Leva logo se é para fazê-lo.  Ela muito ocupada arrumando a outra casa para fazer fotos para alugar.
 Até que foram, respirei aliviada. Mas tensa. Depois do almoço vi o zap da família, parece que juntou toda tensão e desejei a chorar e não conseguia parar. Aff,  falei  com EMILI,   agora com Alice que tá  doentinha hoje com febre e melhorei.  Sentei aqui no sol para escrever e esquentar.
 Ou seja, até aqui tenso.


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Quando tudo parece calmo

Muito trabalho  no Jardim pela manhã e à tarde  sentei, descansei,   corrigi texto e escrevi.  Entediada que estou com esse lugar que não tem nada,  plantações e  zero de gente, nem o pobre do aplicativo detecta alguém.  Exceto o caixa do supermercado Carrefour  ,( 6 km de distância) que reconheci na foto.  Aff!! 
 Depois de sair para caminhar com a cachorra, voltei à sala com lareira e fui tomar meu banho. Depois do jantar que foi  servido no prato na sala da lareira  o clima esquentou. Não sei direito o que aconteceu,  e me pareceu uma discussão,   aí que a dona da casa, fica puta com alguma coisa que foi feita  errado, no que diz respeito à colocação do lixo para fora, na verdade ela já está tensa com a história faz tempo. Parece que rolou, rolou algo que diz respeito à natureza jurídica do outro workaway.
Como já havia dito, acho que de fato ele não é  o que parece,   tapado ou coisa assim, talvezse faça disso. Meio sonso,  cuja  situação seja controversa.
Seria mesmo exilado político, ou  não passa de imigrante ilegal.  Talvez diga para mim uma coisa é faça outro, e seja outra,  meu medo é ser terrorista aguardando na célula a hora de agir.
 Fiquei tensa que comi todo chocolate belga que ganhei ontem.
A dona da casa também, afinal ela também não é francesa e vive aqui. Pode dar ruim para ela abrigar alguém que não tenha visto.
 O que eu sei,é que isso tá maus pata história  de detetive. 
Támbem o cara parece que escreveu para a dona faz dias e meio  falava umas coisas . 
Não sei como é esse povo.
Sei que me coloco dos dois lados.  Dele e dela.  De mim ele até parece gostar, nos demos bens, eu o ajudo e ele a mim . Mas ele já esta aqui a quase  2 meses, tempo que eu ficarei na Escócia, mas eu fui combinada e posso sair a qualquer momento.
Sei que  ele entende bem inglês e  ao contrário de  mim,sabe exatamente o que falam e porque falam.
Fiquei preocupada, ao que me pareceu, ela  vai levá-lo amanhã para Poitiers. 
Não sei o que ele espera, ou se é apenas alguem querendo fugir de sua condição. Eu fiquei com pena dele .Mas não sei.



terça-feira, 15 de outubro de 2019

O outono chegou



 Junto com outono suas cores e paisagens em transformação. Tudo muda de cor e tudo muda seus estado em poucos minutos, como uma  folha verde que fica amarela e cai, um dia depois ela está marrom manchando a grama.  O tempo, esse agregado da natureza, também muda o a cada segundo, impressiona como em um dia, tempos todas as temperaturas e estados, sol, chuva, frio, vento,calor, chuva com sol e as folhas caem como se fosse chuva. Varemos e um segundo depois tudo está cheio de novo de  folhas.
 Levantei tarde nesses dias, mesmo porque  não tenho dormido bem,  acordei as 3 da madrugada e  quem disse que dormia. Peguei então o celular e vi , nem sei mais o que, pois que também não queria  escrever,  mais um tempo e sono veio, todavia conturbado, preocupado.
 Quando   vi já estava na hora e eu hoje aproveitando que choveu muito queria  trabalhar no jardim.
 trabalhei sozinha  toda manhã,  plantando, arrumando vasos, cortando, varrendo as folhas e juntando  e depois a  tarde também.  Preciso me controlar para não querer fazer tudo no mesmo dia,  afinal ainda tenho 10 dias aqui. O jardim já tem outra cara, resta saber se  vai ter  manutenção no que estou fazendo, certamente não.  Ao meio dia fiz almoço, risoto com vegetais e frango     que   ficou muito bom. Alexandro  só chegou na hora do almoço, estava na casa. Das duas uma ou faz mesmo corpo mole de   desentendido ou a coisa é mesmo grave.
 Fiquei pensando se de fato ele é algum grupo e fica esperando alguém definir  para onde ele vai. Me disse que  a cabeça estava queimando, pois estava com problemas. Eu perguntei se ele decidia para  onde iria ou se decidiam por ele. Não entendi a resposta, talvez tenha se evadido. Ontem na sala, após a tempestade e antes de eu fazer o jantar conversamos sobre arte, eu falei a ele sobre Walter Benjamim e  Hannah Arent     que ele não conhecia, pelo jeito o curso é mais pautado na linguística que em teoria. Expliquei para ele sobre a aura da obra da arte, a sua quintessencia e a reprodutibilidade técnica, ele parece ter gostado.
Está escrevendo um livro em inglês,  ou seja , deve saber muito, é  de  aventura, ficção  , perguntei a história  ele não me falou, perguntei do personagem principal, também não, disse que são muitos.
 Não sei se tenho pena, pois que liberdade  ele não tem, se for de uma célula terrorista muito menos. Disse-me que tem 5 irmãos, ou 4 , que seus pais tem 48 anos. Ou seja, ele poderia ser meu filho.
Minha anfitriã chegou junto com sua amiga, eu estava caminhando com Ella, a cachorra, trouxe-me chocolate belga de presente. Fiz o jantar e coloquei a mesa.
Tomei  o resto de champanhe que estava na geladeira. Minha próxima anfitriã me  escreveu,  olhei de novo o perfil dela, tem um bebe de 1 ano e hoje tinha um feedback de uma casal de brasileiros que lá estiveram. Ainda vi na tradução que ele toca forro.  Já vi que vai ser mesmo muito diferente a próxima casa, onde vou cozinhar e arrumar e cuidar das crianças. O pior é que a criança ainda deve usar  fraldas. aff! e vai falar português, dois meses lá. Oxalá tudo corra bem.
 Limpando  o jardim  hoje coloquei Maria Gadu e Caetano, cantando juntos, depois Marisa Monte e Cancanhoto, como nossa música é rica, cada uma que cantava mais eu me identificava com a letra. Ia trabalhando  a mente naquele transe, agora entendo o bem que faz cuidar das plantas, parece que desestressa, ta aí mais uma coisa a ser feita na fazenda. Vejo também o quanto aprendi  com minha mãe, o quanto sei, e como sei, As  vezes descobrimos  que sabemos coisas que  não nos damos conta, e isso é  de fato fabuloso. Se a mente está aberta nós trafegamos em estados diversos e nos descobrimos cada  vez mais.
Lembro do romance de  meu amigo " É o inverno Leon", e me dou conta que é no outono que  perdemos as  amarras, ficamos secos, para depois voltar a sorrir na primavera e no verão. No inverno hibernamos.
 AH, sim, com tanta música, tanta transformação, vamos indo, indo, indo. 

cores do outono



Casa temporária Pressigny


Cachorrinha das trufas