quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Momento de tensão

Nem sempre  as coisas são simples.  Depois de ontem do estresse  aqui na casa com o  rapaz da Ucrânia,  ele me mandou mensagem pedindo o endereço de onde fiquei antes de vir para cá. Tive dúvida,   receio,  não sabia o que fazer. Então resolvi que mostraria a  mensagem.   Afinal eu estou na casa  e mal conheço qualquer dos lados.
 Hoje  o Kis, inglês veio para conversar  com o rapaz e levá-lo. Eles decidiram assim. Eu nada tenho com isso.
Na saída eu estava na cozinha e o rapaz veio.   Me pediu para guardar sua bagagem no meu quarto, que tinha  coisas de valor,  eu disse que não, que guardasse na lavanderia.  Eu não queria   complicação para mim.  Sei lá o que tinha ali, talvez ele não tivesse entendido que esteja sendo despejado.
Ele insistiu, disse que seria umas horas apenas.  Eu disse não.  O que eu faria, morri de pena,mas  aquilo poderia me comprometer.   Não queria levá-lo ao meu quarto, com  meu dinheiro e passaporte, muito menos  guardar as coisas dele. Não era para ele voltar. Eu  de  fato não entendia o que ele dizia,  e fazia mais ainda sinal que não entendia.
 Achei melhor falar com Jayne, explicar o que ele pedia,  e assim fiz.   Talvez ali quando Paula  foi falar com ele é que ele entendeu.
Na verdade, ela  já estava de saco cheio dele faz tempo. 
Ele não tinha iniciativa,  só ficava  no quarto. Contou uma história que tinha asilo político , mas não se sabe.
Talvez eu o tenha decepcionado. Mas o que eu poderia fazer? 
Eu pensava e se tem uma  bomba na mochila.  Quem é ele,   se não é  um workaway,   um exilado político é um  refugiado,  não imigrante. E por que espera para saber onde vai?  E  por que não decide a própria vida?   E por que  se faz de sonso?   Ele entendia o que diziam, ele escreve em inglês, fala.   Qual seria a intensão dele.  Escreveu uma carta para Paula e depois diz que ela era estranha.
Não sei,  não quero ser injusta, mas o que esperaria. 
Achei que ele ficou me rondando queria  falar ou pedir, e eles não levavam. Até que falei com Paula,  por que esperam?  Leva logo se é para fazê-lo.  Ela muito ocupada arrumando a outra casa para fazer fotos para alugar.
 Até que foram, respirei aliviada. Mas tensa. Depois do almoço vi o zap da família, parece que juntou toda tensão e desejei a chorar e não conseguia parar. Aff,  falei  com EMILI,   agora com Alice que tá  doentinha hoje com febre e melhorei.  Sentei aqui no sol para escrever e esquentar.
 Ou seja, até aqui tenso.


2 comentários:

  1. Força querida, são situações fora do roteiro mas normal. Malucos e estranhos fazem parte do mundo em todos os lugares. Foque em sua alegria interior, seus propósitos. Bjus

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