Sábado, saindo de Braga daqui a pouco rumo ao Porto. Já no final da viagem. Deixarei para escrever no trem. Uma hora de viagem.
O trem promocional 2euros ida e volta. Maravilha.
Ao fim já bate a vontade de estar em casa. Talvez agora eu entenda pq para certas pessoas viajar mais q 15dias é muito.
Vai dando uma irritação que nada mais vira novidade. Tudo começa parecer igual. A arquitetura, a forma de estar na cidade, até as igrejas que valem 3pedidos cada.
Estou ansiosa, motivos vários. Todavia procurarei mudar o foco da questão. Trabalho novo, novas expectativas a cumprir. De resto, decisões que não são minhas não tomarei. Cada um sabe um lhe aperta o calo e o que tem que fazer se não estiver satisfeito. Todos sabemos sempre o que temos que fazer. Podemos demorar para aceitar e relutar em fazer ,mas com um pouco de auto conhecimento conseguimos. As vezes sou muito vulnerável a falas alheias, como criança que não quer desagradar para não perder o amor dos pais. Mas o amadurecimento necessita que aprendamos a filtrar. Quem sabe da nossa vida somos nós, nós q trabalhamos, que vivemos e sentimos na carne, então qualquer observação e idéia alheia tem que ser ouvida com filtro seja de quem for. Não digo com isso que não ouço o que dizem os meus, ouço muito e esse é o problema. Pq as vezes ao ouvir sinto certa pressão ou opressão. E fico dividida entre fazer o q dizem e não fazer . É necessário aprender o equilíbrio. Onde me fere e esgota as observações e idéias de outros sobre minha própria vida.
Preciso aprender a fazer ouvido de mercador. Deixar q falem. Tem gente que manda bem nisso. Eu libriana sempre fico na dúvida, ouço e me perturbo com o que ouço, a ponto de ficar atordoada.
E me questiono.
Acho isso uma imaturidade minha. Talvez um excesso de diplomacia.
Ao contrário tem gente que não ouve de jeito nenhum quem tá de fora. Esses quebram a cara constantemente. Mas quebram por teimosia , e dificuldade de ouvir o que já tá na ponta do seu próprio nariz. Nesse caso,na falta de ponderada do olhar para fora essas pessoas tem um baixíssimo auto conhecimento e também olham o mundo somente a partir de si mesmo exageradamente.
Ou seja, no final das contas o caminho melhor é o do equilíbrio. Ou da busca dele. É o que quero e desejo.
Tudo em excesso faz mal. Até o que é bom. Ponderação, diplomacia, equilíbrio e visão das coisas na sua realidade, sem ilusão e sem perturbação.
A presentificação ajuda nesse sentido e venho assim trabalhando. Tentando pelo menos.
Todavia não vivemos num mundo do eu o tempo todo. Tem coisas fora de nós que interferem diretamente em nós. Nascemos e morremos sós, isso é determinista, mas vivemos acompanhados e isso modifica nosso sentir. Se alguém que eu amo sofre eu sofro junto, se alguém que amo está atormentado eu fico também, se fazem algo à alguém que amo eu viro uma leoa,sou pacional e as vezes sem equilíbrio. Isso é F. E como dosar. A vida tá me ensinando.
Mas o pior disso é, o que outros fazem e que te doem muito e que o outro não parece entender que também vc sofre por ele.
Um filho q causa dor ao pai com suas atitudes, um amor q não entende o amor do outro.
Aí viver é difícil. Como diz Clarice, "ultrapassa qualquer entendimento".
Uma nova viagem se inicia, dessa vez sem que o roteiro esteja rigorosamente definido, sem estar acompanhada, é como da primeira vez, à vontade dos ventos.
sábado, 5 de agosto de 2017
Os últimos 4 dias.
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