Dormi cedo, não consegui ir ao hamman ontem, os taxistas não queriam levar. Disse-me a menina do hotel que era porque é uma zona muita cheia de gente.
Como tinha almoçado tarde tomei um chá de hortelã, que já inclui no meu aprendizado, e vim dormir.
Separei as coisas para arrumar a mala que espero esteja mais leve. Tirei muito papel e só. Impressionante que não comprei nada. Como já disse, eu queria um lustre e um tapete. Dois pesos. Comprar joias por comprar, tem muito no Brasil.
Exercício de desprendimento.
Finalmente andei em Casablanca. No centro, na cidade velha em estilo Art nouveau alguns prédios(ferro e desenhos) e em outros, parece Paris, todavia decadente. Sem dúvida essa cidade devia ser linda. Toda branca com seus prédios bem desenhados. Uma lástima seu estado de decadência. Muita sujeira na rua. O branco virou um bege feio e os prédios ficaram com cara estranha. Nas fotos não parece tanto, mas ao vivo horrível.
Andei pela rua central e a rua do tran, como o nosso VLT , tinha bastante gente na rua. Meu hotel fica na Medina que é pequena comparável as outras que fui.
Do lado da estação Casa Port tem 3 grandes : Ibis, Novotel e um noutro. A zona passa por transformação, também está fazendo uma linha para um TGV que vai de #TANGER a Marraquexe. Quem sabe da próxima vez eu já pego-o. Aí virei de ferry.
Eu fiquei com pena na decadência da cidade exceto pelo Ricks , que é o restaurante eternizado no filme . O filme não foi feito aqui , mas copiaram seu cenário e ele se mantém. Não fui comer lá , não tinha feito reserva. Entrei no primeiro salão realmente é lindo.
O lugar é por trás da Medina. Perto de uma pracinha que fui quando cheguei. Extremamente mal cuidada como todo resto.
O povo joga muito lixo na rua.
Aqui também tem sempre uma poeira que maltrata os olhos. Dizem que é do deserto.
Ontem nas minhas andanças entrei num mercado senegalês. FICA perto da Medina. E tem de tudo. Muitos cabeleireiros e negras e negros lindos no lugar. São grandes e com muito estilo.
Os marroquinos não são bonitos, nem os homens, nem as mulheres, mas os senegaleses são muito bonitos, numa pele negra quase azulada e um porte altivo. Entrei no mercado e fui vendo as coisas. Eles assam carne , acho que era defumada e fica aquilo exposto. Também aqueles tecidos coloridos e muitos cabeleireiros.
Depois fui ao mercado Municipal , nem entrei, o pior que já vi. Muito abandonado, muito mesmo largado.
Fui andando e vendo com tristeza.
Podia ter pego um táxi e corrido o resto da cidade e ido a bairros que certamente são mais novos e cuidados, cono em #Tanger , mas fiquei com preguiça.
Também não fui de novo a Mesquita. Não daria para entrar pela hora que já era tarde. Ou seja, não entrei em nenhuma Mesquita pois eles não deixam. Só se virar muçulmana, mas gosto dum vinho e de carne de porco também.
Meu balanço final é bom. Gostei do país , mas sei que as impressões não vem todas agora. Escrevo o relato, as divagações vem depois.
O que sinto indo para a nova etapa, agora para o trabalho é expectativa, dois textos e debates e espero aproveitar muito a oportunidade e rever amigos também.
Em Casablanca a guerra impediu o amor de Bergman e Bogart , as condições externas impediram. Na vida as vezes não é muito diferente. Eu acho que meu olhar vem mudando muito. Outras coisas me tocam mais nesses últimos tempos, outros valores a serem conquistados no amor. Foi preciso a guerra e a impossibilidade pessoal . Mas que adianta a mudança se na prática não pode se realizar? Me perguntariam . Adianta, que quando puder esse mudança se realiza.
Cada ser sabe onde seu calo aperta e tô cansada de me cobrarem coisas que não fazem. No final que está sentindo sou eu. Sabe-se lá o quanto mais. Mas, finalmente encontrei o Pedro e agora vou ao encontro do Chico que já me aguarda para o jantar mais tarde em Lisboa .
Enfim melhor parar por aqui. Daqui a pouco o avião de Bergman naquele figurino lindo vai partir. E....