sexta-feira, 20 de julho de 2018

Adeus Marrocos!!

Cedo ainda, parece-me que o povo aqui acorda bem tarde, aqui em todo país. Dormem muito tarde também pois ficam nas ruas.
Dormi cedo,   não consegui ir ao hamman ontem, os taxistas não queriam levar. Disse-me a menina do hotel que era porque é uma zona muita cheia de gente.
Como tinha almoçado tarde tomei um chá de hortelã, que já inclui no meu aprendizado, e vim dormir.
Separei as coisas para  arrumar a mala que espero esteja mais leve. Tirei muito papel e só. Impressionante que não comprei nada. Como já disse, eu queria um lustre e um tapete. Dois pesos. Comprar joias por comprar, tem muito no Brasil.
Exercício de desprendimento.
Finalmente andei em Casablanca. No centro, na cidade velha em estilo Art nouveau  alguns prédios(ferro e desenhos)  e em outros,  parece Paris, todavia decadente. Sem dúvida essa cidade devia ser linda. Toda branca com seus prédios bem desenhados. Uma lástima  seu estado de decadência. Muita sujeira na rua. O branco virou um bege feio e os prédios ficaram com cara estranha. Nas fotos não parece tanto, mas ao vivo horrível.
Andei pela rua central e a rua do tran,  como o nosso VLT , tinha  bastante gente  na rua. Meu hotel fica na Medina que é pequena comparável as outras que fui.
Do lado da estação Casa Port tem 3 grandes : Ibis, Novotel e um noutro. A zona passa por transformação, também está fazendo uma linha para um TGV que vai de #TANGER a Marraquexe. Quem sabe da próxima vez eu já pego-o.  Aí virei de ferry.
Eu fiquei com pena na decadência da cidade exceto pelo Ricks , que é o restaurante eternizado no filme . O filme não foi feito aqui , mas copiaram seu cenário e ele se mantém. Não fui comer lá , não tinha feito reserva. Entrei no primeiro salão realmente é lindo.
O lugar é por trás da Medina. Perto  de uma pracinha que fui quando cheguei. Extremamente mal cuidada como todo resto.
O povo joga muito lixo na rua.
Aqui também tem sempre uma poeira que maltrata os olhos. Dizem que é do deserto.
Ontem nas minhas andanças entrei num mercado senegalês. FICA perto da Medina. E tem de tudo. Muitos cabeleireiros e negras e negros lindos  no lugar. São grandes e com muito estilo.
Os marroquinos não são bonitos, nem os homens, nem as mulheres, mas os senegaleses são muito bonitos, numa pele negra    quase azulada  e um porte altivo. Entrei no mercado e fui vendo as coisas. Eles assam carne , acho que era defumada e fica aquilo exposto. Também aqueles tecidos coloridos e muitos cabeleireiros.
Depois fui ao mercado Municipal , nem entrei,  o pior que já vi. Muito abandonado, muito mesmo largado.
Fui andando e vendo com tristeza.
Podia ter pego um táxi e corrido o resto da cidade e ido a bairros que certamente são mais novos e cuidados, cono em #Tanger , mas fiquei com preguiça.
Também não fui de novo a Mesquita. Não daria para entrar pela hora que já era tarde. Ou seja, não entrei em nenhuma Mesquita pois eles não deixam. Só se virar muçulmana, mas gosto dum vinho e de carne de porco também.
Meu balanço final é bom. Gostei do país , mas sei que as impressões não vem todas agora. Escrevo o relato, as divagações  vem depois.
O que sinto indo para a nova etapa, agora para o trabalho é expectativa, dois textos e debates e espero aproveitar muito a oportunidade e rever amigos também.
Sinto que algumas coisas são mais difíceis de nos abandonar do que pensamos.  Você sai do seu cotidiano, do seu povo de tudo mas seu sentimento não sai de você.  O tempo é uma coisa preciosa. As vezes queremos atropela-lo e ele não deixa. Quisera já ter passado o tempo sem que envelhecesse. Sem que tivesse a sensação  de que posso estar perdendo tempo .  Mas não depende de mim , do meu querer. Eu me esforço  em ir adiante e vou, não paro, e a coisa persiste. Não sei o porquê disso. Sei que mudanças são necessárias e tento fazê-las mas no fundo tem uma tristeza, uma pena que não se conforma, que insiste em ficar a espreita de ilusões.
Em Casablanca a guerra  impediu o amor de Bergman e Bogart , as condições externas impediram. Na vida as vezes não é muito diferente. Eu acho que meu olhar vem mudando muito. Outras coisas me tocam mais nesses últimos tempos, outros valores a serem conquistados no amor. Foi preciso a guerra e a impossibilidade pessoal . Mas que adianta a mudança se na prática não pode se realizar? Me perguntariam  .  Adianta,  que quando  puder esse mudança se realiza.
Cada ser sabe onde seu calo aperta e tô cansada de me cobrarem coisas que não fazem. No final que está sentindo sou eu. Sabe-se lá o quanto mais.  Mas, finalmente  encontrei o Pedro e agora vou ao encontro do Chico que já me aguarda para o jantar mais tarde em Lisboa .
Enfim melhor parar por aqui. Daqui a pouco o avião de Bergman naquele figurino lindo vai partir. E....




O que mais me encanta são as luzes!!









Estação de Marraquexe

Adeus Marraquexe!!

No trem para partir a Casablanca, já instalada aguardo a hora de sair. Acho que hoje tá mais vazio. Vou de segundona como fui para Fez. Já está comigo uma senhora e uma menina que deve ter uns 20 anos. Ela estava entrando me viu deu um sorriso e veio para  a cabine que tem 8 lugares. O trem é igual  os europeus só que mais velhos. A primeira classe difere porque tem 6 cadeiras em vez de 8, mas também são vagões velhos.
Tudo Bem, quisera eu que tivesse um trem assim para ir do Rio a Mangaratiba ou  Teresópolis. Impressiona como nós brasileiros conseguimos destruir uma malha ferroviária que dava conta de quase todo país e ficamos restritos aos carros e ônibus. Lembro-me de um dia ir ao museu ferroviário de Santo Ângelo no Rio Grande do Sul e quando vi a malha do Rio Grande  quase chorei de tristeza pela sua grandeza que era e pela destruição que o regime militar impôs  para favorecer as grandes montadoras.
Além de outras tantas coisas e tem gente que aplaude.  Tem louco para tudo!!
Hoje somos dependentes do petróleo para nos locomovermos dentro do Brasil.
Deixo Marraquexe com uma sensação diversa, ontem uma mulher me tomou a mão e fez a tatuagem sem eu pedir depois queria que eu pagasse  10 vezes mais pela mesma. Eu não faria isso. Não pedi. Tentei tirar mas ela segurou minha mão. Dei a ela o que tinha na carteirinha do Brasil todas as moedas ,  não sei quanto havia,  e ela pediu a bolsa então eu dei a ela.
Tudo Bem, não devia ter muito já que aqui tem moedas de 10 e 5 diram. Mas a maneira que fez a coisa foi meio estranha. Fiquei com uma sensação ruim.
Isso é que é o chato daqui. Toda hora, o tempo todo tem gente oferecendo coisa, e de forma muito insistente, não te deixam em paz.
Segundo as meninas do hotel e um rapaz senegalês que falei depois tem que ir dizendo, No Money, no Money, para eles não virem te  perturbar. Ah!! Ainda falam assim. Não é para comprar só quero mostrar a senhora. E ainda outros te rebocam para dentro  da loja que tem até um lugar para sentar.
Ontem um senhor , Salim me levou a loja de especiarias. Me encheu o saco para comprar e eu já tinha feito em outra loja que não turística.
O Seu Salim não queria que eu saísse.  Que chato. Tirei uma foto dele e disse que colocaria a foto do cartão dele no blog. Assim ficou contente e eu me mandei.

Conversando com o Senegalês, que esqueci o nome e que foi me acompanhando pela Djmaa fna ele perguntou Se eu gostava dos marroquinos , eu disse que sim. Ele disse que não gostava. Reparei que também aqui na propria África com negros sofrem preconceito. 
São sempre rebaixados com subempregos .
Entendendo um pouquinho mais isso aqui vejo o porquê de tantos quererem ir embora. Pois as questões básicas faltam. SAÚDE, Educação.  Não senti se aqui tem o problema de segurança que temos. Vi muito policiamento, mas a religião talvez seja um freio. Será? De tantas em tantas horas toca a música , se outrem toda cidade, as mesquitas abrem para o povo entrar. Talvez esse chamamento seja importante para lembrar a consciência.
Não sei, um caso a se pensar. Por que em países muito mais pobres que o Brasil a violência não é tão grande quanto a nossa ?

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Por que viajar e para que escrever?

Qual seria a resposta para essas duas questões? Tem gente que fala que viajou e fica em toda conversa  falando sobre isso, tem gente que não fala nada, tem gente que não fala, não escreve e fica quietinho, tem gente que nem viaja, nem no tempo, nem na arte, que dirá na experiência de outro.
Queria poder sentar e escrever as viagens imaginárias, todavia me falta criatividade para isso. Toda arte parte de um estado de realidade, da mímeses segundo Platão e depois seu pupilo Aristóteles e essa realidade muda de acordo com a leitura  dela que faz quem escreve e isso tem maior ou menor grau de semelhança com o real.
Eu bem queria ter  ou ser tudo sem precisar sair de casa , mas necessito viver as coisas. Não as planejo viver ou sentir , simplesmente as coisas acontecem e eu as tento relatar de imediato.
Talvez não seja essa a maneira mais interessante, uma vez que dizem ser necessário tempo para elaborar. Mas se eu não escrever no ato , parece que tudo se perde. E nunca mais vou sentar e fazer.  Quem sabe um dia eu com tudo isso ainda escreva um romance. Já tem muito material em todos os meus blogs, mas com a correria da vida falta tempo, falta  algo mais.
Toda vida sinto como esse processo de ver e sentir tudo que nos acontece.
Na viagem parede que isso está potencializado ao quadrado e viajando sozinha a escrita é a maior companhia.
Ao escrever me alimento de sensações que somente mais tarde darei conta.
Quando fiz a primeira viagem sozinha com 22 anos, foram 41 dias de mochileiro, entrando e saindo do trem na Europa. Conheci tanta gente, e hoje vejo que aquela foi a mais corajosa de todas.
Sem falar inglês direito, o que por relaxamento continua, sem reservas em hotéis, sem internet que não existia, somente com um guia de albergues da juventude emprestado.
Não havia planejado ir só, mas as contingências se fizeram.
Sofri  com muito medo, mas não voltei .
Depois dessa viagem as condições técnicas foram melhorando.
Também fui com amigas Lilian, Malu, Emili, Emil, pai, mãe, Célia, Eliana e sua amiga, Paulo, Antonio, Geraldo, Lucilene com a Júlia ,  não foram muitas e nem em  todas eu escrevia, quando sozinha escrevo mais, porque a escrita se torna uma companhia.
É algo como: precisamos falar sobre nós, e olhando a vida de outras pessoas nos damos conta da nossa. Como choque de realidade, eu  sei que  tal vida nem sempre é o que parece ser. Nem a minha é.
Qual o sentidos dos lugares, o que eles Tem? Por que os escolhi em detrimento de outros?
O que eu procuro neles, nos museus que vou, na simplicidade dos hotéis que fico e na gente que encontro?
Eu não teria grana para ficar em caros hotéis e talvez eles não me proporcionassem a mesma experiência.
Ontem eu falava isso com a turca. Agora eu já sou a anciã do hostel. Mas aqui somente fiquei em um em Marraquexe. Nós outros lugares  fiquei em riad normais com quarto individual etc.
Mas os riads tem espaço coletivo de convívio o que já denota um espírito diferente daqui.
Eles de fato parecem viver em comunidade. Vê-se pelas  praças cheias todo dia até tarde da noite, pelos grandes pratos coletivos de comida.
Na Europa os hosteis tem muita gente mais velha, que abre a mão de certo conforto para sentir outras coisas.
Até porque , se eu fosse para um 5 estrelas nem sairia de casa.
Ainda não testei o b&b. Será a nova experiência.
Mas voltando a escrita, todos que escrevem tem um interlocutor imaginário. Alguém para quem te importa dizer algo , as vezes você mesmo.
Perguntei ontem a Alice se ela estava lendo. Disse que não.   Não sei se um dia ela virá comigo.
A contar pela minha família somos descolados, ficamos pra lá e pra cá de casa em casa, e mesmo parados estamos nos movimentando até com os móveis. Mudamos os moveis de lugar ou os mudamos de casa.
Escrevi um tanto e apagou. Porra.!!
Falava eu do meu interlocutor imaginário e falava que algum meses atrás disse -me alguém que estava me deixando viver.
Talvez equivocadamente a pessoa  pense  que isso seja possível.EU  vivo  independente dela, ela seria algo mais para compartilhar emoções.  Mas  talvez a pessoa não entenda que  compartilhar não seja apenas bens.  Que existe algo mais que se pode doar. Seria bom poder compartilhar o que fazer e fazer junto. Mas nem tudo é como se espera. Como sonhamos ser e temos que aprender a viver com o que temos, com o que a vida pode nos dar se buscarmos. Porque parado o fluxo de energia não pode ficar.
Mas esse não é o meu  interlocutor , ele é leve e gosta de ir comigo sentindo comigo  o caminho. Ele lê e tenta se transportar comigo. E está comigo, pois penso nele quando escrevo.
Quisera um dia trazer todos , que talvez caibam num fusca.  A pensar pelos que curtem ler . Pois tem quem só goste das imagens como não está funcionando a colocação de fotos devo estar perdendo leitores.
Se todos fizessem um like talvez eu soubesse.  Bem, tem gente que não se mostra.
E  eu com certeza continua vivendo pois gosto da vida é ela tem que ser leve, porque somos leves apesar de tudo que se vê é sente.

Riad

Marraquexe por dentro

Sem mapa mas com meu próprio GPS ligado saí hoje cedo. No hotel  o café demorou para sair. E quando vi já passava das 9:30. Ou seja, o sol  já estava rasgando. Dois dias de caldeirão do inferno fervendo. Insano. Mas parece que o povo tá acostumado. Sim, óbvio.
De fato por dentro isso aqui é a maior loucura. Deve ser por causa do sol. O povo se vira em todas as direções. Muita gente vendendo lencinho de papel. Tudo é barato e é caro ao mesmo tempo. O referencial deles é o euro. Mas eles não tem euro. Dizem na hora de vender só um euro, só 2, 3, mas recebem em diram e eu em real. Então, uma mescla de temperos 100g  por 40 diram, são 4 euros , mas  20 reais. Logo, para brasileiros é caro. Com 20 reis compro na  Casa Pedro e não carrego peso.
Isso é que tenho que pensar. Qualquer coisa pesa. Então para comprar tem que ser: existe no Brasil? Se existe, não rola.
E hoje com a globalização e a China , nada mais existe em um só lugar.
Se eu fosse consumista teria enlouquecido, mas hoje , quando fui ver algo para comprar cheguei a conclusão de que  o que chama atenção são os brilhos . Esses fazem os olhos brilharem. Mas como levar um lustre desses? Sem condições. Como levar um tapete?  Impossível.
Por dentro, tudo é um pouco mais e um pouco menos.
Dentro do  Majorelle  do Yves (YSL)  ,já para entrar o preço é 7 vezes mais que  nos outros lugares e dentro também.
Ou seja,  tal como os riads a coisa é, e não é.
O calor deixa o corpo exausto. E acabamos acordando tarde.
Quando saí fui em direção a Mesquita koutobia e seu jardim. Fiquei correndo atrás dos jardins pois são oásis. Depois que saí do Majorelle que demorei  para achar, sem mapa,  voltei por outro caminho tentando buscar os jardins. Entrei no Ciber jardim. Que tem Wi-Fi free. Sentei e Rachid veio falar comigo.
Ficamos conversando. Pode parecer que estou dando conversa para todo mundo. Mas não é isso. Eu sento e quando me veem me perguntam de onde sou, chutam todos os lugares e se impressionam eu não ser marroquina. Aí querem conversar de qualquer maneira.  Fico sem graça de cortar. Esse rapaz de hoje simpático, estava no jardim e depois queria que eu fosse tomar chá com ele. Que eu era muito bonita, ele trabalha fazendo massagem num hammam.
Sempre querem saber tudo. E eu acabo conversando. 
O que  acho legal é a curiosidade deles.  E a facilidade de contato. Quando a pessoa quer vender  já está no sangue, mas a simpatia é diferente.  Na Europa não temos tanto contato assim.
As pessoas são mais fechadas.
Como Marraquexe é muito turístico tem também gente de outros cantos da África. Os negros não são todos muçulmanos, pelo menos não usam as roupas.  Vendem  seus artigos naquele calor . Fico pensando como o mundo é desigual,  muitos tem muito dinheiro e esse povo tentando ganhar o dia para comer. Existe a riqueza , daria para todos viverem em condições normais , todavia tem muita gente que tem muito.
Aqui eles tem hábito de comer coletivamente. Os grandes pratos são servidos num prato grande e comem todos no mesmo com a mão. Sem dúvida um ato tribal, com o cuscuz fazem isso.
Outra coisa  que também tem diferença é a higiene. Nós hotéis , aqui nesse é limpo. Mas na rua,  tudo muito sujo, apesar de ser Marraquexe a cidade mais limpa. Muitos recolhendo o lixo nas praças etc.Mas  as pessoas  jogam no chão.
Também pegam com a mesma mão o pão etc.
Vão comprar o pão e vem com ele na mão  .  Na Europa também não fica atrás nesse quesito.
Se tiver frescura quanto a essas coisas melhor não vir a África.
Muita comida na rua , também escargot,
suco de laranja e outras frutas.
Como já disse antes,  a alimentação é saudável, não tem gente gorda. As mulheres são um pouco mais, todavia é o padrão deles.
No hamman se vê o corpo das pessoas, a pele é bem limpa. Também com tanto produto de beleza natural, pudera.

As especiarias são um campo a parte. Muitos cheiros e sabores,  muitas lojas também. Aqui no riad tem uma egípcias que comprou muita coisa. O óleo de argan é de grande fama.  Falam muito. Acho que passa no cabelo e para massagem. Tem em muitos lugares. Vou até entrar na Google para ver.  Se for para cabelo tô fora.

Saí 3 tribos do deserto. A mais famosa é berberes. Sua cultura é muito rica e famosa e eles gostam de dizer quando são dessa etnia.
Também tem diferença quanto ao árabe. Aqui ao meu lado além da egipiciana tem 2 turcas. Uma turca  já esteve no Brasil. Tá me acompanhando no Instagram agora,o nome dela é  fantasia, Travel road.
Sentada aqui no riad várias vezes abri a porta . As meninas brincando disseram que  estou com uma recepcionista sexy.
Que vão andar comigo para receber elogios.  Muito  engraçado. Essas não usam véu e viajam sozinhas.  Ou seja, já são diferentes de suas mães,certamente.
Falam bem inglês. Certamente tem um padrão alto para seus países.

As mulheres no geral  aqui, também as muito vestidas olham para as outras e sempre sorriem para mim.  Seus olhos sempre muito pintados, sempre delineado de negro, principalmente as de burca.  Talvez por isso sorriam  pois as olho nos olhos.
Estou andando bem vestida, tampada, de calça comprida, mas sem cobrir o cabelo.
As que conversei dizem que não querem casar e sempre me perguntam  se tenho filhos e se sou casada, sem exceção.
Vou tentar publicar fotos no blog.

Jardins de YSL -Majorelle

Majorelle

Que jardim!!! Como minha mãe gosta. Cheio de  verde quase nenhuma flor, também com esse calor.
Caro mais lindo!! Muito cacto, bambu, e o colorido fica por conta da casa e dos caminhos e vasos com planta. Todos coloridos de azul, laranja, amarelo. Azul bem forte e o chão com vermelhão.
Muitas espécies do Brasil.
O ingresso custa 7 euros só o jardim. O museu é mais 10. Foi o monumento mais caro. Está cheio de turistas.
Aqui dentro parece um oásis. Tô até com dó de mim de sair daqui para voltar ao hotel. Foi difícil encontrar pois acho que vim pelo  lado errado. Mas achei, não sem antes ter que negar ajuda daqueles que queriam me acompanhar.  Isso tá chato.
Muitos pássaros também aqui.  Tô sentada escrevendo e bate um sono.

Pra lá de Marraquexe






Saí de Tanger a noite, muito tarde. Entrei no trem rezando para estar sozinha na cabine da primeira classe. Doce ilusão de cara conheci Jasmim uma americana espevitada filha de Porto Riquenho com cubano. Se diz latino americana mas nasceu nos Estados Unidos  e ama de paixão, diz logo que não é comunista e eu toda vestida de vermelho disse que sou.
Essa conversa foi depois, antes tentávamos dormir qdo chegou um casal da Síria Curdos, nos disseram, com um menino e a mulher grávida.
Estam indo para Rabat e a Barcelona. 
Conversamos e aí já foram minhas 3 cadeiras. Sentei junto a janela. Já tinha tomado minhas drogas homeopáticas e o antialérgico.  Fui dormindo.
Na madrugada entram outras pessoas, já quase de manha. Sei que as 7 estávamos todos conversando. Um marroquino , 2 franceses descendentes  eu e a latinoamericana,como ela se diz.
Rolou mta conversa o francês que joga futebol ama o Ronaldo. E quando falamos de política foi que a Jasmim fala o que já disse acima,  do estado de penúria de Cuba. Enfim todo blábláblá de sempre. Eu contesto e digo da segurança, saúde, educação. Mas não é suficiente já nasceu nos Estados Unidos e embora tudo, tem uma alienação de consumo.
Depois chegamos em Marraquexe  e fomos juntas no táxi e saímos a tarde para almoçar. 
Meu hostel é colado a praça. Não foi ruim de achar. Mas o calor é infernal. Andamos depois do almoço meio perdidas. Mas ela entra em tudo que é loja. E o povo aqui quer convencer a vender, aí ferra.
Visitamos o Palácio Bahia.  Muito parecido com  o de Sevilha . Lá o guia falava  e uma mulher perguntou do livro , eu escutei e dei pito, ele gostou e dei dicas para ele ver a série no Netflix. Me agradeceu e convidou para fazer o tour com ele.
Acho que não vou mais a palácio, é tudo muito igual, exceto pelo tipo de mandala, a marroquina tem 8 pontas.
Uma dor de cabeça do sol me impediu de ficar na rua. Fui para hotel e agora tô sentada em frente à Djemaa el fna tomando um chá marroquino. O sol cai. O som é do encantador de serpentes. O povo chegando. Ao sair daqui vou passar pelo meio. Amanhã vou cedo ao jardim antes do sol. 
Andei pelo meio de tudo. Muita coisa e muito maltrato à animais. Cobras, lagartos, macacos, pássaros e gente também.
Uma necessidade de espetacularização, todavia aqui sei que é por uns míseros trocadilhos. Muita mulher fazendo desenho de hena.
Muita gente querendo ganhar uns trocados. Existe uma miséria e também uma alegria de artista. Tem mto turista mas vemos que é um espetáculo para eles mesmos.
Passei por todos os cantos, entrei em muitas vielas e pelo meio do povo.  Tem muita  música também com inúmeros instrumentos como tambor, sopro e aquele som de encantar serpente e ele ficam ali naquele sol de rachar o dia todo. 
Depois de andar ainda comi fora da praça um sanduíche . Desistir de comer na praça porque é muito assédio.  Encontro o cara que tentava vender passeio para Jasmin e me convida para ir beber algo.  Estava muito cansada declinei.
Depois entro um berbere pede para tirar foto do meu cordão. Tiro e me faz entrar na loja e me faz o turbante. Pergunta quantos camelos eu quero para ficar com ele. Todo cheio de graça.  Digo que não é vou saindo.  Nesse ponto é de fato chato  , muita gente o tempo todo de chamando. Cansa um pouco. Também muitos nigerianos vendendo tudo.
Também cansam e gente pedindo que não fica atras pela quantidade.
Já tô cansada. A idade é mesmo uma nessa, uma semana e já tenho certa vontade de casa.
Tudo bem que é muito diferente,mas não tanto assim. Amanhã vou para Casablanca vou de manha para ver a cidade embora seja sexta feira.
Algumas coisas são muito curiosas. Nas tendas o povo trabalha uma jornada bem grande. Ficam ali todo dia e  também a noite.
As tendas praticamente não fecham. Tem senhores costurando até tarde. Outros apenas vendem. TambÉm nos restaurantes é assim.
O próximo post vou colocar por observações.
Marraquexe foi fundada em 1062 e é uma das cidades marroquinas mais conhecidas e também uma das que recebe mais turistas.
É apelidada de cidade vermelha, pela cor dos seus edifícios na medina onde está concentrada toda a história local.
É na praça Djemaa el Fna que se reúnem locais e visitantes. De dia com vendedores de sumos e fruta, à noite com restaurantes e contadores de histórias, ao lado de encantadores de serpentes.
Marraquexe é uma cidade mítica e mística. Outros locais para ver em Marraquexe: a mesquita Koutoubia, os Jardins Majorelle, os jardins La Ménara, os museus, os souks e as tinturarias de Marraquexe, entre muitos outros.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Tanger e vamos nós!!

Chefchouen-Acordei atrasada pois esperava sair mais cedo, mas tive insônia e foi preciso tomar um antialérgico para dormir. Algum mosquito me mordeu e o povo do hotel fazia barulho. Em todo lugar tem gente sem educação. Eram uns belgas, uma família, e deviam estar cheios de haxixe e sem noção do tom da voz.
Saí e fui  morro abaixo para tomar um café bom e partir a Tanger onde agora estou sentada num centro de acolhimento feminino indicado por Hassim. Um novo amigo que fiz na igreja anglicana.
Eu saltei do Grand táxi de Chefchouen e tomei um pequeno táxi até a estação de trem, que está toda em obra, lá comprei o bilhete para o trem de Marraquexe que  só sai as 11 :45 da noite. Feito isso, tomei outro táxi e vim para a Medina. Na  vinda fui olhando a cidade grande, muito grande, com  prédio altos e muitas lojas.
No fim de uma grande avenida quase a beira mar uma virada a esquerda daria na Medina.  Desci do táxi e voltei a rua, pois tinha visto uma oficina de turismo. Fui lá peguei um mapa e sai com a mala. Sim, não tinha locker , ferrou!!
Aí fui andando com mala, mapa, bolsa e celular em punho e ainda puxando a roupa para os peitos não ficarem muito chamativos quando bate o vento e aparece a camiseta vermelha.
Então com mapa,  fica fácil. Muitos vem para ajudar , mas recuso. Aqui o povo tem mania de vir falar carregar , te levar e depois cobrar.
Eu fui indo, entrei na Medina, fui até a mesquita vi o mar na rua principal e alguns pontos marcados no mapa. Até que saí, de fato, Medina é tudo igual. Ninguém me tira da cabeça que o capitalismo nasceu com o árabe , é muito comércio.
Saí da Medina fui buscar o jardim , vi uma igreja anglicana entrei e sentei no jardim com a mala para descansar era meio dia.
Hassim apareceu , ele é quem abre a igreja e deixa as pessoas entrarem , toma conta. Custa 20diram para entrar. Ele falou da igreja que tinha elementos árabes, judeus, Cristão e até budista. Fiquei curiosa e entrei.
Realmente uma igreja que é a mistura de tudo.
Ficamos conversando e conversa vai e vem , pois ele fala bem o espanhol , falo do livro que se passa aqui e ele disse que conhece a escritora, que ela veio várias vezes coletar material e que  ali estava enterrado, tem um cemitério no jardim,  o correspondente que  foi usado como personagem do livro.Fui ver o túmulo.
Depois  ele pergunta  que se eu quisesse podia deixar ali  a bagagem para dar uma volta. Eu pensei  e  disse que sim.
De valor   na mala só  minhas roupas todas e os textos que vou apresentar. Deixei.
Livre da mala pude andar  até a kasbhar e sassaricar  pela rua sem peso. Foi ótimo.
Voltei peguei a mala, nem conferi  dentro.
E fui ao centro de acolhimento para mulheres  para almoçar , mas não tinha nada. Sentei no pátio interno e pedi um chá de hortelã.
Não estou ainda com fome, embora tenha tomado café as 9 e já são 5h. Depois levantei e fui andando pela avenida liberdade. Até que vi uns restaurantes com mesa para rua que se via o mar e fiquei.
Almocei e depois  fui caminhando toda liberdade , depois avenida Mohamed V, i  entrando por bairros que beiram a praia , seguindo mais ou menos o trajeto do táxi de manhã e eis que estou quase  na estação ferroviária.  Um bairro tipo  Barra da tijuca.  Uma grande avenida para o mar e uma interna. A do mar com uma enorme área de lazer que está lotada e fica de frente para o Mediterrâneo. O ferry acaba de passar.   Todo mundo sentado na grama, na areia da praia se divertindo.  As mulheres, muitas, com sua roupa habitual . Mas o vento é forte  e não devem sentir calor. Sempre a tardinha o povo todo vai para caminhar. Fico pensando que falta faz a segurança. Se fosse no Rio teria  medo de ficar com no telefone na mão. Até cavalo tem na praia. Estou de frente para a Espanha. Uma hora pelo mar chego lá.
No canto esquerdo um bairro tipo Ipanema . Do outro lado tem uma pequena montanha que me parece cheia de mansões. AQUI prédios muito novos. Do lado da estação em obra tem um shopping.
Continuo sentada vendo o movimento, só troco de banco. Passa um grupo de mulheres e sentam no meu lado. Duas de Meckes e a outra com a filha daqui mesmo. As 3 sem lenço e uma , mãe da garota com lenço, justo essa sentou ao meu lado e começou a falar de Alá.  Estranho parecia ela meio maluca. Nem a filha dava bola para ela. Me fizeram interrogatório. Eu falava em ingles e a menina que devia ter um vinte e poucos anos traduzia em árabe. Conversa vai e vem. Depois da pregação da mãe, e nem te  nada para as outras. Me perguntam se eu não tinha filhos. A mãe pergunta, digo que não. Que era divorciada a muito tempo e que tinha me separado de outro a pouco tempo. As duas mulheres sem véu e com aparência bem normal , cabelos com tinta , meio parecidas com francesas falaram:  bravo!!!
E a velha se levantou. Acho que daí por diante ela não sentou mais até ir embora. 
Depois vou falar sobre essa opressão que vejo por aqui. Me parece uma imensa  vontade das mulheres de sair do rótulo que a religião colocou para elas. As mais novas principalmente. Mas isso é papo para depois.
Estou agora  na estação improvisada, pois está em obra, aguardando o trem para Marraquexe.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Caminhando no céu!!













SALAMALEICON - A cidade pequenininha onde todos os caminhos levam a praça principal. Come-se e anda-se. Sobe morro, desce morro. Devo ter sido cabrito, além de elefante.
Moro no morro e viajo sempre para estar também no alto perto del cielo.
Segunda feira,tudo cheio de turista  todos encantados. Mas é uma cidade que em um dia se vê tudo.
É diferente o bastante para encantar ainda mais quando se gosta dessa cor.
Acordei com a questão da passagem. No hotel um tal de bater porta pois as mesmas tem um trinco forte, daqueles tipo papaiz ,que fazem uma barulho horrendo. Eu queria dormir e o povo abrindo e fechando. Acabei acordando puta da vida.
Aí levantei e fui a luta.  Tomei café num terraço  e já de dieta outra vez. Preciso guardar calorias para Portugal com seus vinhos verdes gelados que Aninha me ensinou a beber e ainda comer a francesinha quando chegar ao Porto. Aqui será só tejine.
Desencanei da passagem. Vou para Tanger e tento comprar o bilhete do trem noturno que parte as 11 da noite e  se não conseguir fico lá, arrumo um hostel e "se fini" .
A tarde vou ao museu.
Fico pensando ,que  talvez daqui por diante seja mais do mesmo.
Como fui a Fez o resto pode parecer menor. É como aconteceu quando fui a Machu Pichu. Fomos logo na maior e o resto acabou ficando sem graça.
Tô aqui sentada numa sombra e  reparando que o que mais tem por aqui é  criança e gato.
As crianças brincam livremente na rua e parecem bem tranquilas também em Fez era assim.
Outra coisa que é diferente, em Fez como a Medina é mais antiga, é muito escura. Aqui tudo é solar. Mais ar, as casas tem janelas e isso confirma o porquê da peste não chegar facilmente.
Desci o morro  e contornei uma  parte da cidade por fora, partindo do hotel Parador.
Fiz fotos e descobri uma praça grande com comércio e depois fui subindo partindo de onde cheguei ontem.  Hoje  tem uma feira de legumes,  galinhas, azeitona, se vê que são pequenos produtores que trazem sua colheita para vender na cidade. Muitas senhorinhas velhinhas produtores rurais. Ficam as mulheres conversando com o chapeuzinho de palha  com uns pompons    coloridos que alegra a dureza da labuta diária. Algumas não gostam de ser fotografadas e eu não faço. Outros até pedem ,com o vendedor de cenoura  com uma camisa da mesma cor, quase sem dentes .

domingo, 15 de julho de 2018

Saindo de Fez

   Sai cedo do riad   Imane, no caminho ela atropelou um gatinho com minha mala, se não dou um grito no meio da Medina  o bichinho ia se machucar, é muito caro aqui, tudo solto na rua, filhote tem aos montes. Alice, se quiser te levo um .
O taxi  marcado não foi e Eu tinha pago.  Tive que pegar um outro que me levou e paguei de novo. Tudo bem o senhor foi honesto e usou taxímetro. Saindo de Fez poucas cores  nos prédios, todos pequenos. Não vi edifícios com mais de 3 andares.  Bairro de casas grandes bem bonitos ,todavia quase tudo é bege o que constrasta com o colorido de dentro das casas. Ou seja, comprova que tudo é um mistério e o belo está por dentro das coisas e não por fora.

Na parada do ônibus, banheiro limpo. Na lanchonete não tem nada  , do lado um açougue que vende a carne crua e vc leva a tostar na hora. É uma kafta  e quando assa  vc leva com um cesto de pão.Todo mundo come.  É uma hora da tarde e o ônibus só chegará às 15.  Tomei um super  café da manhã e  comi uma bananadinha de Terê. Deixarei para almoçar na hora do jogo no meu destino.

O ônibus agora é puro cheiro de comida. É bom pois tá na hora do almoço. Tem como passageiros uns chineses ou japa, não sei, mas eles não comeram a kafta preferiram um pedaço de chuleta que acho que é de cordeiro.  Muitos asiáticos pelo caminho. Também vem casalzinho bem novinho. Ela toda estilosa.

Encontrei com a estilosa já no meio de Chefchaouen o namorado ,creio, tirava foto. Deve ser coreana, uma boneca e tantas fotos que até eu fotografei.

Isso foi depois de ter chegado ao hotel  bem fraquinho , mas no estilo Riad e agora estou no terraço que compensa o resto.
Almocei num restaurante no meio da praça. Já se nota a influência espanhola  pois muitos falam espanhol além do árabe ( ufa!). Também na comida os espanhóis chegaram , ou,   as batatas chegaram. Hoje aproveitei que é domingo e comi comida espanhola  e não marroquina. Espetinho com batata frita e salada  e depois  ainda tomei um corneto . Ou seja ,meti o pé na jaca.
Andei a cidade quase toda. Muito movimento creio por ser domingo. É de fato um lugarejo para se fotografar, bem mais frio pois é montanha.  Depois sentei na praça e um berebere que vendia coisas puxou conversa e ficamos falando. Muito simpático. Dei minha última  bananadinha de Terê para ele. Me chamou para ir ao deserto.  Falava do país e depois me fez sentar no seu tapete  e explicou as peças que fez. Muito bonitas  de âmbar. Só que pesadíssimas, eu nunca ficaria com uma no pescoço.
É viva la France!!

sábado, 14 de julho de 2018

Fui hamman!!

Hoje sai pela manhã  e fui direto ao centro novo de taxi comprar a passagem para a montanha Chefchoen . Um taxista muito simpático me levou , esperou e trouxe de volta à Medina.
Andei pelas ruas da cidade nova de carro e não achei  nada de mais. É uma cidade como qualquer outra do século xix e xx , na Europa e nos outros países  com sua influência. Certamente tem os bairros chiques mas não passei. Descubro que o diferente é o que interessa. E esse diferente está na descoberta das coisas na Medina.
Saltei no portão Blue e fui descendo por outra rua  diversa da de sempre. No caminho um rapaz insistiu tanto que me vendeu  três porta níquel de couro.
Fui descendo e cada entrada uma nova descoberta.
Vi lojas de roupa, de cerâmica, de comida , de tecido , de roupas íntimas e artigos comuns, creio que é o mercado popular. Saara.  Mas é também onde tem os restaurantes típicos.
Tudo escondido . Você passa numa porta, por vezes pequena e quando entra um pátio interno se abre com uma claraboia e toda luz.  Coisa de louco. Se um dia eu construir uma casa será assim.
Fui descendo a rua e é muita gente  ou não, pois as ruas sendo estreitas sempre aparenta estar lotado. Segundo o guia  as mulheres fazem compra todo dia para fazer a comida. Tudo fresco .E se vê mesmo , tudo vivo.  Um modelo completamente primitivo. O povo não é gordo. Não vi ninguém obeso. Comem muitos legumes,   tudo tem legumes. O Tejine o cuscuz.Descendo  mais descobri ainda lugares que vendem eletrônicos. Lógico que tem também coisas da China.
Voltei ao hotel pois havia combinado de ir ao hamman. Imane  me levou , achei que fosse também entrar, mas não. Era um hamman tradicional deles, não turístico. Fiquei apreensiva. No caminho comprou henna e argan.
Lá chegando uma senhora  vai comigo. Lá dentro baldes de água quente e um certo vapor. Tem várias mulheres tomando banho, só com a parte de  baixo vestida. Algumas nuas, crianças também brincando com a água. Aí começa o ritual. Ela passa a henna  misturada com o oleo no nosso corpo, depois massageia, passa o shampoo no cabelo massageando, isso vc fica sentada, depois tira isso é passa uma luva co o uma lixa e depois com seu sabonete faz massagem de novo, tudo com água quente em várias temperaturas.  Me parece um ritual das mulheres , pelo menos uma vez por semana elas vão lá. Eu achei bom, tentei olhar sem preconceito o ritual, a senhora que me atendeu só falava árabe eu tentei falar algo em francês ELA também  não sabia.   É um banho público feminino, pois só entram as mulheres. Os homens são em outro horário.
Saí do banho leve ,entrei no restaurante, mesmo que fui ontem e logo disseram: a brasileira voltou. Ri muito.
Como hoje um tejine de legumes com carne e antes uma lentilha.   Fiquei um pouco no restaurante e não quis  voltar para o hotel preferi ir de novo ao parque, sentar e observar.
Reparei hoje no jardim onde fui depois do almoço ,que as mulheres passeiam com outras mulheres e os homens com os homens. Não Sei se há lugares que ficam juntos.
Tem casais de namorados no jardim, mas poucos.
No jardim conheci outras duas mulheres mãe e filha, sentamos no mesmo banco. Começamos a conversar   e fomos falando . A menina de 22 anos falava ingles. Cheguei a conclusão que   converso mais com quem fala mal. Assim ocorre a interação.  Ela me explicou que fazia aula e que é solteira , filha única e a mãe divorciada.  Pediu logo para tirar foto comigo e  me adicionar no Facebook.   Eu aceitei.
Aqui de hora em hora tem o chamamento para oração , mas tirando a Medina ,  não vi pessoas parando e virando para Meca a rezar.

Já era quase 6 da tarde quando elas iam embora e eu vi que o cara de ontem, o tal esquisitinho,  estava num banco próximo filmando, olhando. Falei com elas sobre isso e saí com elas do parque .   E ele ficou lá.  Vim direto para o hotel. Aqui já com Imane ficamos conversando no terraço.
Ela não conhece  a Europa , estando a uma hora de lá. Disse que o visto é muito caro. Aí me dei conta da questão da imigração. Muita gente vai e não volta.
Depois  me disse de sua vontade de ir a Veneza.  Chamei para ir ao Brasil.
Realmente o país é muito pobre. E existe uma ostentação do rei. O cara tem um palácio em cada  cidade que fica fechado para quando ele for.  Enorme.  Deve ser maravilhoso mas não é aberto para o público. 
O povo trabalhador pelo que vejo tem mínimas condições de vida .  Difícil também medir  na condição de turista.
Mas   no geral é pobre. Não dá para dizer que todos que moram na Medina são pobres. O espaço parece um beco de favela  insalubre com portas pequenininhas   , mas quando vc entra, é inusitado.  As coisas co.o móveis entram por  cima na claraboia aberta.
Bem,  hoje o Pedro também não apareceu , enquanto ele não vem  vou andando.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Os jardins e as ruas, a velha medina e seu povo.


























Quase 5 h da tarde, o sol escaldante impossibilita caminhar paro no jardim e fico observando as pessoas que passam para  para sentir a fresca.  Qualquer pessoa que corre, até mesmo as crianças, sentem o sonar dos apitos dos guardas. O jardim do rei é lindo, colocarei as fotos depois que voltar para casa pois pelo aplicativo não vai.
Fiz hoje também um passeio com um guia que contratei. Muito bom pois possibilitou conhecer mais da história local.
O jardim está enchendo com as pessoas que chegam para passear no fim de tarde. E hoje ainda é dia do  descanso.
Andei tanto com o guia que tô  cansada até para escrever. Aqui nessa sombra dos bambus e laranjeiras e uma outra árvore que não sei o nome ,tipo um pinheiro, tenho vontade de deitar no banco, mas o guarda não vai deixar.
Passa de tudo a minha frente. TUristas e locais.
Que preguiça de escrever.Mas acho que penso com os dedos e contemplo escrevendo.
Tem 2 dias que saí de casa e parece que já estou aqui a muito mais tempo. Impressiona como a distância faz com que tudo pareça  de fato distante ,longe e nem é tanto tempo.
Estava pensando sobre isso ao atravessar a praça com  o sol tinindo sobre a cabeça.
Tanta coisa que pode ser simplesmente deixada de lado e que ficamos amarrados. Eu fico. E  coisas que não ajudam em nada na existência. Meu questionamento  é sobre nossas próprias amarras provocadas pelo medo de algo que,deveras, nunca sabemos bem o que é.
Pensando que o que temos é apenas um corpo com  vida e é isso nosso único e maior bem e com ele podemos conseguir ir um pouco adiante.
Lógico que tememos sempre por isso. E é justo pois se formos violentados podemos perder o precioso da vida física e mental.
A mental é primordial para que possamos viver com bem estar e o que leva o corpo. Se a cabeça não pensa o corpo padece, ou a cabeça é o chicote do corpo.  Dois ditados que me vem . Parar para pensar na vida é então viver.
Pensar sobre o que é e o que pode ser. Não sair no automático de deixar a vida levar  sem dar-lhe direção. Pois que se assim não fizer , a corrente pode levar para um lugar que vai te fazer sofrer, que vai te penalizar.
O que fazemos de nós é nossa responsabilidade, sempre. Talvez tentemos vez por outra culpar alguém, dizemos que fomos enganados. Mas na verdade nós nos deixamos enganar.
Falo hoje o de sempre .
O que  intriga a mim e a humanidade. A finitude desse espaço tempo pois é nesse que tenho minha consciência. Se tem algo antes e depois não tenho disso lembrança. Logo, convivo com o hoje e dele busco  fazer o melhor com toda intensidade e paixão.
Como  essa viagem, dentro de mim mesma e num lugar muito diferente. Tão diferente  que parece  implica em mim a meditação que falávamos no kundaline do silêncio. E olha que falam comigo e como.
As mulheres me sorriem,  os homens me chamam. Kkkk 
Falam comigo e eu finjo que nada sei. Nunca fui tão dissimulada.
Ontem me ofereceram marijuana. O cara falava muitas línguas até que entendi a palavra.
Hoje sentada no parque chegaram 3 mulheres uma mãe com a filha de uns vinte poucos anos ou mais e uma amiga delas, presumo.
Lógico que falando  em árabe como se eu entendesse tudo. Eu olhava e ria. E Disse que era brasileira. Ela no gesto falou que eu parecia  marroquina ao tom de pele também ,  engraçado que veio me beijou no rosto e quis tirar foto comigo. Tiramos .  A filha saiu e a mãe ficou sentada como que rezando.  Depois a filha voltou . Me mostrou seu cabelo por baixo do véu , tinha luzes e uma piranha de flores azuis.  Fiz um elogio. Elas se foram.  Depois fui caminhar e sentei em outro posto.  Deu 7 horas e parque começou a fechar. Veio a multidão e elas juntos de novo falou comigo e me beijou.
Antes disso no banco sentou outra moça com uma criança. Também  falou,eu apenas respondi - Salamaleicon. Mas a criança estava com um pacote de miojo na mão achando que era outra coisa. Quando eu junto com ela vimos falamos  macarrão, e descobri que também em árabe , talharim é talharim.  Dei a criança cujo nome era Raul  pós estava escrito na camiseta uma balinha de menta.
Fiquei no parque até fechar esperando o sol abaixar. Sai e fui adestrada para a porta Blue, azul é a cor de Fez e verde a cor do islã. Por isso nos minaretes tem verde.
Atravessei a praça lotada. E pensei como nos falta isso no Rio. Estar nas praças para observar o tempo passar. Estar nos jardins sem medo de ser assaltado.
Aqui na velha medina onde estou hospedada  vejo crianças andando o tempo todo. Hoje que tá quase tudo fechado e ontem a noite elas ficam jogando futebol na rua. Muitos meninos.
As meninas não vi.
Quando atravessava um outro rapaz veio falar comigo em ingles dizendo ser  filho de marroquino com italiana e que morava em Paris.    Disse  que era gay. Ficou de papo. Vestia de fato uma roupa  sui generis.
Despedi pois estava cansada e fui descendo a Medina até o hotel.
Na andança com o guia fui a muitos lugares.  Bairro judeu, Mesquita,  fui ao curtume e vi os lugares onde se prepara o couro. Tudo manual e é usado cocô de pombo para  tirar os pelos do couro. Cada banheira tem algo diverso. Um trabalho  muito árduo. Também árduo é o trabalho dos caras que ficam colocando   resto de cedro para queimar e esquentar água nos hamman, tipo banho turco que vou amanhã com Imã, que me chamou.
Também fui as várias  zonas da Medina.
É muito louco.  A  Medina de Fez é a maior do país e a mais antiga e tradicional. Mas é uma sujeira. Pqp. Gato tem aos montes na rua. Mas diferente de Istambul na tem cheiro de cocô de gato.
Muitos filhotes. Se minhas amigas Silvia, Malu e outros aqui chegassem iam sair com uma gataiada na mala.
Uma coisa me chama atenção aqui e pergunto para Imã  se dentista aqui é muito caro. Disse que sim. Pois o povo tem os dentes horríveis. Dentes cariados. Dentes da frente. Parece que não escovam os dentes.
Hoje ainda almocei num restaurante bem legal. Comi um couscus. Muito bom. Mas muita comida. Eles não misturam as coisas. Colocam no pratinho tudo por cima. A comida tem muito cominho  e é meio adocicada.
Também fiz fotos todavia não consigo postar junto com a escrita.

Jantar em Fes

Fez louge

quinta-feira, 12 de julho de 2018

Trem para Fez

Saí do hotel  9:30  para pegar o trem de 10:05 tomei um táxi,  Petit táxi vermelho que por 30 diran me levou a  estação dos viajantes, que está sendo reformada. A maior fila para comprar o bilhete, achei que não ia dar mas deu.  Esqueci de pedir primeira classe e  fui com o povão. As cabines de 8 pessoas como alguns trens antigos europeus. Uma moça simpática me ofereceu lugar ao seu lado. Aqui estou.
Pela velocidade do trem  devemos chegar  pelas 3 h.
Está calor mas parece que  as mulheres se acostumam com tanta roupa.  São umas camisolas e a cabeça também coberta. Alguns de cetim grosso.
Vamos desvirtuando a paisagem seca sem morro e sem muito verde, pelo menos por aqui.
O trem vai parando em várias estações  e os passageiros vão mudando na cabine. Saiu moça que me deu lugar do seu lado que  vestia azul claro de cetim e entrou uma nova de roupa marrom com 4 filhos.
Todos devem ter menos que 9 anos.
Ela deve ter uns trinta.  As crianças  querem o celular da mãe, que vai passando de mão em  mão.
Já passamos por Rabat  uma gare enorme que também está em obra de modernização.
As casas na maioria é sobrado. São brancas ou então conjuntos de prédios de 4 andares tipo minha casa minha vida, muitos em construção.
Tudo leva a crer que o país está te do investimentos.  As pessoas me parecem felizes. Aqui como no resto do mundo o celular está  fazendo parte da  vida das pessoas.
As crianças brigam pelo celular. Até o bebê  quer pegar.
De repente saca-se o pão, reparte-se com todos. Crianças e adultos . Me oferece e eu digo que não. Antes já tinha  perguntado se eu queria seguraro bebê.
O trem para em Meknes cidade no meio já do país. A paisagem muda. Muita Oliveira plantada algumas montanhas, outras cidades a margem da linha.
Aqui entram 2 mulheres com mais duas crianças. Duas meninas.  Uma bebezinha que deve ter 2 anos. Lindinha. Começam a brincar com as outras crianças  e as mães conversam . O papo fica animado.  O árabe é muito difícil. Não dá para entender uma palavra. Consigo um lugar na janela e me distraio com a passagem. Continuam as visões de muitos prédios sendo construídos. As crianças que entraram pedem algo a mãe  a que já estava no trem abre a  bolsa e da pão as duas que chegaram. Até eu já comi biscoito.

Não consigo colocar as fotos. Só no Instagram!!

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Passagem expressa por Lisboa!!

O voo  tá atrasado.  Eu aqui buscando um sinal para internet. E preocupada em falar francês e o pior ,o tradutor só funciona com internet . Logo, babou. Muitas mulheres já com o véu. Cabeça coberta com lenços coloridos.  Vesti  túnica para não diferenciar muito, mas com os cabelos soltos. Muita expectativa. E voila.
Isso vai ser muito diferente.
Sem problemas com a mala. Nem minha bananinha diet de Terê implicaram.
Comida horrível na  Tap, cada vez pior.

terça-feira, 10 de julho de 2018

E lá vou eu!!😊😊😊😊

Minha amiga me falou:só um pouco de emoção antes da hora. E assim foi. Graças ao Alfredo  tudo se resolveu no tempo  correto e fica a lembrança de que, na prática seu passaporte vale sempre 6 meses menos do que a data que tem.
Muita expectativa,  por tudo  diferente,  toda a mitologia em torno desse oriente próximo, muito  próximo, mas que encanta da mesma forma desde o ladrão de Bagdá, da princesa Yasmim , que eu assistia quando criança. Não sei se a imagem foi criada por nós, mas o fato é que ela é por tudo,  exótica e misteriosa.