Sem mapa mas com meu próprio GPS ligado saí hoje cedo. No hotel o café demorou para sair. E quando vi já passava das 9:30. Ou seja, o sol já estava rasgando. Dois dias de caldeirão do inferno fervendo. Insano. Mas parece que o povo tá acostumado. Sim, óbvio.
De fato por dentro isso aqui é a maior loucura. Deve ser por causa do sol. O povo se vira em todas as direções. Muita gente vendendo lencinho de papel. Tudo é barato e é caro ao mesmo tempo. O referencial deles é o euro. Mas eles não tem euro. Dizem na hora de vender só um euro, só 2, 3, mas recebem em diram e eu em real. Então, uma mescla de temperos 100g por 40 diram, são 4 euros , mas 20 reais. Logo, para brasileiros é caro. Com 20 reis compro na Casa Pedro e não carrego peso.
Isso é que tenho que pensar. Qualquer coisa pesa. Então para comprar tem que ser: existe no Brasil? Se existe, não rola.
E hoje com a globalização e a China , nada mais existe em um só lugar.
Se eu fosse consumista teria enlouquecido, mas hoje , quando fui ver algo para comprar cheguei a conclusão de que o que chama atenção são os brilhos . Esses fazem os olhos brilharem. Mas como levar um lustre desses? Sem condições. Como levar um tapete? Impossível.
Por dentro, tudo é um pouco mais e um pouco menos.
Dentro do Majorelle do Yves (YSL) ,já para entrar o preço é 7 vezes mais que nos outros lugares e dentro também.
Ou seja, tal como os riads a coisa é, e não é.
O calor deixa o corpo exausto. E acabamos acordando tarde.
Quando saí fui em direção a Mesquita koutobia e seu jardim. Fiquei correndo atrás dos jardins pois são oásis. Depois que saí do Majorelle que demorei para achar, sem mapa, voltei por outro caminho tentando buscar os jardins. Entrei no Ciber jardim. Que tem Wi-Fi free. Sentei e Rachid veio falar comigo.
Ficamos conversando. Pode parecer que estou dando conversa para todo mundo. Mas não é isso. Eu sento e quando me veem me perguntam de onde sou, chutam todos os lugares e se impressionam eu não ser marroquina. Aí querem conversar de qualquer maneira. Fico sem graça de cortar. Esse rapaz de hoje simpático, estava no jardim e depois queria que eu fosse tomar chá com ele. Que eu era muito bonita, ele trabalha fazendo massagem num hammam.
Sempre querem saber tudo. E eu acabo conversando.
O que acho legal é a curiosidade deles. E a facilidade de contato. Quando a pessoa quer vender já está no sangue, mas a simpatia é diferente. Na Europa não temos tanto contato assim.
As pessoas são mais fechadas.
Como Marraquexe é muito turístico tem também gente de outros cantos da África. Os negros não são todos muçulmanos, pelo menos não usam as roupas. Vendem seus artigos naquele calor . Fico pensando como o mundo é desigual, muitos tem muito dinheiro e esse povo tentando ganhar o dia para comer. Existe a riqueza , daria para todos viverem em condições normais , todavia tem muita gente que tem muito.
Aqui eles tem hábito de comer coletivamente. Os grandes pratos são servidos num prato grande e comem todos no mesmo com a mão. Sem dúvida um ato tribal, com o cuscuz fazem isso.
Outra coisa que também tem diferença é a higiene. Nós hotéis , aqui nesse é limpo. Mas na rua, tudo muito sujo, apesar de ser Marraquexe a cidade mais limpa. Muitos recolhendo o lixo nas praças etc.Mas as pessoas jogam no chão.
Também pegam com a mesma mão o pão etc.
Vão comprar o pão e vem com ele na mão . Na Europa também não fica atrás nesse quesito.
Se tiver frescura quanto a essas coisas melhor não vir a África.
Muita comida na rua , também escargot,
suco de laranja e outras frutas.
Como já disse antes, a alimentação é saudável, não tem gente gorda. As mulheres são um pouco mais, todavia é o padrão deles.
No hamman se vê o corpo das pessoas, a pele é bem limpa. Também com tanto produto de beleza natural, pudera.
As especiarias são um campo a parte. Muitos cheiros e sabores, muitas lojas também. Aqui no riad tem uma egípcias que comprou muita coisa. O óleo de argan é de grande fama. Falam muito. Acho que passa no cabelo e para massagem. Tem em muitos lugares. Vou até entrar na Google para ver. Se for para cabelo tô fora.
Saí 3 tribos do deserto. A mais famosa é berberes. Sua cultura é muito rica e famosa e eles gostam de dizer quando são dessa etnia.
Também tem diferença quanto ao árabe. Aqui ao meu lado além da egipiciana tem 2 turcas. Uma turca já esteve no Brasil. Tá me acompanhando no Instagram agora,o nome dela é fantasia, Travel road.
Sentada aqui no riad várias vezes abri a porta . As meninas brincando disseram que estou com uma recepcionista sexy.
Que vão andar comigo para receber elogios. Muito engraçado. Essas não usam véu e viajam sozinhas. Ou seja, já são diferentes de suas mães,certamente.
Falam bem inglês. Certamente tem um padrão alto para seus países.
As mulheres no geral aqui, também as muito vestidas olham para as outras e sempre sorriem para mim. Seus olhos sempre muito pintados, sempre delineado de negro, principalmente as de burca. Talvez por isso sorriam pois as olho nos olhos.
Estou andando bem vestida, tampada, de calça comprida, mas sem cobrir o cabelo.
As que conversei dizem que não querem casar e sempre me perguntam se tenho filhos e se sou casada, sem exceção.
Vou tentar publicar fotos no blog.
Viagem rica de conhecimentos. Muita coisa legal pra contar.
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