Uma nova viagem se inicia, dessa vez sem que o roteiro esteja rigorosamente definido, sem estar acompanhada, é como da primeira vez, à vontade dos ventos.
sábado, 14 de setembro de 2019
sexta-feira, 13 de setembro de 2019
Sexta feira 13 e lua cheia
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
sei não, qualquer coisa, a moira
Só sei que tô cansada, é trabalho pra burro. Tá bom que deve ter gente que enrola, sim pois dado o estado das coisas, isso não devia ter sido limpo faz anos. A cozinha que hoje ataquei, assim como ontem nem o aspirador de vapor dava resultado. tive que enfiar a mão no produto brabo e passar a bucha para tirar a crista de gordura. Affe, Deus!!
E eu dei pra ser perfeccionista depois de velha, quero deixar tudo brilhante. Mas se que é besteira, pois se povo não via a sujeira , não vai ver que tá limpo. Mas para o meu próprio prazer to deixando tudo ok, e como disse minha amiga Eliana, adona da casa vai sentir falta de mim.
Fui hoje ao centro da Vila pela manhã e cheguei para meus afazeres. A feira é muito boa, toda quinta feira. Muito legal que na Europa se conserva esse hábito, tem o galpão com os pequenos produtores, que vendem suas próprias coisas e outros. As senhorinha velhinhas e os senhores também vendendo o que produzem no seu quintal. E isso tem mais valor que o resto. Reparei que tem variação a cada semana. Hoje não vi a moça das bolsas que estava semana passada. mas hoje tinha uma barraca cpm roupas africanas, bem bonitas.
Não consegui arrumar minha mala cujo ziper quebrou, to só com um, ou seja, provavelmente terei que comprar uma mala. Um saco, também não resolvi o lance do cartão de telefone que comprei.
Tudo longe, hoje ainda caminhei por uma hora.
A lua no meu signo tem proporcionado flutuações emocionais, Perto do aniversário de uma boa ideia, é sempre tempo de reflexão. Meu amigo terminou a leitura do meu livro Rota de Fuga e fez ótimas observações, eu até compartilhei a página da Amazon para ver se alguém se anima em comprar. Vai dá pé.
E vou levando, confesso que to com medo do frio. De manhã e a noite é um horror, mas a tarde esquenta bem que até caminhei sem qualquer casaco.
Fiquei feliz que falei com a LILI, meu amor, quanta saudade.
Certas horas paro e fico me perguntando o por que de tudo isso. Que opção mais doida. Vir para uma roça dessa tirar tiririca francesa e limpar a casa dos outros. É certo que quero falar inglês, mas talvez isso seja o que menos to vendo aqui, apesar de só falar isso. Mas eles não me corrigem e sei que tem falha no que falo. Converso sobre tudo, e me entendem, mas falha no vocabulário.
Sei que são pouco estudados, mas não tenho ideia se falam bem ou mal.
OU seja, e ando tão cansada que nem ler ou estudar tenho feito. isso é uma merda.
Espero que na casa da Paula, a próxima que irei seja diferente.
Penso se também eu busquei uma rota de fuga nesse caso. Fuga do país que desce a ladeira, fuga das adversidades pessoais, fuga de mim, ou busca por mim, caçador de mim. Nesses momentos depois da catarse convulsiva da escrita, volto para em torno de mim mesma, para ver o que sobrou.
O que não tem remédio , remediado está.
Mas o que difere o aqui, o ali e o acolá?
Não sei, como e por que vim parar na França? tem coisas que são inexplicáveis. E quem traça essa caminho, que moira é essa? que nos conduz para lugares inesperados, sem qualquer explicação.
Fato é que depois disso aqui vejo que muitas outras coisas são possíveis para o que tenho a fazer. SEi que posso dar conta de muito mais do que podia, sei que as mudanças da vida não são inexoráveis, e como o galho da árvores vamos e voltamos com flexibilidade, desde que tenhamos uma boa base, se a base for fraca aí tendemos a cair.
Sei que doenças emocionais mexem nessa base, descontrolam, tiram da órbita, maltratam demais, mas ter consciência disso ajuda a se livrar.
Não sei o que vou fazer amanhã, só sei que terei que fazer o jantar.
Tem algo que tenho observado por aqui, a qualidade dos objetos, tudo me parece de muita qualidade, forte, por assim dizer. Móveis, muito pesados, o cuidado com os alimentos, a forma de embalá-los, e a atenção às pessoas quando vão comprar.
Bonjur, sempre, a espera para ser atendido, sem pressa, parece que o tempo é de fato outro, não é a correria que vivemos. Aprendo a respeitar o tempo do outro, da natureza, da vida. Eu agitada e ansiosa, isso é uma escola. As pessoas passam na rua, te cumprimentam, param para falar, conversam, todo tempo e delas, para que correr. Não vejo muitos jovens, na certa estão na escola no horário da feira. Também meu amigo virtual francês sumiu, na certa ficou com medo de eu ir visitá-lo. Muito verbo, pouca ação...
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Dia de pintura
São 7:30. Fui dormir as 10h da noite . O frio pela manhã é grande não dá vontade de levantar. E disseram que faz menos 15. Eu não imagino o que será isso. Deve ser muito ruim. Acho que hoje terá sol e o céu voltará a ficar azul.
Já penso na Escócia, será assim, pelo que dizem chove mais e é mais cinza. Aff!! Acho que sou mesmo um ser dos trópicos e do mediterrâneo. Entendo mais quando nos livros alguém sai do Norte da Europa e vem para o mediterrâneo. O céu cinza deprime.
Tomei café,acordo faminta. E hoje eu e Yves estamos pintando o teto da cozinha. Meio dia e já tô morta. A tarde será segunda demão.
O sol saiu, que delícia.
Almocei e fui pintar de novo. Agora depois da janta, tô morta duplamente. Trabalho braçal é muito pesado, vamos no mecânico. Bom para desviar o pensamento.
O jantar aqui sempre sai às 19h. Hoje foi batata, uma espécie de quiche e vagem.
Tenho comido muita vagem pois é o que tá dando. Também muita framboesa pois tem muita por aqui, hoje Margareth tá fazendo mais geleia,agora de framboesa.
A cor é divina.
São 8:30 e já quero dormir.
Amanhã tem feira de manhã ,vou lá.
Hoje a tarde esquentou, 24 graus.Otima temperatura.
Não consigo nem pensar para escrever.
terça-feira, 10 de setembro de 2019
Dia cinza..
Aos poucos a euforia do início vai passando, e como aqui não tem nada para ver, vai ficando meio chato. Comecei a limpar a cozinha, caralho, todos já sabem... dei duro hoje , e ontem o serviço foi no jardim. Fiquei tão morta que nem andei muito a tarde.
Recebi o aceite de um congresso em Paris, já comecei a escrever e será logo depois do meu aniversário. Dessa forma acho que vou de Bordeaux para Paris e volto para Potiers para o mês na casa de Paula, uma inglesa que comprou um monastério e transformou em B&B. Pelas fotos é lindo, só rezo para não ter essa excentricidade de banheiro biológico fora do quarto, pois com frio tá ficando brabo. Acho que vou arrumar um penico.
Margareth viaja dia 19, e eu ficarei aqui cuidando de tudo. Não sei o que ela vai fazer, mas o fato é que ela fala comigo como se eu já soubesse tudo, não tem paciência para linguagem. Por mim, eu finjo que entendo mas não entendo tudo. Ela fala rápido, quando Yves está ele me socorre. Eles falam mais em inglês que francês. Mas eu também não entendo muito o inglês dele. Aí, quando fica brabo eu peço para ele dizer a palavra em francês , por analogia chego lá. Tudo indoeuropeu, base latim se não é na estrutura, é no léxico que é o caso do inglês.
Ontem também, a tarde, fui debulhar grão de bico. Não sabia que a vagem só dá um ou dois grãos. Certamente tem máquina para fazer isso.
Aprendo a lida de jardim e horta, também plantei alho ou cebola, não sei o que foi. Mas eles aqui tem todo equipamento, o que não tem na França ela traz do Reino Unido.
Acabei de lei o livro do Ismaelson Andrade e fiz o prefácio. É um personagem bem pós moderno,pós tudo, na angústia de ser e existir. Ele comprou o "Rota de Fuga" na Amazon e leu, acho que foi meu segundo leitor depois da Ivana que leu para fazer a capa. Ele também achou angustiante o personagem Cássio.
Ando preguiçosa também, acordar de manhã e sair da cama quente é F.
Acho que tô com saudade!!! Mas passa. Passarei meu aniversário em Paris. Muito chique!!! já mandei mensagem para Amélia perguntando se ela estará lá. Ela já tinha me chamado.
sábado, 7 de setembro de 2019
Domingo, sunday, domenica,dimanche
Então é isso, tudo tem um tempo de vida e nós sempre sabemos disso, embora nem sempre aceitemos isso. A impermanência é um fato, o mais significativo da vida, e por saber é que buscamos por coisas que nos deem a sensação de estabilidade, de eternidade, e o que mais seja. No entanto, só a memória, a lembrança sobrevivem, o resto perece, fenece, o bicho come no buraco fundo.
Tem sentido? Não sei, por que tudo tem que ter sentido? Ah!, porque nós humanos queremos controlar tudo o tempo todo.
Mas aqui dentro da natureza, nos damos conta que o ciclo é curto e pessoal, o que cada planta vive é dela, só dela. Curtinho o ciclo como um dia de uma linda flor, ou um grande ciclo de um Carvalho.
E nós sempre queremos ser mais, e esquecemos de ser simplesmente.
Cada estação tem sua cor, cada idade também. Cada relação tem sua lida, difícil ou fácil. Encontros são sempre bons, alegres e sugestivos, mas a partida nem sempre é boa em qualquer contexto.
Entender tudo como ciclo não é fácil. Aceitar o término do ciclo também não. Mas é assim, e a beleza tá nisso. Que sejamos a beleza então, mesmo que ela seja bem breve, como o dia da flor do hibiscos.
Depois de arrumar o quarto fui fazer minhas unhas,eu mesmo.Tirei tanto bife que dava um almoço. Pintei e coloquei anéis verdes. Fomos almoçar na casa de um casal inglês que também comprou propriedade aqui. Ela eu já conhecia do chatô que Margareth foi trabalhar.
Chegamos, a mesa posta no quintal tudo lindo. A louça, o cuidado, as taças, e ainda quebrei uma. Comemos um patê de salmão outro de beterraba com umas torradas deliciosas e ainda pepino e cenourinha crua,com vinho, claro, depois um tipo ratatuile de abóbora, grão de bico, cebola, deve ser feito no forno e cuscuz marroquino com umas coisas. Um molho de yogurte, tudo delicioso . A sobremesa um suspiro com framboesas e um creme. Caraca que gostoso. Tá difícil de aguentar essas comidas. Trabalho, ando, ando de bike, mas não posso deixar de comer. E tomei vinho Rose e depois tinto. A verdade é que não sei qual a nacionalidade da comida que tenho comido, mas ela é boa, muito boa.
Eu ia voltar do lugar de bike,levei no carro, mas diante de tanta estrada diferente, tive medo de acabar caindo na rodovia de novo. Depois do vinho, pedi arrego, vou junto com vocês para casa.
Doce tarde. Vamos a sesta. Depois caminho e salve Nossa Senhora da Guia!
Mais vila e mais jardim
As construções são na grande maioria de pedra mais é uma pedra diferente não é essa cinza que temos, mas uma pedra branca, esbranquiçada que fica sem emboço e é misturada com madeira. Realmente é muito bonito, as casa são bonitas e quando ajeitadas com as flores ficam uma coisa linda. Tem capricho na história, embora eu não saiba como é dentro. tem beleza mas nem sempre organização. Aliás isso é para poucos, se não fosse não teriam tantos programas sobre isso na TV, é bem verdade.
Repito organização nada tem a ver com limpeza embora limpeza sem organização parece que tudo fica sujo.
terminei a organização do armário hoje, ficou bem legal, dobrei todas asa meias do casal, calcinhas, cuecas tudo, efetivamente. e ainda pintei parede hoje. Depois do almoço fui com Margareth para uma visita a um grande jardim, eu eu um grupo de quase vinte ingleses.
O jardim, modéstia a parte não nada de tão demais, os nossos são tão bonitos quanto. Eu senti de cara uma influência do Jardim de Majorelle do Ives Sta Laurin em Marraquexe e dos jardins de Granada e Sevilha, duas maravilhas.
OU seja, nada se cria tudo se copia.
Mas foi engraçado, um grupo simpático que depois da visita, que eu ganhei de presente foi comer bolo que levaram na praça de uma outra vilinha. Comi um bolo inglês, meu Deus que delicia, cheio de coisas dentro, abusei, e em casa ainda jantei e como chocolate. Aff! que M..
O francês é um tipo muito prolixo, eles falam muito, tudo é muito explicadinho demais, o inglês é mais sintético
Na rádio francesa, toca uma música e o povo fica falando o tempo todo, principalmente na radio de música clássica. Segundo meus host falam, o jornal francês só fala noticias da França, nada do mundo. Hoje também fiquei sabendo que vou ficar sozinha aqui com Yves, já que Margaret vai a Inglaterra por uma semana.
Depois daqui devo passar por Bordeaux na casa da sobrinha da Celia e depois para a casa de Paula, resolvi cancelar a americana Connie por questão estratégica de trem.
MEU DIA DE COZINHEIRA E DE SANTA AJUDA
Hoje(6\09) uma semana depois de ter chegado consegui limpar toda a parte de cima, mas ainda não arrumei. Tudo deve ser metodicamente do jeito que querem. Mas hoje fiquei sozinha arrumando pois que Margaret ficou cuidando de seu jardim, melhor assim. Limpei tudo e tudo estava muito sujo, os armários, o chão, a mesa do computador, tudo meticulosamente limpo, ficou faltando organizar o armário de roupa dela. que espero fazer amanhã de pois que ela separar verão e inverno. que passar tipo santa ajuda mesmo. Separar por cores etc. Depois que arrumei fomos almoçar,e não subi para segunda parte Fui limpar o quintal, pois estava incomodada com as folhas.
Ontem a noite eu ajudei a cortar e guardar ameixas e frutas vermelhas e aprendi a fazer geleia que ficou bom demais, comi no café da manha e agora noite com yogurt grego, estava dos Deuses. Ontem ela me agradeceu o trabalho com as frutas. Achei legal. Hoje eu fiz o jantar, fiz brusqueta e fiz macarrão com brócolis, par meu paladar ficou muito bom, ela me deu nota 9, bom, ela cozinha muito bem.
Aos poucos vamos fazendo amizade, agradeci de novo na hora que vim para o quarto e ele falou eu que agradeço. Oi sia...
Mudando de assunto, o frio está chegando, de manhã é muto frio até umas 10 horas, caramba, coisa de louco, já penso como será na Escócia. Fiquei com medo. Hoje a previsão é de frio e já colocaram roupas nos tomateiros e outros alimentos.
Essa vida de colono dá muito trabalho, tem que se estar atento a tudo, qualquer intempérie pode botar a baixo toda uma plantação.
O legal aqui é que tudo de vegetais que consomem é do próprio quintal, não vendem e guardam tudo, tem um frezzer enorme onde são colocados os alimentos para não precisar ir a cidade todo dia.
Meus pensamentos voam, tudo vem a mente e nada vem, procuro não ficar matutando nada, mas tem coisa que não tem jeito.
Desmarquei hoje a casa da americana onde eu passaria uma semana. Decidi pois seria muito trabalhoso subir e descer com a mala e caro também.
Estando aqui e vendo esse dia a dia reparo o quanto os brasileiros desperdiçam recursos naturais, alimentos etc. Aqui tudo se guarda e reaproveita.
sexta-feira, 6 de setembro de 2019
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
Najac com crepe e Jesuite
Najac com Jesuíte e
Crepe de presunto e champignon
Que dizer dessa Villa medieval com seu castelo no alto da montanha. Linda de morrer!! Cada viela que viro uma janela florida, de certo, que se fosse domingo tudo estaria aberto e mais cheio de vida e cores, mas assim mesmo com pouca gente ela é linda. Entrei no conto de fadas e não saio mais.
Maragaret determinou que eu viesse hoje, entendi depois que Yves e eu fizemos compra na feira, quando ele falou que eles viriam aqui me buscar. Beleza, andei com ele pelo centro de Villefrance comprando frutas e é muito engraçado pois o cara que ela compra o pão não estava e ele, Yves ,com medo de comprar em outro lugar e tomar esporro dela.kkkk .Ele falou. Homem é tudo igual.
Aí terminamos e ele foi embora para casa e eu fui a pé para a Gare. Esperei mais de uma hora , mas queria me poupar para caminhada.
Peguei o trem,comigo uma senhora e um casal.
Ambos saltaram na estação de Najac, aí o casal perguntou em francês,óbvio, se eu ia subir, falei que sim e me deram uma carona que aceitei com muito prazer. Foi aí que vi que a caminhada seria muito braba. Jesus!!! Ainda bem que meu anjo de plantão se valeu de mim e providenciou esse casal.
Chegando no topo da montanha saltei, bonjour, e fui. Aí conheci tudo de lindinho que tem, cada casinha linda, subi até o castelo mas não entrei. Castelo é tudo igual por dentro, bonita é a vista que dele se tem do lado de fora.
Andei, andei, fotografei, um friozinho na descida e um calor na subida. Muitos turistas e umas lojinhas inspiradoras , as abertas pois tem muitas fechadas.
Voltei a praça central e fui comer. Hoje então comi um crepe de Champignon com presunto e um jesuite, um doce diferente que lembra o amor aos pedaços de Tiradentes.
Quando voltava do Castelo me deparei com um pé de figo, cheio de frutas maduras, olhei para um lado, para o outro, subi na borda apanhe, Puts!! que delícia, muito doce. Valeu muito a ousadia.
As lojinhas por aqui, tem de tudo,coisas que mostram um estilo, mas que sempre tem alguma bijuteria, impressionante como isso acaba, as vezes, sendo o que vende. Daria para eu vender aqui os meus anéis, combinam.
Mil ideias para fazenda, para incentivar o turismo ou mesmo a vida dos moradores locais.Coisa tipo uma feira no pátio com expositores, e cobrando para entrar na casa grande, um brechó com tudo, e por aí vai.
Vejo aqui também que a população mais idosa é que passeia, e também muitos ingleses, franceses, eles vão invadir sua praia, olha brexit chegando.
Muitos animais e o pessoal passeando com eles. Fiquei horas sentada, escrevendo , olhando, deu a hora que marcaram comigo nada, aí Margaret ligou e disse que iam chegar. Eu aproveitei para ir comprar água, tudo muito seco, minha pele, boca, preciso de um beijo francês, mas aqui não tem gente, tô no Mato, aff.
Quando voltei já estavam aminha espera. Have a nice day ELIS, yes i have!!
Esqueci de dizer que a vilinha tem muitos banheiros públicos, mas é aquela horrível privada turca. ODEIO!!!
A noite vou aprender a fazer geleia de ameixa. See you tomorrow!!!
quarta-feira, 4 de setembro de 2019
A rotina
Posso dizer que a rotina básica é normal, acordo e às 8 horas é o café manhã, tomo, lavo a louca(wash up), vou trabalhar(work), cada dia Margareth define onde, a já fez a turnê na cabeça, não muito lógica para mim, pois primeiro me mandou arrumar a sala para depois arrumar o mezanino e o quarto no alto, ou seja é tudo madeira e lógico que quando limpo encima cai embaixo, aí tenho que limpar de novo . Hoje arrumei a salinha do mezanino, 10 horas mais ou menos tem um chá( tea) , continuei o trabalho fui limpar toda a parte de dentro da Van, aspirador em punho e vamos na direção, muuuuuito sujo, depois ainda lavei o lugar que os patos bebem água, que era limo puro, ela não me pediu, eu como filha de Esmeralda, não aguentei. O bicho tomando água suja. Mas pato(duck) é porco( pig) com licença do coitadinho e suja muito.
O ritmo deles é frenético, no almoço( lunch) comi salada com alface, tomate, pepino tudo daqui, um queijinho com ervas encima,pão e queijo de sobremesa, chá e bolo de chocolate . Caramba, faço tudo para comer menos mais não dá. Essas iguarias que eu amo, fica difícil.
A tarde ela veio me chamar para sair, eu tava cochilando, fomos comprar substrato . Levei a bike para voltar, mas quando estava no caminho, que que tinha errado e numa subida F. Ela passou, botei a bike de volta no carro e vim. MORTA. Ela disso que eu tinha errado a rota.
Aí fiquei cortando as flores velhas no jardim e ainda tirei a roupa da corda. O joelho dói um pouco, acho que do exercício no morro ontem. Vi hoje uma cobra. Disseram que NÃO é venenosa. Na dúvida vou manter a porta do quarto fechada.
Entretanto, tudo isso aqui me faz pensar em muita coisa, a vida é simples, mas muito trabalhosa.
Ela faz tudo em casa e no jardim, ela faz pão, geleia etc, tudo que colhe é aproveitado, e o que é vivo vira compostagem. O meu banheiro é uma espécie de compostagem, que depois é usada para adubar as plantas.
A falta de chuva tá fazendo o Jardim ficar feio. A área não é tão grande, tem duas estufas, onde ela prepara as mudas, tem uma oficina onde ele mexe com madeira, tá preparando algo.
Eu tenho vontade de arrumar e limpar tudo. Mas seria muito para mim.
Minha a gata virou minha amiga,eu escovo e ela ronrona, Toff cachorro ancião, se colocou no banco do carro quando eu estava limpando e não saía, nem com o barulho do aspirador, tive que pedir para tira-lo.
De resto o silêncio, o barulho da Mata e do Rio. Não vejo TV, nem notícias na internet, só sento e leio, e escrevo. Qdo no trabalho que é todo manual eu deixo meu pensamento livre, penso nas palavras em inglês, traduzo, atrasadamente o que disseram.
Como ontem, ela me perguntou o que eu mais sentia falta, Levei horas para traduzir,na mesa que era saudade.
Aí eu respondo as vezes o que nem tá falando.kkk
amanhã vou a feira e depois ela já determinou que vou a Najac. Pois sexta, e sábado acho que vem gente aqui e precisará de mim.
Acho que eles não têm muitos amigos aqui ,viviam na Inglaterra e os filhos estam lá. Um vive para outro, ela diz que dorme mal e tá sempre cansada. E também brigam. Coisa muito igual de lá de casa.
Vendo outro casal assim tão de perto é que sinto que todos nós vamos passar sempre pelas mesmas coisas.
Talvez, com alguém junto seja mais divertido, se divide mais as sensações. Casais com sua cumplicidade, amizade, respeito é o que vale. Entretanto continuo achando que as mulheres são exageradas, e os homens parece que vão desligando. Somos de fato muito diferentes e o difícil está em aceitar cada um com suas formas homens mulheres.
terça-feira, 3 de setembro de 2019
Muito trabalho pouca escrita
To indo bem, almocei e depois fomos ao supermercado. Voltamos eu fui caminhar , colhi flores secas para arranjo que fiz na jarra( nada como aprender com a mamãe) e ainda varri toda frente. Ela não me pediu, até disse que não era importante, mas eu estava incomodada com um monte de folha seca encima das pedrinhas bancas e da grama, fazendo tudo feio e ainda os patos que fazem uma sujeira danada. Peguei o ancinho e fui. Tirei um carrinho de mão cheio e levei para compostagem.
To aprendendo muito de ver, não que ela ensine, até porque não entendo tudo que fala e também ela ou não quer, ou não sabe corrigir o inglês. Tem hora que a conversa fica braba, eu deixo ela falar pois sei que pouco conversa a não ser com o marido. Entendo em termos e digo ok.
Tem algo que é estranho, que é o excesso de método ou manias talvez. Não pega a coisa e faz até o final, larga no meio, e eu ansiosa quero fechar o que começo. Na casa é assim. Acho que talvez ela fique com medo de passar das 5 horas diárias de trabalho, mas eu faço porque quero certas coisas. Mas ela não diz obrigado, impressionante.
Mas vai indo, eu disse que queria tomar chá e ela fez para mim. Tá melhorando. Já disse hoje que tem vontade de ir ao Brasil no carnaval, eu falei para voltar comigo. São gente boa, muito simples, mas acho que do bem.
Meus dois próximos host já me chamaram para ir antes se eu quiser e meu irmão ofereceu trabalho na pousada em troca de cama e comida, só que ele não cozinha e nem tem lá comida francesa... só rindo.
Parece de fato estranho eu teria onde fazer todo esse trabalho, mas eu vim aprender e experimentar e vamos combinar que experimentar por aqui é um pouco diferente.
O frio caiu de repente a noite,. de dia faz calor mas a noite gela. Já to pensando em Edimburgo, deve ser congelante.
segunda-feira, 2 de setembro de 2019
Desde Albi
Na estação, esperando o trem aproveito para escrever. Trem bala partindo, lembrei da música. Isso mesmo, cada dia que acordamos um trem sai da estação e ao final do dia já foi,menos um, menos um. Temos mil trens em nós e podemos fazer qualquer caminho, a escolha é nossa, digo, em termos, pois não sou ingênua de pensar que todos nesse mundo têm a mesma oportunidade. Lógico que não, a perversão do sistema impede que isso aconteça, infelizmente.
Mas eu tenho sorte, muita sorte de ter nascido onde nasci e de ter os amigos que tenho.
Mas tá muito lenga, lenga isso.
Então, hoje meus anfitriões me largaram numa rua aqui nessa cidade, Albi, para eu conhecer e depois voltar de trem. Viemos de carro, acho que eles foram a um shopping, foi o que entendi. Parei na cidade velha e fui.
Cidade pequena, local de nascimento de Toulouse Lautrec. Linda demais, vermelha, cheia de Belas visões. A grande ponte sobre o rio Tarn e aquela vista de conto de fadas.
Vindo na van vermelha deles,eu sentada na frente junto com os dois e o Toff( o cachorro ancião) no nosso colo. Minha roupa preta chegou aqui lotada de pelo branco. Aff!!!
Saltei e fui a luta. A Catedral principal é de Santa Cecilia, por dentro gótica,com o teto azul, vitrais e altares com ouro.
É óbvio que entro em todas as igrejas que encontro e em todas peço o mesmo. É de praxe.
Margareth,minha anfitrian não gosta do Lautrec, prefere Renoir. Mas eu me amarro. Amo essa fotografia em pintura que ele faz dos bordéis, das mulheres, da sensualidade da pintura sem querer ser. Ele pintava aquilo que estava na borda da sociedade, os marginais da história. Daí bordéis que ficam fora da Cidade. Sim, aqueles que não tinham voz, e de passagem continuam sem ter.
Não é a esbórnia, que ele pinta. Não vejo isso, mesmo na dança mais sensual. Comprei um cartão de uma mulher seminua colocando as meias, vou colocar sobre a minha cama,no Rio.
Toulouse Lautrec também acho que foi o que mais fez cartazes. Eram muitos e muito legais. O capitalismo transforma tudo em souvenir,mas mas da vontade de comprar tudo, mas o grande dilema como carregar?
Benjamin nesse ponto foi ingênuo, Adorno acertou, tudo virou mercadoria na era da reprodutibilidade técnica. Afinal o Museu com suas lojinhas precisa sobreviver.
E eu andando, 17 h, meu trem deve estar chegando.
Cheguei a ville France e Yves me aguardava na estação, junto com Toff. Ligo que chegamos fui a cozinha agradecer a dica. Margareth, sorriu, mandou eu tomar a ducha e ir jantar.
Quando lá estava ela veio com um roupão para mim. Disse que era para eu usar quando fosse ao banheiro de noite. Sim , ainda bem, pois o banheiro é do lado de fora. Eu rezo para não ir a noite, pois esfria muito e ainda tem que ir com a luz na mão. Europeus querendo voltar a idade da pedra.
Mas acho que eles estam fazendo outro banheiro ou casa, sei-la.
Ou seja, acho que pretendem receber mais gente, ela fica muito cansada, não terá força para tocar isso tudo sozinha. Ele é do tipo bonachão. São legais. Talvez tenha passado o primeiro momento.
São pessoas bem simples e são também muito metódico ela nem se fala. É capricorniana , do dia 3. Ele é desligado. Ela me parece bem pé no chão. Pelo contato meu recente com um capricorniano ela tem seu próprio método e tem uma coisa chamada teimosia. Impressionante. Também isso depende do decanato.
E assim quase uma semana depois me sinto ambientada no lugar, amanhã retomo o trabalho tem ainda muitos cômodos, 3 na verdade.
Escrevi a meus outros anfitriões e ambos disseram que se eu quiser posso ir antes.
Tô concorrida.kkkk
Queria muito e vender meus anéis, acho que vou oferecer numa lojinha no centro. Afinal para que que eu trouxe isso tudo.
Pois então que a França é realmente muito bonita, essas vilas enchem o nosso imaginário , já vi muitas casas de João e Maria, de Cinderela e de de tantas outras coisas, mas gosto mesmo é do fin de siecle. Dos poemas do Rimbaud com sua efervescência e de Baudelaire. Hoje falei que tinha pai poeta, também já falei de mãe artista. Tô bem na fita.
Tá chato eu não conseguir postar as fotos no blog, não sei o que acontece.
domingo, 1 de setembro de 2019
4 dias e muitas coisas
Talvez eu tenha exagerado ao falar de minha anfitriã, tudo bem que eu só disse o que fiz, mas parece que ela realmente estava me testando.
Hoje caminhamos juntas pela propriedade, subimos morro e ela ía me explicando toda a vegetação, a sazonalidade dos trabalhos, das flores e de todo terreno, tudo bem que entendi tudo por alto, mas aos poucos vou entendendo mais. O contexto é o que importa e não palavra por palavra. Hoje falei muito, expliquei toda eleição que tivemos, todas as questões, inclusive o que ocorre com Amazônia etc, questão que preocupa muito aqui. Eles têm imenso cuidado com a floresta ainda mais nessa região. As plantações ficam próximas à cidade e as colheitas são vendidas aqui mesmo, pequenos produtores que vendem seus produtos na feira. Isso é muito legal, não tem a distância que temos no Brasil.
Fiquei em casa todo dia, não trabalhei, mas limpei toda bike, que tô usando e limpei meu quarto. Ela pôs minhas roupas na máquina e de manhã estendi junto com todas as outras.
Tudo lavado junto, nem penso, pois mistura de pano de uso com as roupas e toalhas. Tudo bem que tem água quente,but...
Também falei com a irmã de Yves ,Monique que é uma irmã muito querida dele, e que já morou no Rio, falei com ela por telefone e me pareceu muito simpática.
O almoço foi mais tarde, salada, com tomatinhos que colhi, alface , e um peixe defumado muito bom, tomei aperitivo de manhã e vinho agora no jantar com cuscuz marroquino e cordeiro.
Caminhei de tarde por uma hora subindo em direção a la defense d'eveque, e encontrei um grupo de agricultores em seus tratores Massei Ferguson, eu na estrada e todos passando , nunca sorri tanto dando bonjour a todos. Eu devo ter sido algo exótico para eles . Também um grupo de caça com armas e lindos cachorros , perdigueiros?
Quando desci ainda peguei ramos secos para colocar no arranjo que fiz.
Fiz hoje 3 jarras, uma para o meu quarto e duas para a sala de Margaret, ela gostou. Segui o modo Esmeralda de fazer. Lá em casa minha mãe faz ,aqui eu copio ela.
Coloquei flores no quarto, e ficou uma graça, fiz dois vasos um com cores vermelho e amarelo e outro puxando para o rosa e lilás.
Ou seja, vou aos poucos me sentindo mais a vontade e eles também. YVES ME chamou para colher framboesa. E depois de novo quando já me recolhi veio trazer para eu comer a noite.
Amanhã vou com Margareth a outra cidade , uma hora daqui. É cidade vermelha, patrimônio da humanidade , terra de Touluse Lautrec.
Li hoje 20 páginas do meu livro, o que já comecei, cada dia me surpreendo com minhas descobertas e com a forma como venho me revendo e vendo cono a vida pode ser mais simples que pensamos.
Por hoje é só. Falei muito em inglês, tentando explicar o buraco que meu país vem se enfiando.