quarta-feira, 9 de outubro de 2019

aniversário, surpresas, queijos e cogumelos



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 9 de outubro
  Ontem  meu aniversário, então   vivi um dia inesperado  para  compensar  toda incerteza que existe no mundo. No meu níver,  nem tive tempo de escrever, emoções e festas inesperadas .  Surpresa para mim a  essa altura da  vida e segundo  os amigos de  minha anfitriã a festa foi boa que devo voltar ano que vem para outra festa. Como chovia depois do  almoço, eu os chilenos e   a chinesa,  respectivamente, Pâmela, Felipe e Helena, fomos para  a sala de TV e  brinquedo e como crianças nos vestimos com muitas fantasias  e  fotografamos, depois quando íamos  passear na vila, não deixaram-nos ir e depois me chamaram e  era uma linda mesa como nunca  eu vi, comidinhas deliciosas, champanhe,  chá, docinhos, sanduíchinhos, caramba, ainda ganhei chocolate  de presente. Eu de fato não desconfiei, nem vi nada, pois também ontem me entretive  com uma grande tesoura a dar uma Eduard mãos de tesoura.  Podei várias  plantas em formatos diversos e  tão  concentrada que não vi Jayne passar com várias coisas o tempo todo. Daí a  surpresa ser tão grande. Recebi muitos parabéns, muitas mensagens    de amigos, família, da ex sogra, todo mundo. Senti-me muito querida, mas do que já me sinto normalmente. Uma mimada definitivamente.
Não me sinto com a idade que fiz, parece que sou muito mais nova que essa boa ideia. Olhando a moça que está aqui como  workaway e disse que tem  44 anos,  eu fiquei pensando que, talvez o não sentir  a própria  idade,  ajude a não parecer, só rindo da  minha tese. Não que me  sinta mal com isso. Não sinto,  mas nada é o mesmo, segundo uma médica que tive, tudo cai, a única coisa que sobe é a gengiva. Pois então  que  ralei para emagrecer e  só um mês e  já sinto que a calça tá apertada, a pele tá diferente. A água é muito calcária, fica uma crosta na  panela , nos metais, imagino isso dentro da gente. Procuro  lavar pouco o cabelo, para não detoná-lo de vez.
 Sei que  ontem  o   dia transcorreu sem os  mil pensamentos esquisitos, que andam me rondando.  Embora  com preocupações  com família e tudo o mais.
 Mas como   a vida é esquisita fico pensando em como   vim parar  numa casa  no meio da França mais longe ainda de tudo, mas com muito movimento interno. Como  diz meu pai, se tem destino ele tá traçado e vamos caminhando sem muito saber por onde e com quem. 
São tantas as veredas e as bifurcações que os jardins apresentam que nem Borges dava conta e ninguém dá.  Não sei o que podemos fazer com  essa consciência,  em saber sobre isso, talvez viver mais intensamente  o presente sem esperar muito de tudo, pois que de fato tudo é temporário e provisório em  nossas vidas. Tudo  passa, o amor, as pessoas, as experiências e fica aquela sensação apenas de  alguma coisa que foi, que é, e que não sabemos de  verdade para que serve.
Tudo isso para tentar entender como vim parar aqui,  como a  vida é tão inexplicável para mim, pelo menos. Ontem eu conversava com Pâmela e Felipe, ela tem 38 anos e ele 32 são casados, ela arquiteta e ele engenheiro de informática e   pela segunda vez estão  pelo mundo. Disseram-me que ficaram 9 meses pela Ásia, voltaram ao Chile e abriram mão de novo de um trabalho e vieram para Europa,  vão ficar na área  do Shenguem 3 meses, depois vão para Romênia, outros ainda não definidos  e depois voltam, meio indefinido e um pouco definido  com algumas  casas.  Acontece que foram a uma feira de  antiguidades e  já compraram  coisas para sua casa em Val Paraiso. Falei que  serei host  e querem ir também para o Brasil pois adoram o Rio e a Ilha Grande e querem falar português . São uns amores os dois e também Helena a chinesa.
Percebo que tenho dado muita sorte, como sempre, graças eu dou, sorte com as pessoas,  com a comida, pois  em  minhas duas casas a comida foi  boa. Aqui  cheguei tem menos de uma semana e come-se muito bem, embora não tenha muitos vegetais como eu gosto nem, coisas integrais ou seja,  o intestino tá uma bomba, por isso engordo. Na Escócia acho que vou ter que cozinhar, aí será  pode ser que melhore esse aspecto, mas certamente a comida não vai ser  tão gostosa. Segundo consta a comida inglesa não é boa, não tem quase nada, tudo é importado, ou melhor tem tudo.
Pelo jeito aqui não passearei muito. Daqui a pouco já parto, Como eu previa o tempo  vai voar.
Hoje   arrumando a casa eu pensava,  talvez  mais que o inglês, que continua uma bosta,  minha profunda intenção tenha sido provar para mim mesma que eu podia fazer qualquer coisa em qualquer lugar. Eu já sabia disso, é bem verdade, mas,  todavia,  nesse tempo em que somos dispensados por  nada, isso talvez bata um pouco mais forte. Parei aqui quando me chamaram para colher cogumelos, fiz o vídeo e  depois fui a uma  fazenda onde tem uma conserva de queijo de  cabra que também filmei. A fazenda é feia, um vilarejo com umas 3 casas. Tem rosas na  porta, lá de  dentro  sai uma francesa    camponesa  que parece mais uma portuguesa e vem com a chave para nos abrir o seu tesouro, uma sala cheia de pequenos queijinhos de várias idades. Mais clarinhos, mais morenos, negros, o cheiro é inconfundível o sabor também,  chegando em casa, fomos come-los,  a francesa que nos levou até a produtora  trouxe uma espécie de  geleia para colocar  por cima, ou seja uma lasquinha com a geleia, um sabor inigualável  com vinho pois não resisti.  Em cada idade um sabor diferente . O mais  cremoso é mais gostoso o de 2 anos, mais curado de cor escura parece que é uma pimenta, eu não gostei.
Depois do queijo o cogumelo que colhemos foi preparado com manteiga e comemos com pão, depois veio mais uma queijo, agora como uma coalhada, mas diferente, de  cabra com  a tal geleia e  vinho. Ferrou e  a pessoa ainda quer emagrecer.,
Fica de fato difícil , cada comida é uma nova experiência, o povo come   gemendo, anhm, anhm. Um prazer para o  paladar. Enfim, quem não tem cão , caça com gato... fazer o que??  
Esse  fim de semana  minha anfitriã vai viajar, ficarei aqui com Alexander e mais um casal de ingleses( Susan e Peter),  terei que mudar de quarto, vou para a Torre, ficarei lá sozinha, o casal  americanos  vai embora amanhã e a casa  foi alugada para  ingleses que  vem para um casamento. O café da manhã  será servido pro Justine e Jayne também  vai embora, ela é amiga de Paula. Ou seja, bem podia aparecer um príncipe  ou um sapo, na atual conjuntura em que  me encontro. Instalei um aplicativo mas não sou boa nisso. Um francês, tem lá notificações , mas  eu não vejo. “Minha mente  nem sempre tão lúcida. É fértil e me deu a voz”,  Certas vezes acho mesmo que   sou do tipo que não tem jeito. Que  me pergunto  o que espero de certas coisas que  ocorrem na minha  vida. E  por que  certas cismas persistem em atormentar a nossa existência . Queria mesmo algum botão  mágico que desligasse as estações. Flutuei, e olha que nem comi aquele cogumelo proibido que peguei, crente que estava abafando peguei 4 para botar na cesta ,  fui correndo com eles na  mão, aí a francesa me interpelou , não esse não. Ou seja,  fui tolhida naquele que deveria dar o maior barato... kkkk     
          Assim é que o dia transcorreu, A  agora  virou meu amigo, me acompanha  nos serviços, me pergunta, ou seja,  virei sua tutora, ele  está até sorrindo, não sei se papo dele ser  terrorista ou algo assim procede.  Para  mim tanto faz, acho que ele se sentiu seguro comigo. E eu sorrio tanto, brinco com ele, que aos poucos ele vai se abrindo.
 É dessa forma que o dia transcorre,  a  outra moça foi embora hoje, e recebi também  parabéns atrasados  de amigos e etc.  É  viver realmente ultrapassa qualquer entendimento,  ainda mais quando pessoas  não conseguem se soltar  perto de você, que magoas carregam que até suas  vozes soam reticentes pela  maquinas que as transmite.
Lá embaixo o vinho deve estar rolando, só escuto os risos..




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domingo, 6 de outubro de 2019

Domingo pré- véspera de aniversário

  6 outubro,  domingo. Mais um fim de semana como workaway. Será que existe  pré-véspera de aniversário?  Cansada,  com as mãos inchadas de tanto cortar planta ontem. Espero que hoje a " escravidão moderna"  esteja em baixa. De fato, eu vou com toda intensidade e por isso me   exijo tanto.
 Parece que quero fazer tudo em um dia e  isso é impossível, o jardim tá muito detonado. Meu exercício aqui no meu auto conhecimento será controlar a minha ansiedade, trabalhar devagar com o tempo a meu favor.  Preciso exercitar isso, ir com calma, como todos fazem. Eu tenho atenção no que faço, mas  parece que  essa ansiedade me coloca acelerada.
Ontem  na  hora do café da manhã fui colocar geléia no pote e ele caiu e quebrou, acidentes, uma M arrumei tudo, mas é chato. Paula  entendeu bem. Depois fui para o jardim cortar a erva de passarinho  e depois todo mundo foi junto arrumar a garagem.
A noite  teve um jantar com todos que aqui estão e  um casal convidado, ele escocês e ela inglesa, tinha ainda Damian, francês amigos de Anain,  ela canadense, eu,  Alexander ucraniano e  um a casal de  americanos.
Caraca, eu entendia muito pouco, o francês também não entendia  inglês direito. Eles falavam  rápido e durou um tempão, comi pra burro. Aí meu deus,  isso está um horror, o menu foi, uma salada de  grão de  bico primeiro, depois frango assado com bacon e  batata assada, e depois sobremesa, e vinho e queijinho especial com  mel. Caraca!!!   Tudo muito gostoso. Como o pessoal estava muito de papo e já passava da 22 h, aproveitei a deixa de    Anain que foi para a  sala da lareira e  me mandei para não ter que tirar a mesa e lavar os pratos, pois os verdes são enormes e não cabem na máquina de lavar louça.
Acho que escrevi algo ontem, mas estava com tanto sono que esqueci o que foi.
 Dormi, sonhei com alguém do supremo tribunal federal,  fala sério meu inconsciente, não tem mais o que fazer? tudo bem que   certas coisas ficam na cabeça para  sempre,  fazer o que?
Hoje acordei e  não desci de imediato, é domingo, folga me  dei, mesmo assim depois do café da  manhã,  esperei os hóspedes e arrumei tudo, pois Paula estava conversando com o cara americano que estava ajudando ela  no site. acho que ela  tem pouco hóspede e quer aumentar a frequência.
Aquela questão complexa, mesmo sendo campanha, um pouco perto de Poitiers, tem que ter carro para chegar, é longe  do resto. A estrada não tem movimento e a  vila mais perto é  6 km, ainda  não fui mais vou . Queria ir lá  hoje, mas chove e faz frio. Lá tem  Carrefour, o mercado.
Espero   que nessa semana ela comece a me dar umas aulas. Ou então tudo isso não vai ter adiantado muito.       
Sei que não vai ser assim, temo até não acelerar muito, mas  deixa pra lá, vale a experiência.
Gravei   2 videos de  fantasia e  depois  vou gravar mais. Tenho que primeiro fazer o roteiro.

Bem, analisando os fatos realmente  é interessante, ter um B&B nesse esquema. Ela não tem funcionários, tem  ao todo 6 quartos na casa e  na torre um, eu acho, deve ser um apartamento  e  uma casa a mais fora, onde está  Alexander que ela aluga também .  Como disse ela trabalha sozinha com ajuda de workaway.  Ou seja, sem custos trabalhistas, sempre gente nova, a Anain acho que já é amiga e disse que vem aqui pela quarta vez.Disse-me também que vai a lugares pequenos.
 Paula cozinha também para os hóspedes que quiserem, se  não é só para o povo da casa, no momento 4 pessoas.
 Ontem o almoço foi ao ar livre, foi  ovo com maionese, pão, sopa de  tomate  e sanduíche com a sopa.  Disse-me que  bem inglês.
 A chuva parece que parou, vou dar uma andada.   
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sábado, 5 de outubro de 2019

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Segunda Casa.

Vim parar ainda mais longe da civilização,  no entanto na casa, como é uma guest house, ou B&B,  tem gente o tempo todo para jantar.
Pessoas que ficam um dia, dois,três. Hoje é  meu primeiro dia, cheguei ontem à tarde.  Fiquei meio estressada pois  na rodoviária não encontrava a Paula.  Depois de quase uma hora é que consegui atender ao telefone e finalmente encontramos. Ela muito simpática e atenciosa. Pelo caminho fomos conversando, ela me contou tudo  e explicou que no momento estava com 2 workway.  Anais e Alexandro , ela canadense e ele ucraniano. Dois tipos exóticos.  A mulher deve ser mais velha que eu e acho que usa uma peruca, tenho quase certeza,  ele um rapazola de 27 anos, todo afetado nos modos.  Segundo Paula, ele não  é de fato workaway,  parece que tem algum lance na Ucrânia de veio parar aqui.  No espaço são 3 casas, a principal,em que estou, uma outra moderna e a torre.  Eu estou hospedada no último piso,  acho que era uma cela monástica, meu banheiro é em frente,   só que tá sem água e luz,   tudo muito requintado,  no entanto tirando os quartos e a sala, o jardim e cozinha são uma bagunça sem fim, isso sem contar a lavanderia e  depósito embaixo da casa, na garagem . Impressionante a zona.  Parece que tem coisa demais.   O tipo acumulador.  Mas tudo de muito bom gosto e do tipo caro.
Quando cheguei fomos almoçar, ela preparou um  mexilhão, já é a Segunda vez que como aqui.
E depois do mexilhão, queijo. A noite jantamos  primeiro omelete de cogumelos frescos que o visinho deu, frango com batata, torta de sobremesa e queijo.  Vixe vou virar uma bola. Tomei vinho ontem e hoje.   É muito requinte para não tomar.
De  manhã  fui a última a chegar a mesa, linda, tomei café e fui para o jardim,  arrumei todo o jardim colado a casa e depois  parti para podar a lavanda. Fiquei quebrada.   Muita rosa  e  fiquei toda lanhada.
Tem muita coisa para fazer no jardim, tem hora que nem sei por onde começar.
O garoto parece que não faz nada, ou se faz de lesado. E a moça trabalha costurando e limpando eu acho. Só sei que agora a noite quem lavou e colocou na máquina fui eu.
Minha mão tá um  bagaço. Preciso aprender a pegar mais leve. Sou intensa demais, quero fazer tudo num dia, não sei pra  quê. A vila é minúscula não tem nada e nada tem. O caminho do paraíso fantasma, deve ser isso.  Ninguém para perturbar ou apurrinhar.
Saí a tarde para andar e não vi viva alma.
Onde o povo fica?  Tem uma escola maternal, ou seja, deve ter alguém.
Hoje falei com meu pai,mãe, Alice e Emili, até me emocionei. Bateu aquela saudade além da preocupação .
Realmente  é cada coisa,  acho que aos poucos vou acostumando com a língua, mas eles conversando eu consigo entender por alto, tudo não.
Na caminhada vi uma casa cheia de pássaros, estranho, achei. Não sei onde fica o cara que faz permacultura. Mas sei que é muita coisa para fazer aqui na casa.

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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Em trânsito, bus Bordeaux / Poitiers

Definitivamente não posso comprar chocolate, pois s3 comprar como tudo, sem intervalos  e haja  peso.
Saí cedo, estava escuro e não gosto de acordar de noite ainda. A sensação  é estranha.
Preocupada estou, pois a Paula não deu News. Ontem ela errou e foi me buscar.  Não tenho culpa  eu mandei tudo. EU mandei cópia da passagem é também o endereço.  Mas essa porcaria não tem internet.  Nem meu telefone nem a do ônibus .  Mas falei que tinha sms.
Na estrada muitos cata-ventos nas plantações.  Dá um sono. São 10:30 Eu devo chegar  daqui a uma  hora. Espero que ela esteja me esperando no lugar certo.

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Hora de partir


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São Francisco e Santa Clara.

Amanhã cedo deixo Bordeux cidade que me encantou. Hoje perambulei pelas mais belas igrejas, fiz minha  peregrinação com afinco e  agradecia e  pedia, recorrentemente como sempre, mas hoje com muito mais empenho e  fé que tudo correrá bem. 
Em   busca dos  vitrais maravilhosos,  flanei por bairros multicoloridos de muitas influências. Encontrei  todos  os tipos possíveis,  muçulmanos, africanos, espanhóis e franceses é claro. Dessa cidade saiam muito navios que iam povoar as  Américas, pois para o atlântico é  perto e o rio é navegável, por isso tantos navios ancorados  no porto .
Fui ao mercado dos capucines  e almocei num restaurante libanês para quebrar  o costume e a noite comi crepe na casa da Gabriela que tão gentilmente me recebeu e acolheu.
A vida  é feita de  amigos, e  é bom quando fazemos novos e  podemos compartilhar nossos planos. Tenho muitos amigos e cada um faz parte do meu universo pessoal com sua singularidade e com cada um eu aprendo um  pouco.
Minha próxima anfitriã se confundiu e  foi me buscar hoje. Só vi quando cheguei em casa.  Que chato. Espero que  seja tudo legal, antecipei por  uma semana a ida para la. Mas também sairei antes do que previa, la para o dia 24 ou 25 quando vou  para casa da Amelia,  uma grande amiga portuguesa que mora em Paris.
Partir e chegar, dos polos  do mais importante, o caminho, esse é o que sempre importa mais.     

São Michel e muito mais, dando ciao a Bordeaux

Dentro da catedral inspiro-me para escrever.  Ela fica escondida, seu entorno é sujo e sem a pompa de de Santo André. Mas também gótica tem vitrais maravilhosos.  Paro em frente ao principal e fico a  contemplar a beleza das luzes coloridas que refletem pelos vidros,é de fato um espetáculo que  seduz. O vidro é sempre muito bonito e as cores mais ainda. Os formatos aqui não são fiéis as formas,  parecem figuras como  as mulheres  do Picasso, a demoiselle,  um tanto cubistas nas mais variadas cores. Fotografei,  o que não costumo fazer dentro de igreja. Mas aqui pode.  As pedras são encardidas aqui nessa igreja, ainda não houve a restauração que houve na de Santo André.
Ao adentrar esse tipo de espetáculo ficamos embriagados e penso que para o povo antigo isso era Deus. Algo enorme desse jeito, belo, reluzente e que sem dúvida devia promovia a verdadeira epifania.

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Torres gótica de Bordeaux


Catedral de São André


Em português Bordéus














 Minha  amiga Ana Inácio, me disse como em Português de  Portugal é chamada essa cidade, Bordéus. Não sei se tem algo a ver com o nome da coisa, creio que não,  pode ser borda do Rio Gironde, ou a cor do vinho. Não sei, sei que a cidade me encantou.
Hoje  flanei  mais pela  rua descobrindo pontos que não tinha visto. Cheguei a catedral já estava aberta, estacionei a bike,  coloquei o cadeado e  parti.
Entrei fiz meus agradecimentos e pedi muito, com muita força e  atenção pela saúde de meu pai e minha  mãe. Foram duas as  igrejas de Santo André e  a Notre Dame que  tem muitas pela França, nessa muito bonita também repeti meus agradecimentos e pedidos e reparei que vários dos murais tem como foco a figura feminina. Também  que Santo Antônio também aqui é muito reverenciado, com imagens em todas as igrejas que visitei.
Saindo da  catedral passei pelo palácio de  justiça, uma construção que mistura o sagrado e o moderno com umas coisas  redondas como uma coisa meio indígena, e depois descobri a biblioteca, toda de vidro arredondada, ultra moderna com uma arquitetura arrojada. Ali o pessoal também senta nas mesas para lanchar. Coisa muito comum cada um com seu sanduichinho ou marmitinha.
Não fui a beira do rio hoje, mas descobri outros pontos da  cidade com lojas chiques e caras, as famosas etiquetas e o refino parisiense. Fui descobrindo passo a passo cada lugarzinho, sem o mapa, o que é melhor, comi chocolate e acabei sem fome para almoçar e quando vi já passava  das 14h, aí os restaurantes já estão vazios e os preços diferentes. Acabei comendo uma  salada  com queijo brie no Paulos que já conhecia da estação.
Descobri o Grande  Teatro e o Allées de Tourny uma grande alameda com jardim no meio e  em uma das ruas que dava nela o grande anjo com sua fonte imensa  e tudo do lado de onde hoje tinha um grande parque de  diversões, era o Valdeville, a Place da república e  ainda um Carrefour no meio de uma praça, uma estrutura também ultra moderna espelhada que  mostrava os prédios antigos do lado refletidos.
















  Vários pontos aqui são patrimônios da humanidade  e quando cheguei ao office de turismo  vi que já tinha  visto todos.
Andei todo dia e não me cansei, hoje  até choveu,  somente na volta  me perdi de  novo e parava para consultar a foto do mapa que tinha  feito, até que me achei sem  consultar ninguém..
Tudo já combinado para  quinta feira encontrar minha nova anfitriã.
Um pouco agitada,  faz parte com tudo que está acontecendo.  De novo mudarei de idioma, espero dar conta do recado, que não sei qual de  fato será, mas tudo indica que o lugar é um pouco mais próximo da  vila principal.
Combinei com minha amiga Amelia que passarei em sua casa no fim do mês antes de ir para  UK.
 Tô com medo do frio, espero que ele demore a chegar  e que nem venha, mas todos que  eu falo torcem o nariz, dizendo que não escaparei.
 Frio  não é muito  bom, pois dá sensação de abandono.  Mas  o lugar que ficarei com mais frio será o que pretendo  mais sair, pois que  tentarei fazer o curso. Vamos  a ver já que ser fada do lar não é  muito mole.
Muita apreensão e no corpo a adrenalina da espera.

         
            

Uma linda cidade - Bordeaux

Como não se apaixonar?

A cidade é linda,  um conjunto arquitetônico bem preservado com seus edifícios em estilo talvez  do final do século XIX,  uma  Paris em  miniatura.
Sai  de casa cedo e  fui de  bike direto ao centro, a cidade tem ciclovias  por todo lado,  algumas especiais e  outras  pintadas na  pista. Muita  gente  vai para o trabalho de bike, as distancias são curtas e  não tem ladeiras. Tudo plano.   

Flanei pela  cidade todo dia, a moda de Baudelaire nas ruas movimentadas e nas lojas e galerias. Na rua Sant Remi    fui direto e parei na margem do rio, um belo passeio público cheio de gente, de bikes, e na ponta uns restaurantes, estilo Puerto Madeiro em Buenos Aires. Ali muita gente andando, passeando, conversando. Era já hora do almoço e  as pessoas chegavam com seus lanches e  marmitas e comiam sentados ali na murada do parque. Muito agradável. Aproveitei a bike e corri toda a margem de  uma ponte a outra, olhando o lindo quarteirão de  edifícios  baixos e antigos, praças com fontes muito lindas. O sol saiu e o calor chegou, andava olhava, voltava, o povo simpático e alegre. rua Sta Catarina, Galeria  Lafaiete,  como sempre bela para olhar e não para comprar. Lojinhas de 2 euros e aquela loja da Noruega com  várias  coisinhas interessantes. Comprei para as  crianças a lembrança que tinha prometido da  competição de mudança de  roupa da  manhã.
Já  eram 2 da tarde quando bateu a fome,  procurei um restaurante com um menu que cabia no meu bolso. Sentei na Praça do parlamento  onde havia  mais gente, deixei a bike amarrada.  O restaurante  era bom, comi salada com frango e batata frita e  depois comi um yogurte com mel, paguei  10 euros. Bom preço para uma refeição completa, caro para  nós brasileiros  pobres,  uma média de  47 reais, o dobro do que pagava  quando comia no trabalho. Se bon, como dizem aqui.
Voltei para casa pois  ficaria com as crianças e vim, entrei no  mercado comprei pão, geleia, queijo, yogurte, e lógico me perdi no final do caminho. Uma  rapaz que passava percebeu  e parou para me ajudar,  muito gentil mas também não sabia, não deu certo, entrei numa rua em  obra os operários também não e  vinha uma moça com um carinho de bebê, me aconselharam  a perguntar   com duas informações e  soube e  mandou eu seguir ela, CHEGUEI. Um amor .
Em casa ajeitei para  Gaby, a garagem com  muitas coisas.  Depois fiquei com as crianças, contei história e brinquei, já treinando para a casa em Edimburgo.     



Fichier:Place de la Bourse, Bordeaux, France.jpg

domingo, 29 de setembro de 2019

Domingo em Bordeux

 29 de setembro, Domingo, mais um.





Bordeaux et le pont de Pierre


 Ontem em trânsito todo dia, sai de  Villefranche as  845 da manhã e  cheguei a casa de Gabi as 18 horas mais ou menos.
 Meu primeiro destino foi Toulouse, cheguei a estação as 10:30 da manhã  com a mala pesada, pensei em procurar um locker e deixar a  mala e sair para passear  ganhando tempo, mas o locker da estação estava fechado, morri na praia,  que fazer? não dava para sair pela cidade com uma mala a reboque de 21 kg,  sem jeito sentei na estação  com wifi e fiquei tentando instalar as coisas uber principalmente pois sabia que precisaria ao chegar à Bordeaux.  As vezes esses processos de internet sacrificam, pqp.  Consegui já que o uber fire que eu tenho não funciona por aqui.   deu 11:30 fui comer algo por depois entraria do ônibus e só chegaria as 17:05. Comi no mesmo lugar de quando cheguei mês atrás, lógico que uma quiche muito gostosa. Sentada  na mesinha uma moça pede licença e senta, ela e sua bike com bagagem etc, também comendo uma quiche,  Aí pergunto a ela de onde é, em inglês, ela  me responde Alemanhã, ela devolve a pergunta eu respondo e  emendo  querendo saber se ela está rodando de BIke, lógico que sim, tava na cara , conversamos um pouquinho e ela vai. Depois eu me  distraio  vendo um homem dançar na estação ao som do piano que la tem e que  toca quem quiser , canta também, aqui na estação de Bordeaux também tem um. O legal é xxque sempre tem gente tocando. Acho que também tem uma tendencia a  transformar as estações em espaço de cultura e lazer com salas vip  e com lojas também. As estações como os aeroportos  vem sofrendo   mudanças e são verdadeiros centros de consumo. Além disso como tem wifi gratuito,  fica muita gente  no celular, apenas usados  a tecnologia.
Estações de trem e rodoviárias são espaços diferentes, ficam normalmente no centro das cidades e aglomeram  muita gente diferente, esquisita, por vezes bêbados etc, um povo  muito estranho e também todos que tão em trânsito. As vezes também é um lugar para o povo de rua dormir, principalmente no frio e no calor o ar condicionado.  Tem  gente que fica ali sentado, fazendo não sei o que, olhando, observando,  certamente tem os que fazem pequenos furtos, um povo também fedido que só.
 Nesse espaço múltiplo a vida  acontece de uma forma diversa. Uns com pressa, outros preocupados, o medo muitas vezes constante na face de quem vem e vai, os encontros, as chegadas e as partidas, como aquele programa da tv. Cada um uma história, uma ideia de  amor, de felicidade, ou de  vida.  jovens , velhos, crianças que amam o espaço vazio para correr e  brincar.  Ali também  conhecemos gente, Eu sempre conheço,  recordo-me de em tanger conhecer uma menina árabe que ficou minha amiga no instagran e facebook. E tudo começou com um sorriso  tímido daqui e de lá, e como sempre sozinha eu  estou sempre a olhar para tudo. As mulheres e as crianças sempre me sorriem. 

Mas  tem os seguranças que também ficam de olho. Em Toulouse as duas vezes que passei pela estação presenciei a chegada de soldados armados com fuzis fazendo a ronda, certamente esquadrões anti terrorismo. Pelo que vi Toulouse tem muito imigrante, muito árabe  e  muito negro.
Depois de comer  minha  quiche fui para a estação  rodoviária ao lado, descobri que era também um espaço  agradável    com banheiro  free, limpo e wifi , fiquei ali a observar o povo que passava até as 13 horas. Ao meu lado uma senhora  negra com trajes típicos, estampado africano um carrinho de ajuda para andar , ela  comia varias coisas. chegou depois um rapaz com sua bagagem falou com ela, sentou, esperou e depois seguiu, depois ela  levantou-se e  foi embora para a rua. Outras pessoas pelo visto só usam o espaço para ir ao banheiro. Os seguranças ficam de olho. Muita gente tem preferido a viagem de ônibus pois é muito mais barata. Só para ter ideia  eu paguei 5 euros  de  Toulouse a Bordeaux, 3 horas de viagem e  paguei de trem de Ville Franche a Toulouse  10 euros e  pasmem, paguei num taxi da  estação de Bordeux até acasa da Gabi, 25 euros e 30 centavos. Ou seja,  absurdo um trajeto de 8 kilometros de  carro ser isso tudo, no fim gastei 40 euros de passagem. O taxi  foi outra história, não tem  taxi andando como no rio e vc faz sinal e pega, vc tem que  ligar e marcar, Eu tinha instalado o uber para evitar esse tipo de dilema, não adiantou, não consegui usar o aplicativo na estação e  a porcaria do chip  que comprei não entra a internet. tenho apenas sms e telefone comum, ou seja, já no desespero entrei num hotel, e o recepcionista disse que não falava inglês, eu logo disse sou brasileira e com sorriso ele saiu e foi me mostrar onde eu poderia pegar o taxi.  Fui andando, ao chegar numa outra parte da estação, taxi não tinha, uma família  de haitianos que estava chegando sendo recepcionada pelo irmão, o rapaz era um taxi,  negro com aquele lindo sorriso os dentes branquinhos e um chapéu panamá, de dentro do carro ele me viu, saltou e  veio me entregar o cartão,  eu falei para ele  onde eu ía, lógico que ele aproveitou  e disse que faria a corrida  mesmo   com a família dentro do carro,  pegou minha mala colocou no banco junto com a irmã e mandou eu entrar. Eu fui. Fazer o que, queria  chegar. no carro é que fiquei sabendo da história da família, em inglês é claro.
 AH! esqueci de contar, na hora de embarcar no ônibus foi um caos, primeiro o ônibus não estava  na baia que estava marcando no telão, se eu não levanto não embarcaria depois de estar todo mundo dentro a motorista começa a contar e ficamos 30 minutos esperando pois a conta não batia. Aí ela resolveu fazer a  chamada, um monte de  nome árabe, pensei comigo a um  homem bomba. Depois de  muito chamar e contar ela descobre que um  passageiro que tinha entrado em  outro lugar  se mandou e não prosseguiria a  viagem. Foi então que saímos,  na saída, um carro parado no lugar errado e  ela pára e começa a buzinar e grita para o lado, o cara reclama e sai e ela grita: parado no lugar errado, e todo mundo ri. Depois de novo quando o ônibus tem que parar para deixar uns passageiros no meio da  viagem. No mais a viagem transcorreu  bem. Muitos  vinhedos pelo caminho, afinal o vinho bordeaux é daqui. Estava cansada cheguei a dormir no ônibus  e acordei sem ar meio ronco de boca aberta.

Hoje saí com as crianças de  manhã fomos a um parquinho. Tetê é uma fofa já fizemos anel e eu fiz penteado no cabelo dela. Os meninos também são uns fofos e  eu  falo uma  mistura de português  e inglês e eles  francês e eu peço para traduzir, nos demos  bem.
 Descansei e amanhã  vou de bike pela cidade  explorar tudo. Quinta devo já ir para a outra cidade. E vamos que  vamos. 


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Em trânsito

Começo hoje a percorrer meu roteiro. Fiz mudanças para facilitar a vida é o peso da bagagem. Pra que carregamos tanta coisa. Tudo bem que vou ficar 5 meses e com frio, mas sempre é muito. Um muito me dificulta caminhar. Pqp.
No trem vou olhando as paisagens, tentando relaxar pois a cada mudança uma tensão.  Fácil nunca é.  Arrumar mala,  verificar o trajeto,  comprar passagem, o corpo reclama, fica tenso, não dorme direito e sente dor. Sempre fui assim, como não jogar no corpo a adrenalina . 
Já  penso no resto do caminho,  a segunda casa, a terceira em que ficarei mais tempo, o frio e depois?  Se meu povo não vier, que roteiro fazer? Ou não fazer?  Arrumar outra casa e pronto. Talvez a casa da  Pan,  outra inglesa, ou a Grécia, mas no inverno?  Espanha? Portugal? Tudo para decidir  mais para frente. Natal?  Onde?

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Dia de doces

27 Setembro, Cosme e Damião
Dia de pegar doces, não sei qual o sincretismo disso, sei que existe, mas não lembro.  Sempre pegávamos os doces e  Alice, mesmo no Rio, passeia pela pracinha  pois  tem gente que passa por lá para  dar os saquinhos.
Eu  ia embora hoje, mas por uma falta de zelo perdi o trem antes da hora,  explico, achei que tinha comprado a passagem e estava tudo certo , mas não foi o que aconteceu.  Então deixei para amanhã, comprei  ontem o ônibus e o trem comprei hoje pelo aplicativo que instalei e aí então consegui pagar pelo cartão.Mais caro com certeza pois aqui tudo que se compra  com antecedência é mais barato. Eu tinha  visto essa mesma passagem integral por 10 euros.  Diferente de nós no Brasil, onde desconto não existe.
Ontem fiz um vídeo, dizendo do sair e do chegar,a apreensão que todos temos nesses momentos. O começo sempre dando dúvidas representando o desconhecido, que está por vir e as novas expectativas que naturalmente criamos. Não que seja bom, não é, mas  faz parte do viver. 
Percebi nesse tempo o quanto podemos nos adaptar ,  em qualquer situação minimamente  saudável e acomodamos  com  tudo.
Margaret chegou ontem e  como fiquei hoje já lustrei as cadeiras de madeira e arrumei todo o depósito de máquinas e outras coisas, o material da jardinagem.  Não me deram nem uma colher de chá  foi de pau mesmo. Ou seja,  não sei o que o próximo workaway fará.  Certamente ela vai colocá-lo para roçar todo o morro pois que de resto Eu fiz.
E eu que achei que teria moleza hoje.  Acontece que eu sou rápida no que faço e isso faz com que eu faça sempre mais.
A tarde vou sair com ela até o centro. Ela me chamou, e fomos a Vila, sexta feira a tarde e muita coisa fechada . Muito estranho isso, a cidade medieval parece fantasma, tudo interessante mas sem vida. Fico pensando se com sol já tá assim imagina no frio. Só deve ter o vento dos Pirineus cortando as ruas e fazendo barulho.
Não consegui saber o preço do aluguel ´por aqui, mas é uma cidade  boa de se morar, imagino eu. Não é tão pequena, nem é grande. Tem tudo e  tem história também.
Fomos a um centro de cultura, mais ou menos isso, que tem uma biblioteca inglesa, isto é, só com livros ingleses e ela pega emprestado para ler.
Olhando a estante escolhi para ela pois havia, o Cem Anos de Solidão do Gabriel Garcia Marques, um da Katerine Mensfield  e um do Milan Kundera. Espero que ela goste.
Depois passamos numa especie de açougue e num mercadinho Biocoop e voltamos para casa.
Como disse, a onde BIO  é grande e  interessante. 
 Amanhã sairei cedo, meu trem é 8:45h em Toulouse  e 14 horas de Toulouse par Bordeax, vou de ônibus, pois o preço é muito mais barato, sem comparação.
Fiz a  malas, é o perrengue de sempre,  embora eu esteja usando a técnica do enrolado, para caber tudo, é  muito peso. também comprei dois elásticos para segurar a mala, já que tenho um só ziper.
Já separei a roupa e agora é só fechar a mala e partir.
Novas coisas me esperam.  Preocupações também, mas sempre pensamento positivo. esperando aprender  mais. 
To cansada e com sono. Ainda não são 9 horas da  noite mais sinto-me muito cansada, sem condições de  pensar para escrever.Amanha terei tempo no ônibus e trem para o balanço do mês. 



    

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Diferente, apenas diferente

23 de setembro-

Será hoje  o fim da estação? Início da  primavera e do outono, faz tempo que não leio um jornal ou vejo uma news de TV.
Meus  anfitriões dizem que o jornal francês só tem notícia da França e que o francês só olha para o próprio umbigo. Não sei, nem tenho como dizer.
Ontem  a noite quando fui para o último xixi do dia, vivi uma experiência no mínimo espantosa, como já falei  o toilete, isso quer dizer  onde fazemos as necessidades é do lado de fora, biológico, tenho que sair  a noite  com um lampião  de led  pelo caminho e chegar lá.  Só que fica realmente um breu, e 22horas  quando vou dormir eu subo até lá, não é longe,mas  como estamos no meio da  floresta temos chance de ter visitas, então fui, dei de cara com algo que se assustou com a luz e deu meia  volta, eu fui,  fazer o que , não era raposa,  tinha uma cara que vi rápido, corri fiz xixi e desci varada.  De manhã falei para o Yves, e agora  a pouco colocamos a câmera para  ver se pegamos algo,  eles já conseguiram  filmar  os veados lá no morro .   Desde que cheguei 4 cobras, pequenas, mas cobra,  já apareceram na casa. Aqui do meu lado não, graças a Deus. Também rato.  Tudo bem que estamos no mato,  mas tem ração, semente e as plantações e acho que isso atrai. A gata  pega rato, vi ela com um, bem grandinho.
 Amanhã vou limpar  o galpão espero que não me apareça nenhum. Hoje limpei e arrumei todos os armários da  cozinha e um da sala.  Caraca  tudo  misturado, tenho certeza que ela não sabe as coisas que tem. Tem muito utensílio de  cozinha. Arrumei as  gavetas , tudo.  Acho que valeu assistir tanto programa de organização, eu devia ter tirado foto do antes e depois. Dei mole, mas a  próxima casa se tiver isso para fazer  eu vou tirar.Tenho quase certeza que terá, principalmente na Escócia, que tem criança.
Também tem outra coisa, o Yves  é muito bagunceiro, não coloca nada no lugar, , manter a casa arrumada deve ser difícil. Fiz também o jantar hoje,  fiz omelete de cogumelo,  batata rústica com alecrim  e  vagem refogada com tomate e cebola, Ele gostou. Depois do jantar tem queijo.
Tenho sentido demais os mesmos sintomas de quando ainda estava em casa, queimação,  na boca, horrível e estou tomando o  remédio.  Também fazendo o uso de antiácido, não sei se  é a sertralina, se é ansiedade, que bosta que é. 
Tenho acompanhado  a visualização do blog e me parece legal. Também  dos vídeos.  O blog já passou   de 43mil desde que  comecei, faz muito tempo coma viagem ao Peru. 10 anos já.

 Às vezes fico em dúvida do que escrevo, se  tem mais cara de Blog ou de livro, talvez de blog, não são muitas aventuras, é um dia a dia diferente do que estou acostumada.
Por 2O anos direto eu  trabalhava na faculdade  dando aulas e  esse tipo de trabalho que tô fazendo aqui era  só em casa. E quando a casa é nossa tendemos a  deixar para depois, e nunca  fazemos muito bem feito. Aqui eu tô usando esse tipo de trabalho de limpar e  organizar a casa como uma espécie de meditação.
Ali  dobrando,  arrumando eu desligo e também reflito sobre muita coisa. Procuro também dar um  toque de beleza.  Enfeito, ponho flores, pinto,  dobro tudo bem dobrado, arrumei o armário de roupa todo por cores, principalmente as roupas de frio . Na verdade só essas pois eles separam  para deixar no armário apenas a roupa da estação.  Não são como nós, que usamos tudo o tempo todo.    Margaret tem pouca roupa, tudo na  maioria azul marinho, mais inglesa impossível, não tem vestidos e não tem   o monte de  coisas que eu tenho, bolsas, sapatos, lenços, bijouterias,  acho que ela não tem nada disso . Será a  vida mais simples assim? ou apenas menos bela?  Creio  que a vaidade é importante, não em excesso, mais  valoriza.
A idade é cruel com as mulheres nesse campo, embora eu não veja aqui  a mesma cobrança que temos no Rio de Janeiro.
Estou numa cidade do interior, e  de fato não vi muita gente, não vi muitos  adultos  jovens como eu,  esqueço que tenho 50, e me coloco nos 30 anos. Não vi,  muita gente  bem mais idosa. Eu não me sinto com a idade que tenho,  não consigo, e não sei se tenho também que conseguir.  A pele muda,  o cabelo vai perdendo a cor,  o viço é  outro assim como a força muscular e a facilidade para emagrecer.  Cansam  mais  determinadas atividades, já é possível se  detectar  o nosso limite. Antes eu não tinha ideia do cansaço, acordava às  6 e trabalha às  vezes  até às 23 h, tinha dia que ficava na Barra  internada  dia todo e noite e dia seguinte de novo, e ainda cuidava de casa e  lia e escrevia.
Quando  chegava o fim do ano  estava um caco. Esse ano tudo diferente, tudo completamente diverso, nem  melhor , nem pior, diverso, com outros  objetivos para  refletir.
Desisti de passar meu  aniversário em Paris, aff!!,que  besta!!!,   vou para Bourdeax  e depois logo para a outra casa. Passarei pela cidade luz no fim de outubro, logo o evento em que eu ia apresentar minha pesquisa não vai rolar.  E vamos lá, amanhã o dia será longo, oxalá tudo correrá bem. 
     

           

domingo, 22 de setembro de 2019

Eu em Peyrusse Le Roc



Não gosto de selfie, mas tem hora que não tem jeito!!!

Especialidade, Médio Evo




Peyrusse-le-Roc 

Peyrusse-le-Roc        A cidade de Peyrusse era a capital do maior distrito financeiro de Rouergue (106 paróquias) e abrigava em seus muros 187 homens de armas e 4 cavaleiros, tinha até 40 famílias nobres, incluindo a família de Peyrusse, Medicys. , a família Cornely, a Besse, mas também seis cartórios, um cambista e muitas fábricas.
Peyrusse aproveitou suas minas de prata exploradas desde a antiguidade: sete poços estão listados no território atual da cidade. O comércio da cidade era importante: várias feiras e dois mercados semanais.
Em 11 de fevereiro de 1369, Carlos V concedeu uma carta de privilégios à comuna e assinou entre os cônsules da cidade e o conde de Rodez em nome do duque de Anjou e do rei.
A cidade estava deserta durante o xviii ª  século e foi entregue às empresas de demolição no xix th  século e início do xx °  século. Uma consciência coletiva surgiu a partir de 1956, para salvar os restos dessa herança. O prefeito Louis Cassan-Louis, o professor de Azais, o secretário Joulie, Maurice Vernhes, Herve, Hubert, Revel, Gibergues e a guarda rural Delmoly foram os pioneiros, juntamente com outros; que é quando nós redescoberto um mausoléu da xiv ª  século localmente chamado do Rei Tomb.
Hoje, o site é um resort e destino turístico.
   
Resultado de imagem para Peyrusse-le-Roc22 de setembro,último domingo por aqui.
Como prometido, o vento parou e choveu bem hoje a tarde, mas já parou e o céu abriu  e  amanhã teremos  sol. Ainda bem,  pois  quero curtir ao máximo a quentura do verão.
Hoje fui com Yves a mais uma Vila  Medieval para minha coleção. Nesta, fiz uma trilha pauleira, subi no alto dessa torre da foto passando por uma escadinha de ferro e depois  trilha  pela montanha. A vila é uma  belezinha, bem pequena e agradável. Chegamos bem cedo nós  dois e Toffifix. Andamos pela vila e  depois na hora da trilha fui indo e ele levou Toff para a Van. Ele é ancião, já disse, não consegue andar muito  e teve a mesma coisa que a Grécia  cachorra lá de casa. Entretanto,  o cachorrinho tá bem pesado. Também  é o tempo todo  o bicho comendo aquelas comidas  de latinha e mais biscoito e tudo de gostoso, queijo ele adora, pasta também.  Eu digo que ele só quer comer delícias e  passear de Van. É só pegar a chave da Van que ele levanta todo alegre.
Mas na trilha passamos por vários prédios em ruína da cidade antiga, a igreja era enorme. Explico, tem a cidade atual e abaixo dela a antiga  vila encrustada no morro e na beira do rio; com uma ruína enorme de igreja, um hospital dos ingleses, de 3 andares e outras coisas, ou seja,   era uma super vila  que no seculo XVIII por estar vazia  foi entregue para demolição, somente em 1956, é que  brotou a consciência  de  resgatá-la.
Essa história é muito interessante, pois antes da data do abandono, como talvez  esteja acontecendo com muitas, ela era  enorme com muitos moradores .

Esse processo  de preservação,  podemos dizer que é algo, de certa forma, recente em todo mundo. Alguns lugares despertaram mais cedo, outros mais tarde. Sem dúvidas, que tem diferença de lugar para lugar. Aqui essas vilas medievais são de fato bem pequenas e não tem mais condições de abrigar  muita gente e um dado importante a população europeia vem decaindo,  diferente  dos países em desenvolvimento que só crescem e  as cidades pequenas vão inchando e se transformando, todavia sem a consciência de preservação do passado. As poucas que  mantiveram  a estrutura são hoje  cidades turísticas e  isso aconteceu porque ficaram isoladas durante um tempo, perderam sua atividade primordial e agora  acenderam para o turismo é o caso de Parati e Tiradentes. Mas  os problemas começam a surgir no entorno delas.

Mas não é só isso, o sentimento de preservação é algo que tem que ser introjetado nas pessoas,  caso contrário jamais existirá, isso porque o novo seduz,  o novo dá menos trabalho  e o novo não tem um compromisso com uma memória que pode ser deixada de lado. Porém se não cultivamos esse passado, não temos  chance de um futuro melhor,  somente a  memória pode nos dar a capacidade de  reflexão, erros e acertos para continuar.
 Sei que a  sociedade do consumo não gosta muito disso,   já que prega,obviamente, o consumo, para que apostar no velho, no concerto das coisas, se pode comprar uma  nova. Mas aí é que está a questão, todas as coisas tem história e essa só nasce a partir da sua própria existência.

Subi no alto na torre, e de lá se via todo o vale, era um ponto de observação e proteção  para a cidade.
 A paisagem tá se modificando, são verdadeiros tapetes de  folhas em todos os lugares.
Saímos da  vila,    e viemos para casa, pedi a Yves para parar numa pastisserie e eu comprei um pão bem gostoso. Ao chegar fiz a salada para o almoço, que foi melão orange com presunto, salada de  tomate com cebola roxa e passas , pão, queijo e de  sobremesa chá com bolo inglês,  não da para fazer dieta. Agora a noite teve capelete com  abobrinha recheada de  ovo e  maionese com mostarda.
A história da maionese foi engraçada, ontem Yves inventou de  fazer uma maionese, tô vendo ele na cozinha,  com um monte de vasilhas, uma batedeira e colocando de pouquinho em pouquinho a gema do ovo e azeite, mas  apesar de  não ficar  com gosto ruim , não era maionese. Aí hoje ele olhou na internet e acrescentou a mostarda, quando entrei na cozinha agora de noite  ele veio me mostrar o resultado. Deu certo,  cozinhou a abobrinha amarela e ligou para irmã,  para perguntar sobre como fazer.  Tudo no  capricho, mas faz  uma sujeira que só.  Quando tirou a batedeira do ovo,espirou ovo e óleo para todo lado. Toffifix que gostou pois saiu lambendo, isso ele me disse. Amanhã vou ter que passar pano na cozinha toda.
Hoje só passeei, a tarde dormi e  li, estava sem internet.  Bom que pelo menos adiantei minha leitura que acaba nunca acontecendo, to lendo  A aventura das línguas , muito legal  pois explica sobre todas as línguas indo europeias e outras que  não são desse tronco.  Segundo o autor as primeiras línguas tiveram sua base  no sânscrito a mais perfeita delas e depois a influência do latim.

Comprei minha passagem para Bordeux, dei mole e paguei mais caro 5 euros. Sacanagem.
Hoje também falei com Monique pelo telefone, irmã de Yves, que é uma gracinha.
Alice me  mandou vídeo, da jaboticabeira da  fazenda cheia de jaboticaba e  o tomateiro que plantei com tomatões, incrível, em menos de um mês e a natureza da seus frutos. 
Eu aqui  tô separando sementes para levar, de framboesa, vagem, avelã, tomatinho, já devo ter dito isso, vou acabar ficando repetitiva.
 Uma coisa  não tá  boa, voltei a sentir  a queimação na boca. Um saco.     
       
 
 

     














sábado, 21 de setembro de 2019

Dia de folga e preguiça


21 de setembro. Quase primavera no Brasil e outono aqui. Desde ontem um vento que não pára, muito forte e  o barulho é constante parece até o mar. Engraçado, pois não estou acostumada com vento em floresta, e o barulho é muito semelhante ao do mar batendo sem parar.
 As folhas começam a cair e  é muita folha, tem árvore que fica completamente pelada, o ciclo de cada folha verde é ficar amarela e depois meio marrom até virar de  novo  adubo para outras plantas. Aqui, tudo que é vivo vai para compostagem e tem 4 espaços para isso em níveis diversos de putrefação,  ou seja, no processo de  decomposição. Nada se  perde, tudo se  transforma se não me não me engano disse Lavosier. Creio que essa é grande importância de  pensarmos a sustentabilidade. Sem excesso de embalagem, sem excesso de plásticos e outras coisas que nossa sociedade produziu.
O movimento bio  tá crescendo, só espero que não seja apenas um modismo e que as pessoas realmente parem de produzir lixo. Essa cultura vejo  aqui nessa casa  que estou e  é bem presente. Eles reaproveitam tudo. Os sacos de papel são guardados e reusados  sempre,  embalagem de plástico também, vidros  todos  são reutilizados para as  geleias que são feitas com as frutas do verão para se comer no inverno. A framboesa é a que mais produz, impressionante, duas carreira da planta produz por dia  pelo menos  duas  caixinhas maiores que aquelas de morango que vende no Brasil, também tomates, um pezinho de nada produz por dia uma caixinha ou mais, também a vagem macarrão uma única carreira produz tanto que tem que ser colhido todo dia.
Não tem chovido, desde que cheguei dia 28 de agosto     só choveu um dia. Yves me disse que  quando o vento parar vai chover. Só espero que não esfrie muito.
 Acordei hoje depois da hora e  como não tinha nada planejado, ou tinha, ía a Vila, mas fiquei com preguiça, com o vento a volta seria de matar, 11 km de bike subindo eu ficaria morta. Então fiquei, colhi tomate e  framboesa, antes molhei as plantas,depois fui fazer meus  vídeos, fiz 4  e postei, Depois do almoço vim para meu chatô,  dormi e li. Li em inglês  Asterix e Obelix, mas sinto que meus aprendizado tá paralisado. Também terminei de assistir o filme Alan Kardec que tinha começado ontem, às 17 horas saí para caminhar por uma hora. Voltei fui tomar meu banho e 7 horas o sino tocou, Yves fez o jantar e fui comer. Fez porco assado, uns bifes e  abobrinha recheada e vagem. Entretanto tava bem apimentado, mas gostoso. Oh povo pra gostar de  pimenta. Tomamos vinho e depois Yogurt de baunilha para  adoçar a boca.
Sinto que já engordei, que M, tanto para perder e menos de um mês para ganhar.

No jantar perguntei ao Yves se conhecia Kardec, disse que não, aí conversamos sobre religião e concordamos que qualquer  fundamentalismo é  ruim, que o importante é o respeito a todas as religiões e credos. Como eu, ele gosta do Budismo que eu não considero religião mas uma filosofia de  vida, uma forma de estar presente em tudo que se faz, de não cultivar maus pensamentos, de ter pensamentos positivos sempre, pois se somos energia essa pode ser transformada se transformamos nossas vibrações. Seja lá a religião que  for, o que importa é fazer o bem, amar ao próximo e a si mesmo, ser pacífico, desejar ao outro o mesmo que deseja para si mesmo, tratar todos igualmente.
Tanta  coisa que se  pode fazer, tanta coisa que é preciso fazer e transformar. Transformar-se o tempo todo quando vemos que  deve partir de nós a atitude de mudar.
Cristalizar-se jamais, não nascemos para isso. Não é porque não aprendeu, que vai viver a vida toda sem fazer,   essa é  a mudança que precisamos, que o planeta precisa, que as relações precisam, que a sociedade precisa.
 Fulano , ciclano,  beltrano, não fazem seu dever de casa porque não aprenderam,  desculpas, nunca é tarde para mudarmos o comportamento, seja ele qual for, alimentar, amoroso, briguento, doméstico, todos, pois tudo é passível de mudança.
Consumir menos, não consumir por consumir.  Difícil numa sociedade que prega o tempo todo que todos devem consumir muito para ter produção e  emprego. Só que a coisa não é bem assim, não,  não é. Pode-se  consumir muito e o emprego não vem, a equação não é essa. Qual será pergunto-me?


Tudo isso faz parte da angústia do viver, além de tantas outras, não, viver não é simples, nem fácil, ainda mais quando pensamos tanto. Mas ainda  bem, pois posso escrever  e elaborar, sinal que estou fora da engrenagem mecânica que só produz, ou tudo é minha ilusão. Não sei, o sistema é por demais perverso. Quem sabe. Lembrei da série da Black Mirrow. Alucinada e dá uma cutucada na gente.
Problemas que hoje são globais e não mais locais, mas que lá repercutem.
Não sei porque  comecei a falar  tudo isso.  Não quero falar de política pelas vias  mais próximas, pois tudo é política, tudo é  e faz parte da vida na polis.  Nem quero falar do eu, já que disso to sempre na espreita.
Certos sentimentos precisam de tempo para elaboração. Olhar  e ver  é atividade complexa que só. E para poucos, normalmente estamos  muito bem escondidos de  nós mesmos, mais que de tudo.

Ultrapassar a  barreira de nosso eu interior e nos mostrarmos de verdade para nós mesmos, não é coisa muito simples.
Tenho dentro de mim dois seres, um que  fala para o outro, um mais racional que chama atenção o tempo todo, o outro uma coisa inexplicável,  que não consigo entender com meu lado racional;
 Não sei qual dos dois as pessoas vêem mais. Lógico que isso depende de quem olha e sinto  muitas vezes que a leitura que o outro faz de nós é tremendamente equivocada.
Isso porque quando o outro nos lê, dá sentido, interpreta o que falamos, como agimos etc, o outro tem por base o referencial dele, o que ele viveu, e  não o que ele tá vendo,por isso as coisas são tão complicadas, simplesmente porque as pessoas não vêem as outras como elas verdadeiramente são, mas a partir de si mesmo. Isso não quer dizer que sentem empatia,  compaixão, se colocam no lugar do outro, não, não é isso. Se  fosse  seria bom,  a dificuldade está justamente em  as  pessoas não conseguirem se colocar no lugar de quem elas observam. Infelizmente.

Daí tanta distorção, tanto mal entendido, tanta dor e tanto rancor. E muitos guardam isso pela vida, reverberam  isso que vai os tornando seres doentes, pois sua luz vai se extinguindo.
Sei lá  eu o  motivo de tanta  fala.
Aqui no meu chatô,  tá quentinho, depois vou para um mosteiro,  que virou  B&B, só espero que o abrigo do workaway não seja uma verdeira cela monástica fria. Do frio é  o que tenho medo. Frio dá sensação de abandono, de fora do útero, de vazio.  Só de pensar já dói. lembrei-me que terei que comprar  um pijama. O meu durmo agora, imagina no inverno, não  dá nem para botar o braço fora da coberta. Durmo hoje de pijama, meia, um lençol e dois cobertores.  De manhã antes do amanhecer é o momento mais frio.