Uma nova viagem se inicia, dessa vez sem que o roteiro esteja rigorosamente definido, sem estar acompanhada, é como da primeira vez, à vontade dos ventos.
sábado, 16 de novembro de 2019
Até breve Paros parte 1
16 novembro, arrumei tudo no hotel e saí para a última rodada antes de ir. Entrei em todas as lojinhas abertas , a meninaonde comprei minha lembrança da ilha me reconheceu, falou comigo me chamou para sentar do lado dela em frente à loja,mas eu estava criando memórias dos espaços não dava para sentar. FUI. Rodei de 9:30 às 11:30 recapitulando lugares e ruas, vielas que parecen iguais. Entrei numa loja bonita hoje aberta, kalimera, a mulher muito simpática começa a falar comigo em grego, falo que não sou grega,ela diz vc chegou falando kalimera e suas feições são gregas, seu tipo é como daqui. Perguntei sério? Ela disse que sim, fiquei surpresa e falei a ela minha história, e disse que ano que vem venho com a familia para vender aquimeus anéis. Ela muito simpatica disse vem.
Minha conclusão todos nós humanos nos parecemos em algum momento da vida, e conforme nosso estado de espirito mais ou menos com os lugares. Já fui confundida com egpciana, paquistanesa,peruana, nunca falam brasileira. Talvez porque não termos um rosto expressivo que nos mostre e somos plurais diversos nas formas. Como dizia Darcy Ribeiro a mistura ,o moreno, um grupo diferente.
Digo isso tudo, pelo episódio de hoje e percebo bem que quando encontro grupos de paquistaneses sempre me olham como se eu fosse de lá e estivesse descumprindo as regras. Aqui na Grécia, principalmente em Athenas eles são muitos, perto do hotelque fiquei , cheguei a ficar incomodada com.os olhares,voltando na segunda,já mudei de hotel,mais perto da acrópole.
As novas memórias se confundem com as velhas que talvez habitem meu inconsciente, nos genes . Dizem que sim,talvez. Andei tão tranquila por aqui em todas as ruas, como se já conhecesse tudo. Muitos kalimera, do Porto ao museu, novo amigo, parecia em casa, como na ilha Grande. O clima de ilha é igual. A hora do barco chegar, o povo a espera. As senhores na igreja e todo dia depois da "missa" saem com um docinho. Será assim em todo lugar. Amanhã vou tentar ir a uma missa para ver. Também quero brinde do céu, benzido pelo patriarca.
Outra memória que vai ficar é a dos gatos. Meu Deus, tem gato demais, tanto aqui quanto em Athenas. Tanto que já vou arrumar um para deixar na fazenda. Jáque O cachorro não ficou que fique um gato cuidando da casa.
Esse da foto toma banho em público e para onde você olha tem um te observando e vem miando atrás de você, pelo menos de mim. Cada um grande e de todas as cores.
Ontem quando menos esperava Vassilis apareceu no meu hotel, antes disse que mandaria email, mas não,foi logo lá. Todo mundo o conhece. Aí queria levar vinho para tomar lá com alguma comida. Cortei logo, vamos aum café ja que seu tempo é pequeno cono tinha me dito.
Então de carro fomos um café e lá conversamos o tempo antes dele ir para casa. Sua esposa estava esperando e os filhos também 2 filhos. Combinamos dele pesquisar e me escrever. Uma boa pessoa, moraem Pounda,um lugar mais interior da ilha 3 km daqui, ou seja, muito perto para os nossos padrões de espaço. Mora numa área rural que o pai lhe deixou pois gosta de jardins e bichos. Muito simpático,depois do café me deixou no hotel.
Eu e Vassilis
sexta-feira, 15 de novembro de 2019
Os filósofos e o semideus
Dia 15 novembro
Último dia em Paros, amanhã vou para Naxos às 13:40h, meio do dia, num outro barco local, 5 euros a menos e mesmo tempo de viagem.
Tentei escrever mas às 9 já tô morta de sono.
Minha proposta hoje é ir nas montanhas, uma nova vila, optei por essa, para ver a diferença se é que tem.
Pelo jeito tudo é muito parecido por aqui, pequenos vilarejos onde a atração é a Praia e essa beleza local, de fato não precisa mais. Alta temporada é diferente deve ter todo povo na rua e na balada, como a Ilha Grande mesmo. Agora tudo fechado. É interessante, porque se vive agora com o que se trabalhou no verão de abril a outubro. O resto dos meses se iberna.
Bom também pois não se tem todo custo com funcionário e as contas de luz reduzem. Acho que no Brasil da para fazer isso. Tem vezes que a pousada fica às moscas e tem que se pagar funcionários e tudo mais.
Poderia fazer uma prática de feriados, e fins de semana por exemplo dando conta de gerenciar o livro de reservas. Meu irmão tinha que ver isso.
Sinto-me bem aqui, mas sozinha é tudo diverso, minha ansiedade não me faz parar, que droga. Preciso aprender a contemplar mais, já falei isso. Mas agora indo para o fim tô elétrica mesmo com toda a calma que há por aqui.
Aqui o povo senta num cafévai conversando cedo a vida passar devagar. O mundo já está descoberto, para que preocupação.
Último dia em Paros, amanhã vou para Naxos às 13:40h, meio do dia, num outro barco local, 5 euros a menos e mesmo tempo de viagem.
Tentei escrever mas às 9 já tô morta de sono.
Minha proposta hoje é ir nas montanhas, uma nova vila, optei por essa, para ver a diferença se é que tem.
Pelo jeito tudo é muito parecido por aqui, pequenos vilarejos onde a atração é a Praia e essa beleza local, de fato não precisa mais. Alta temporada é diferente deve ter todo povo na rua e na balada, como a Ilha Grande mesmo. Agora tudo fechado. É interessante, porque se vive agora com o que se trabalhou no verão de abril a outubro. O resto dos meses se iberna.
Bom também pois não se tem todo custo com funcionário e as contas de luz reduzem. Acho que no Brasil da para fazer isso. Tem vezes que a pousada fica às moscas e tem que se pagar funcionários e tudo mais.
Poderia fazer uma prática de feriados, e fins de semana por exemplo dando conta de gerenciar o livro de reservas. Meu irmão tinha que ver isso.
Sinto-me bem aqui, mas sozinha é tudo diverso, minha ansiedade não me faz parar, que droga. Preciso aprender a contemplar mais, já falei isso. Mas agora indo para o fim tô elétrica mesmo com toda a calma que há por aqui.
Aqui o povo senta num cafévai conversando cedo a vida passar devagar. O mundo já está descoberto, para que preocupação.
Mas sei que isso tem a ver com o interior de cada um. Trabalhei tanto nos últimos tempos e mesmo aqui que parar e ficar ao sol não dá para muito tempo.
A beleza extasia, na cidade da montanha a arquitetura é a mesma e lá em cima se vê o mar
Saí vestida de bandeira da Grécia hoje, encontrei as meninas da escola no alto da igreja de kasto, o mesmo nome da cidadela do caminho. As meninas todas de 12 anos, estavam em horário vago na escola, peço para fazerem minha foto de corpo inteiro, tô cansada de self. Elas fizeram e continuamos a conversar. Depois Me adicionaram no Instagran.
Saí vestida de bandeira da Grécia hoje, encontrei as meninas da escola no alto da igreja de kasto, o mesmo nome da cidadela do caminho. As meninas todas de 12 anos, estavam em horário vago na escola, peço para fazerem minha foto de corpo inteiro, tô cansada de self. Elas fizeram e continuamos a conversar. Depois Me adicionaram no Instagran.
Muito gostoso.Algumas mais tímidas, lembraram eu e Lu quando conhecemos Nicolas Kouluris,nosso amigo grego que nunca mais deu News.
Deixei as meninas e peguei o ônibus para a montanha. Uma vila pacata que também hoje não tinha gente. Só consegui ver pessoas numa praça onde tem uns cafés e padaria e uma lojinha. Entrei na padaria com jeito de boulangerie, escolhi duas coisinhas, passavam de 10 horas uma coisa parecia uma esfira aberta mas patamimnem era doce, nem salgado e o outro tipo um biscoito de amêndoa que tinha na Itália , pouco doce, como os dois, aí depois de ver tudo peguei o ônibus e voltei, chegando tomei o circular de graça que sobe até a prefeitura e passa na rua de trás. Aproveitei e parei no Museu pois Vassilis tinha mandado email pedindo para eu ir às 11.
Cheguei lá e ele me mostrou o tanto de ligações que fez para Creta etc, tentando achar meu avô, sem muito sucesso. Já que ele achou o nome mas de Constantinoe não Jorge. Na hora ele teve que sair para fotografar uma igreja que tá sendo restaurada e eles descobriram uns escritos pré período bizantino.
Por falar nisso, tem muita igreja,assim como em Minas tem aquelas micro capelinha, aqui também tem.
As mulheres talvez já viúvas vestem preto e cabo a rabo. Algumas como uma do meu lado no ônibus se benzia toda vez que via uma. Tem muito velho e também bastante criança, que ficam soltas, andando de skate na praça indo para escola sozinhas. Afinal é um vilarejo.Muita adolescente também.
Depois de ir com VASSILIS a igreja, fomos na linda vista para ele me explicar o que ia fazer. Chamei para um café, mas não podia pela hora do trabalho e mas tarde deve ter algum impedimento. Ficou deme dizet se podia as 18 horas por email , não tem smartphone fine, nem dar zap, nem email pessoal. Ou seja desconectado.
Acho que tá preocupado pois deve ser casado. Agradeci a atenção e esforço dispensado na procura dos registros. FUI.
RODEI ainda agora com lojas abertas, mas não tem quase nada e o que tem é muito caro. FUI almoçar e depois voltei a boulangerie aqui de Parikia e gulosa comprei 3 docinhos daqueles com Mel, formato arabe. Jesus cristo. Preciso de controle. Muito bom os doces.
Tenho tantas impressões que fica difícil de refletir sobre elas. Talvez precise distanciar para ver.
Saí andando pela praia descalça, a água não é fria, a do chuveiri ê mais, fui até o final, encontrei um semideus pegando o resto do sol do dia. Enfim fechando Paros com um lindo por de sol de colocar inveja a qualquer lugar do mundo. Fico pensando nos filósofos,com isso tudo aqui e mais um tanto, realmente é para parar e pensar o que é e o que significa existir? para onde? para que? por que ?
quinta-feira, 14 de novembro de 2019
O sol saiu, e o céu está azul
Dia 14, quero o tempo devagar para demorar a sair daqui, quero voltar, meus olhos se enchem da beleza local agora sem o vento da água as pedras ficaram lavadas, o branco das casas parece ainda mais branco dentro desse céu azul
Vim andando do hotel até o Centro , não ê longe como da praia do canto até a igreja na ilha grande ,ou menos. Nesse trajeto fotografei os barcos e o grupo de homens remenddndi sua rede. Kalimera, me olham estranhando uma turista nessa época.
Tô sentada em frente ao museu do lado de uma escola. Barulheira de crianças, aguardo Vassilis que pediu para eu esperar que vai comigo aguardo e ele vem me trazer uma almofada para por sobre o mármore gelado, pois pediu mais 20 minutos .Rodei já por todo canto, os turísticos e os não turísticos. Tem muito velho sentado tomando café, muitas mulheres que saem da igreja comendo um pão ou bolo , muitas vestem preto completamente, algumas cobrem os cabelos.
Ontem a chuva foi demais,molhou toda minha roupa,que espero que seque.Visto short com meia, pois de raiva vou vestir tudo que trouxe. Carmem me escreveu de Edimburgo perguntando onde eu estava e não paro de receber convites por todo lado. Outros que também querem ir para o Brasil.
Ainda ontem quando estava indo em direção ao hotel um senhor no carro escrito o nome do hotel me ofereceu a carona, estaca me esperando no caminho, pois sabia que eu passaria ali, foi ótimo.
Aqui não tem tantas lojas de coisinhas como em athenas,e com o eu esperava souvenir é caro,afinal é uma ilha, entretanto cada esquina que viro me encanto com a beleza, também não vejo imigrantes como em Athenas e Paris. Em Atenas me surpreendi com a quantidade de paquistaneses, é o que me parecem. Muitos principalmente perto do hotel que fiquei que é uma transversal a uma rua de muitos hotéis perto de Omonia. Quando voltar já reservei outro, que me pareceu o que fiquei com meus país em 2003, mais perto do metrô acrópole.
Dois alunos fugindo pela grade rompida da escola.
Depois mais dois, meninos e meninas, muito bonitos.
O sol tá esquentando, a tarde vou a Noussa, de ônibus uma praia do outro lado da ilha.
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Encontrando Paros
Museu de arqueologia, pago entrada falo que meu avô era de Paros, mostro a foto dos documentos, ficam encantados 2 homens Vassialis e Dimitris, Vassilis fala para eu ir amanhã as 10 h, que vai descobrir minha famiia. O avô dele nasceu em 1904, ou seja, as famílias já estavam aqui e certamente se conheciam, pois se não é grande hoje imagino em 1902. Embora meu avô tenha saído daqui nessa época.
Percorro as ruas numa só alegria, tudo tão lindo, que nem a torrencial chuva me impede. As pernas da calça completamente molhada na barra, frio não está,uso apenas uma blusinha de manguinha por baixo do meu casaco azul como das cúpulas das igrejas.
Sinto-me em casa , quero vir morar aqui no verão, ou depois dele, essa época, tudo vazio. Poucas lojas abertas, sem frio mas com a vida local. São muitas ruelas caiadas com suas flores.Certamente com o sol e o céu azul deve ficar mais lindo. Saí do museu e fui em direcção ao porto, mas não consegui pois o vento forte me empurrava, bom sinal, pois pode espantar a chuva e trazer de novo o sol.
Entro no primeiro restaurante que vejo. Povo da terra , não é beira mar. Olho dentro e tem um belo grego jovem e mais umas pessoas na grelha e as comidas sendo prontas,peço uma salada grega e um kebab, vem a salada da foto, depois um sanduíche de pão pita com a carne, tipo uma kafta dentro com molho, batata frita.
Olho acho gigante ,mas como inteiro. Terei que dar mais mil voltas na cidade para gastar. MAS a noite será só iogurte.
O VENTO continua, esfria um pouco,mas a chuva parou. Pelo menos não vai quebrar o guarda chuva da Maria,dona do que b& b. Na verdade é um hotel, dentro do meu quarto tem um kit daqueles com geladeira, fogão e pia. Comprarei coisas para o café da manhã e o jantar.
Vi as passagens para sair da ilha.
Maria me falou o que conhecer e disse que tem ônibus para todos os lados do lado do Porto. Também disse que dá para ir de bike.
Senti uma emoção quando aqui aportei. Quero muito trazer minha mãe, meu pai e quem sabe minhas tias. Não é difícil vir.
O grego é muito simpático e hospitalidade é marca do passado, que tentam conservar.
Turista quase não temnessa época, muitas lojas já fecharam e só reabrem em abril.
Ainda sentada no restaurante, me preparo para o ventio ,que também veio me dar boas vindas.
Saio andando pelas ruas do meio, entro na rua da praia, um supermercado, eu entro compro leite, café, yogurte, geleia, torradas e manteiga. Garanto meu café da manhã. O quarto é agradável e bem limpo, quentinho. Paro um pouco e troco a calça por uma leu, para não mais ficar molhada, descanso um pouco. Me levantei muito cedo, o vento sopra lá fora com.muita força. Tem um que de ilha Grande isso aqui. Agora entendo meu avô parar lá e ficar.
terça-feira, 12 de novembro de 2019
Atenas mais um dia
Acordei cedo, mas não saí, fui encontrar Eliseu, e passava de 10 quando fomos andando até Sintagma para pegar o tain e ir até a Praia. Rodamos, dos anos comprei meu tickete para Paros e entao conseguimos achar , mas o bonde , vlt, não chegava onde íamos pegar acabamos pegando ônibus até o final Voulos seguindo pela praia. Bela imagem como uma zona sul do Rio. Prédios bonitos ruas bonitas bem diferente de alguns pontos do centro. Ficamos contemplando o mar com pé nas pedrinhas tão coloridas que resolvi colocar muitas na minha garrafa d'água.
Depois andamos,andamos toda a cidade, por todos os cantos. Descobrimos hoje cantos bem mais requintados e bonitos. Ruas com grandes magazines, e as mesmas lojas de toda Europa. Não só as de souveniers. Lojas onde o povo compra. Aqui também tem muita loja de baixo custo. Parecem coleções antigas de outras lojas que vem para essas lojas com preços indescritíveis.
Também artigos de maquiagem, shampoo etc são bem baratos, já vi que vou fazer a festa. Qdo voltar das ilhas.
Um mosquito me mordeu e por ironia meu antialérgico eu dei para Movita. Tive que comprar outro.
Que saco essa alergia mosquito europeu. Ninguém merece.
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
Cheguei me sentindo muito bem
Se tem algo que devemos sempre agradecer é a vontade dos Deuses, eles podem até ser cruéis vez por outra mas agem de forma a que as linhas tortas se transformem em coisas muito legais quando sabemos ver.
Cheguei a Athenas depois de todo o processo de esquecimento do que foi a deportação. Sejamos como os gregos dramáticos, pois foi isso que aconteceu. Decidi que viria e vim. Receosa com aeroporto mas tudo bem. Nem bem dormi a noite e já tive que levantar num voo cedo pra burro. Faz parte. Taxi em Paris e vamos lá. Ótimo vôo e chegamos. Na hora de saltar começa uma música da Vanessa da Mata, "é só isso ,não tem mais jeito acabou, boa sorte", fiquei tão alegre com o bom agouro e descobri que atrás de mim um menino brasileiro,Elias, que veio fotografar , de férias para suas páginas de Instagram. Contou-me sua história e ficamos amigos, viemos juntos para o centro, e nossos hotéis são quase do lado. Ou seja fechou, andamos juntos todo resto do dia, fomos a acrópole,almoçamos juntos.
Ótima companhia que adorou a Grécia e se encanta com a beleza dos homens gregos. Legal curtir junto com alguém falando a mesma língua. salada gregamoussaka
Depois da barriga muito cheia subimos a acrópole.
domingo, 10 de novembro de 2019
Todos os caminhos passam por Paris
Domingo 10 de novembro
De novo no trem rumo a Paris meu Porto de chegada e partida da aventura.
Trem interessante, caro, não entendo por que o trem se tornou tão caro sendo um meio de transporte mais limpo que o ônibus. Antes se andava tudo de trem,agora os preços ficaram impraticáveis e alguns ainda tem limite de bagagem.
Chove e faz frio,4 , 5 graus, só dentro de algum lugar para ficar bem. Realmente o frio excessivo não é minha praia.
De novo no trem rumo a Paris meu Porto de chegada e partida da aventura.
Trem interessante, caro, não entendo por que o trem se tornou tão caro sendo um meio de transporte mais limpo que o ônibus. Antes se andava tudo de trem,agora os preços ficaram impraticáveis e alguns ainda tem limite de bagagem.
Chove e faz frio,4 , 5 graus, só dentro de algum lugar para ficar bem. Realmente o frio excessivo não é minha praia.
Chego em Paris às 13h venho para casa da Amélia, Movita me espera para almoçar. Fico a tarde toda no computador e são quase 10 e ninguém chega. Preciso imprimir o tickete e marcar um uber. Vôo complicado as 6.35 da manhã, sem transporte público.
Estou com tanto sono que nem ver filme consigo. Andei com Linu um pouco e parece que ele tem fome, daqui a pouco elas chegam.
sexta-feira, 8 de novembro de 2019
O mais importante é a sobremesa
Jean Lu, vizinho convidou-nos para jantar em sua casa. Por várias vezes ele veio aqui tomar um aperitivo e conversamos e sempre tentamos em 3 línguas nos entender e criamos a máxima, "ce la meme choise" grafo como falo, isso porque ficamos a descobrir as mesmas palavras que São vomuns no inglês, francês e português, e são muitas e nos divertimos assim.
Ele também é artista, sua Maison é do lado tem andares e no primeiro é sala misturada com galeria. Muito organizada. Muito legal , depois vou tirar foto, também ele garimpa objetos no Emaus. Muitos objetos divertidos e ressignificados.
No jantar ele fez uma carne de porco na panela, cozida com cenoura molho e castanha,a marron, como chamam, muito gostoso, pré teve um tira gosto, azeitona, tomate, uma salada de alface, vinho, e depois queijo e a sobremesa, o gatÔ, le gatô, grafo fonéticamente para eles o mais importante, pois que é o que vai ser lembrado. Aprendi isso com Movita. A última lembrança do jantar, a sobremesa.
Sem dúvida há uma razão para isso é pretendo praticar.
As pessoas se derretem com o doce final e ele permanece na nossa memória,forever.
Recordo de um doce que como aquiuma vez, num castelo com Amélia de morango, maravilhoso, o bolo inglês do passeio ao jardim, a sobremesa do dia do restaurante com Movita, divina. Aquele restaurante beneficente, onde pratos e serviços são todos de peças diferentes.
Vou fazer uma campanha, doe um prato diferente ao restaurante da fazenda.
E o jantar transcorreu,ao fim brincadeiras e como sempre o giro da colher caindo para alguém responder ao que se pergunta, ou fazer o que mandam, tive que sambar, ligo eu que sambo tão mal.
Uma noite agradável, voltei tomei um banho bem quente e deitei.
Certa apreensão me invade um pouco uma sensação estranha eu estava ontema noite, hora de partir. Os lugares tem tempo, chega uma hora que se esgotam. Sei que é algo de dentro e por isso vou falar de fora. Sem lógica eu sei,mas talvez o fora ajude a entender o dentro.
Ontem a tarde voltamos a vilinha de Colete, fomos no café para Jayne mostrar suas fotos. Ela mostrou, tomou um café com creme, eu não quis, decidiu tudo e saímos, eu fui dar uma volta dela foi colocar gasolina no carro. Rodei a vila e encontrei esse bichinho perdido perto de uma casa de jardinagem.
É um filhotinho de ouriço, do mesmo que Eros colocou na boca,creio eu. Só de chegar perto os espinhos se armam. Ele estava assustado, mas eu nao tinha o que fazer. Não ia levá-lo, ou colocar a mão. Fui acompanhando seu caminho. Depois entrei na loja e comprei uma baguete.
Jayne apareceu e voltamos para casa antes da hora do jantar,com aquela sensação esquisita.
Hoje é sábado, vou tentar achar do lafo de fora algo que esteja descartado, ela me autorizou, quero uma mantegueira e um açucareiro bonitos e diferentes. Agora entendi as compras dos chilenos. Coisas para sua casa.
Copiando o cineasta
No filme do Wim Wenders tem um Cedro que inicia toda reflexão . Esta é sobre o tempo e o futuro do cinema. Mais este que aquele.
Não sei quanto tempo um Cedro demora para crescer e ficar do tamanho deste que tem aqui que da nome a rua,mas deve ser muito tempo. A vida de uma árvore dessas é muito maior que a nossa, se não cortada, duram séculos eu acho. Minha noção de botânica é nada.
Mas o que me importa é o tempo. De certa forma eu fiz uma viagem no tempo, uma viagem por espaços novos para mim, mas que já existem desde muitos séculos atrás. No entanto, essa viagem para trás no espaço vai me levando para frente para o futuro e principalmente para o presente.
Geórgia Agamben tem um texto que fala sobre a necessidade de saber e conhecer o passado para se entender o contemporâneo. Que o contemporâneo é oculto, é pouco discernivel se nãocremos a bagagem do passado.
Aqui nessa vila, no coração da vila por uma semana mergulho nesse passado que não é meu, mas que é de todos. Também não é da Jayne pois ela não é daqui. Todavia a casa que ela mora está cheia de passado de muitos que passaram por esse antigo hotel, que foram donos dos objetos antigos que ela compra.
A coleção de potes e de bules antigos que eu sugeri que colocasse alguns na sala e fui buscando e lavando e arrumando. Coisas que ela garimpa nas feiras e no Emaus. Tudo aqui vem desse universo.
E achei muito legal. Diferente antigo, vintage e ao mesmo tempo ultra moderno pois segue a ideia do não desperdício, da reutilização, do não consumismo, ou seria um outro tipo de consumismo.
Na mesa dificilmente tem elementos iguais, as combinações são muitas, e só de pensar qual foi a viagem de cada um desses objetos a gente se diverte, se perde nas possibilidades.
Tem gente que não gosta, que acha que pode ter energia negativa, tanto nos lugares quanto nos objetos, mas prefiro pensar que ao contrário disso o que se faz é preservar o planeta de tanta extração de matéria prima e de tanto lixo.
Aqui no frio de hoje o fogo já queima as energias negativas ,até a gatinha hoje se sentou a gente da lareira. Nesse momento ela toma seu banho na frente do fogo.
A vila é silêncio só. Como eu já disse falta vida aos lugares e olha que aqui tem muito mais gente que em PRESSIGNY.
Treigny, é rota para muitos outros pontos.
Mas é o tempo que parece ter estacionado na Vila. Aqui parece uma foto de Atget, despovoada, silenciosa.
Sei que agora só anoto o correr do dia, pois que somente depois, depois do tempo passado é que poderei tirar minhas conclusões .
Ontem assisti com a Jayné o filme da irmã dela , segundo ela me disse é uma das mais importantes cineastas da Grã Bretanha hoje, o irmão também é jornalista e escritor e ela,a pobre da história é fotógrafa. Ela não sabe porque eles não tem com ela um convívio . O pai surtou e se matou, a mãe cuidou dos 3 filhos. Ela tem 2 filhas. O filme fala sobre epilepsia e um fenômeno de transe coletivo. Uma sugestão coletiva.
Muito bonito , a irmã escrever e dirigiu.
Mas nas palavras de Jayne, muita sensibilidade na arte e pouca na vida.
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
Nunca sei um título de cara. Hoje é aniversário do meu paizinho já falei com ele, aqui são quase quatro,muito frio, fiquei em casa terminando com os livros e o resto e no final fiz umas mudanças na sala. Mas rolou um estresse, Jayne estava atrás de uma carta que tinha deixado sei lá onde no atelier, aí ferrou, ela estressou, deu ataque de pelada, mas é sensata, eu não vi as tais cartas, e tudo que mexi pus mesmo lugar. Ou seja, ela queria que eu desse conta de algo naquela zona. Quase me arrependi de ajudá-la. Mas depois ela entendeu. Ela deve ter pegado o troço e posto em outro lugar vai achar. Eu não joguei nada fora. Depois o cartão do médico que estava embaixo do teclado, ou jogado como tudo. Esse ela achou no lixo.
Caramba, esse povo é muito porco, compram as coisas e não lavam. Varrer casa, passar aspirador deve ser uma vez a cada ano, se for. Não arrumam cama, parece uma pessoa que conheço. E tomar banho é uma vez por semana, dito por ela mesma para mim.
Acho que fiz o que em 1o anos aqui ela não fez. Talvez só limpem o quarto do b&b, mesmo assim, acho que só trocam a roupa de cama. Nada que se pega vai para o lugar, tudo ganha um outro lugar a cada hora, impressionante, por isso acho que tem duendes pela casa, pois começo a limpar e organizar o pano some, a cera de madeira que passo some. É algo muito estranho.
Mas acho que já ajudei muito, agora vou descansar. É que como não tem nada na rua fico aqui e não consigo ficar parada.
A sala tá outra, bem mais bonita .Ela mesmo se animou e foi tirar e trocar coisas de lugar. Consegui concentrar os livros da sala nas 4 estantes que tem.
A tarde sai com ela para Perrouge, uma outra vilinha a igreja é do ano 1200 . É as casas devem ser também. Não tem nada, nenhum comércio, loja, o povo tem que sair para comprar as coisas. Enquanto Jayne falava com a dona das tais cartas de 100 anos, eu andava pela vila. Um frio enorme, foi escurecendo pois passava das 5 horas, e a luz mais linda surgia emoldurado o espaço arquitetônico.
Rodei mais de uma hora, depois sentei em frente à igreja e aguardei.
Domingo volto a Paris pela manhã, chego meio dia, para me organizar para segunda de madrugada.
O que mais farei é aproveitar ao máximo. Descubro que no final tudo da no mesmo, esteja você onde estiver .
A experiência de workaway foi para mim muito positiva , ver coisas que não tinha ideia, ser deportada como um imigrante sem visto, encontrar pessoas fabulosas, vidas tão distintas. Desenvolvi meu senso de observação sempre meio capenga.
Descansei a mente e trabalhei muito fisicamente e concentrada.
Agora é relaxar e ver o mundo com suas novas cores. Mente descansada e cheia de planos, planos que atravessam o atlântico, que vão daqui para Brasil.
Pessoas que pretendo levar e coisas que me inspiraram.
No caminho tudo acaba sendo como o destino quer. Um pouco de planejamento, de conhecimento e tudo vai se encaixando. Recebo notícias políticas do Brasil. A Liberdade é sempre boa.
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
A rotina
Recebi hoje uma mensagem do meu host da Escócia um amor, preocupado mas agora é tarde Inês é morta, antecipei em 2 meses meu retorno, mas melgor assim. Curto os ultimos dias da campanha francesa e depois sigo em frente não mais para o trabalho mas para curtir por 10 dias. Não que eu não tenha curtido. Todo tempo tudo foi muito especial para mim. Toda possibilidade de fazer o que normalmente não faço. Até comprei uma tesoura de jardim para levar.
Aqui na casa de Jayne já fiz o antes e o depois, arrumei todo atelier dela e se repate aqui o que vi nas outras casas, muita coisa e muita bagunça, limpeza vez por outra quase nunca. Teia de aranha para todo lado e o povo nem liga, poeira para todo lado e povo não tem alergia. Deve ser o frio que mata as bactérias e faz com que não se contaminem. Aqui tem tanta coisa que não tem como fazer tudo. Ela é fotógrafa vive montando cenários para fotos, acho que vive disso,Então tudo que usa tá no atelier que arrumei,muita moldura e outras coisas. Só que o atelier é também seu closed onde ela guarda suas roupas e sapatos. Comecei arrumando esses e em 2 dias terminei. Também não exagerei, segui o fluxo. Fiz também para inglês ver e mesmo assim minha mão ficou um caco. MuitA poeira e seguindo na linha,nada que se pega é colocado no lugar.
Hoje fui ao marche de manhã e a tarde no Emaus.
O mercado é numa cidadezinha bem simpática bem maior que aqui com lojas e restaurantes. Antiquários e outros. O Emaus é uma rede antiga de solidariedade,você compra e dinheiro vai para caridade.
A casa de Jayne é só garimpo.acho que nada aqui é novo. Talvez por isso a energia seja um pouco paralisada. Só o atelier que mexi já resultou em uma possibilidade de exposição hoje e de mais coisas.
Hoje também mexi nos livros da sala. Ela tem muito livro é disse queceu tudo. Muito livro de fotografia,E também literatura os bons autores. Realmente um excelente biblioteca. Nenhum brasileiro até agora, mas um exemplar do Jorge Luis Borges.
Amanhã vou mexer na sala. Falta uma estante e móveis. De fato ela não se importa que eu mexa, também não sabe onde tem nada
Sr eu ficasse aqui mais tempo arrumaria mais coisas,,mas me contratei na sala e quem sabe o corredor do 2 andar, todas as estantes.
Também tem uma coisa, ela compra muito e não dá, ou vende. Falei que se não usa, doa. Mas acho que os ingleses são diferentes. Eles acumulam,talvez os franceses sejam diversos. Quem sabe uma próxima vez.
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