quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Aff pimenta



 Tô com preguiça de  escrever mas o que aconteceu agora na hora do jantar precisa ser dito. Heis que Margaret  cozinheira de mão cheia que vive fazendo coisa boa, hoje inventou de  fazer uns pimentões vermelhos  recheados para o jantar, já disse que comida quente é só na janta.
Então toca o sino, eu corro porque já tô faminta pois o almoço é às 13 e  só como de novo no jantar, já viu.  Vem o tabuleiro com aquela coisa bonita,ela coloca 2 para cada um e  nós nos servimos com uma batata em rodelas assada.  Ela gosta de  pimenta, mas  a coisa tava que eu soltava fogo pela boca.  Vou comendo devagar, tomando água e com a batata, para aliviar,  aí o marido começa a gemer e me olha, eu olho e faço aquela cara, daqui a pouco eu engasgo  de rir, chamo atenção dele como dizendo, por favor, não me olha assim e ela na minha frente comendo  tranquilamente, eu olhando para ela, e dizendo, olha o Yves, o prato dele tava cheio,  eu concentro vou comento ele de novo não conseguia comer gemia, an,an,  não aguento nem escrever deu acesso de riso.  Gente ele  gemia a cada garfada, eu parei, engasguei de novo. Mas o que ia fazer,  pedi desculpa, botei mais batata e tome , a  água foi toda, já quase no final perguntei a ele se queria azeite, ele imediatamente viu ali uma possibilidade de abrandar a coisa e correu à cozinha e pegou o azeite e colocamos e ele com prato ainda cheio o meu quase vazio, mas o azeite deu um alívio. Depois  do jantar ele correu e pegou Yogurte de baunilha  bem doce e comemos. Que loucura que foi, eu com medo de parar e pedir para pegar água e azeite, ele me olhando com aquela cara, passava a mão na cabeça, chamava o TOFF,  Jesus a situação foi complexa.

Acho que ela quis fazer algo especial, na verdade faz todo dia, amanhã ela viaja cedo e vou lá leva-la  junto e passar no comércio e na feira. Ou seja, café  7:30. 
 Hoje fomos a uma casa na Bastide em que ela cuida da horta,  muito linda e colhemos muito tomate, tomatinho que vou fazer um contrabando de  semente para a fazenda, tô preparando, também a framboesa  que é da  família da  amora e dá muito no verão, muito doce e ainda o tomate amarelo. Fiz um   vídeo da  colheita. Coisa doméstica.   Já decidi que da 27  vou para Bordeaux  e depois antes de Poitiers não sei.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Terça feira- dia de recolher o feno e trabalhar no jardim


https://youtu.be/0n97DI70zzc  
Vídeo do dia-  A  gestação.

Como uma boa  casa inglesa tudo aqui é determinado e metodicamente mandado. Tudo em ritual . Assim cada dia tem sua função, pelo menos para o workaway tem sido.  Pois que hoje mesmo eu tendo levantado com dor no quadril e falei isso, me deram um livro de exercício e um óleo para passar e depois lá fui eu recolher o feno que Yves cortou no morro, esse é o detalhe, isso quer dizer que depois que ele corta eu e Margareth  vamos com uma ancinho recolhendo e jogando numa lona  e depois pisamos morro acima para jogar num outro lugar. PQP,  é o pior serviço. Não sei como ela consegue fazer tido sozinha. Eu preferia cortar. Uma vez na semana é isso. Pesado pra burro.
Coisa que  realmente deve ser caro para eles pagarem alguém. Ele corta com a máquina still mas o brabo acho que é a nossa parte de recolher.
Depois fui tirar tiririca francesa do meio das pedrinhas. Tem uma manta por baixo e as pedras são por cima e as daninhas nascem assim mesmo.  Aí como são vários os caminhos com pedrinhas brancas, temos vários lugares. E Depois ainda,aliás foi antes colhi abóboras e  coloquei todas perto o  barracão, para madurarem,  a  abóbora parece igual a nossa  mas não é. Não é suculenta. Eu já sabia que tem que colher com um pedaço do caule para ela durar, isso aprendi na fazenda.
Estava morta ao acabar e ainda fui colher tomatinhos para o almoço e framboesa, nunca vi tanta, não aguento mais comer essa fruta. Mas tem muita por aqui. Eles não fazem suco o que acho que ficaria bom. Tipo morango com leite, será?
Almoço eu fiz duas saladas( uma de tomate com vagem picadinha e salsa e outra de abobrinha verde com  hortelã e alho-es gostaram da minha combinação),  é assim o almoço: salada,geralmente tomate , vagem ( que TÁ na época e são colhidos na hora)  pepino às vezes, azeitona,    a fruta melão,é comido antes da salada e depois da salada pão e queijo, e depois chá e bolo.

A tarde fui convocada para  ir ao mercado,  toda terça tem mercado,mas hoje foram vários, já que ela vai viajar e eu devo assumir o posto de cozinheira. Ela já determinou os dias. Nem liguei,  vou fazer o que eu quiser de Comida.
Nós fomos numa loja agrícola que mais parece a decatlon. Todas as máquinas, roupas, ferramentas e audaciosa de casa. Quase comprei um sabonete que vem em latinhas. Mas era caro 5 euros. E Depois carregar. 
Minha mala quebrou um fecho, ficou com um, já disse isso, comprei um daqueles elásticos para colocar e garantir.
Eles ainda compraram uma caixa d'água para recolher água do telhado para um pequeno laguinho para os patos.
Saiu o maior pau entre Eles e eu fui fugindo de fininho e vim para meu chatô.  Ele só faz o que ela manda, e fica inseguro de fazer sozinho as coisas. Ele é boa praça carinhoso com ela, e dá uma de  tô nem aí as vezes. Reparei isso, talvez pelo bem da relação, ela não é facil,  mas também assume tudo.  Muito igual,  parece que to em casa as vezes.  Será essa a forma dos homens ao ficarem mais velhos  ?   Não entendo. 
7 horas da noite em jantar,  cheguei do mercado ainda ajudei a carregar coisas e também a Cxa d'água para o lugar, segurei para não desabar do carrinho.  Conheci de longe Gerônimo, francês que mora aqui do lado.  De longe me pareceu interessante.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Dia de pintura

https://youtu.be/9PG0MsQuKuw

Acima o vídeo, abaixo o dia.
Dia de pintura eu me vesti de acordo , traje completo para não sujar minha roupa.
O frio deu uma trégua, senti até calor na noite  passada. Mas de manhã é horrível.
Uma umidade que entra por dentro da gente, e da aquela sensação de abandono. Odeio sentir frio e me encapoto toda para ir ao toalete.
Só depois do café  com leite quente me sinto bem.
Já durmo pensando no café da manhã. Com pão e geleia feitos pelas Margareth.
Ela cozinha bem, e tem bolo com chá no almoço,  e os queijos de sobremesa.  Tá brabo fazer dieta. Caminhei a tarde  por uma nova rota, no meio da floresta. Deserto.   Não tem perigo, não tem a sensação de que a qualquer momento te podem pular na frente e tomar o celular ou te oferecer algum perigo. Isso é a tal qualidade de vida. O máximo um bicho na frente que eu até gostaria de ver. Outra cobra apareceu hoje na sala, também filhote. Me pelo toda só de pensar. Mas estamos na floresta,  tb tem coruja cantando o tempo todo. Do lado do meu chatô tem um micro laguinho com vários sapos. Quando eu chego perto eles pulam dentro d'água e eu querendo beijar um para ver se vira príncipe.  Até assim, em forma de sapo, andam me fugindo fazer o que.  Depois do almoço hoje  fiquei deitada no banquinho que vou transformar no meu estúdio de gravação.  Ali o sinal pega bem. Amanhã  vou gravar  alguns vídeos curtos. Assim espero, também quero ir a vila oferecer meus anéis.  Chega de vergonha, nada demais isso afinal. Falei com minha amiga Macolo    que me ligou.   E também li a tarde toda sobre a história das línguas. Mto interessante.
Enquanto trabalha hoje ouvi todo um show da Maria Betânia, que voz. Um show lindo em São Paulo. Que começa com a canção do Gonzaguinha , 'Começaria tudo outra vez se preciso fosse meus amor", lembrei de várias coisas na minha vida,  e ... deixa prá  lá.  Que seja  feito, o que eu não posso resolver , tá resolvido.   A Betânia grava cada coisa que mexe lá dentro da gente.  Lembrava quando criança que eu a escutava muito, adolescente também.  'De repente fico rindo a toa sem saber porquê, e vem a vontade de sonhar de novo te  encontrar".
A vida realmente é boa, 'mas nos prepara cada cilada'.
Agora tô trabalhando com Música, Depois ainda escutei Renato Russo.' É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã'.
E assim vou indo.  Não tô triste, nem feliz, tô normal, vivendo o que me propus experimentar.   É de fato uma experiência, que pode me servir para muita coisa, ser mais tolerante, ser mais calma,  menos ansiosa,  ser menos  muita coisa, pois que precisamos de menos para viver.
Eles aqui não tem smartphone, não usam wat zap. Ainda é sms.
A irmã do Yves, que morou no Brasil quer falar comigo, conversar, antes de eu partir, mas tb NÃO tem zap.
Eu acho que acima de Tudo eu farei amigos nessa viagem.
Aceitar o outro como ele é, respeitar suas manias e inseguranças  e observar  as pessoas. Eu sempre fui muito desligada quanto a isso.  Talvez ensimesmada demais e assim fui atropelando,  principalmente meus  "ex adversos",  sem querer coloquei muita coisa a perder, sem saber, sem me atentar para a personalidade alheia, as vezes muito diferente de mim, e outras tão igual.  Mas  sempre querendo o melhor, mas nem sempre convicta do que tava fazendo.  Tão difícil ser convicta. Ter certeza, nunca tive de nada, nem sei se um dia terei. Pois se eu quero abraçar o mundo, como posso escolher uma só coisa, e ser convicta dela? Talvez eu pareça inconstante e isso dá no outro a sensação de desprezo,de que não tô gostando, mas pode ser tudo simplesmente insegurança,medo.
As pessoas com medo atacam, somos bichos também. E hoje vejo que é preciso separar joio e trigo na atitude das pessoas. Às vezes dizem o que não sentem e quando vêem já foi, já fizeram o estrago, o mal entendido de você pedir o que não quer só para testar o outro, e se dar mal, pois o outro acha que você tá querendo o que falou.  Ninguém é adivinho, tudo tem que ser falado, letra por letra e mesmo assim tem confusão de interpretação.
Imagine em outra língua. Aff!!  Tem hora que fica punk de entender. Mas já senti que para eles tá bom. Eu cumpro a minha parte, bem feita.  Só espero que na próxima casa eu consiga uma professora . O sapo do lado tá coachando,  ai se virasse príncipe hoje...

domingo, 15 de setembro de 2019

Dia do ócio



https://www.youtube.com/watch?v=UKpP6BcGzMwhttps://www.youtube.com/watch?v=UKpP6BcGzMw


No último dia descansou. Tem uma passagem que diz isso, na bíblia eu acho.
Mas o que fazemos nesse dia? Muitas   coisas, quando em casa, arrumo a casa, faço almoço,  vou a feira da Glória as vezes, caminho, durmo a tarde e preparo tudo para a semana que começa.
Aqui tudo é um pouco diverso. Acordei mais tarde, pois tive uma despertar as 4 da manhã.  Depois de  tomar café e lavar tudo,  vim limpar meu quarto e depois o lugar que tomo banho. São separados o box e pia e o toilete que como  já disse  é aquele vaso numa casinha de madeira, acostumei, que vou lá com vista para floresta, fico sem trancar a porta, quando vejo que ninguém está por perto. O chato é a noite que tenho que levar um lampião. Essa é  a pior parte, mas em compensação,  como é tudo e escuro vejo as  estrelas. Não tenho medo de bicho tipo onça, porque aqui não tem, mas tem cobra, agora mesmo achei uma na cozinha. Fihote, mas é cobra, me pelo toda. Aqui para cima tem veado, eles colocaram uma câmera e pegaram as  imagens, uma gracinha, parecia que faziam show para a câmera .
Depois de limpar tudo, fui varrer as folhas, pois me incomoda a grama cheia de folha e sentei para finalmente fazer uns anéis. Não  mostrei os que trouxe para ninguém, nem falei, também não estive com ninguém, mas essa semana vou a Ville France  passar em umas lojas e oferecer.
Afinal não trouxe isso tudo a toa. PQP.
A tarde de hoje dormi, vi um programa de jardim no netflix e série e ainda saí para caminhar antes de tomar  banho .
Ao caminhar na estrada em direção a Batide , um completo deserto. Ia  pensando na forma de  fazer o vlog, para o you tube e nas coisas que disse e que tenho vontade de dizer.
Não sei, pode parecer , e é meio exibicionismo, mas não é isso que pretendo ao escrever. prefiro escrever  do que falar. Não gosto de me ver na tela. Fico reparando a boca, a pele, os cacuetes que tenho ao falar. To em dúvida quanto ao uso dessa mídia, mas sei que ela é mais efetiva, ainda mais se consigo falar em um minuto ou um minuto em meio.
Mas o ócio é  bom para isso, para pensarmos, contemplarmos a  vida, as coisas, prestarmos atenção naquilo que passa batido na maior parte das vezes.
Aquilo que o  budismo fala para fazermos. Acontece que  dificilmente nessa sociedade pósmoderna fazemos isso.
Parece  que  vivemos no automático, vivemos mesmo, tudo  acontece e vamos fazendo sem prestarmos atenção, quando vemos já é  noite de novo e nem terminamos. E o corpo pede para dormir e você vai pensando no dia seguinte. Se tá preocupado  nem dorme.

É tudo, é a lida do dia a dia, é o trabalho, é o dinheiro, é o amor,  o país, e quando você para  e contempla? Nunca.   Senta na frente da TV, vê um monte de  noticias ruins, um filme mais ou menos e vai dormir, ou pega um livro. Parar para olhar e refletir é quase uma heresia.  Tudo te chama. Hoje mais que nunca, você para e logo pega o celular e olha o wat zap, o instagran, o facebook e o mensager. CARAMBA!!!! quando acaba de ver, já tá na hora de levantar.
É tudo corrido mas não podemos mais ficar sem olhar essas coisas.  Ficar sem internet, como assim?
Aí, não vemos a abelha pousando, a borboleta voando, o barulho do rio, o céu estrelado e se perguntando como pode  tudo isso?

Por que corremos tanto se  o que nos espera no relógio é sempre menos um?  mas  corremos, queremos a estabilidade que não existe, queremos o poder que transforma alguns, queremos a grana para ir ao shopping.
Tem gente que trabalha feito mula para ir ao shopping comprar,  que doido, outros fazem outras coisas é bem verdade.
Não sei,  a contemplação  faz pensar, por isso ele é tão pouco usada. Não tó falando de vazio mental porque acho isso impossível, to falando de  ver, ouvir sentir com todos os canais abertos para essas sensações. E não precisa de droga para isso. Reparar em tudo, em si mesmo, nas coisas e nas pessoas, só por reparar não para fazer juízo de valor.
Meu quadril dói, isso é chato, me incomoda. Amanhã  de novo vou pintar.               

sábado, 14 de setembro de 2019

Caminante, no hay camino

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé e ar livre


"Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.”
Antônio Machado, poeta espanhol

Sempre  ouvi meu pai falar este poema,  com essa imagem da velhinha  hoje lembrei-me dele. Ela andava descendo a ladeira da cidade encravada no morro, onde o que mais se vê são caminhantes. Ela não tem a varinha deles, tem um guarda chuva que a  ajuda na  empreitada de subir e descer com peso da vida nas costas. Eu queria a foto, ela viu, eu disfarcei e depois eu cliquei. A idade pesa, a vida pesa, mas  o importante é caminhar, e se uma vereda não der, toma-se outra e pronto. 

Caminho de Santiago -uma parte na França.








Sábado 14\09- fui avisada que terei 2 dias de folga, hoje  e  amanhã, não pensei o que fazer, descansar, ir a Vila de  Bike, mas acordei e está chovendo com uma  umidade horrorosa que entra por dentro da roupa.  Tomei  café e voltei para meu chatô. A chuva vai e vem. A internet aqui no chatô também não é lá essas coisas e no telefone não entra. Melhor assim, pois leio e escrevo. Íamos hoje fazer um piquenique em  Conques, mais um vilarejo medieval  que tem parte do caminho de Santiago de Compostela, tem lá muitas relíquias e  também monumentos romanos.  ( Fomos. Yves chegou aqui no Chatô  e disse que já estava tudo pronto. Mudei de roupa correndo e fui passado filtro solar e  batom, toca na cabeça por causa do frio).
Andamos de carro por vilarejos e  quando chegou no topo da   montanha com uma vista divina paramos num lugar de lazer, tipo os que tinham na Rio -Santos  quando inaugurou. Ali foi posta a mesa. Baguete  que foi comprada num vilarejo na passagem, patê, queijo, batata frita azeitona com   tempero e yogurte de sobremesa.  A baguete é tão dura mas é gostosa. Esse foi nosso piquenique de almoço com uma vista maravilhosa de todo vale. Depois de comer, com o vento frio começamos a descer,  vimos um veadinho no caminho, muito fofo e um coelho.  O final da decida com outra subida estava outra Vila de Conques.
Diferente das outras com as construções  em pedra mais escura  e o telhado do mesmo material, que parece ardósia, mas não é. Tudo muito ajeitadinho, com muitas flores. Para entrar na cidade e estacionar se  paga, 5 euros. Deixamos o carro, a Van vermelha e  fomos a pé, nós três e  Toffifix. A roupa  era pelo puro, aff!! ,e muita, 3 blusas sendo uma de lã. O sol já começava a esquentar. Andamos  pelas ruas, entrei na igreja, gravei um vídeo curtinho na rua. A igreja é gótica altíssima  mas tem poucas imagens, mas muito bonita, fiz meus agradecimentos de praxe e os pedidos também.  Fui  caminhar, Margareth  ficou sentada lendo. São muitos os cafés, lojinhas com coisinhas etc. A cidade  é uma lugar de passagem e tem o maior monumento arquitetônico  no caminho de Santiago de Compostela, e a cidade foi construída ao redor do monastério. De fato uma graça. Já  tínhamos almoçado no piquenique e passamos numa sorveteria, aí perguntei a Margareth se queria, já que ela vive falando em sorvete.   A convidei para um sorvete ela ficou feliz. Parecia criança. Depois fomos subindo para encontrar Yves na casa de Chá bio,  pois tinha ido levar Toff no carro.
O cachorro é o bebê da  casa e Yves  é louco por ele. Eles tratam muito bem aos animais, conversam com eles e tudo. Tem  a gata Misty, o Toffifix, duas galinhas e muitos patos.  Os animais  fazem  que liberem a ternura que as vezes fica escondida com os humanos. Ainda  mais em povos não muito carinhosos.  Reparo  que é um casal carinhoso, ele  muito mais que ela que é bem seca e reclama muito, ele é do signo de gêmeos   e ela capricórnio  do dia 3. Ou seja,  onde vim cair. Tem mesmo coisas que são impressionantes na nossa vida.    Quando  chegamos em casa fui andar  de bike, 20 minutos subindo e 5 descendo.
Voltando à cidade de Conque,  que creio quer dizer concha, pois é um dos símbolos além da cruz de Santiago que são muito vendidos nas lojinhas, ela tem um clima interessante, além da beleza. Tem uma peregrinação,  pessoas de todas as idades com suas varinhas de caminhada, com mochilas, bem como Santiago em que já estive. Esses lugares de  fé e buscas pessoais são muito interessantes. Tem também um quê de  contemplação  pela vida e a sensação de  que “tudo vale a pena, se  alma não é  pequena”, já dizia Fernando Pessoa. É também uma espécie de estado de graça, onde  você sente na pele aquela vibração.  De fato tudo vale a pena, pois creio que viver é isso mesmo, passagem  pelos lugares, pelas pessoas, pelas coisas bonitas e pelas  feias, que  nos fazem enxergar as bonitas. Só a comparação permite ver tudo isso, isso quero  dizer,  ver  2 coisas ao mesmo tempo e não avaliar. Não tem deslumbre,  cada coisa tem seu lugar, não gosto de dizer se é melhor ou pior,  as coisas são o que são. Sem o julgamento fica tudo mais  simples.  
  E o que  é mais interessante nisso tudo é o estado de preservação dessas coisas, a mentalidade completamente diferente das pessoas que entendem e  tem orgulho daquele patrimônio que elas tem na mão .
Também entendem, creio eu, que não é preciso destruir  o que já existe para fazer novas coisas.  Se aqui tivessem prefeitos  como alguns do Brasil, certamente nada restaria de tudo isso que vejo pelas  vilinhas no meu caminho.
 Sem dúvida, que estamos falando de um povo que se tornou sedentário e começou a criar as  cidades por vários motivos, para se proteger, interagir, trocar e isso possibilitou essa consciência , esse  desejo de preservação que hoje promove o próprio ganho da cidade, já que o turismo vem para ver o que ficou preservado.
Ou seja, a arquitetura é uma arte que conjuga a beleza e a utilidade da coisa. Isso porque sei  que a beleza é o que fica nos  olhos do visitante  quando conhece, não é a história, essa é secundária. Se a pessoa muito se interessar aí vai procurar. No entanto,   tirando a igreja e alguns  prédios públicos os lugares são particulares, é a casa do povo que vive naquele  local e  era  feita  com o que se tinha.  Na região em que estou,  as construções  são de pedra. Uma  pedra clara que  junto com uma massa também  clara fica bem bonita dando esse aspecto de conto de fadas, mil casas de João e Maria, o telhado é escuro, o pé  direito alto, na cozinha um fogão a lenha e  também tem as lareiras. O bom da pedra,  que é estruturada com vigas de madeira, é que ela  é quentinha. Na  cidade de Conque a pedra é avermelhada, mais escura. 
Nossas pedras no Brasil, pelo menos na minha região, são cinzas. Deve ser um  outro minério.  Também a forma de assentar  é diferente  usam a pedra deitada nos vários formatos que encontram, não são cortadas. 
Pois então que cada vila tem seu borogodó,  mas reparo no entanto que elas  estão vazias,  creio ter havido um grande movimento de  êxodo  e não vejo jovens nesses lugares. O progresso, a busca   por empregos, entretenimento e outras coisas fazem com que  vários  lugares estejam desabitados. Aí é que entra um outro fator,  que tenho visto e já comentei, eu acho, tirando as cidades turísticas , que falta um pouco de vida nesses lugares, Gente. Posso ter passado na hora da sesta, mas já passei outra  hora e era o mesmo.
Os grandes centros abarrotados de gente e as vilinhas  morrendo.  Creio que por isso tem havido , talvez, uma busca dos ingleses por lugares aqui. Vejo muita coisa a venda. E em busca de um novo modelo de  vida esse povo vai chegando.
Tudo que tem o símbolo, escrito bio, tá em alta por aqui. Não sei ao certo o conceito disso. Talvez sejam coisas que não maltratam a natureza, nem os animais.  Espero que não seja mais um modismo, mas o capitalismo faz isso, tudo  vira produto, é impressionante.  Mas vale a pena,massificar a pratica do respeito a natureza, pelo menos nesse caso.       

Conques fotos






























A aventura.

https://youtu.be/K4u_d1zwDes

Conques- Caminho de Santiago de Compostela

https://youtu.be/kOYOfraX91s

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Sexta feira 13 e lua cheia


Resultado de imagem para bruxa na vassoura






Hoje, depois de uma noite em que acordei às 3 da madrugada  com uma lua invadindo meu quarto   eu acabei sonhando  com rememórias. Pergunto-me, se não já tá tudo definido por que merda certas coisas inundam a mente. Talvez jamais tenha essa explicação. Sexta feira 13 de  lua cheia,  deve ser isso e  mais um pouco. Dia  para um bom ritual de qualquer coisa.  
Pela manhã aqui na casa,  fui pintar a cozinha de novo e limpar vidros e coloquei MPB da melhor qualidade. Meu anfitrião gostou e o trabalho fluiu sem estresse. Quando a mulher dele está, parece que fica sempre na vigília. Fato é que ela me parece exigente demais para ter uma casa do jeito que eu encontrei.
No entanto todo esse labor  tem me dado certa paz e conformação com o que eu não posso mudar. Uma paz de espírito que me é muito cara, a diminuição da ansiedade e um olhar mais apurado.
Engraçado que tem gente que  por mais que você se esforce para contentar, nunca tá bom. A pessoa nunca acha bom, nunca elogia, ou diz  qualquer  coisa , nem precisa ser , obrigado.
Gratidão é uma palavra  muito importante na vida. Muito importante  termos a plena noção do que ela quer dizer.  E sermos gratos por tudo.
Ninguém  nessa vida tem qualquer  obrigação de  nada. E quando alguém faz algo por nós ou para nós, temos que agradecer, sempre, sempre, sempre. Agradecer a vida e ter nascido bem, com saúde na casa que nasceu.  São tantas as coisas  boas que vivemos e que sentimos que  não vale mesmo a pena pensar nas ruins.
Não tenho inimigos, nunca tive, sou sempre  eu, em qualquer situação  sabem que sou eu. Isso não quer dizer que  seja intransigente fazendo o que   quero sempre, não é isso que significa ser sempre você.
Acho que ser sempre você é ser passível de  mudar quando você quiser. Ter a  liberdade de poder agir de acordo com cada situação. Pois que cada situação exige ações diferentes. Não justifica eu ficar batendo cabeça querendo respeito se eu não me respeito, era o que eu dizia a uma pessoa.
A  liberdade e  a inteligência se encontram em  saber olhar isso e poder ir em caminhos diversos cada vez, sem ilusão.
       A   Ilusão é  que complica a coisa toda. Não sofremos  pela coisa em si, pois isso às vezes é facilmente contornável,   sofremos  pela  expectativa que as coisas  criam e que acreditamos  que poderá ser como pensamos e não o que a coisa efetivamente é.
O que me espera? Não sei, nem posso saber.  Melhor que  eu não espere nada e  viva cada momento como único nessa experiência. 
Eu  planejei o mínimo  possível,  e tento continuar assim. O básico e cada dia é um dia a mais que se experiencia.  Isso  talvez seja  a  melhor  forma de se viver. Não se  cria ansiedade e nem expectativa, e tampouco sofrimento antecipado.
Viver é acima de tudo, como dizia Rahel, segundo Hannah Arentd, estar na tempestade sem guarda chuvas.  
 Coisa que  em casa de ingleses é quase impossível.   

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

sei não, qualquer coisa, a moira

Tudo bem que tô na roça, tudo bem que tomei vinho e comi sardinha do mediterrâneo na brasa, mas ir dormir as 8:30 da noite é esculacho, ontem    fui  dormir as 9 de tão cansada que estava e acordei depois de 10 horas. Tive inúmeros  sonhos e não acordava. Hoje  com vinho então.
 Só sei que  tô cansada,  é trabalho pra burro. Tá bom que deve ter gente que enrola, sim pois dado o estado das coisas, isso não devia ter sido limpo faz anos.  A cozinha que  hoje ataquei, assim como ontem  nem o aspirador de vapor dava resultado. tive que enfiar a mão no produto brabo e passar a bucha para tirar a crista de gordura. Affe, Deus!! 
E eu dei pra ser perfeccionista depois de velha,  quero deixar tudo brilhante. Mas se que é besteira, pois se povo não via a sujeira , não vai ver que tá limpo.  Mas para o meu próprio prazer  to deixando tudo ok, e como disse minha amiga Eliana, adona da casa vai sentir falta  de mim.

Fui hoje ao centro da Vila pela manhã e cheguei para  meus afazeres. A feira é muito boa, toda quinta feira. Muito legal que  na Europa se conserva esse hábito, tem o galpão com os  pequenos produtores, que vendem suas próprias coisas e outros. As senhorinha velhinhas e os senhores também vendendo o que produzem no seu quintal. E isso tem mais valor que o resto. Reparei que tem variação a cada semana. Hoje não vi a moça das  bolsas que estava semana passada. mas hoje tinha uma barraca cpm roupas africanas, bem bonitas.
 Não consegui arrumar minha mala cujo ziper quebrou, to só com um, ou seja,  provavelmente terei que comprar uma mala. Um saco, também não resolvi o lance do cartão de telefone que comprei.
 Tudo longe, hoje ainda caminhei por uma hora.
 A lua no meu signo tem proporcionado flutuações emocionais, Perto do aniversário de uma boa ideia, é sempre tempo de reflexão. Meu amigo terminou a leitura do meu livro Rota de Fuga e  fez ótimas observações, eu até compartilhei a página da  Amazon para ver se alguém se anima em comprar. Vai dá pé.

 E  vou levando, confesso que to com medo do frio.   De manhã e a  noite é um horror, mas a tarde esquenta bem que até caminhei sem qualquer casaco.
Fiquei feliz que falei com a LILI, meu amor, quanta saudade.
Certas horas paro e fico me perguntando o por que de tudo isso. Que opção mais doida. Vir para uma roça dessa tirar tiririca francesa e limpar a casa dos outros. É certo que quero falar inglês, mas  talvez isso seja o que menos to vendo aqui, apesar de só falar isso. Mas eles não me corrigem e sei que tem falha no que falo. Converso sobre tudo, e me entendem, mas  falha no  vocabulário.
 Sei que  são   pouco estudados,  mas não tenho ideia se falam bem ou mal.
OU seja, e ando tão cansada que  nem ler ou estudar tenho feito. isso é uma merda.
Espero que na casa da Paula, a próxima que irei seja diferente.
Penso se também  eu busquei uma rota de fuga nesse caso. Fuga do país que desce a ladeira, fuga das adversidades pessoais, fuga de mim, ou busca por mim, caçador  de  mim. Nesses momentos depois da  catarse  convulsiva da escrita, volto para em torno de mim mesma, para ver o que sobrou.
O que  não tem remédio , remediado está.
Mas o que difere o aqui, o ali e o acolá?
Não sei,  como e por que vim parar na França? tem coisas que são inexplicáveis. E quem traça essa caminho, que moira é essa? que nos conduz  para lugares inesperados, sem qualquer explicação.
Fato é que depois disso aqui vejo que  muitas outras coisas são possíveis para o que  tenho a fazer. SEi que posso dar conta de muito mais do que podia, sei que as mudanças da vida não  são inexoráveis, e como o galho da árvores vamos e   voltamos com flexibilidade, desde que tenhamos uma boa base, se a base for fraca aí tendemos a cair.
Sei que doenças emocionais mexem nessa base, descontrolam, tiram da  órbita, maltratam demais, mas  ter consciência disso ajuda a se livrar.
 Não sei o que vou fazer amanhã, só sei que terei que fazer o jantar.

 Tem algo que tenho observado por aqui, a qualidade dos objetos, tudo me parece de muita qualidade, forte, por assim dizer. Móveis, muito pesados, o cuidado com os alimentos, a forma de embalá-los,  e a atenção às pessoas quando vão comprar.
Bonjur, sempre, a espera para ser atendido, sem pressa, parece que o tempo é de fato outro, não é a correria que vivemos. Aprendo a respeitar o tempo do outro, da natureza, da  vida. Eu agitada e ansiosa, isso é uma escola. As pessoas passam na rua, te cumprimentam, param para falar, conversam,  todo tempo e delas, para que correr. Não vejo muitos jovens, na certa estão na escola no horário da feira. Também  meu amigo virtual francês sumiu, na certa ficou com medo de eu ir visitá-lo. Muito verbo, pouca ação...         







             



quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Dia de pintura

São 7:30. Fui dormir as 10h da noite . O frio pela manhã é grande não dá vontade de levantar. E disseram que faz menos 15. Eu não imagino o que será isso. Deve ser muito ruim. Acho que hoje terá sol e o céu voltará a ficar azul.
Já penso na Escócia, será assim, pelo que dizem chove mais e é mais cinza. Aff!!  Acho que sou mesmo um ser dos trópicos e do mediterrâneo.  Entendo mais quando nos livros alguém   sai  do Norte da Europa e vem para o mediterrâneo. O céu cinza deprime.
Tomei café,acordo faminta.  E hoje  eu e Yves estamos pintando o teto da cozinha.   Meio dia e já tô morta.   A tarde será segunda demão.
O sol saiu,  que delícia. 
Almocei e fui pintar de novo. Agora depois da janta,  tô morta duplamente.  Trabalho braçal  é muito pesado, vamos no mecânico.  Bom para desviar o pensamento.
O jantar aqui sempre sai às 19h.  Hoje foi batata, uma espécie de quiche e vagem.
Tenho comido muita vagem pois é o que tá dando. Também muita framboesa pois tem muita por aqui, hoje Margareth tá fazendo mais geleia,agora de framboesa.
A cor é divina.

  São 8:30  e já quero dormir.
Amanhã  tem feira de manhã ,vou lá.
Hoje  a tarde  esquentou, 24 graus.Otima temperatura.
Não consigo nem pensar para escrever.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Dia cinza..

Hoje está um típico dia de inverno e ele ainda não chegou. Não está frio,  choveu e isso aquece. Mas tá nublado, trombudo,coisa que carioca não gosta, não sou carioca mas também não gosto.
Aos poucos a euforia do início vai passando, e como aqui não tem nada para ver, vai ficando meio chato.   Comecei a limpar a cozinha,   caralho,  todos já sabem...  dei duro  hoje , e ontem o serviço foi no jardim.  Fiquei tão morta  que nem andei muito a tarde.
Recebi o aceite de um congresso em Paris,  já comecei a escrever e será logo depois do meu aniversário. Dessa forma acho que vou de Bordeaux para Paris e volto para Potiers para o mês na casa de Paula, uma inglesa que comprou um monastério e transformou em B&B. Pelas  fotos é lindo, só rezo para não ter essa excentricidade de  banheiro biológico fora do quarto, pois com frio tá ficando brabo. Acho que  vou arrumar um penico. 
Margareth viaja dia 19,   e eu ficarei aqui cuidando de tudo. Não sei o que ela vai fazer, mas o fato é que  ela fala comigo como se eu já soubesse tudo, não tem paciência para linguagem. Por mim, eu finjo que entendo mas não entendo tudo. Ela fala rápido, quando Yves está ele me socorre. Eles  falam  mais em inglês que francês. Mas eu também  não entendo muito o inglês dele. Aí, quando fica brabo eu peço para ele dizer a  palavra em francês , por analogia chego lá.  Tudo indoeuropeu, base latim se não é na estrutura, é no léxico  que é o caso do inglês.   
Ontem também,  a tarde, fui debulhar grão de bico. Não sabia que a vagem só dá um ou dois grãos. Certamente tem máquina para fazer isso.
Aprendo a lida de jardim e horta, também plantei alho ou cebola, não sei o que foi. Mas eles aqui tem todo equipamento, o que não tem na França ela traz do Reino Unido.
Acabei de lei o livro do Ismaelson Andrade e fiz o prefácio. É um personagem bem pós moderno,pós tudo, na angústia de ser e existir. Ele comprou o "Rota de Fuga" na Amazon e leu, acho que foi meu segundo leitor depois da Ivana que leu para fazer a capa. Ele também achou angustiante o personagem Cássio.
Ando preguiçosa também, acordar de manhã e sair da cama quente é F.
Acho que tô com saudade!!! Mas passa.  Passarei meu aniversário em Paris. Muito chique!!! já mandei mensagem para Amélia perguntando se ela estará lá. Ela já tinha me  chamado.
Hoje de tarde  fui de novo ao mercado Leclerk, um supermercado gigantesco. Tem tudo, dá vontade de sair comprando, mas me contive, comprei um creme para as mãos e um hidratante e um chocolate 70 % cacau Lindt, acho que é  isso. Minha pele está muito seca e tenho procurado beber muita água. Depois fomos a uma loja de  tudo, as pessoas deixam coisas e também é loja de oportunidades. Impressionante, tem coisa nova a preço barato e  também brechó, bom para montar casa. chegamos em casa, nós três e  o Toff que adora passear, eu agora o chamo Toffifix, pois ele é igual ao cachorrinho do Obelix, só que ancião. Toffifix come o tempo todo, comidas de  latinha, remédio, e tudo mais que todos estiverem comendo, tá gordinho, mas não pode ver a porta da Van aberta que entra para passear. Até eu já entrei na dança e  falo com ele o tempo todo ele  a  Misti a gata, que parece o Felini gato da Celia. Misti também se  amarra na minha, vem para eu escovar e fica ronronando. Também dou ao Toffifix, a casquinha do queijo depois da comida.
Ah! meu Deus,  queijos de sobremesa,   tudo diverso. A fruta é primeiro, depois vem a comida , depois o queijo.
No almoço igual, mas normalmente não tem comida quente, isso só no jantar, mas tem depois da fruta, da salada, do queijo e do  pão,  bolo com chá inglês. Eu não resisto. Margareth faz bolo sempre e muito bom.  tento ser comedida comer um pedacinho dividido em vários dias, mas hoje como não comi pão comi um pedaço inteiro. Me deram hoje depois da janta uma ameixas secas.
Acho que eles se sentem bastante a  vontade comigo e  me tratam bem. Talvez eu tenha sido resistente no início, mas agora parece melhor. Fiz inclusive lambança  hoje, fui trazer o carrinho que fica a torradeira e outras coisas para a cozinha e na parte de baixo estava uma fritadeira cheia de óleo,  quando vi derramei óleo no móvel e na cozinha
No mercado ela já me falou que sexta feira eu vou cozinhar de novo.Não sei o que vou fazer, talvez um ratauile, com panqueca.  Aqui tem abóbora mas não vejo eles comendo.Batata sempre batata, não acredito que isso seja la tão francês. Não comi frango nenhuma vez e carne de  boi também não, só cordeiro e linguiça uma vez, pelo jeito a proteína é mesmo o queijo. 
Hoje o jantar foi macarrão com brócolis e tomate, acho que tenho que parar com o tomate, mas é o que  estão colhendo.                    
 

sábado, 7 de setembro de 2019

Domingo, sunday, domenica,dimanche

"Hoje é domingo, pé de cachimbo, o cachimbo é de ouro, bate no touro,o touro é valente, bate na gente, a gente é fraca  cai no buraco,buraco é fundo, acabou-se  seu mundo"
Canção de criança que canto para Alice,  pára e vê a letra.
Então é isso,  tudo tem um tempo  de vida  e nós sempre sabemos disso, embora nem sempre aceitemos isso.   A impermanência é um fato, o mais  significativo da vida, e por saber  é que buscamos  por coisas que nos deem a sensação de  estabilidade, de eternidade, e o que mais seja.  No entanto,    só a memória, a lembrança sobrevivem, o resto  perece, fenece, o bicho come no buraco fundo.
Tem sentido?  Não sei,   por que tudo tem que ter sentido?  Ah!, porque nós humanos queremos controlar tudo o tempo todo.
Mas aqui  dentro da natureza,  nos damos conta que o ciclo é curto e pessoal, o que cada planta vive é dela, só dela.   Curtinho o ciclo como um dia de uma linda flor,  ou um grande ciclo de um Carvalho.
E nós sempre queremos ser mais, e esquecemos de ser simplesmente.
Cada estação tem sua cor, cada idade também. Cada relação tem sua  lida, difícil ou fácil.  Encontros são sempre bons, alegres e sugestivos,    mas a partida  nem sempre é boa em qualquer contexto.
Entender tudo como ciclo não  é fácil.  Aceitar o término do ciclo também não. Mas é assim, e a beleza tá nisso. Que sejamos a beleza então, mesmo que ela seja bem breve, como o dia da flor do hibiscos.
Acordei e escrevo isso, meu dia de folga, significa que não tenho trabalho extra a fazer. Aproveitei para limpar meu quarto, tirar tudo da mala para tentar arrumar o zíper.  YVES tentou, mas quebrou mais.  Só um sapateiro para resolver.  Da para fechar, o problema é se abre, aí  ferrou. Acho que vou comprar uma corda e passar envolta, será o jeito.
Depois de arrumar o quarto fui fazer minhas unhas,eu mesmo.Tirei tanto bife que dava um almoço. Pintei e coloquei anéis verdes. Fomos almoçar na casa de um casal inglês que também comprou propriedade aqui. Ela   eu já conhecia do chatô que Margareth foi trabalhar.
Chegamos,   a mesa posta no quintal  tudo lindo.  A louça, o cuidado, as taças, e ainda quebrei uma.  Comemos um patê de salmão outro de beterraba com umas torradas deliciosas e ainda pepino e cenourinha crua,com vinho, claro, depois um tipo ratatuile de  abóbora, grão de bico, cebola, deve ser feito no forno e cuscuz marroquino com umas coisas. Um molho de yogurte, tudo delicioso . A sobremesa um suspiro com framboesas e um creme. Caraca que gostoso.  Tá difícil de aguentar essas comidas.  Trabalho, ando, ando de bike, mas não posso deixar de comer. E tomei vinho Rose e depois tinto.  A verdade é que não sei qual a nacionalidade  da comida que tenho comido, mas ela  é boa, muito boa.
Eu ia voltar do lugar de bike,levei no carro, mas diante de tanta estrada diferente, tive medo de acabar caindo na rodovia de novo.  Depois do vinho, pedi arrego,  vou junto com vocês para casa.
Doce tarde.  Vamos a sesta. Depois caminho e salve Nossa Senhora da Guia!

Mais vila e mais jardim

 Cada caminho que traço tem uma vila medieval ou nem tanto, surgindo na  minha visão e junto delas sempre um jardim, seja um pequeno jardim ou um grande jardim.
As construções são na grande maioria de pedra mais é uma pedra diferente não é essa cinza que temos, mas uma pedra branca, esbranquiçada  que  fica sem emboço e é misturada com madeira. Realmente é muito bonito, as casa são bonitas e  quando ajeitadas com as flores ficam uma coisa linda. Tem capricho na história, embora eu não saiba como é dentro. tem beleza mas nem sempre organização. Aliás  isso é para poucos, se não fosse não teriam tantos programas sobre isso na TV, é bem verdade.
Repito organização nada tem a ver com limpeza embora limpeza sem organização parece que tudo fica sujo.
 terminei a organização do armário hoje, ficou bem legal, dobrei todas asa meias do casal, calcinhas, cuecas tudo, efetivamente. e ainda pintei parede hoje. Depois do almoço fui com Margareth  para uma visita a um grande jardim, eu eu um grupo de quase vinte ingleses.
O jardim, modéstia a parte não nada de  tão demais, os nossos são tão bonitos quanto. Eu  senti de cara uma influência  do Jardim de Majorelle  do Ives Sta Laurin em Marraquexe e dos jardins de Granada e Sevilha, duas maravilhas.
OU seja, nada se cria  tudo se copia.
Mas foi engraçado, um grupo simpático  que depois da visita, que  eu ganhei de presente foi comer bolo que levaram na praça de   uma outra vilinha. Comi um  bolo inglês, meu Deus que delicia, cheio de coisas dentro, abusei, e em casa ainda jantei e  como chocolate. Aff! que  M..
O francês é um  tipo muito prolixo, eles falam muito, tudo é muito explicadinho demais, o inglês é mais sintético
Na rádio  francesa, toca uma música e o povo fica falando o tempo todo, principalmente na radio de música clássica. Segundo meus host falam, o jornal francês só fala noticias da França, nada do mundo.   Hoje também  fiquei sabendo que vou ficar sozinha aqui com Yves, já que Margaret vai a Inglaterra por uma semana.
Depois daqui devo passar  por Bordeaux  na casa da sobrinha da Celia e depois para a casa de Paula, resolvi cancelar a americana Connie por questão estratégica de trem.

MEU DIA DE COZINHEIRA E DE SANTA AJUDA



Hoje(6\09) uma semana depois de ter chegado consegui limpar toda a parte de cima, mas ainda não arrumei.  Tudo deve ser metodicamente do jeito  que querem. Mas hoje fiquei sozinha arrumando pois que Margaret ficou  cuidando de seu jardim, melhor assim. Limpei tudo e tudo estava muito sujo, os armários, o chão, a mesa do computador, tudo meticulosamente limpo, ficou faltando organizar o armário de roupa dela. que espero fazer amanhã de pois que ela separar verão e inverno. que passar tipo santa ajuda mesmo. Separar por cores etc. Depois que arrumei fomos almoçar,e  não subi para segunda parte       Fui  limpar o quintal, pois estava incomodada com as folhas.
Ontem a noite eu ajudei a cortar e guardar ameixas e frutas vermelhas e aprendi a fazer geleia que ficou bom demais, comi no café da manha e agora noite com yogurt grego, estava dos Deuses. Ontem ela me agradeceu o trabalho com as frutas. Achei legal. Hoje eu fiz o jantar, fiz brusqueta e fiz macarrão com brócolis, par meu paladar ficou muito bom, ela me deu nota 9, bom, ela cozinha muito bem.
Aos poucos  vamos fazendo amizade,  agradeci de novo na hora que vim para o quarto e ele falou eu que agradeço. Oi sia...


Mudando de assunto, o frio está chegando, de manhã  é muto frio até umas 10 horas, caramba, coisa de  louco, já penso como será na Escócia. Fiquei com medo. Hoje a previsão é de  frio e  já colocaram roupas nos tomateiros e outros alimentos.
Essa vida de colono dá muito  trabalho,  tem que se estar atento a tudo, qualquer intempérie pode botar a  baixo toda uma plantação.
 O legal aqui é que  tudo de vegetais que consomem é do próprio quintal, não vendem e guardam tudo, tem um frezzer enorme onde são colocados os alimentos para não precisar ir a cidade todo dia.
Meus pensamentos voam, tudo vem a mente e nada vem, procuro não ficar matutando nada, mas tem coisa que  não tem jeito.
Desmarquei hoje a casa da americana onde eu passaria uma semana.  Decidi pois seria  muito trabalhoso subir e  descer com a mala e caro também.

Estando aqui e vendo esse dia a dia reparo o quanto os brasileiros desperdiçam recursos  naturais, alimentos etc.  Aqui tudo se guarda  e reaproveita.







     

sexta-feira, 6 de setembro de 2019