Uma nova viagem se inicia, dessa vez sem que o roteiro esteja rigorosamente definido, sem estar acompanhada, é como da primeira vez, à vontade dos ventos.
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
quarta-feira, 6 de novembro de 2019
A rotina
É e não é?
domingo, 3 de novembro de 2019
Dimanche 3
Sábado 2 de novembro
sexta-feira, 1 de novembro de 2019
Se ninguém me representa , eu me represento e peço a todos que compartilhem.
Paris e suas luzes
quinta-feira, 31 de outubro de 2019
A história precisa ser conhecida
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Never more, never more
Deu ruim, barrada no Reino Unido
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
Em trânsito de novo
sábado, 26 de outubro de 2019
DIA de tour, Paris com céu azul e muito turista como sempre
26 outubro-
Paris de novo é uma festa, parece que quando ficamos muito tempo sem vir aqui e voltamos é que tudo fica latente. Um dia é pouco para percorrer sua ruas não lembradas. Fazia quase 10 anos que eu aqui não vinha. Os monumentos continuam os mesmos , mas o povo, quanta diferença. Acho que a cidade talvez não seja mais dos franceses, mas do mundo. Escutei todos os idiomas possíveis hoje e pouquíssimo francês. Árabe é quase uma língua corrente e também muita língua africana e um outro idioma que parece do leste europeu, além de indiano, paquistanês e chinês, muito chinês. Caramba virou uma Babel, nas ruas já s e vê uma sociedade mestiça. Podem me dizer, você hoje foi pelos lugares turísticos , é verdade mas eu peguei metrô para o subúrbio e não é o subúrbio muito distante. Babel, quando agora cheguei no metrô já estava noite e passei por café e bares e de fato me surpreendi com os salões cheios de homens, olhei e parecia que eu estava no Marrocos. Ou seja, o que li era verdade. E se eu entrasse ali, sentasse e pedisse um café? Os rostos são de árabes com certeza. Não vi nenhuma mulher de burca , mas de cabeça coberta, muitas, muitas mesmos. Mas o que mas me surpreendeu foi entrar na Galeria Lafayete e ver um mundo de chineses comprando, embora possam ser coreanos, japoneses sei que não eram. Muitos compradores e muitos vendedores também. Acho que não tinha um quiosque que não tivesse um vendedor de olho puxado. Sinal que há um mercado consumidor nesse língua.
Saí de casa pelas 10 da manhã, fui direto a Sacre Couer e Monmartre. O dia lindo apesar do vento forte, quando saltei do Metrô Anvers em frente a rua que dá direto na Igreja já vi o mundo de gente, chegando ao pé do monte um carro berrava música árabe cantada em francês. O ritmo era bom e fazia todo mundo mexer, devia ser uma 10:30 da manhã. Subi e fui direto para a fila para entrar na igreja, a primeira vez que pego fila, entrei e rolava uma missa, onde o padre falava da idealização que as pessoas fazem da igreja. Fiquei ali a contemplar, rezar, agradecer e pedir o de sempre. Depois que saí fui por Monmartre caminhando vendo, era muita gente. Voltei pelo mesmo caminho,sentei na escadaria e fiquei ao sol, ao meu lado um casal do sul do Brasil, Roberta e Vinicius, conversei um pouco com eles e depois me despedi. Fui descendo e como passava do meio dia resolvi comer um Croque Monsier, pois nunca tinha comido, comi e desci vi uma lanchonete bio e entrei, arrependi do Monsier embora tivesse bem gostoso mas peguei um bio natural de yogurte mel e granola de sobremesa para poder usar o banheiro deles. Muito gostoso, depois comecei a caminhar em direção à Pigalle e o Moulin Rouge, ali já não tinha tanto turista, um clima meio decadente de pessoas sentadas na alameda e nas ruas os sexshop que fotografei. É um lugar muito interessante, desci até a Praça Blanche e desci toda a rua do mesmo nome que foi mudando até se chegar os grandes Magazins. Entrei na Lafayete porque estava com placas de saldos e fui subindo até o terraço, que agora é um grande pátio com lugar para sentar como uma arquibancada ou quase isso, lá também um mundo de gente sentada olhando a cidade.
Talvez Paris seja a cidade mais fotografada do mundo, pois tem pontos especiais para se ver. Do terraço do magazine se vê a torre e da lateral a Sacre Couer, lá longe os edifícios e olhando para baixo o fervor das ruas por trás da opera. Fiquei ali um bom tempo e até entrei em fila para fotografar a loja de uma passarela de vidro que dá para a linda abóbada com todos aqueles vitrais.
Saindo passei pela Opera, que de fato é a inspiração para o nosso theatro municipal no Rio. A frente um músico e uma turista cantando Edith Piaf e depois ele começou outra música uma garota começou a dançar, um que parecia bêbado foi dançar com ela, o ritmo esquentou outra entrou, de repente um monte de belos homens espanhóis entraram e virou uma festa, filmei várias vezes e tome labamba. O povo se divertia com a performance do próprio povo. Nas escadinhas muita gente filmando e batendo palma, rindo, no clima agradável de quase verão que estava na tarde.
Dali fui em busca da praça Concorde descendo a rua e chegando nos jardins de Tuliers fiquei então sentada, não me lembrava que ele saía na Concorde, pensei em ir embora era já 5 horas da tarde, mas desisti, perder um por do sol ali de frente para a Torre no jardim, e ainda com wifi livre. Sentei de novo agora a beira do repuxo cheio de guarda chuva dentro dágua submerso e patinhos nadando, as cadeiras verdes em torno.
Veio a mente observar quem conversava, lia livros, ou estava ao celular. Esse último venceu a minha competição. Eu vencida tentei ligar para casa, mas ninguém atendeu, era 12;30 no Brasil e eu queria mostrar a praça para meu povo.
Ainda sai dali e fui até o Champs Elisier caminhando. O dia passou sem pressa, sem necessidade de correr para ver, pois tudo já estava visto, meus pés já doíam pois infelizmente engordei e isso me causa essa tormenta de dor no pé.
Percebo agora que viajar assim calmamente é muito melhor. Ver as pequenas vilas também é algo muito especial, o clima é diverso, a sensação é outra de estar nas metrópoles, embora essas tenham seu charme. Paris nem se fale, é sempre uma paixão para todos, um encantamento. Espaço e tempo suspensos para todo o brilho, charme e sofisticação dessa cidade que merece de fato esse adjetivos, embora eu saiba que nem tudo é florido por aqui.
Não ser tudo florido sempre é parte do trajeto de qualquer um. No entanto como já disse acima, creio que no aspecto humano a cidade tem se modificado muito, hábitos são mudados sempre que mudam as pessoas que aqui vivem e quando se tem gentes diversas, diversas também são as muitas formas de se conviver. As assimilações, os hibridismos que tudo isso provoca.
No Brasil esse processo é natural, em partes, não é algo que esteja mudando agora, nós somos a síntese de 3 ou mais povos que juntos nos miscigenaram, mas aqui, podemos dizer que a ideia de Estado Nação é que fez com que houvesse um pouco mais de união nos espaços do que hoje são os países.
A grande discussão teórica talvez seja se esse processo de hibridação acaba com as culturas primitivas, ou se por um sentimento de nacionalismo se acabe voltando ao local. Stuart Hall fala muito sobre isso, também Cancline, Barbeiro etc. De fato eu não sei, sei é que a máxima “em Roma como os romanos” tá valendo muito, principalmente para os árabes, pois que para os africanos o processo é diferente, eles rapidamente se hibridizam e assimilam elementos culturais daqui. No caso dos árabes, essa forma ajuda a criar preconceitos, guetos e toda certa intolerância. E fico pensando o que leva um povo a sair do seu lugar e vir para um país como esse e querer aqui viver como lá, dentro de dogmas e costumes que oprimem, se é que é isso. Se não se busca a liberdade desses costumes por que se quer viver em outra sociedade? para ter acesso aos bens de consumo, dinheiro, apenas? Pois os mesmos dogmas e impedimentos continuam.
Acho que eu preciso de um professor que me explique isso. Porque não é como o processo de colonização, não existe mais esse pensamento, confuso mas faz parte.
O descanso é bom para esperar o que virá.