terça-feira, 12 de novembro de 2019

Atenas mais um dia

Acordei cedo, mas não saí, fui encontrar Eliseu, e passava de 10 quando fomos andando até Sintagma para pegar o tain e ir até a Praia. Rodamos, dos anos  comprei meu tickete para Paros e entao conseguimos achar  , mas o bonde , vlt, não chegava onde íamos pegar  acabamos pegando ônibus até o final  Voulos  seguindo pela praia. Bela imagem como uma zona sul do Rio. Prédios bonitos ruas bonitas bem diferente de alguns pontos  do centro.  Ficamos contemplando o mar com pé nas pedrinhas tão coloridas que resolvi colocar  muitas na minha garrafa d'água.
Vou  dar pedrinhas coloridas para yodo mundo e completa minha coleção.
Depois andamos,andamos toda a cidade,   por todos os cantos. Descobrimos hoje cantos bem mais requintados e bonitos. Ruas com grandes magazines, e  as mesmas lojas de toda Europa. Não só as de souveniers.  Lojas onde o povo compra.  Aqui também tem muita loja de baixo custo.  Parecem coleções antigas de outras lojas que  vem para essas lojas com preços indescritíveis.
Também  artigos de  maquiagem,  shampoo etc são bem baratos, já vi que vou fazer a festa. Qdo voltar das ilhas.
 Um mosquito me mordeu e por ironia meu antialérgico eu dei para  Movita. Tive que comprar outro.
 Que  saco essa alergia mosquito europeu. Ninguém merece.
Passei na  academia de filosofia e deixei o novo museu para a volta.  Amanhã  escrevo mais, serão 4 horas de mar.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Cheguei me sentindo muito bem

Se tem algo que  devemos sempre agradecer é a vontade dos Deuses, eles podem até ser cruéis vez por outra  mas agem de forma a que as linhas tortas se transformem em coisas muito  legais quando sabemos ver.
Cheguei a Athenas depois de todo o processo de esquecimento do que foi a deportação.  Sejamos como os gregos dramáticos, pois foi isso que aconteceu. Decidi  que viria  e vim. Receosa com aeroporto mas tudo bem.  Nem bem dormi a noite e  já tive que levantar num voo cedo pra burro.  Faz parte. Taxi  em Paris e vamos lá.  Ótimo vôo  e chegamos.  Na hora de saltar começa  uma música  da Vanessa da Mata, "é só isso ,não tem mais jeito acabou, boa sorte",  fiquei tão alegre com o bom agouro e descobri que atrás de mim um menino brasileiro,Elias,  que veio fotografar , de férias para suas páginas de Instagram. Contou-me sua história e ficamos amigos, viemos juntos para o centro,  e nossos hotéis são quase do lado. Ou seja  fechou, andamos juntos todo resto do dia, fomos a acrópole,almoçamos juntos.
 Ótima  companhia que adorou a Grécia e  se encanta  com a beleza dos homens gregos. Legal curtir junto com alguém falando a mesma língua. salada gregamoussaka
Depois da barriga muito cheia subimos a acrópole.

domingo, 10 de novembro de 2019

Todos os caminhos passam por Paris

Domingo 10 de novembro
De novo no trem rumo a Paris meu Porto de chegada e partida da aventura.
Trem interessante, caro, não entendo por que o trem se tornou tão caro sendo um meio de transporte mais limpo que o ônibus. Antes se andava tudo de trem,agora os preços ficaram impraticáveis e alguns ainda tem limite de bagagem.
Chove e faz frio,4 , 5 graus, só dentro de algum lugar para ficar bem. Realmente o frio excessivo não é minha praia.
Chego em  Paris às 13h venho para casa da Amélia, Movita  me espera para almoçar. Fico a tarde toda  no computador e são quase 10 e  ninguém chega.  Preciso imprimir o tickete e marcar  um uber. Vôo complicado as 6.35 da manhã, sem transporte público.
Estou  com tanto sono que nem ver filme consigo.  Andei com Linu um pouco e parece que ele tem fome,  daqui a pouco  elas chegam.
Não sei de onde vem tanto sono, tanta preguiça e  vontade de dormir.  Fiz foto no trem, e nada mais a contar. O frio esmorece a gente.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O mais importante é a sobremesa

Jean Lu,  vizinho  convidou-nos para jantar em sua casa. Por várias vezes ele veio aqui tomar um aperitivo e conversamos   e sempre tentamos em 3 línguas nos entender e criamos a máxima, "ce la meme choise" grafo como falo,  isso porque  ficamos a descobrir as mesmas palavras que São vomuns no inglês, francês e português, e  são muitas e nos divertimos assim.
Ele também é artista, sua Maison é do lado tem andares  e no primeiro é  sala misturada com galeria. Muito organizada. Muito legal , depois vou tirar foto, também ele garimpa objetos no Emaus. Muitos objetos divertidos e ressignificados.
No jantar ele fez  uma carne  de porco na panela, cozida com cenoura molho e castanha,a marron,  como chamam, muito gostoso, pré teve um tira gosto, azeitona, tomate, uma salada de alface, vinho,  e depois queijo e a sobremesa, o gatÔ,  le gatô, grafo fonéticamente  para eles o mais importante,  pois que é o que vai ser lembrado.   Aprendi isso com Movita.  A última lembrança do jantar, a sobremesa.
 Sem dúvida há uma  razão para isso é pretendo praticar.
As pessoas se derretem com o doce final e ele permanece na nossa memória,forever.
Recordo de um  doce que  como aquiuma vez, num castelo com Amélia de morango, maravilhoso, o bolo inglês do passeio ao jardim, a sobremesa do dia do restaurante com Movita, divina. Aquele restaurante beneficente,  onde pratos e serviços são todos de peças diferentes.
 Vou fazer uma campanha,   doe um prato diferente ao restaurante da fazenda.
  E o jantar transcorreu,ao  fim brincadeiras e como sempre o giro da colher caindo para alguém responder ao que se pergunta,  ou fazer o que mandam, tive que sambar, ligo eu  que sambo tão mal.  
Uma noite agradável, voltei tomei um banho bem quente e deitei.    
Certa apreensão me invade um pouco uma sensação estranha eu estava ontema noite, hora de partir.  Os lugares tem tempo, chega uma hora que se esgotam.  Sei que é algo de dentro e por isso vou falar de fora.  Sem lógica eu sei,mas talvez o fora ajude a entender o dentro.
 Ontem a tarde voltamos a  vilinha de Colete, fomos no café para Jayne mostrar suas fotos.  Ela mostrou, tomou um café com creme, eu não quis, decidiu  tudo e saímos, eu fui dar uma volta dela foi colocar gasolina no carro. Rodei a vila e encontrei esse bichinho perdido perto de uma casa de jardinagem.
É um filhotinho de ouriço,  do mesmo que Eros  colocou na boca,creio eu. Só de chegar perto os espinhos se armam.  Ele estava assustado, mas eu nao tinha o que fazer. Não ia levá-lo,  ou colocar a mão. Fui acompanhando seu caminho.  Depois entrei na loja e comprei uma baguete.
Jayne apareceu e voltamos para casa antes da hora do jantar,com aquela sensação esquisita.
Hoje é sábado,  vou tentar achar do lafo de fora algo que esteja descartado, ela me autorizou, quero uma mantegueira e um açucareiro bonitos e diferentes.  Agora entendi as compras dos chilenos. Coisas para sua casa.

 


Copiando o cineasta

No filme do Wim Wenders  tem um Cedro que inicia toda reflexão . Esta é sobre  o tempo e o futuro do cinema. Mais este que aquele.  
Não sei quanto tempo um Cedro demora para crescer e ficar do tamanho deste que tem aqui que da nome a rua,mas deve ser muito tempo.  A vida de uma árvore dessas é muito maior que a nossa, se não cortada, duram séculos eu acho. Minha noção de botânica é nada.
 Mas o que me importa é o tempo.  De certa forma eu fiz uma viagem no tempo,  uma viagem por espaços novos para mim, mas que já existem desde muitos séculos atrás. No entanto, essa viagem para trás no espaço vai me levando para frente para o futuro e principalmente para o presente.
Geórgia Agamben tem um texto que fala  sobre a necessidade de saber e conhecer o passado para se entender o contemporâneo. Que o contemporâneo é oculto, é pouco discernivel se nãocremos a bagagem do passado.
 Aqui nessa vila,  no coração da vila por uma semana mergulho  nesse  passado que não é meu, mas que é de todos. Também não é da Jayne pois ela não é daqui.  Todavia  a casa que ela mora está cheia de passado  de muitos que passaram por esse antigo hotel, que foram donos dos objetos antigos que ela compra.
A coleção  de potes e de bules antigos  que eu  sugeri que colocasse alguns na sala e  fui buscando e lavando e arrumando. Coisas que ela garimpa nas feiras e no Emaus.  Tudo aqui vem desse universo. 
E achei muito legal.  Diferente  antigo, vintage e ao mesmo tempo ultra moderno pois segue a ideia do não desperdício, da reutilização,  do não consumismo, ou seria um outro tipo de consumismo. 
 Na mesa dificilmente tem elementos iguais, as combinações são muitas, e só de pensar qual foi a viagem de cada um desses objetos a gente se diverte, se perde nas possibilidades.
Tem gente que não gosta, que acha que pode ter energia negativa, tanto nos lugares  quanto nos objetos, mas prefiro pensar que  ao contrário disso o que se faz é preservar o planeta de tanta extração de matéria prima e de tanto lixo.
 Aqui no frio de hoje o fogo já queima  as energias negativas ,até a gatinha hoje se sentou  a gente da lareira.   Nesse momento ela toma seu banho na frente do fogo.

A vila é  silêncio só. Como eu já disse  falta vida aos lugares e olha que aqui tem muito mais gente que em PRESSIGNY.
Treigny, é rota para muitos outros pontos.
Mas é o tempo que parece ter estacionado na Vila.  Aqui  parece uma foto de Atget, despovoada, silenciosa.
Sei que agora só anoto o correr do dia, pois que somente depois,  depois do tempo passado é que poderei  tirar minhas conclusões .  
Ontem assisti com  a Jayné o filme da irmã dela , segundo ela me disse é uma das mais importantes cineastas da Grã Bretanha hoje,  o irmão também é jornalista e escritor e ela,a pobre da história é fotógrafa.  Ela não sabe porque  eles não tem com ela um convívio . O pai  surtou e  se matou, a mãe cuidou dos 3 filhos.   Ela tem 2 filhas. O filme fala sobre  epilepsia e  um fenômeno de transe coletivo. Uma sugestão coletiva. 
Muito bonito , a irmã escrever e dirigiu.
 Mas nas palavras de Jayne, muita sensibilidade na arte e pouca na vida.


A gatinha pousou para mim nessa foto.
j

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Nunca sei um título de cara.  Hoje é aniversário do meu paizinho já falei com ele, aqui são quase quatro,muito frio, fiquei em casa  terminando com os livros e o resto e no final fiz umas mudanças na sala.  Mas rolou um estresse,   Jayne estava atrás de uma carta que tinha deixado sei lá onde no atelier, aí ferrou, ela estressou, deu ataque de pelada, mas é sensata,  eu não vi as tais cartas, e tudo que mexi pus mesmo lugar.   Ou seja, ela queria que eu desse conta de algo naquela zona.  Quase me arrependi de ajudá-la.  Mas depois ela entendeu. Ela deve ter pegado o troço e posto em outro lugar vai achar. Eu não joguei nada fora.  Depois o cartão do médico que estava embaixo do teclado, ou jogado como tudo. Esse ela achou no lixo.
 Caramba,  esse povo é muito   porco, compram as coisas e não lavam.   Varrer casa, passar aspirador deve ser uma vez a cada ano, se for.   Não arrumam cama, parece uma pessoa que conheço.  E tomar  banho é uma vez por semana, dito por ela mesma para mim. 
Acho que fiz o que em 1o anos aqui ela  não fez. Talvez só limpem o quarto do b&b, mesmo assim, acho que só trocam a roupa de cama.   Nada que se pega  vai para o lugar, tudo ganha um outro lugar a cada hora, impressionante, por isso acho que tem duendes pela casa,   pois começo a limpar e organizar o pano some, a cera de madeira que passo some.  É algo muito estranho.
 Mas acho que já ajudei muito, agora vou descansar.    É que como não tem nada na rua fico aqui e não consigo ficar parada.
  A sala tá outra,  bem mais bonita .Ela mesmo se animou e foi tirar e trocar coisas de lugar. Consegui concentrar os livros da sala  nas 4 estantes que tem. 
 A tarde sai com ela para Perrouge, uma outra vilinha a igreja é do ano 1200 . É as casas devem ser também.  Não tem nada, nenhum comércio, loja, o povo tem que sair para comprar as coisas.  Enquanto Jayne falava com a dona das tais cartas de 100 anos, eu andava pela vila. Um frio enorme, foi escurecendo pois passava das 5 horas, e a luz mais linda surgia emoldurado o espaço arquitetônico.
Rodei mais de uma hora, depois sentei em frente à igreja e aguardei.
 Domingo volto a Paris pela manhã, chego meio dia, para me organizar  para segunda de madrugada.
O que mais  farei é aproveitar ao máximo. Descubro que no final tudo da no mesmo, esteja  você onde estiver .
A experiência de workaway foi para mim muito positiva , ver coisas que não tinha ideia, ser deportada como um imigrante sem visto, encontrar pessoas fabulosas, vidas tão distintas. Desenvolvi meu senso de observação sempre meio capenga.
Descansei a mente e trabalhei muito fisicamente e concentrada. 
Agora é relaxar e ver o mundo com suas novas cores. Mente descansada e cheia de planos, planos que atravessam o atlântico, que vão daqui para Brasil.
Pessoas que pretendo levar e coisas que me inspiraram.
No caminho tudo acaba sendo como o destino quer.  Um pouco de planejamento, de conhecimento e tudo vai se encaixando. Recebo notícias políticas do Brasil. A Liberdade é sempre boa.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

A rotina

Recebi hoje uma mensagem do meu host da Escócia um amor, preocupado mas agora é tarde Inês é morta, antecipei em 2 meses meu retorno, mas melgor assim. Curto os ultimos dias da campanha francesa e depois sigo em frente não  mais para o trabalho mas para curtir por 10 dias. Não que eu não tenha curtido.  Todo tempo tudo  foi muito especial para mim. Toda possibilidade de   fazer o que  normalmente não faço. Até comprei uma tesoura de jardim para levar.
 Aqui na casa de Jayne já fiz o antes e o depois, arrumei todo atelier dela e se repate  aqui o que vi nas outras casas, muita coisa e muita bagunça, limpeza vez por outra quase nunca. Teia de aranha para todo lado e o povo nem liga,   poeira para todo lado e povo não tem alergia.  Deve ser o frio que mata as bactérias e faz com que não se contaminem.   Aqui tem tanta coisa  que não tem como fazer tudo.  Ela é fotógrafa vive montando cenários para fotos, acho que vive disso,Então tudo que usa tá no atelier que arrumei,muita moldura e outras coisas. Só que o atelier é também seu closed onde ela guarda suas roupas e sapatos.  Comecei   arrumando esses e  em  2 dias  terminei. Também não exagerei, segui o fluxo.  Fiz também para inglês  ver e mesmo assim minha mão ficou um caco. MuitA poeira e seguindo na linha,nada que se pega é colocado no lugar.
 Hoje fui ao  marche de manhã e a tarde  no Emaus.
O mercado é numa cidadezinha bem simpática bem maior que aqui com lojas  e restaurantes. Antiquários e outros.  O Emaus é uma rede antiga de solidariedade,você compra e dinheiro vai para caridade.
 A casa de Jayne é só garimpo.acho que  nada aqui é novo. Talvez por isso a energia seja um pouco paralisada. Só o atelier que mexi já resultou em uma possibilidade de exposição hoje e de  mais coisas.
  Hoje também mexi nos livros da sala. Ela tem muito livro é disse queceu tudo. Muito livro de fotografia,E também literatura os bons autores. Realmente um excelente biblioteca. Nenhum brasileiro até agora, mas um  exemplar do Jorge Luis Borges.
Amanhã vou mexer  na sala.  Falta uma estante e móveis.  De fato ela não se importa que eu mexa,  também  não sabe onde tem nada 
Sr eu ficasse aqui mais tempo arrumaria mais coisas,,mas me contratei na sala e quem sabe o corredor do 2 andar, todas as estantes. 
Também tem uma coisa, ela compra muito e não dá, ou vende.   Falei que se não usa,  doa.   Mas acho que os ingleses são diferentes.  Eles acumulam,talvez os franceses sejam diversos. Quem sabe uma próxima vez.



 

É e não é?

Estou ainda no interior da França 180 km de Paris.  A natureza é majestosa, as cores do outono são belíssimas  folhas amarelas,vermelhas, marrons que se misturam ao verde  e trazem  um tom muito diverso das nossas lindas florestas  tão verdes.
No entanto, diante de outras imagens me pergunto  o quanto de  árvores ainda restam e o quanto se tem  reflorestado.
São Milhões de árvores todos os anos para aquecer a população  em todos os lugares. Aqui na França e em outros países, até no Brasil também.
Ou seja, o que pode e o que não pode, para quem pode e para quem não pode?  "Minhas retinas cansadas "  não levam ao meu cérebro a mensagem para que eu consiga entender.
As fotos dizem por si.  Pergunto a um francês e é embaraçoso e não entendo.
E mudemos de assunto.


domingo, 3 de novembro de 2019

Dimanche 3

O dia amanhece cinza e com chuva,  ainda  bem que estou no trem, se não iria para a rua pegar uma fila no Museu D'orsay hoje é dia grátis, primeiro  domingo do mês.
 Confesso que o episódio deixou -me com medo de aeroporto.  Que merda!!
Como minha amiga Ivana diz, sempre ficará aquela sensação. E no caso é sensação de impotência, que não existe pior.
Caminhos que a vida traça sozinha, sem que  tenhamos qualquer controle. Não é sempre assim,  não deixo a  vida sozinha me levar,   mas tem horas que de fato não temos ingerência  sobre ela.
 A linha desse trem que estou  vai passando  por belos caminhos  cidades e vilas,  paisagem   do clima  temperado,árvores coloridas  que surgem no meio do verde.  Muitas já peladas, parou  na estação,Fonteneblau Avon,  que será que lá tem?  Muitos saltam com suas bagagens leves e pesadas. Por  que levamos a casa nas costas. Não usei  quase nada do que trouxe, agora deixei a mala na Amélia e fiz apenas a mochila e assim farei para os próximos destinos.
Um luz de sol desponta e invade a cabine do trem, estou agora sozinha. Eu e esse aparelho com minhas possibilidades de escrita.
Descortino paisagens e  letras que juntas formaram o sentido que quero e busco.
Mas uma estação, o cara fala e não e entendo uma só palavra. Agora terei que estudar  francês.  Quero recebe-los para um tour.  Grupos para medicação e convivio com uma natureza ainda virgem do meu espaço.
 Volto ao foco de mim mesma deixando de lado ocorrências  que não mas me acrescentam.  Tudo é tão luminoso agora  com a luz do sol.  
Cheguei  na casa da Jayne, deitada  na sala com lareira.

Sábado 2 de novembro

Voltando aos escritos  para não perder o hábito. 
 Tantas coisas e poucas coisas,  rumos e caminhos que as vezes decidimos, outras não.  No metrô um senhor toca um violino uma música melancólica. Pena não dar  a foto,  fico com vergonha de tirar , agora animou. Parampampam... se esquiva da foto, mas no final vem pedir as moedas.  Fui até a Bastille, saltei abri  o mapa, uma senhorinha que passava muito simpática vem me perguntar o que procuro, cherche, respondo que é a place de voiges, ela me ensina,  mas errei e fui para outro lado,  bom  e sem problema,  fui parar no Ica,  Instituto de  cultura árabe que já conhecia e que é um tipo IMS  no Rio e Sampa,  acabei almoçando por lá quando vejo um professor da faculdade que trabalha comigo.  Chamei e Almoçamos juntos. Contei meu périplo. Depois saí e continuei a flanar pelas ruas do quartier  latin ,margem do Senna,  Norte Dame.  muita gente pelas ruas.   Entrei em muitos lugares, lojas mais principalmente meu objetivo era  olhar a cidade e seu   movimento.
 Paris tem um movimento diferente, talvez seja a mais fotografada do mundo.  E enche os olhos das  pessoas, dos turistas,  de todos que passam. Depois fui  encontrar  Amélia no Louvre, saímos a tomar um chá numa  cafeteria muito antiga e deliciosa,  como um croissant recheado de nozes que era de chorar e ela comeu uma rabanada que tinha um sabor magistral  pois se joga por cima uma espécie de geleia da da árvore da folha símbolo do Canadá.  Voltarei lá para o último café. Tinha fila na porta, mas muito bom e Não caro. O croissant 4 euros eu acho.
Não dá para converter preços se não nada se faz essa é a dica é necessidade.
  Hoje domingo  já estou  no trem rumo a   a casa de Jayne que me convidou, não sei se lá tem jardim. 

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Se ninguém me representa , eu me represento e peço a todos que compartilhem.

No dia 29 de outubro  tomei o vôo 1686 Air France  rumo a Edimburgo, chegando às 10:40 am.  Ficaria no Reino Unido mais ou menos 1 mês e meio,  ficaria na casa de um casal Tom, filho de embaixador que serviu no Rio de Janeiro, e   Carmem sua esposa.  Tom pretende ir ao Brasil o ano que vem para estudar rabeca em Pernambuco.  Eu  ficaria na casa deles, ensinaria um pouco de português num programa de troca cultural workaway, e aprenderia o inglês  inclusive já estava reservando uma escola desde  junho.
  Quando cheguei e fui passar na imigração  uma senhorita  pegou meu passaporte fez as perguntas , falei o que faria,  e  mostrei-lhe minha declaração de meu período sabático na minha universidade, meu contrato de trabalho no Brasil, seguro saúde,   meu tempo de turista em dia, cartões de crédito, enfim, tudo. Entretanto, a senhora  não me deixou entrar, me colocaram esperando no aeroporto por 9 horas sem comer  e beber,eu tinha que pedir pelo amor de Deus por um copo d'água, me interrogaram várias vezes, revistaram minha bagagem,  me entrevistaram com um intérprete e sismaram que eu ia  trabalhar e que isso era ilegal. Por mais que eu explicasse que  se tratava de um programa de troca cultural não adiantou.  Queriam então que eu assinasse e colocasse minhas digitais, me levaram para um cubículo fechado com todas as coisas e 3 guardas, eu me recusei a assinar pois disse que não sabia o que estava ali escrito e não poderia por isso assinar. Depois disso fiquei esperando mais 1 hora, e voltaram  dizendo que eu estava detida e que iria passar a noite numa casa de detenção, pois havia me recusado a assinar o papel e no dia seguinte  voltaria a Paris.  Fiquei desesperada,  comecei a chorar e falei:  me traduzem que eu assino isso, mas não vou à casa de detenção, não sou criminosa,não fiz nada ilícito só quero conhecer o país,   as cidades e museus, tenho emprego, tenho dinheiro, tenho tickete de volta ao Brasil.   
Nada disso adiantou, de novo me puseram na salinha, traduziram algumas coisas, um cara  que falava um péssimo espanhol querendo me enganar falando que se eu colocasse as digitais teria uma entrevista, eu  dizia,  já tive a entrevista, ele fingia que não entendia.
 Sendo constrangida por 3 guardas que por vezes pareciam  que também estavam achando aquilo um horror,  eu chorava e explicava,  eu dizia não vou a detenção, me arrumem um vôo agora, não quero mais ficar aqui.   
Por fim, já era isso 18 horas  eles vendo que tinham errado, mesmo assim não voltaram atrás.  Apreenderam meu passaporte  e disseram que eu poderia sair e dormir onde quisesse e que voltasse dia seguinte às 9 horas para voar para Paris.   Ou seja, se eu quisesse ficar ilegal , ou quisesse sumir, eu teria feito.
 Sai do aeroporto peguei um táxi até o centro na casa do Tom,   dormi lá e dia seguinte às 9 horas estava no aeroporto, eles me puseram um carimbo no passaporte com uma cruz encima, o que sujou meu passaporte pois significa visto negado e deportada como fui.  Somente me devolveram meu passaporte e meus outros documentos dentro da sala de embarque , apesar dos muitos argumentos de Tom, eles não  retrocederam e cada hora colocavam pessoas diferentes para ter comigo.
Cheguei a Paris acabada, emocionalmente abalada e só me liberaram quando uma pessoa  anotou que eu tinha ali chegado.
Ou seja,completa arbitrariedade pelo constrangimento que me fizeram passar, pelo uso psicológico da força, e tudo que há de pior.  Tudo meu estava legal, no entanto, acharam que eu era "au par",  por mais que eu e meu  Host  explicassemos diferente.
Assim, estragaram meu projeto de aprender  inglês e  pesquisar sobre  meu tataravô Henry Mc Cormick, que chegou ao Brasil no século  XlX.
Dessa forma, como cidadã  brasileira, que nada deve a qualquer  Estado gostaria  de fazer essa representação, pois certamente quando chegam ao Brasil não sofrem esse tipo de  constrangimento.   
Gostaria que o Itamaraty fizesse uma representação de repúdio a esse tipo de atuação e de constrangimento ao cidadão brasileiro. Pois, por maior que seja a autoridade dos policias e seu poder discricionário, eles não podem agir da maneira que agiram.
Aguardo um posicionamento e uma resposta do Itamaraty.
Estou mandando essa carta a todos os lugares que posso.
Obrigada, 
Elis Crokidakis Castro
Cidadã brasileira.

Paris e suas luzes


Depois do sufoco, passada a ressaca, tudo parece melhor.  As luzes estão  de volta e as sigo por onde elas vão  abrindo meu caminho, dando toda força e energia que é preciso se ter.
Depois de resolver  tudo da passagem  almocei uma comida gostosa feita por Movita e saímos.  Era 18 horas ja  noite quando eu chegue a Gare do leste. Sai a flanar pelas ruas parisiense sem mapa e seguindo o que me atraía.
Desci a rua em frente à estação , entrei  por galerias que só tinham restaurantes indianos, fui andando  e em cada  nova Rua algo novo.  Achei a ria dos cinemas e teatros, sextou em Paris.  Não estava frio, e a luz da  noite enchia a cidade com seu brilho, Bares cheios, cinemas com filas e parei na frente ao café fos capuchinhos onde se realizou  a primeira exibição do cinema feita  pelos irmãos Lumiere.
Assim foi o dia,   muitas coisas começam  a fazer sentido?  Não sei, mas sei que talvez tenha sido  dessa forma melhor.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

A história precisa ser conhecida

31 dia das bruxas.
Acordei com o propósito de ir a embaixada do Brasil aqui em Paris, meu direito entranhado julgou que  o fato merecia uma representação, visto a arbitrariedade da questão.
 Fui, a embaixada, lindo prédio a beira do Sena, no portão o cara já disse que não era ali e sim no consulado, deu-me um mapa e lá fui eu com Movita procurar.  Atravessei o Champs Elisiers e na Franklin Roosevelt estava lá, fechado até às 14 horas, saímos para esperar comendo uma  salada.   
14 horas fomos, 3 pessoas na recepção, um porteiro e duas no balcão,  falei o caso,   passava um outro que a recepcionista disse ser seu chefe, contei,  e veio um outro,  apesar de acharem um absurdo senti certo descaso. Disseram que eu não tinha nada a fazer ali,que por email eu escrevesse e mandasse. Expliquei que queria deixar o registro do  fato.  Que nada. Nem para tomar notas ou eu assinar um livro de presença . PERgunto-me para que pagamos tanta gente a morar em Paris  se quando precisamos nada podem fazer, nem tomar um depoimento para registrar a orrência.
Pois é, saí de lá e fui a doceria Funchon, a comer um belo doce e tomar um café.  Falando por Paris o resto do dia,  fui ao terraço da Printenps e vi o mundo  de cima. Liberte, igualite, fraternite.   Talvez por isso a França tanto acolhe aos imigrantes.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Never more, never more

Nunca mais,  nunca mais, diz o corvo de Edgar Alain Poe e digo eu, depois desse episódio, definitivamente meus ancestrais não pretendiam voltar a essa terra, e  me impedem outra vez de entrar. No entanto, da primeira vez eu fui liberada, entrei em Londres  e passei 3 dias ,  dessa   vez  o processo foi outro.  Quase  fui mandada para detenção   pois me neguei a assinar a merda da papelada, por fim, constrangida e com medo,  lancei minha  impressão digital. Arbitrário, sem dúvida,  ela olhou para mim e achou que eu tinha  cara de imigrante, ou melhor  achou queceu ia trabalhar ilegalmente.   Esta ilha  de merda, como disse meu anfitrião.Entendo a posição deles, fui burra, devia ter reservado um hotel,mas não o fiz e  mesmo   estando como turista  sem qualquer problema me deixaram 9 horas esperando.  Minando emocionalmente a pessoa,  e depois me liberaram mas prenderam meu passaporte.  Fui para casa do Tom, e voltei no dia seguinte,  os putos  sabem o que é, mas não quiseram  voltar atrás.   Nem vi a cidade.
 Pensando bem, talvez tenha sido o melhor.  Não sou Poliana mas quase,  ficarei mais 20dias e volto para casa para colocar meus projetos  na vida.
 Realmente minha linha de vida não deve passar por essa ilha.
O frio aqui é um horror, hoje de manhã já senti na pele e  como Carmen  é espanhola eu ia acabar não  falando o inglês.  Triste ficou Tom, pois queria aprender português para ano que vem ir fazer curso  em Pernambuco de rabeca.
Talvez eu deva ir para Grécia.  Caramba, eu tenho essa possibilidade.

Deu ruim, barrada no Reino Unido

De novo no avião 2 meses depois, agora atravessando o canal da mancha e toda Inglaterra rumo a Escócia, sinceramente  não sei  tudo que me levou a acabar vindo para   esse canto. Já no aeroporto vejo a temperatura lá 3 graus.  Caramba,  só espero que o aquecimento da casa seja bom.
 Amélia minha amiga querida e generosa me levou até a Gare  du Nort, e ainda comprou  meu bilhete e não me deixou pagar.   Falei que desse jeito não volto. Mas ela  é danada.   Fiquei preocupada com ela também,   achei  que ela e sua companheira brigam muito,  com todo yoga , meditação etc,   ela muito  afoita, muita acelerada  acho que consegue ser mais que eu.  Ligada na tomada  eu fiquei preocupada de ser culpada  por estar ali.
   Agora  a Escocia, não fiz nenhum plano, não estudei o local, não levo nada a não ser minha bagagem pesada de roupas e minha disposição. Juro  mais uma vez que vou comprar uma mala de 10kg e nunca mais viajarei com mais que isso. Minha mala hoje de 20kg. Deixei livros e chinelos na casa da Amélia.
Ao chegar no aeroporto e fazer todos os procedimentos , ufa!! Lancei mão da barra de chocolate Lindt Orange intense, bom o inteira. O avião acaba de decolar...
Me bate um sono. Tá lotado , mas na .Minha fileira só eu e uma menina de seus 20anos me parece.   De novo o idioma inglês,  acostumar outra vez o ouvido. Queria estar na janela.   Não entendo porque pessoa a que dormem  escolhem janela.  Eu amo janelas  pois só viajo olhando, explorando a terra do céu. 
No aeroporto, fui barrada pela imigração. Detiveram meu passaporte  etc, agora aguardo um intérprete de português  para uma entrevista. Pegaram o telefone da Carmem e  ela falou que eu era workaway,  logo,   me barraram . Agora sei lá  quanto tempo vou ficar aqui de molho aguardando. Se me impedirem de entrar sem nem conhecer o lugar,  eu volto a Paris  fico o resto do tempo que me resta dentro dos 3 meses e volto ao Brasil, antecipo minha volta . Já resolvi.  Plano B.
 Acho que as pessoas têm que ser mais sagazes nesse trâmite, dizer que são amigos e pronto, se não acontece isso. Quatro horas depois continuo no aeroporto,   tomei 2 copos d'água, não sei se vão me deixar entrar ou me mandar embora.  Liguei para o Tom, que me pediu desculpas, já tive uma entrevista com a filha da puta que me travou e um cara, junto com uma intérprete pelo telefone,  agora aparece um cara e pede  minha impressão digital,   
 NÃO DOU. Tem milhões de motivos e eu explico que se um colocar estarei  aceitando aquilo
Me trás de volta  , peço uma água.  Aguardo.  Aguardei todo o dia   9 horas no aeroporto,  voltaram e me disseram que eu ia para uma casa de detenção de imigrantes, comecei a chorar expliquei porque não assinava.  Aí de novo fomos a intérprete  pelo telefone. 
Eu já numa pressão absurda coloquei então minhas digitais. Ou seja,concordei com o que disseram ali. 
E dia 30 amanhã tenho que deixar o país, não posso entrar no Reino Unido.  No final me cozinharam o dia todo, e liberaram para eu dormir na cidade e me apresentar hoje, 30 cedo.  Entretanto, seguraram meu passaporte e meus documentos. Tem tudo meu lá.  Inclusive cópia dos  meus cartões de crédito. São uns putos.   Dois moles, eu devia ter reservado um hotel e a Carmem não devia  falado que eu ia ficar 2 meses trabalhando, pois não é trabalho. É diferente na sua natureza.
Ou seja, me ferrei e mudarei todos os meus planos. Nunca mais na vida pisarei no Reino Unido,  nem preciso.  Essa ilha prepotente  que julga sem saber.
Cheguei a casa de Tom de táxi,  encontrei todos aqui me esperando  Maia uma espanhola que está aqui e que eu ficaria no lugar. Um amorzinho. Hoje Tom vai comigo ao aeroporto.  E certamente devo partir pois tudo é tão burocrático que não voltariam atrás. Ficarei na França por mais  uns dias  e vou embora no fim do mês.  Escreverei  a Connie e Pan, de repente mais 2 casas uma semana cada ou Grécia. E fim.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Em trânsito de novo

29 de Outubro- Nova jornada começo hoje, começamos eu e meu paizinho.   Partindo cedo para Escócia. Uma casa de artistas com crianças e bichos.  Novos afazeres, novas vivências, 4 dias em Paris renovaram o ânimo. Na casa da minha amiga que sempre me acolhe tão bem que acho que  nunca terei condições de retribuir a altura.
 E vamos que vamos.  Galeria Viviene

sábado, 26 de outubro de 2019

DIA de tour, Paris com céu azul e muito turista como sempre

Chegando a ela,para mim a mais linda de onde se vê toda cidade do alto da colina, Sacre Cuer.
Entro e sento para observar, contemplar, têm missa nesse momento, e o padre fala da idealização da igreja. Pelos lados o povo louco pela foto. Sentada  na  escadaria da  Sacre Cuer escuto um português curitibano,  um casal conversa sobre   a luz do sol para foto.

26 outubro-

Paris de  novo é uma festa, parece que  quando ficamos muito tempo sem vir aqui e voltamos é que  tudo fica latente. Um dia é pouco para percorrer sua ruas não lembradas. Fazia quase 10 anos que  eu aqui  não vinha. Os monumentos  continuam os mesmos , mas  o povo, quanta diferença. Acho que a cidade talvez não seja mais dos franceses, mas do mundo. Escutei todos os idiomas possíveis hoje e pouquíssimo francês.  Árabe é quase uma língua corrente e também muita língua africana e  um outro idioma que parece do leste europeu, além de indiano, paquistanês e chinês, muito chinês. Caramba  virou uma  Babel,  nas ruas já s e vê uma sociedade mestiça. Podem me dizer,  você hoje foi pelos lugares turísticos , é verdade mas eu peguei metrô  para o subúrbio  e não é  o subúrbio muito distante. Babel,  quando agora cheguei no metrô já estava noite e passei por café e bares e  de fato me surpreendi com   os salões cheios de homens, olhei e parecia que eu estava no Marrocos. Ou seja, o que li  era verdade. E se eu entrasse ali, sentasse e  pedisse um café? Os rostos são de árabes com certeza. Não vi nenhuma  mulher de burca , mas de cabeça coberta, muitas, muitas mesmos. Mas o que mas me surpreendeu foi entrar na Galeria Lafayete e ver um mundo de chineses comprando, embora possam ser coreanos, japoneses sei que não eram. Muitos compradores e muitos vendedores também. Acho que não tinha um quiosque que não tivesse um vendedor de olho puxado. Sinal que há um mercado consumidor nesse língua.

Saí  de casa pelas 10 da manhã, fui direto a Sacre Couer e Monmartre. O dia lindo apesar do vento forte, quando saltei do Metrô Anvers em frente a rua que dá direto na Igreja já vi o mundo de gente, chegando ao pé do monte um carro berrava música árabe cantada em francês. O ritmo era bom e fazia todo mundo mexer, devia ser uma  10:30 da  manhã. Subi  e fui direto para a fila  para entrar na igreja, a primeira vez que pego fila, entrei e rolava uma missa, onde o padre falava da  idealização que  as pessoas fazem da igreja. Fiquei ali a contemplar, rezar, agradecer e pedir o de sempre.  Depois que saí fui por Monmartre caminhando vendo, era muita gente. Voltei pelo mesmo caminho,sentei na escadaria  e fiquei ao sol, ao meu lado um casal do sul do Brasil, Roberta e Vinicius, conversei um pouco com eles e depois me  despedi. Fui descendo e como passava do meio dia resolvi comer um Croque Monsier,  pois nunca tinha comido, comi e desci vi uma lanchonete bio  e entrei, arrependi do Monsier embora tivesse bem gostoso mas peguei um  bio natural de yogurte mel e granola de sobremesa para poder usar o banheiro deles. Muito gostoso, depois comecei a caminhar em direção à Pigalle e o Moulin Rouge, ali já não tinha tanto turista, um clima meio decadente de pessoas sentadas na alameda e nas ruas os sexshop que  fotografei. É um lugar muito interessante, desci até a Praça Blanche e  desci toda a rua do mesmo nome que foi mudando até se chegar os grandes Magazins.  Entrei na Lafayete porque estava com placas de  saldos e fui subindo até o terraço, que agora é um grande pátio com lugar para sentar como uma arquibancada ou quase isso, lá também um mundo de gente sentada olhando a cidade.

Talvez Paris seja a cidade mais fotografada do mundo, pois tem pontos especiais para se ver. Do terraço do magazine se vê a torre e da lateral a Sacre Couer, lá longe  os edifícios  e olhando para baixo o fervor das ruas por trás da opera.  Fiquei ali um bom tempo e  até entrei em fila para fotografar a loja de uma passarela de vidro que dá para a  linda abóbada  com todos aqueles vitrais.

Saindo  passei pela Opera, que de fato é a inspiração para o  nosso theatro municipal   no Rio. A frente um músico e uma turista cantando Edith Piaf e depois ele começou outra música uma garota começou a dançar,  um que parecia bêbado  foi dançar com ela, o ritmo esquentou outra entrou, de repente um monte de belos  homens espanhóis entraram e virou uma festa, filmei várias vezes e tome labamba.  O povo se divertia com a performance do próprio povo. Nas escadinhas muita gente filmando e batendo palma, rindo, no clima agradável  de quase verão que estava na tarde.

Dali  fui em busca da praça Concorde descendo a rua e chegando nos jardins de Tuliers  fiquei então sentada, não me lembrava que  ele saía na Concorde, pensei em ir embora era já 5 horas da tarde, mas desisti, perder um por do sol ali de frente para a Torre no jardim, e ainda com wifi livre. Sentei de novo agora a beira do repuxo cheio de guarda chuva dentro dágua  submerso e patinhos nadando, as cadeiras verdes em torno.

Veio a mente observar quem conversava, lia livros, ou estava ao celular. Esse último venceu  a minha competição.  Eu vencida tentei ligar para casa, mas ninguém atendeu, era 12;30 no Brasil e eu queria mostrar a praça para meu povo.

Ainda sai dali e fui até o Champs Elisier  caminhando. O dia passou sem pressa,  sem necessidade de correr para ver, pois tudo já estava visto, meus pés já doíam pois infelizmente engordei e isso me causa essa tormenta de  dor no pé.

Percebo agora que  viajar assim calmamente é muito melhor. Ver as pequenas vilas também  é algo muito especial, o clima é diverso, a sensação é outra de  estar nas metrópoles, embora essas tenham seu charme. Paris nem se fale, é sempre uma paixão para todos, um encantamento. Espaço e tempo suspensos para todo o brilho, charme e sofisticação dessa cidade que  merece de fato esse adjetivos, embora eu saiba que nem tudo é florido por aqui.

Não  ser tudo florido sempre é parte do trajeto de qualquer um.  No entanto como já disse acima, creio que  no aspecto humano a cidade  tem se modificado muito, hábitos  são mudados  sempre que mudam as pessoas que aqui vivem e quando se  tem  gentes diversas, diversas também  são as muitas formas de se conviver.  As  assimilações, os hibridismos  que tudo isso provoca.

    No Brasil esse processo é natural, em partes, não é algo que esteja  mudando agora, nós somos a síntese de  3 ou mais povos que juntos  nos miscigenaram, mas aqui, podemos dizer que a  ideia de Estado Nação  é que fez com que houvesse um pouco mais de união nos espaços  do que hoje são os países.

A grande discussão teórica talvez seja  se  esse processo de  hibridação acaba com  as culturas primitivas, ou se   por um sentimento de nacionalismo se  acabe voltando ao local. Stuart Hall fala muito sobre isso, também Cancline, Barbeiro etc. De fato  eu  não sei, sei é que  a máxima “em Roma como os romanos”  tá valendo muito, principalmente para os árabes, pois que para os africanos o processo é diferente, eles rapidamente se hibridizam  e assimilam elementos culturais  daqui. No caso dos árabes,  essa forma ajuda a criar preconceitos, guetos  e toda certa intolerância.  E fico pensando o que leva um povo  a sair do seu lugar e vir para um país como esse  e querer aqui  viver como lá, dentro de  dogmas e costumes que oprimem, se é que é isso. Se não se busca a liberdade  desses costumes por que  se  quer viver em outra sociedade? para ter acesso aos bens de consumo, dinheiro, apenas? Pois os mesmos dogmas e impedimentos continuam.

Acho que eu preciso de um professor que me explique isso. Porque  não é como o processo de colonização, não existe mais esse pensamento, confuso mas  faz parte.   

O descanso  é bom para esperar o que virá.

        

                        

 

 

 

 

                    

 


quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Em trânsito

A cada badalada do sino da igreja eu contava as horas, atenta ao meu horário de partida. Sabia que teria tempo meu ônibus em Poitiers era as 11:35 mas sempre a mala e seu  peso.  Eu juro que  nunca mais vou viajar com roupa em excesso. Não sei pra quê,  21 kg e  a maioria em 2 meses não foi usada. E a necessaire,  estorvo, isso porque trouxe tudo em vidrinhos. Aff!!
Tomei meu café com Paula, ainda conversamos,ela me pediu desculpa pela estadia sui generis, onde não teve tempo de sentar comigo para ensinar inglês.   Sempre muita gente, sempre muitos afazeres. Ela com muitas coisas. Enfim foram 20 dias que voaram, bons , poucos passeios, mas muita gente.  Ela sugeriu nos encontrarmos em Edimburgo, eu voltar com ela. Enfim,me agradeceu muito a ajuda e o mais legal ao conversar comigo ficou surpresa com o inglês da conversa.  Entendeu que meu problema é o dia a dia,  coisas domésticas, não conversação mais  organizada.
Vivências diferentes,amigos que ficarão  na mente. Jayne, Pamela e Felipe, a Paula, Susan e Peter. Até mesmo os americanos partidarios de Trump. Pessoas legais apesar de politicamente diverso. Aceitando as diferenças.  Não conheci  nenhum francês, exceto por Nadine e seu marido.
Então sai com Paula até a casa de outro inglês onde estam Susan e Peter tomando conta e eles é que me trouxeram a  rodoviária.   Uns amores.  A casa  muito bonita, por dentro uma decoração moderna muito show. Muitos quadros  na parede, uma cozinha linda aberta para sala.  Nada de azulejo na parede toda, apenas sobre a pia. Luzes que  valorizam o espaço, composições bonitas.  Muito bom gosto.
No depósito a mesma coisa, bagunça geral. Acumulação. ACho que vou montar uma empresa de organização. Não que eu seja muito boa, mas em terra de cego...   A máxima para inglês ver,  nessas casas inglesas é ordem.  Agora entendi.  Ontem eu ainda limpei toda torre para um casal americano que ia chegar e depois de ir ao centro da vila mecdespedi do jardim.
Enfim, 4 dias de descanso na casa da  minha amiga. Ainda na  rodoviária e ao andar escuto dois barulhos, ferrou a porra da alça da  mala, a alça de empurrar rompeu-se. Pqp,foda!!! Essa mala pdp, chinesa que comprei em Portugal, vai me deixar na mão, já não bastava  o zíper. Devia ter comprado uma  que vi no bazar Emaus.  Dei mole.
Sentada aqui, aguardo Panela e Felipe, que pelo jeito não viram. Tinham falado,  que viriam despedir, mas sem internet aqui, vai ser difícil contatar. 
Algumas pessoas aguardando o ônibus.  Se vê que sempre mais  pessoas de fora. Lógico é a passagem mais barata.  Mas que também não tem restrição de Peso.  Incrível , aténo avião seria mais em conta, mas sem bagagem. Kkk
Finalmente Wi-Fi do ônibus.  Essa coisa de internet é uma bosta. Qdo cheguei comorei cartão,crédito 20 euros e só funciona o telefone comum.  Ou seja, antes não tivess3 comprado nada ou usado sms.
Deixando Poitiers, bela cidade.  Quem sabe passo por aqui ainda, ou Lá Rochele,ao final da viagem. 
Ônibus atrasado, vou parar de escrever.  Chuva do lado de fora, frio,  só falta ser inverno rigoroso.  






terça-feira, 22 de outubro de 2019

Vamos falar de contemplação

Como assim? o ato de contemplar talvez seja  um dos mais interessantes. Olhar fixamente  com admiração. Fiquei pensando no que seria e significaria  para nós dias de hoje  esse ato.
 Não é o fazer nada que já falei, é olhar vendo na coisa a sua forma mais profunda e bela, talvez mais minuciosa, ou mais emocionante, ou aquela que te faz pensar e periquirir, ou perscrutar, se não errei na escrita é  assim.
Um ato  que exige que você esteja atento, desprendido de preocupações, e a fim de mergulhar de fato naquilo que vê.
A ansiedade não pode fazer parte disso,pois tira do ato toda a diferença que tem da simples necessidade de olhar.
Ninguém contempla com ansiedade,  com pressa, tem que ter acima de tudo tempo e tesão no ato.
 Sentada ontem na beira da marina em La Rochelle, me pus a contemplar o espaço com sua vida,pessoas e coisas,  e a pensar na sua beleza e energia.
A partir desse ato é que escrevi a crônica, seria isso, de ontem.
Para brincar com as palavras é preciso contempla-las primeiro e depois torná-las reais, tira-las do estado de palavra, de dicionário e fazê-las com sentido no que você está contemplando.   Ou seja, desrealizar o real colocando nele a palavra escrita, e ao contrário transformar a palavra escrita em imagem. Mais ou menos isso.  
Pensava eu  na falta de tempo  para assim proceder. Nesse momento,  eu tenho todo tempo,  no dia-a-dia  nem tanto,  mas  necessito, pois  não teria  minha  vida sentido se não fosse assim.  Se eu fosse apenas    um tubo digestivo não sei como seria.  Mas muita gente é, ou necessita ser.  A escravidão das produções em série são um pouco dessa forma.
Hoje o  dia não foi de contemplação, ao contrário disso foi de ansiedade, de nervoso de lá, de tentativa de   organizar  o que resta por aqui, da beleza das flores, dos canteiros e jardins.  As rosas são muito bonitas e cheirosas,  mas também são as que mais  machucam, oh! espinho dolorido que entra até pelas luvas fazendo acordar qualquer contemplação.


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Cidade sem gente não é cidade

Todo mundo sabe que minha pesquisa é sobre cidade. Cidade e cinema, cidade submersa, cidades fantasmas e outras mais.
Aqui nesse pedaço famoso do mundo tenho me deparado com uma coisa muito triste,  as pequenas cidades  a cada dia perdem sua vida.   Hoje em  La Rochelle, da foto acima, me dei conta da importância das pessoas para a  cidade ter vida, ter luz, ter colorido. Uma cidade fantasma apenas com seus prédios  e monumentos não nos serve para nada. Não provoca em nós a sensação de vida, energia,movimento.
 Ali em La Rochelle, diferente do que tenho visto, as pessoas andam pela rua, sentam nos bares ao sol, respiram o ar do mar,  andam de bicicleta, é lógico que eu sei  que com um frio medonho e com chuva isso é quase impossível, mas o frio não chegou ainda de forma plena.  Cadê o povo dos vilarejos? A cada vilinha  que passo nada vejo,   e nem sempre é domingo. As pessoas ficam dentro de casa vendo TV, na maioria das vezes.
 De que serve uma cidade fantasma?  uma praça sem gente? A praça é do povo.  Talvez aqui tenham esquecido disso.  Se fosse no Marrocos, no Peru,  mesmo com o frio a praça tá cheia. Era preciso expulsar o povo para fechar o grande jardim de Fez,   em Arequipa no Peru os bancos da praça principal são disputadíssimo, assim como em Cusco.
 Ou seja,  os lugares  precisam dessa vida, e quem as traz são as pessoas.
Em Villefrance de Rouergue, o dia do mercado pela manhã de quinta feira, era o melhor da cidade.  De resto um completo abandono. Lojas bonitas para quem?   O povo  é que colore as cidades.  Sem ele não tem graça é um museu  vazio   com sensação de abandono.
Fiquei imaginando o que seria La Rochelle no verão.  A praça em torno da marina com seus restaurantes de mesas na calçada, o caminho para a torre,a rua do comércio, a rua do muro que da para a foz do rio, como a ribeira  no Porto.
O bateau Ivre,  que não era a poesia do Rimbaud, mas tão somente um restaurante. 
O músico com sua canção francesa. 
Mas lógico,estamos na França, apesar dos ingleses . E os vários retratos de gente  famosa espalhados pela cidade, em preto e branco com imagens antigas de pessoas  como Ives Montan, Jeane Morreau e outras. 
Pois então a cidade é isso, formada   por pessoas e para as pessoas que passam e para as que ficam fazendo parte de sua vida, de sua história, criando suas memórias.  Gostei, voltaria, como  diz  o autor, carne e pedra, um sem o outro não é cidade.
E completando o passeio, uma varanda com a bandeira do Brasil de cabeça para baixo. SERIA isso um sinal?  Ou apenas uma  real representação? ...